Sensus: 61% confiam na vitória de Dilma; Serra tem rejeição alta

Pesquisa CNT/Sensus divulgada na manhã desta terça-feira (24) mostra a candidata da coligação “Para o Brasil Seguir Mudando” à Presidência, Dilma Rousseff, quase 18 pontos à frente nas intenções de voto em relação ao seu principal adversário. Dilma aparece com 46%, contra 28,1% de José Serra (PSDB).
Em terceiro lugar está a senadora Marina Silva (PV) com 8,1%. Votos em branco, nulos e indecisos somam 16,8%. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para cima ou para baixo.

Em relação à última pesquisa, no início de agosto, Dilma cresceu 4,4%, enquanto Serra caiu 3,5%. A ex-ministra da Casa Civil liderava com 41,6%, Serra aparecia com 31,6% e Marina registrava 8,5%.

“É uma eleição tecnicamente decidida em primeiro turno a partir dos dados de hoje. Dilma tem 55,3% dos votos válidos e os demais candidatos têm 44,7%”, explicou Clésio Andrade, presidente da CNT.

“Não estamos afirmando que a eleição terminou. A eleição só acontece no dia 3 de outubro, mas nunca vimos uma pessoa com 40% ou mais de intenção de votos não ir para o segundo turno”, esclareceu o diretor do Instituto Sensus, Ricardo Guedes, no sentido de indicar que dificilmente haja uma reviravolta do cenário eleitoral estudado pelo instituto.

Outros institutos como o Datafolha, Vox Populi e Ibope também já projetam a possibilidade de vitória no primeiro turno.

Segundo turno

A 103ª edição da pesquisa fez uma simulação de segundo turno entre a candidata petista e o tucano. Nela, Dilma aparece com 52,9%, contra 34% do ex-governador de São Paulo. Dentro desse cenário, brancos, nulos e indecisos chegam a 13,%.

Nesta edição da pesquisa, não houve simulação de segundo turno entre Marina e Serra e Dilma e Marina.

Na pesquisa espontânea – a que os nomes de candidatos não são indicados aos entrevistados – Dilma aparece com 37,2% das intenções de voto, contra 21,2% de Serra e 6% de Marina Silva. Brancos, nulos e indecisos representam 30,6%.

Propaganda política

Para Andrade, esses “bons resultados se devem ao Bolsa Família, a popularidade do presidente Lula e o programa eleitoral [na televisão] de ótima qualidade”.

Um total de 42,9% dos entrevistados afirmaram acompanhar o horário eleitoral gratuito. Destes, 56% disseram que Dilma foi a candidata que apresentou a melhor propaganda eleitoral. Já para 34% dos entrevistados, a performance do tucano foi melhor e 7,5% avaliaram que a candidata do partido verde teve a melhor exposição na propaganda eleitoral.

Na avaliação do diretor do Instituto Sensus, o programa eleitoral da candidata do governo teve boa aceitação com uma imagem de leveza, com um programa que emocionou e mostrou resultados. De acordo com Guedes, o candidato tucano, principal adversário de Dilma, foi prejudicado pelo “episódio da escolha do vice”, pela “questão da judicialização da campanha” e pela “demonstração de ser contrário à política do presidente Lula”.

Expectativa de vitória

Os entrevistados também foram questionados sobre quem ganharia as eleições para presidente da República neste ano, independentemente do voto do eleitor. Segundo o levantamento, 61,8% apontaram Dilma como vencedora, enquanto outros 21,9% indicaram Serra. Para 1,3%, Marina Silva é a favorita. O índice de entrevistados que não responderam ou não souberam totalizou 14,2%.

Em relação à pesquisa realizada em julho, a expectativa de vitória de Dilma subiu quase 15 pontos percentuais. Na ocasião, a petista tinha 47,1%, Serra contava com 30,3% e Marina tinha 2,2%. Não responderam e não souberam: 16,7%.

Rejeição dos candidatos

A rejeição de Marina Silva e José Serra teve um crescimento expressivo nesta pesquisa se comparada com a anterior. Hoje, 40,7% dos ouvidos não votariam “de jeito nenhum” em Serra, enquanto que na edição anterior eles somavam 30,8%. Em relação à Marina, 47,9% não votariam nela, ante 29,7% na pesquisa anterior.

Já o percentual de Dilma de rejeição se manteve estável levando em conta a margem de erro. O atual é de 28,9% e na pesquisa passada era de 25,3%. A petista também subiu a sua aceitação como “única candidata em quem os entrevistados votariam”, com 39,8% nesta pesquisa e na passada, 34,6%.

