A CaixaPar, banco de investimento que será criado pela Caixa Econômica Federal para comprar participação acionária em empresas de construção civil, terá inicialmente entre R 2 bilhões e R 2,5 bilhões. A Caixa vai usar recursos de captação da poupança e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para as operações da nova empresa, que funcionará como um braço de investimento do banco estatal, semelhante ao já existente BNDESPar, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Em entrevista concedida após a divulgação da MP 433 pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, a presidente da Caixa, Maria Fernanda Coelho, informou que a instituição poderá até comprar pequenos bancos, mas que o foco nessas aquisições serão os setores de habitação e de saneamento. A Caixa também poderá fazer parcerias com o BNDES participando em conjunto de alguns empreendimentos. A expectativa é de que em “dois ou três dias” poderão ser iniciadas as operações.
Segundo Maria Fernanda, a CaixaPar trabalhará com preços de mercado e terá uma governança “muito claramente estabelecida”. “Trabalharemos com regras de mercado”, afirmou. Ela negou que haja problemas de solvência de empresas do setor de construção civil, mas ponderou que a edição da MP 443 permite mais “estabilidade e segurança” ao mercado.
Jornal A tarde
Rizzolo: Muito embora analistas e empresários inconformados com a crise não aceitam a condição de ajuda governo, via Caixa, essa ainda é a melhor opção. A Caixa Econômica Federal usará recursos de captação de poupança e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para as operações da CaixaPar, empresa criada ontem pela Medida Provisória (MP)443. As alegações de que ” O mercado precisa é de modernização, através da eliminação da burocracia que existe no Brasil para a compra de imóveis, em que o comprador tem de correr atrás de 20 certidões, ou na simplificação das licenças para construir “, são argumentos frágeis, e que servem apenas para desqualificar a medida e a iniciativa do governo em minimizar eventuais “estragos”, cuja maior vítima poderá ser o povo brasileiro. Tais críticas, não estão de forma alguma, em sintonia com a gravidade da crise.
Não vejo nenhum problema no fato da CaixaPar ter participações em alguns empreendimentos e em algumas construtoras. Problemas do ponto de vista constitucional? Ora, passa-se pelo legeslativo. O que alguns empresários precisam entender, é que em todo mundo, a ação do Estado em socorrer setores comprometidos está ocorrendo, e o que eles querem, que é financiamento está escasso; só para finalizar, do ponto de vista jurídico, não há nenhum problema ou impedimento no fato da Caixa ser financiadora imobiliária, ao mesmo tempo, ser sócia de algumas empresas imobiliárias, face às circunstâncias em que estamos enfrentando. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira que o governo não dará dinheiro para nenhuma empresa ou banco, a despeito das medidas anunciadas na véspera. Desta vez o presidente Lula acertou e primou pelo bom senso.