Uribe critica comentários de Lula sobre crise com Venezuela

O gabinete do presidente colombiano, Alvaro Uribe, emitiu nota criticando os comentários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a crise com a Venezuela.

” Deploramos que Lula, com quem temos as melhores relações, tenha se referido à crise como um caso pessoal e ignore a ameaça que representa a presença de guerrilheiros das Farc na Venezuela”, diz a nota.

“É deplorável que Lula, com quem temos as melhores relações, tenha se referido à crise como um caso pessoal e ignore a ameaça que representa a presença de guerrilheiros das Farc na Venezuela”, diz a nota.

“Ainda não vi conflito. Eu vi conflito verbal, que é o que nós ouvimos mais aqui nessa América Latina”, afirmou Lula ontem após se reunir com o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega.

Lula se encontrou no começo da semana com o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Nicolás Maduro, com quem discutiu a crise. Ontem, o presidente indicou que pretende negociar uma distensão entre Colômbia e Venezuela com o presidente eleito da Colômbia, Juan Manuel Santos, que toma posse no próximo dia 7, e Chávez.

A Colômbia acusa a Venezuela de abrigar, com a anuência do governo do presidente Hugo Chávez, guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), incluindo vários líderes do grupo. Caracas nega que dê proteção à guerrilha.
efe

Rizzolo: Bem, acho que por hora o que o presidente Lula fez foi o suficiente. Ora, se não queremos tensão, crise, conflito, temos que levar as coisas de uma forma amena. E na verdade está bem claro que Uribe antes de acabar seu mandato quer mesmo gerar um conflito com a Venezuela. Agora, o Brasil como país que tem tradição no entendimento, apregoa a paz, a mediação, evidentemente tenta distensionar as partes, o que é natural. O Brasil não deve se indispor com vizinhos, e para isso mantem sempre sua postura independente e conciliatória, mas parece que Uribe quer mesmo confusão a todo preço, desestabilizando a região. Bom mesmo por hora é o Brasil ficar longe disso, e acompanhar o desenrolar dos fatos.

Governo lamenta crise entre Venezuela e Colômbia e fala em mediação

BRASÍLIA – O assessor de Assuntos Internacionais do Palácio do Planalto, Marco Aurélio Garcia, lamentou a decisão do governo venezuelano de romper relações diplomáticas com a Colômbia. Em entrevista há pouco no Palácio do Itamaraty, Garcia disse ter convicção que a situação irá se “recompor” com a posse do novo presidente colombiano, Juan Manuel Santos.

Principal interlocutor do presidente Lula com autoridades latino-americanas, Garcia informou que o governo brasileiro está ajudando por meio de conversas a resolver o impasse. “Há disposição (de conversar) dos dois governos no futuro próximo, com a posse do presidente Santos”, disse. “Estou convencido de que haverá vontade das duas partes de resolver isso”, completou.

As declarações foram dadas após Garcia participar de almoço com o presidente Lula e o primeiro-ministro do Kwait, xeque Nasser Al Sabah.

Crise

Nesta quarta-feira, a Colômbia apresentou na OEA indícios de que a Venezuela abriga 1,5 mil guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em seu território.

Em seguida, o presidente venezuelano Hugo Chávez anunciou o rompimento das relações diplomáticas com a Colômbia. O governo de Álvaro Uribe lamentou a decisão. Os EUA criticaram a medida de Chávez. A OEA pediu calma e diálogo a ambas as partes.

Com informações da Efe e da AP

Rizzolo: A questão principal em si, não é acusação, mas sim os desdobramentos que isso pode tomar. O papel do Brasil sempre foi o de mediador, e nesse momento, é importante que o Brasil amenize os efeitos do conflito e restabeleça a paz e a tensão gerada pelo ocorrido. O presidente Lula, e seu interlocutor Garcia, sempre foram dados ao entendimento, e hoje o Brasil tem um peso na América Latina para desempenhar bem esse papel.

PT pede à Justiça que condene Indio por declarações

O PT pediu hoje à Justiça de Brasília que condene o PSDB e o candidato a vice-presidente na chapa de José Serra, Indio da Costa (DEM), a indenizá-lo por ter dito que o partido é ligado ao narcotráfico e às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Na ação de indenização, o PT afirma que sofreu danos morais e pede que o juiz fixe o valor de uma indenização levando em conta a repercussão que o fato teve.

