Após 14 horas de debates, Argentina aprova casamento entre pessoas do mesmo sexo

BUENOS AIRES – Na madrugada desta quinta-feira, 15, depois de 14 horas de debates intensos, o Senado argentino aprovou o projeto de lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Do total de senadores presentes, 33 votaram a favor. Outros 27 senadores votaram contra. Três parlamentares abstiveram-se.

Desta forma, a Argentina tornou-se o primeiro país da América Latina a contar com o casamento homossexual e o segundo em todo o continente americano (na América do Norte, o Canadá conta com legislação similar).

A votação desta madrugada também torna a Argentina no décimo país em todo o mundo a oficializar o casamento homossexual (já existe na Holanda, Bélgica, Noruega, Suécia, Islândia, Portugal, Espanha, África do Sul e Canadá).

O projeto causou profundas divisões nas fileiras do próprio governo da presidente Cristina Kirchner, que respaldou a ideia, originalmente apresentada pelo Partido Socialista. Além disso, o casamento homossexual também gerou divisões dentro dos diversos partidos da oposição. Diversos senadores governistas votaram contra o projeto, enquanto que muitos parlamentares da oposição respaldaram a lei de casamento homossexual.

‘Guerra de Deus’

A cúpula da Igreja Católica posicionou-se contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo de forma categórica. Nas últimas semanas, o primaz da Argentina, cardeal Jorge Bergoglio, havia convocado uma campanha contra o casamento homossexual. O cardeal definiu sua batalha contra o projeto de lei como uma “Guerra de Deus” (Bergoglio foi um “papável” que no último conclave no Vaticano ficou em segundo lugar na votação para escolher o novo Sumo Pontífice, ficando atrás de Joseph Ratzinger, que foi eleito papa).

O bispo de Río Cuarto, monsenhor Eduardo Martín, sustentou que os homossexuais colocam em risco o “futuro da pátria”.

No entanto, diversos padres em dezenas de paróquias do país respaldaram a iniciativa, indo na contra-mão da alta hierarquia. O projeto de lei também provocou divergências entre pastores de igrejas evangélicas e entre rabinos da comunidade judaica.

O debate sobre o casamento entre homossexuais gerou a maior discussão na sociedade argentina desde a votação da lei do divórcio em 1987.

Uma pesquisa divulgada ontem, elaborada pela consultoria Ipsos Mora y Araujo indicou que 54% dos argentinos estão a favor da legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Outros 44% estavam contra, enquanto que 2% não contavam com opinião formada sobre o assunto.

Michelangelo

Do lado de fora do edifício do Congresso Nacional milhares de pessoas, vinculadas a movimentos de defesa dos direitos humanos e de minorias sexuais, celebraram o resultado da votação.

Perto dali, grupos de católicos que opunham-se ao casamento entre pessoas do mesmo sexo choravam enquanto seguravam estátuas da Virgem Maria. Os integrantes destes grupos rezavam o rosário e alertavam para o iminente “Apocalipse” que assolaria a Argentina.

Durante os debates no plenário, o senador Eduardo Torres, a favor do projeto, destacou que os setores do clero que realizaram campanha contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo “deveriam recordar que no Vaticano, o centro do catolicismo, os murais que decoram a Capela Sistina, entre elas ‘A criação de Adão’, foram realizadas pelo pintor Michelangelo…famoso por ser homossexual!”.
agência estado

Rizzolo: A dinâmica só substrato social é o que determina a democracia, a legislação, os costumes. Não há como ignorar a realidade das uniões do mesmo sexo, o que por lógica tais relacionamentos devem ter o respaldo da Lei, até para que haja segurança jurídica entre as pessoas do mesmo sexo, que por opção, vivem juntas. As ideias conservadoras, devem se adequar à realidade assim como a legislação. Sou totalmente à favor da regulamentação do casamento entre pessoas do mesmo sexo, e se eleito, lutarei para que isso se torne um realidade no nosso país.

” Chega de corrupção e rolo, para Deputado Federal Fernando Rizzolo PMN 3318 “

Bodas de Diamantes

*Por Professor Jonathan Sacks – Rabino-Chefe da Inglaterra

Certo dia fui chamado a oficiar em dois funerais. As famílias envolvidas eram amigas nossas, mas moravam em partes diferentes de Londres e não se conheciam. Nos dois casos, a mulher tinha morrido após um casamento longo e feliz. Um casal tinha acabado de celebrar, e o outro estava para comemorar, as bodas de diamantes.

O mais impressionante foi que os dois maridos me disseram a mesma coisa, com palavras praticamente idênticas: “Eu a amava tanto quanto no dia em que nos apaixonamos.” Ouvir aquilo uma vez, após sessenta anos de casamento teria sido raro. Ouvir duas vezes no mesmo dia parecia mais que mera coincidência.

Os dois casais eram religiosos. Rezar e ir à sinagoga, celebrar Shabat e as Festas, doar tempo e dinheiro ao próximo, tudo isso fazia parte da vida deles. Sabiam que no Judaísmo o lar é tão sagrado quanto um templo. Fazer essas coisas, perguntei a mim mesmo, tem algo a ver com a força e persistência de seu amor?

