Imprensa brasileira considera “lamentável e preocupante” discurso de Lula

A Associação Nacional dos Jornais (ANJ) qualificou neste domingo de “lamentável e preocupante” o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no qual atacou a imprensa por denunciar casos de corrupção em seu Governo.
Em discurso no sábado em Campinas, durante um ato de campanha de sua candidata à Presidência, Dilma Rousseff, Lula arremeteu contra a imprensa e disse que alguns setores da mídia nacional “são uma vergonha”.

“Vamos derrotar alguns jornais e revistas que se comportam como se fossem partido político e não têm a coragem de dizer que são partido político e têm candidato”, disse Lula em referência às eleições de próximo dia 3 de outubro, para as quais Dilma é clara favorita.

A ANJ, que tem como associadas 146 empresas jornalísticas responsáveis por 90% da circulação brasileira de jornais, expressou em uma nota sua preocupação com as palavras do presidente.

“É lamentável e preocupante que o presidente da república se aproxime do final de seu mandato manifestando desconhecimento em relação ao papel da imprensa nas sociedades democráticas”, comentou a ANJ.

Nas últimas semanas a imprensa denunciou casos de corrupção que atingem membros do alto Governo próximos a Dilma, como a agora ex-Chefe da Casa Civil da Presidência, Erenice Guerra, que renunciou quinta-feira passada depois que foi publicado um suposto tráfico de influência no qual estaria envolvido um filho seu.

Sem citar nenhum meio específico, Lula disse em seu discurso de sábado que uma revista destila “ódio e mentiras” contra seu Governo e insinuou que isso se deve a que há setores que não digerem seus sucessos como presidente.

A ANJ lembrou que Lula “jamais criticou o trabalho jornalístico quando as informações tinham implicações negativas para seus opositores”.

“O papel da imprensa, convém lembrar, é o de levar à sociedade toda a informação, opinião e crítica que contribua para as opções informadas dos cidadãos, até aquelas que desagradem os governantes”, acrescentou a ANJ.

Terra

Rizzolo: Bem vamos falar a verdade agora. Todo cidadão seja ele qual for seu grau de cultura, de discernimento, que saiba ler jornais, revistas, sabe que a imprensa brasileira quer a todo custo derrotar Dilma Rousseff. Sabe também que toda essa “republicana “ campanha de denuncismo tem por fim desestabilizar o componente favorável à candidata do governo. Portanto é uma mídia que se porta de forma anti democrática, e quando se vê mesmo assim enfraquecida, apela pelo antigo discurso da “liberdade de imprensa”.

Ora, que falta de liberdade é essa se em face das denúncias mesmo sem provas já há apuração por parte do governo, e que liberdade querem estes senhores se a usam de forma golpista, sem escrúpulos, tentando através de seus meios derrubar a vontade popular em votar numa candidata que não é a apoiada por eles. A Associação Nacional dos Jornais (ANJ) deveria sim impor aos seus associados imparcialidade na campanha, assim como outras entidades que ao meu ver distorcem as palavras do presidente para de forma subliminar apoiar o candidato da oposição. É isso aí, a verdade tem que ser dita.

Lula: “Vamos derrotar tucanos e alguns jornais e revistas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a fazer críticas contundentes à imprensa e à oposição durante comício realizado na tarde deste sábado (18), em Campinas (SP). Lula disse que algumas reportagens publicadas por jornais e revistas do país são uma “vergonha”. De acordo com ele, alguns veículos de imprensa se comportam, neste momento de campanha eleitoral, como partidos políticos.

“Tem dia que determinados setores da imprensa brasileira chegam a ser uma vergonha”, disse o presidente. “Se o dono do jornal lesse o seu jornal ou o dono da revista lesse a sua revista, eles ficariam com vergonha do que eles estão escrevendo exatamente neste momento.”

Segundo o presidente, algumas publicações “destilam ódio e mentiras” sobre o governo porque não se conformam com as realizações de seu mandato. Lula disse também que alguns jornais e revistas do país se comportam como partidos políticos.

No palanque da campanha de Dilma Rousseff à Presidência, Lula recomendou que a candidata não “perca o bom humor” por denúncias. “Se mantenham tranquilos, porque outra vez, Dilma, nós não vamos derrotar apenas os nossos adversários tucanos. Nós vamos derrotar alguns jornais e revistas que se comportam como se fossem partido político e não tem coragem de dizer que são partido político, que têm candidato e não têm coragem de dizer que têm candidato, que não são democratas e pensam que são”, disse o presidente.

“Eles não suportam escrever que a economia brasileira vai crescer 7% este ano, não se conformam é que um metalúrgico vai criar mais emprego que presidentes elitistas que governaram este País”, completou.