A notícia foi divulgada em vários veículos de comunicação e na internet, inclusive no portal “Mobiliza PSDB”. O PT ressalta na ação que, além de ter dito que o partido tem ligações com as Farc e o narcotráfico, Indio afirmou que a candidata do PT, Dilma Rousseff, é “ateia” e “esfinge do pau oco”.

“O réu Indio da Costa, de forma intencional, dedicou-se a assacar afirmações ofensivas à honra do partido autor com a finalidade de denegrir a reputação frente a sociedade brasileira, contando para tanto com a participação do réu PSDB, que de maneira deliberada fez veicular tais afirmações difamatórias em seu site”, sustentam os advogados do PT, na ação que está na 13ª Vara Cível de Brasília.

Essa não é a primeira vez que o PT recorre à Justiça por causa do episódio envolvendo Indio da Costa. No dia 19, o partido protocolou uma representação no Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando que seja apurado se foi cometido crime contra a honra. O PT também encaminhou um pedido ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que seja garantido direito de resposta.
estadao

Rizzolo: Como já comentei anteriormente, as afirmações de Índio da Costa denotam imaturidade e despreparo político, o que por consequência colocou a campanha do PSDB numa “ saia justa”. A grande verdade é que Índio é um rapaz muito novo, pouco preparo, e muito mal conduzido como vice. Não é possível que não existia ninguém, na ocasião das afirmações, a orienta-lo sobre essa demostração de superficialidade, prova disso foi a tentativa de Serra contornar e amenizar o fato. Mas agora é tarde.

Serra diz em Minas Gerais que PT tem ligação com as Farc

O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, disse nesta segunda-feira (19), durante evento de campanha em Belo Horizonte, que o PT tem ligação com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

“A ligação do PT é com as Forças Armadas Revolucionárias Colombianas. Isso todo mundo sabe, tem muitas reportagens, tem muita coisa. Apenas isso. Agora, a Farc [sic] é uma força ligada ao narcotráfico. Isso não significa que o PT faça o narcotráfico”, disse.

Serra deu as declarações ao comentar os ataques feitos por seu candidato a vice, o deputado Indio da Costa (DEM-RJ) ao PT. Na sexta (16), em declaração para o site da campanha tucana, Indio relacionou o partido às Farc e ao narcotráfico.

“Todo mundo sabe que o PT é ligado às Farc, ligado ao narcotráfico, ligado ao que há de pior. Não tenho dúvida nenhuma disso”, disse o deputado na ocasião. Também no mesmo dia, ele publicou no Twitter críticas à candidata Dilma Rousseff, chamando-a de ateia e “esfinge do pau oco”. Nesta segunda, o candidato a vice postou no Twitter a seguinte mensagem: “PT não faz narcotráfico. As Farc, sim.”

O PT anunciou que vai entrar com três ações na Justiça, nas esferas criminal, civil e eleitoral, por conta das declarações de Indio.

*com informações da Globo Minas e da CBN

Rizzolo
:Que situação hein !, Agora para não desqualificar o Índio, Serra precisa sustentar uma acusação sem provas, e contorná-la de forma a não “moer politicamente seu vice”, justificando o injustificável. A grande verdade é que o Índio da Costa é rapaz muito novo, despreparado à altura de seu cargo, portanto Serra pode com isso se afundar ainda mais. O PT irá reagir e restará a perda política e a desmoralização de Serra e seu vice. Com um vice desse dá até medo saber que Serra um dia pode ficar doente…

Índio da Costa vem a SP discutir declarações sobre ligação de PT às Farc; assista aos vídeos por Rodrigo Alvares

Apesar de o site Mobiliza PSDB ter retirado do ar o vídeo no qual o candidato a vice na chapa de José Serra (PSDB), Índio da Costa (DEM), ligou o PT às Forças Revolucionárias Armadas da Colômbia (Farc), ao narcotráfico e chamou Dilma Rousseff de ateia, a íntegra da entrevista está disponível no YouTube.