Tendemos a pensar que as emoções, especialmente uma tão caprichosa quanto o amor, são simplesmente aquilo que sentimos. Não escolhemos nossos gostos e aversões, nossos temores e alegrias. Eles nos apanham de surpresa. Podem nos deixar indefesos em seu poder. As palavras “paixão” e “passivo” estão relacionadas. Concluímos, portanto, que não podemos evitar de sentir aquilo que sentimos.

Estudos recentes em psicoterapia sugerem o contrário. A terapia cognitiva é baseada na premissa de que aquilo que sentimos é influenciado por aquilo que pensamos, e podemos mudar nossa maneira de pensar. A psicologia positiva tem tido sucesso em transformar pessimistas em otimistas, reestruturando as percepções das pessoas. Martin Seligman, o pioneiro nesse campo, chama o pessimismo de “impotência aprendida”, e aquilo que pode ser aprendido pode ser desaprendido.

O mesmo ocorre com o amor. Alguém que acredita que o casamento é “apenas um pedaço de papel”, que o sexo vem sem compromissos, e que o prazer é a medida de todas as coisas, terá uma gama de emoções. Aqueles que acreditam que o casamento é um pacto sagrado, que o amor é inseparável da lealdade, e que fazemos sacrifícios por aquilo que amamos, terão um ao outro. Porque eles têm pensamentos diferentes, sentirão coisas diferentes.

Aquilo que pensamos é moldado pela nossa cultura, e culturas inteiras podem ser sensíveis a algumas coisas, mas surdas e cegas a outras. Nos deliciosos romances de Jane Austen, por exemplo, por quem você se apaixona depende, numa maneira que hoje achamos estranha, da renda anual daquela pessoa. No mundo da romancista, casamento e classe social eram quase inseparáveis. O amor não é apenas uma emoção. Tem uma história social e cultural.

Hillary Clinton aprecia o provérbio africano: “É preciso uma aldeia para criar um filho.” Às vezes é preciso uma cultura para sustentar um casamento. Os judeus são tradicionalmente famosos por terem casamentos sólidos porque grande parte do Judaísmo é focado no lar, e porque a semana e o ano judaicos separam espaço sagrado para tempo em família. Quando muitos judeus perdem estes rituais, as taxas de divórcio sobem até se tornarem semelhantes ao resto da população.

Em qualquer cultura, alguns casamentos dão certo, outros não. Alguns duram, outros se desfazem. As coisas são assim. O fracasso de um relacionamento não deveria nos induzir a sentir culpa. Tentamos, falhamos e seguimos em frente, esperando um mínimo de acrimônia e um máximo de respeito mútuo. Porém isso não significa que não há nada que possamos fazer para dar uma melhor chance ao amor.

Ver o amor como a força que move o universo, amar a D’us e saber que D’us nos ama, celebrar o amor em ritual e canção e saber que ele significa constância e lealdade, entender que o amor dá e perdoa, e ver no nascimento de um filho o amor que traz nova vida ao mundo: estes dão uma maior chance ao amor. E num mundo de prazeres fáceis, períodos de pouca atenção e relacionamentos frágeis, o amor precisa ter mais chance.

É isso que a fé faz. Santificando o amor, ela o protege das milhares de tentações às quais se vê exposto todos os dias. Naquele dia, quando ouvi dois velhos amigos em meio à dor falarem sobre um amor que não diminuiu com o tempo, pensei nas famosas palavras de Dylan Thomas: “Embora os amantes possam se perder, o amor não pode; e a morte não dominará”, e eu soube que amar a D’us nos ajuda a amarmos uns aos outros.

fonte: Beit Chabad

Tenha um sábado de muita paz !

Fernando Rizzolo

Economista cria ‘calculadora que prevê chance de divórcio’

A economista americana Betsey Stevenson desenvolveu uma ‘calculadora do casamento’ que poderia prever as chances de divórcio.

A ferramenta, disponível na internet, funciona com uma comparação de estatísticas dos divórcios realizados nos Estados Unidos com os dados fornecidos pelos usuários.

O “cálculo” resulta da análise de informações como idade, tempo de casamento, número de filhos e grau de escolaridade do usuário.

Essas informações são então comparadas com estatísticas do Censo americano sobre os divórcios realizados no país. Dessa forma, o usuário da calculadora recebe uma estimativa do percentual de pessoas com perfis similares que se divorciaram no passado e faz projeções sobre as chances de divórcio dentro de cinco anos.

“Com a calculadora do casamento, você pode descobrir como muitas pessoas com perfil parecido se divorciaram”, explica Stevenson.

“Em resumo, o passado está sendo usado para determinar o futuro com essa calculadora”, disse G.Cotter Cunninghma, diretor do site divorce360.com, que hospeda a ferramenta.

Riscos

Segundo Stevenson, pesquisadora da Universidade da Pensilvânia e especialista em casamentos e divórcis, o risco de divórcio é menor para pessoas que possuem pelo menos grau superior de escolaridade e se casam mais velhas.