Para 22,6% dos ouvidos, Serra aparece como o único que votariam, contra 25,5% da edição anterior. Para Marina, 8,3% a indicaram como a única candidata possível. No levantamento anterior, eles somavam 10,9%

Ricardo Guedes, do Sensus, aponta que, em 23 anos de existência do instituto de pesquisa, nunca ninguém foi eleito com a rejeição que Serra apresentou nesta pesquisa. “O candidato está com índice de rejeição alto, 40,9%. Perde-se a chance de ganhar a eleição”, diz Guedes.

Dados regionais

Das cinco regiões do país, Dilma aparece em primeiro lugar em quatro delas, com exceção do Sul, onde José Serra venceria as eleições com 47,8% dos votos. A petista aparece em segundo lugar com 35,7%, seguida por Marina Silva, com 6,9%. Brancos, nulos e indecisos representam 9,3% dos votos.

Na região Nordeste, a ex-ministra da Casa Civil tem seu melhor resultado, com 62,1%. Serra aparece com 19,8% e Marina Silva, com 6,4%. Brancos, nulos e indecisos somam 11,1%.

As regiões Norte e Centro Oeste são analisadas juntas e apontam Dilma com 45%, Serra com 25,5% e Marina com 7,6%. Brancos, nulos e indecisos chegam a 20,5%.

Na região Sudeste, a diferença entre Dilma e Serra é menor. A petista lidera com 39,2%, o tucano com 27,6% e a candidata verde aparece com 9,7% dos votos. Brancos, nulos e indecisos representam 21,8% dos votos.

Votos por gênero

Entre os entrevistados, 49,4% dos homens votariam em Dilma, 28,7% optariam por Serra e 7,6% escolheriam Marina Silva. Dentro desse cenário, brancos, nulos e indecisos chegam a 13%.

Já a avaliação das mulheres indicou que 42,9% votariam em Dilma, 27,4% em Serra, 8,4% em Marina.e 20,3% ainda estão indecisas ou votariam em branco ou nulo.

Nesta edição, o governo Lula e o desempenho pessoal do presidente não foram avaliados com os entrevistados.

Com agências

Rizzolo: Ao que tudo indica, Dilma tem chance de vencer no primeiro turno. A postura de endurecimento do discurso por parte de Serra pouco tem dado resultado , no programa eleitoral de hoje, Serra referiu-se ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, principal cabo eleitoral da petista. “Eu não cheguei na vida pública agora e eu não preciso ficar na sombra de ninguém”, a propaganda do PSDB engrossou também as críticas a Dilma, reforçando estratégia da sigla de comparar a experiência administrativa dos dois principais candidatos. Tudo muito incipiente e sem discurso claro, a grande verdade é que a oposição ainda não encontrou a chave para mudar o cenário pró Dilma.

Serra não comenta queda na pesquisa Datafolha

Questionado sobre a queda na última pesquisa Datafolha – que aponta uma vantagem de 17 pontos para a candidata da coligação Para o Brasil Seguir Mudando, Dilma Rousseff e uma possível vitória ainda no primeiro turno – o candidato demo-tucano José Serra se negou a comentar os números.

“Não comento pesquisa”, voltou a dizer Serra durante manifestação em Duque de Caxias, a 15 km da capital fluminense.

A pesquisa reforça a queda do candidato tucano nas intenções de votos nas últimas pesquisas. Os índices mostram Dilma com 47% e Serra com 30% dos votos.

Serra declarou que as duas ações no TSE pedidas pela coligação “Para o Brasil Seguir Mudando”, da chapa de Dilma, para tirar tempo de seu programa eleitoral são apenas factóides. “Isso é para atrair atenção e fazer com que os jornalistas perguntem. São bobagens, factóides, sem importância nenhuma”, afirmou.

A coligação argumenta que a citação de Lula no jingle de Serra pode confundir o eleitor. O tucano voltou a dizer que o PT tem a tradição “de atacar e processar as vítimas”.

Ao contrário de Serra, o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra comentou os últimos números divulgados. “Já tínhamos nos preparado para este impacto”, disse.

O tucano afirmou que “com o conhecimento que ela (Dilma) ganhou através da propaganda eleitoral e com a ingestão de Lula, era esperada a reação do eleitorado”.

Com informações Portal Terra

Rizzolo: Realmente a situação de Serra do ponto de vista eleitoral esta complicada. A cada dia as pesquisas apontam uma vitória de Dilma já no primeiro turno, o mais interessante nisso tudo, é que os tucanos não imaginavam a capacidade e desenvoltura da candidatura Dilma. Fica evidente contudo, que existe sim um empréstimo eleitoral de prestigio advindo de Lula, porém a esta altura Dilma já iniciou um leve descolamento da figura do presidente, haja vista a propaganda eleitoral em que na sua maior parte trata da vida da candidata. Outra questão que colabora para a queda de Serra, é a sua disposição ao autoritarismo, ao centralismo, e acima de tudo seu olhar de “homem da direita” explorando o discurso conservador que só agrada setores da elite, antipatizando se com a grande massa.