“Todo mundo sabe que o PT é ligado às Farc, ligado ao narcotráfico, ligado ao que há de pior. Não tenho dúvida nenhuma disso”, afirmou Índio. De acordo com fontes no DEM, o deputado está em São Paulo para uma reunião com a cúpula da campanha, na qual será discutida a repercussão do episódio. Há alguns minutos, Índio escreveu em seu Twitter que o “PT não faz narcotráfico. As Farc, sim”.

Mesmo aliados da campanha do PSDB admitem que Índio da Costa errou nos ataques feitos ao PT e à Dilma. O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, preferiu se esquivar do assunto. Disse que preferia se manifestar depois de conversar com o vice de Serra.

Segundo um dos coordenadores da campanha do presidenciável tucano, as declarações são resultado da falta de experiência do deputado: “O Índio é um pouco inexperiente, pode dar algumas bolas foras no começo, mas conforme a campanha for avançando, ele vai acertar o discurso”.

Questionado se será necessário enquadrar o candidato a vice, ele classificou o episódio como “parte natural da campanha”. “O assunto (a ligação das Farc com o PT) sempre volta porque o PT nunca mostrou disposição em esclarecer essa relação”, acrescentou.

O presidente do PT, José Eduardo Dutra, convocou uma entrevista coletiva para as 15h desta segunda-feira (19), na sede nacional do partido, em Brasilía, para tratar da posição a respeito das declarações do deputado.
estadão

Rizzolo: Agora, sinceramente, como pode um candidato a vice presidência afirmar coisas desse tipo? Totalmente despreparado, o Índio da Costa está fazendo com isso campanha para o PT. Ora só pode ser, isso denota o desespero de Serra ao ter se apegado a qualquer candidato, sem o menor preparo, inconseqüente, e perigoso. Se o próprio PSDB o considera pouco experiente, isso significa que se eleito Serra nem sequer pode ficar doente, pois aí o índio irá assumi e surgirá um presidente inexperiente..

Serra diz que, ao contrário da Bolívia, Colômbia não faz “corpo mole” ao tráfico

O pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, disse nesta terça-feira (8) que o governo da Colômbia, ao contrário do da Bolívia, “não faz corpo mole” no combate ao fornecimento de drogas para o Brasil. Ele havia dito que o governo de Evo Morales era “cúmplice” no tráfico de drogas.

Segundo um relatório divulgado pela Jife (Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes) em fevereiro deste ano, a Colômbia registra o maior número de apreensões de cocaína e de laboratórios destruídos em toda a região.

Serra, no entanto, disse que sua crítica à Bolívia valia para qualquer nação que fornecesse drogas ao país. O tucano se encontrou em São Paulo com especialistas em dependência química e familiares de dependentes para ouvir suas propostas para o tema.

O ex-governador de São Paulo prometeu que, se eleito, irá “fortalecer a ação de compate ao contrabando e repressão ao tráfico”. Ele disse ainda que o SUS (Sistema Único de Saúde) irá financiar internações de dependentes químicos em clínicas especializadas.

Na avaliação do pré-candidato, a atual estrutura institucional do governo federal para o combate às drogas é inadequada. “O esquema Senad [Secretaria Nacional Antidrogas] mais o Ministério da Saúde não funciona”, criticou o presidenciável.

“Tem gente que é contra clinicas especializadas com internação”, disse Serra, em referência à ausência deste modelo na proposta de combate às drogas recentemente elaborada pelo governo. “Acho que o SUS tem que chegar às comunidades terapêuticas”, afirmou.

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Rizzolo: Entendo que esta postura acusatória do pré-candidato Serra em relação ao governo da Bolívia é por demais prejudicial ao Brasil em termos do bom convívio com os países da América Latina. Dar como exemplo a Colômbia contrapondo com a Bolívia no combate ao tráfico é como se quisesse jogar um contra o outro, desqualificando o governo boliviano. Denota sim o espírito acusador de quem se utiliza de todas as formas para se ter um discurso plausível eleitoreiro. A acusação do dossiê, faz parte também de toda essa lógica tucana acusatória, que tem como mote “criar um discurso”. Realmente com todos as vertentes econômicas, sociais, e de popularidade a favor do governo , fica difícil para o PSDB criar um discurso de oposição, e nesse vale tudo, vale a falta de visão de política externa, constrangendo e desconstruindo tudo aquilo que o Brasil realizou no campo da cooperação e respeito em relação aos nosso vizinhos da América Latina. Uma pena isso.