Ela afirma que, entre as pessoas que se casaram nos últimos anos, a taxa de divórcio é menor entre aquelas que se casaram depois dos 30 anos. Ela explica ainda que, quanto mais cedo se casa, maiores são as chances de divórcio.

“Apesar de ser difícil identificar o que está causando essa relação, a partir dessas informações eu aconselharia meus amigos a casarem quando estiverem mais velhos”, disse a economista. BBC Brasil – Todos os direitos reservados.

agência estado

Rizzolo: Essa calculadora é uma maravilha, e eu estou disponibilizando-a neste comentário. Carinhosamente, a denominei de DIVORCÍMETRO, é claro que a calculadora se refere a parâmetros de casais americanos, mas como o modo de vida brasileiro é similar podem utilizar, é tiro certo, dependendo do resultado contratem um advogado, eu gentilmente lhe indicarei um colega ( risos..). Divulguem o Divorcímetro e o Blog do Rizzolo !!

Taxa de divórcios cresce 200% em 23 anos, diz IBGE

A taxa de divórcios no Brasil subiu 200% entre 1984 e 2007, segundo dados da pesquisa “Estatísticas do Registro Civil 2007”, divulgada nesta quinta-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE). No período, o índice passou de 0,46 divórcio para cada grupo de mil habitantes para 1,49 divórcio por mil habitantes. Em números absolutos, os divórcios concedidos passaram de 30.847, em 1984, para 179.342, em 2007.

Ainda de acordo com o estudo, no ano passado, em 89% dos divórcios, a responsabilidade pela guarda dos filhos ficou com a mulher. A análise do IBGE aponta que a elevação da taxa no período considerado revela uma gradual mudança no comportamento da sociedade, que passou a aceitar o divórcio com maior naturalidade. Além disso, houve um aumento na procura pelos serviços de Justiça para formalizar a situação de dissolução do casamento.

Considerando a soma de divórcios diretos sem recursos e as separações, o IBGE aponta que houve cerca de 231 mil dissoluções de união, o que significa, aproximadamente, a ocorrência de uma dissolução para cada quatro casamentos. Em 2007, os divórcios diretos, ou seja, os que não passaram por um processo de separação judicial anterior, representaram 70,9% do total.

Consenso

Levando em conta apenas as separações judiciais realizadas no Brasil em 2007, os dados do IBGE mostram que a maior parte foi consensual (75,9% contra 24,1% não-consensuais). No período de 1997 a 2007, observou-se um declínio de 5,9 pontos percentuais nas separações de natureza consensual. Por outro lado, as separações não-consensuais cresceram de 16.411, em 1997, para 24.960 em 2007.

Do total de processos de separação, 10,5% delas foram não-consensuais resultantes de conduta desonrosa ou grave violação do casamento, requeridas pela mulher. Já os homens solicitaram 3,2% das separações com as mesmas alegações.

Segundo o advogado Álvaro Villaça, diretor da Faculdade de Direito da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), a separação é uma situação em que é extinta a sociedade conjugal, não havendo mais obrigações como a convivência, fidelidade, dentre outras. Entretanto, enquanto não houver um processo de divórcio, em que é dissolvido o casamento, não é possível contrair outro matrimônio. O divórcio direto é o processo em que os cônjuges não passam por separação judicial anterior.

Mais casamentos

Em 2007 foram registrados no Brasil 916.006 casamentos, o que representa um aumento de 2,9% no total de registros em relação ao ano anterior. O resultado mostra que a tendência de crescimento observada desde 2003 foi mantida. Segundo os pesquisadores, ela é decorrente, em grande parte, do aumento do número de casais que procuraram formalizar suas uniões consensuais, incentivados pelo código civil renovado em 2002 e pelas ofertas de casamentos coletivos desde então promovidos.

O estudo do IBGE trouxe também dados sobre a constituição das famílias. As informações divulgadas sobre os casamentos mostram a idade média dos homens e das mulheres à época da formalização de suas uniões. Em 2007, em todo o país, observou-se que, para os homens, a idade média na data do primeiro casamento foi de 29 anos. As mulheres tiveram idade média ao casar de 26 anos.

Globo

Rizzolo: A pesquisa demonstra que o casamento ainda é um problema na sociedade. Vários sãos os fatores que levam o casal a se separarem, um deles é a imaturidade e o desenvolvimento profissional que de uma forma ou de outra leva os casais a se distanciarem. A emancipação feminina e a sua inserção cada vez mais no mercado de trabalho, faz com as mulheres acabem muitas vezes tomando a dianteira do lar, e em alguns casos chegam a conclusão que melhor sozinhas com seus filhos, do que viver uma relação conturbada, o que na verdade, acaba sendo a decisão mais justa, e até mais saudável para os filhos. Contudo um bom casamento é a melhor forma de se viver a vida, inclusive contribui para a longevidade de ambos. Paciência e compreensão são os segredos. Mas eu sei que não é fácil.