Lula, contudo, reafirmou ser contra censurar a imprensa. De acordo com o presidente, os cidadãos é que devem escolher as suas fontes de informação. “Não sou eu quem vou censurá-la [a imprensa]. É o telespectador, o ouvinte e o leitor que vão escolher aquilo que presta e aquilo que não presta.”

Ao início do discurso, Lula disse que estava com “coceira na língua” para falar. “A Dilma pediu para me conter, o presidente do partido pediu pra me conter, mas não vou me conter”, afirmou, seguido por gritos de “fala” do público.

“Estou com muita dúvida em relação ao que falar. Eu preciso ser um homem contido porque sou presidente da República e pelo fato de ser presidente eu preciso medir minhas palavras para que os nossos adversários não inventem coisas a meu respeito”, disse. Bem-humorado, Lula disparou contra o PSDB: “Não tem nada que faça um tucano sofrer mais que ter um bico tão grande para falar e tão pequeno para fazer”.

Com agências

Rizzolo: O grande problema da oposição e da mídia, que se porta como um partido político é acusar sem provar para ter sim um ganho eleitoral. Quantas denúncias houver, mesmo sem provas, entendo que a postura do governo é correta, afasta-se os suspeitos e esvazia-se o discurso político eleitoral. Ao invés da oposição e a mídia procurar contrapor os programas de governo, procuram apenas “criar” factoides eleitorais para ver se com isso Serra ganha “uns pontinhos”, é impressionante, todo dia inventam uma suspeita, mas o povo brasileiro já sabe disso, e quanto mais acusam sem respaldo probatório, a esmo, mais Dilma sobe. Mudar o quadro eleitoral no tapetão, dessa forma não é fácil, prova disso são as pesquisas.

Lula diz que críticos do ProUni são ‘babacas’

JUAZEIRO DO NORTE – Em um inflamado discurso na inauguração do campus avançado da Universidade Federal do Ceará, para 6 mil pessoas, ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva xingou duas vezes de “babacas” os críticos da política de educação de seu governo. Primeiro atacou os que diziam que o ProUni iria privatizar o setor e “não perceberam que ele estava fazendo uma revolução no País”. Em seguida voltou a xingar, mas o alvo foram os “(estudantes) ricos” que, segundo Lula, não queriam que seu governo ampliasse de 2 para 18 o número de alunos por professor nas universidades públicas. Na avaliação dele, esses estudantes não queriam dividir espaço com estudantes pobres.

Lula deu a deixa para que o público gritasse o nome da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, como sua sucessora. Depois de lembrar que “não teve oportunidade de estudar”, o presidente disse esperar que o público presente tivesse o estudo que os governantes de sua época não ofereceram. jornal O Estado de S. Paulo.

Rizzolo: A educação é o segundo fator para a desigualdade entre ricos e pobres no Brasil – perde apenas para o acesso à cultura. A conclusão está no estudo Gasto e Consumo das Famílias Brasileiras Contemporâneas, divulgado nesta semana pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O trabalho aponta que as famílias mais ricas gastam 30% a mais que as mais pobres e que quanto maior a renda per capita e o nível de escolaridade dos chefes de família, maior a parcela das despesas com educação. Ora programas como o Prouni são sim bem-vindos, agora alegar que os ” alunos ricos são babacas” acho um pouco de exagero, tampouco não acredito que os alunos ricos não desejam o desenvolvimento do País. Isso me parece marketing.

Que mãe manda na Casa Civil, a Dilma ou a Joana?

Lula vende a chefe de sua Casa Civil como quinta-essência da correção, supra-sumo da competência administrativa. Os últimos fatos dão ao presidente uma aparência de hóspede do mundo de Alice. Os acontecimentos como que desmentem a personagem que ele tenta criar.

O episódio do dossiê FHC demonstra que, se há no Brasil uma casa-da-mãe-joana, ela fica no ministério supostamente gerido por mãe Dilma. Senão vejamos:

1. Descobriu-se que a tropa da Casa Civil organizara um dossiê. Empilharam-se, em 27 planilhas eletrônicas, despesas sigilosas e exóticas. Gastos atribuídos ao casal FHC-Ruth e a ex-ministros tucanos;

2. Mãe Dilma saiu-se com um sem número de versões. Desmentidos que, por inconvincentes, não lograram estancar a gosma que escorria pelas páginas de jornais e revistas;

3. Em 4 de abril, a Folha revelou que as planilhas haviam saltado dos computadores do terceiro andar do Planalto. Dera-se em 11 de fevereiro. Sob holofotes, Dilma recorreu a duas armas traiçoeiras: a negaça e a ironia. Insinuou que o próprio jornal montara as planilhas. E trouxe à baila a figura do “espião com crachá”;