Chávez aumenta tensão com Colômbia antes de cúpula da Unasul

CARACAS – O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, acusou uma patrulha da vizinha Colômbia de ter invadido o território venezuelano, aumentando a tensão nas relações bilaterais que já estava alta devido à aliança militar entre Colômbia e Estados Unidos.

As declarações feitas no domingo aconteceram na véspera de uma reunião do Conselho de Chefes de Estado e de Governo da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) no Equador, que deve ser boicotada pela Colômbia, embora tenha a aliança Bogotá-Washington como item importante da sua pauta.

A Colômbia negou a acusação de Chávez de que sua patrulha teria cruzado o rio Orinoco em um trecho de fronteira.

Chávez afirma que a presença militar norte-americana na Colômbia é uma ameaça direta à Venezuela e gera uma possibilidade de guerra na América do Sul. Uribe diz que a aliaça é necessária para o combate ao narcotráfico.

Também no domingo, forças colombianas prenderam e depois expulsaram 11 soldados equatorianos que haviam cruzado outra fronteira, entrando cerca de 300 metros no território da Colômbia, na região de Putumayo. Tanto o Equador quanto a Venezuela estão atualmente rompidos com a Colômbia.

Falando em seu programa semanal de TV, Chávez disse ter recebido informações de que soldados colombianos cruzaram o rio Orinoco em um bote, mas recuaram antes que as tropas venezuelanas pudessem chegar ao local para averiguação.

“Trata-se de uma provocação do governo de Uribe, são os ianques ali, os ianques começaram a comandar as forças militares colombianas”, disse Chávez, que está habituado a empregar uma retórica incendiária contra a Colômbia, para em seguida recuar.

Líderes de toda a América Latina se reúnem nesta segunda-feira em Quito para a posse do presidente Rafael Correa em seu segundo mandato. Em seguida, realizarão uma cúpula sobre a integração regional, com destaque para a presença militar norte-americana na Colômbia e o recente golpe militar em Honduras.

A Colômbia enviará um funcionário de menor escalão, mas Uribe recentemente percorreu vários países da região para tentar explicar sua aliança com os EUA. Brasil, Chile e Peru disseram respeitar a soberania colombiana nessa questão, enquanto os governos esquerdistas mais radicais da região continuam furiosos.
agência estado

Rizzolo: Chavez tenta de todas as formas trazer à tona uma polêmica conspiratória que sensibiliza apenas os esquerdistas. A grande verdade é que os EUA nem precisam de bases militares na Colômbia para atacar a Venezuela, se fosse o caso. Essa visão infantil e impregnada de antiamericanismo nada tem a ver com questões de logísticas militares.

Agora entendo que a presença americana é necessária na Colômbia para assegurar e neutralizar as intenções de países como Rússia, Irã, China, que já promovem manobras no Caribe sob os auspícios do Sr, Chavez. Aliás, isso o governo brasileiro não repreende, tampouco os governos esquerdistas da América Latina, que forma conivente se calam, ou seja, a Rússia pode os EUA não.

Sinceramente por mim, bases americanas são bem-vindas, significam liberdade, democracia, e nos livram do jugo autoritário comunista que disfarçadamente usam a democracia para instituir mandatos perenes, amordaçamento da imprensa apunhalando o Estado de Direito. A velha conversa de que os EUA estão de olho na Amazônia, no Pré Sal, é conversa mole e faz parte da velha retórica dos discursos antigos que ainda sobrevivem na mente de alguns comunistas saudosistas. Sorte da Colômbia. Leiam artigo meu: Política Externa e Visão Ideológica

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Abaixo os Ianques, Viva a Rússia – Coluna Carlos Brickmann

Coluna de Carlos Brickmann de domingo, 2 de agosto

O presidente Lula está reclamando do acordo militar entre Colômbia e Estados Unidos. Parece temer uma corrida armamentista na América Latina.

O presidente Lula não reclamou nada, nadinha, quando a Venezuela, que já deslocou tropas para a fronteira da Colômbia, que já ameaçou intervir militarmente em disputas internas na Bolívia, fez um gigantesco acordo militar com a Rússia, comprando 36 moderníssimos caças supersônicos Sukhoi, cem mil fuzis Kalashnikov e cinco submarinos. Parece que, para a diplomacia brasileira, a aquisição de alguns bilhões de dólares de armas e munições pela Venezuela não provoca nenhum risco de corrida armamentista na América Latina.

