O cineasta norte-americano, Brian de Palma, foi impedido, pelo governo dos EUA, de participar do 29º Festival do Novo Cinema Latino-americano, em Cuba, onde apresentaria seu filme “Redacted”. O filme, cujo título significa “editado” denuncia os crimes norte-americanos no Iraque.
Ao descrever o filme Brian de Palma afirmou: “Nem posso dizer o nome da cidade onde o episódio no qual ‘Redacted’ é baseado realmente ocorreu. Só posso indicar as cinco palavras que você deve colocar na sua busca on line: EUA, soldados, Iraque, estupro, assassinato. Está tudo lá, para quem quiser saber”.
A frase foi dita pelo diretor referindo-se a Mahmudiya, cidade iraquiana em que soldados americanos cometeram estupro coletivo e assassinato de uma menina de 14 anos enquanto sua família, que depois seria morta, era mantida presa num cômodo da casa, posteriormente incendiada para encobrir as provas do crime.
O diretor não participou do evento porque lhe foi negado pelo Departamento de Estado visto para que entrasse em Cuba. Uma mensagem sua foi lida durante a apresentação. “Me identifico muito com sua cultura. Parece que o meu Departamento de Estado não pode encontrar um visto para mim. Brindem com um café com leite por mim”.
O presidente do festival, Alfredo Guevara, deu as boas-vindas aos cineastas de todo o continente. Em sua mensagem, Guevara evocou o 40º aniversário de Viña del Mar, “expressão de insurgência e busca”, do qual surgiu o que mais tarde foi o Novo Cinema Latino-Americano e considerou que “a América Latina semeia hoje alvoradas e as novas gerações trazem mensagens animadoras”.
Até o dia 14, Havana será a capital do cinema latino-americano e exibirá de mais de 500 filmes.
“Redacted”, foi exibido na abertura do Festival no Teatro Karl Marx, em Havana. O teatro com capacidade para 5 mil pessoas estava lotado e o filme foi aclamado pelos presentes que se emocionaram. A película rendeu ao cineasta o prêmio de melhor diretor no Festival de Cinema de Veneza 2007.
Hora do Povo
Rizzolo: As atrocidades cometidas pelo governo Bush , violam o conceito de ética apregoado pela essência protestante enraizada na cultura americana. Quem poderia imaginar, que os republicanos chegariam tão longe ? Hoje nos EUA, o cinema como denunciador das violações dos direitos humanos tem sido instrumento de conscientização. Temos em Michel Moore e outros, a tarefa de demonstrar ao mundo o que os republicanos estão fazendo sob os auspícios de Bush e principalmente ao povo americano, que na realidade, é vítima desse regime que abandonou o conceito de direitos humanos e de democracia.
A consagração dessa estupidez republicana, se constata com o fato da noticia acima, onde Brian de Palma fora impedido pelo governo dos EUA, de participar do 29º Festival do Novo Cinema Latino-americano, em Cuba, onde apresentaria seu filme “Redacted”. Que bela democracia , hein !