4. Na semana passada, Dilma foi espremida na comissão de Infra-Estrutura do Senado. Lero vai, lero vem disse que, havendo dossiê, ela seria a “grande vítima”. Eventuais vazamentos não visariam senão prejudicá-la. Curiosamente, afirmou que os dados relativos à gestão FHC não eram sigilosos. A ministra já sabia, àquela altura, o nome do “espião com crachá”. Sonegou-o, porém, aos inquiridores. Lula se disse “orgulhoso” do baile que a auxiliar dera nos senadores;

5. Menos de 24 horas depois da contradança, a ministra foi chamada, de novo, à pista. O “espião” foi pendurado nas manchetes: José Aparecido Nunes Pires. Não é um qualquer. Traz na biografia o carimbo de petista. Carrega no peito um “crachá” vistoso: secretário de Controle Interno da Casa Civil;

6. Funcionário de carreira do TCU, alçado à presidência por requisição de José Dirceu e mantido sob Dilma, Zé Aparecido tornou-se protagonista do inimaginável: remetera o dossiê ao amigo André Eduardo da Silva Fernandes, um assessor do gabinete do senador tucano Álvaro Dias (PSDB-PR). O quindim eletrônico foi à caverna da oposição por e-mail, em 20 de fevereiro;

7. Súbito, confirmou-se que o dossiê que a ministra dizia inexistir existia de fato. Em entrevista, Zé Aparecido negou a mensagem. Mas reconheceu que a Casa Civil colecionara dados. Apontou para o alto. Disse que, em 11 de fevereiro, o secretário de Administração da Casa Civil, Norberto Temóteo Queiroz, encomendara-lhe a cessão de dois funcionários. Para quê? Era preciso levantar as despesas de suprimentos de fundos de 98 pra frente. Em privado, disse que a ordem viera de cima: Erenice Guerra, a segunda da pasta de Dilma;

8. Em 20 de fevereiro, nove dias depois de Timóteo, por ordem de Erenice, ter encomendado mão-de-obra especializada a Zé Aparecido, Dilma participaria de um jantar com três dezenas de barões da indústria paulista. Deve-se ao repórter Elio Gaspari a recuperação dos ruídos do repasto: “Quem ouviu a ministra […] não teve a menor dúvida –ela informou que o governo estava coletando dados para incriminar o governo de FFHH na farra dos cartões corporativos”;

9. Sabe-se, por ora: a) o levantamento de informações foi supervisionado por Erenice Guerra; b) em jantar com a nata do PIB, Dilma disse quais eram os objetivos do Planalto; c) Antes que a revista Veja informasse sobre a existência do dossiê, os jornais já salpicavam notinhas sobre despesas exóticas da era FHC;

10. Há ainda uma penca de mistérios a elucidar. Trabalho para a Polícia Federal. Mas há também uma constatação que dispensa investigações: quem comanda a Casa Civil não é mãe Dilma. Deve-se aos caprichos de mãe Joana a atmosfera de desordem que se instalou no terceiro andar do prédio da presidência. Um ambiente em que os métodos heterodoxos se misturam ao descontrole. Um desgoverno que, por acentuado, permitiu que o filé bem passado de um Planalto petista fosse à boca de um senador tucano;

11. Salve a incompetência de mãe Dilma. Viva as artimanhas de mãe Joana. Graças a uma e a outra, a platéia pode exigir agora a elucidação integral do episódio. Que se expliquem todos –do assessor palaciano ao auxiliar do Senado, do senador tucano à ministra petista… Todos!

Blog do Josias

Rizzolo: Hoje tanto o governo quanto a oposição sofre do mal aético. Todos sabemos que o PT não é dado a uma organização, a uma gestão, o que na maioria das vezes transforma sua administração em uma enorme bagunça que obviamente propicia fatos como este. Triste é a ministra Dilma afirmar várias vezes versões distintas quanto a origem do dossiê e sua natureza como sendo “um banco de dados”. Não devemos nos ater ao fato do dossiê em si, mas à administração petista.

O pobre povo brasileiro cansado de sofrer não tem outra opção sequer por hora, a não ser aplaudir Lula por saber que enfim possui mais poder aquisitivo. Vivemos uma crise de valores, mas isso apenas nós, mais esclarecidos, sabemos; a grande maioria do povo brasileiro vive anestesiado pelos discursos políticos e mal pode avaliar o que vem a ser ético ou não. Lula é um grande líder, que já se descolou da imagem do PT. E tem mais, não adianta petistas me insultarem, os problemas do Brasil não estão nos comentários dos homens livres, mas na podridão daqueles que querem calar o óbvio.