Nas conversas sobre o acordo militar entre Estados Unidos e Colômbia, Lula disse que enviou carta ao presidente Barack Obama em que criticou a reativação da 4ª Frota americana, destinada a operar no Atlântico Sul.

Lula não fez críticas, em nenhum momento, às grandes manobras conjuntas de navios de guerra da Rússia e da Venezuela, também no Oceano Atlântico.

Um detalhe curioso é que as manobras conjuntas russo-venezuelanas foram reais. Já a 4ª Frota americana é virtual: até hoje, é apenas um escritório, uma estrutura meramente burocrática, sem qualquer navio, sem tropas. Graças a essa estrutura burocrática, a 4ª Frota pode ser montada rapidamente, com a transferência de barcos, armamentos e homens de outras regiões, mas isso nunca foi feito.

Ou seja: para o Brasil, Rússia e Venezuela podem. EUA e Colômbia, não.

Amanhã, talvez outro dia

A trégua que não foi trégua está para terminar: está marcada para amanhã a reabertura das atividades parlamentares (mas justo na segunda-feira? Pode ser na terça, quem sabe). E começa o vale-tudo no Conselho de Ética do Senado: são onze representações contra o presidente da Casa, José Sarney; mais quatro contra o senador Arthur Virgílio, do PSDB amazonense, líder do partido (as principais por ter recorrido ao ex-diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, para cobrir a conta de seu hotel em Paris, e por manter no seu gabinete, com salários e vantagens, um funcionário que passou um ano e meio na Europa). Considerando-se que o presidente do Conselho de Ética é segundo suplente de senador, que não teve um voto sequer para ganhar o mandato, e que já disse que não deve aceitar as acusações contra Sarney, talvez não aconteça nada. Mas haverá muita troca de lama.

Confiabilidade

E quem disse que não se pode acreditar nos políticos brasileiros? Tremenda injustiça: no Conselho de Ética, cada um acusará seus adversários de abusar do dinheiro público. E todos estarão com a razão.

Lula, a charada

Quando Lula diz que “não votou em Sarney para presidente do Senado”, e “não votou em Sarney para senador pelo Maranhão”, diz a verdade: não é senador, não vota no Maranhão e, aliás, Sarney não foi candidato pelo Maranhão, mas pelo Amapá. Mas que quer dizer a frase de Lula? Aparentemente, nada – exceto sair como vencedor em qualquer hipótese, seja a renúncia de Sarney, seja sua decisão de continuar lutando. O que Lula fala não se escreve (lembre o que falou de Collor, Maluf e Sarney, hoje seus aliados). Mas sempre se sai bem.

Norma esquisita

Uma Comissão de Sindicância, na Câmara, investiga a venda de passagens da cota dos deputados. O caso é considerado um escândalo: alguns parlamentares que não usaram sua cota de passagens as repassaram a empresas de turismo, com um bom desconto; e as passagens foram vendidas no mercado.

É curioso, entretanto, que a venda de passagens seja tratada como escândalo, mas seja aceita numa boa a cessão a terceiros. O parlamentar que leva a namorada à Europa ou manda buscar amigos para visitá-lo em Brasília, comete a mesma irregularidade que quem vende a passagem. Nos dois casos, usa um instrumento criado para o serviço público para obter vantagem pessoal. Por que um parlamentar pode levar a família ao Exterior e não pode vender as passagens? É só para desviar a questão: passagem é para serviço, e pronto. O resto é bandalheira.

União liberal

A União de Partidos Liberais Americanos, organização filiada à Internacional Liberal, passa a atuar no Brasil, via DEM. A reunião entre a UPLA e o DEM, para formalizar o acordo, se realizará no Rio, entre 10 e 11 de setembro, dirigida pelo deputado fluminense Rodrigo Maia, presidente do partido. Pode ser importante para dar projeção internacional ao DEM. Mas outras organizações que se implantaram no Brasil, como as internacionais Socialista e Democrata-Cristã, não obtiveram grande repercussão nem ganharam influência política.

Escolha perfeita

Há fortes rumores de que o próximo ministro do Futuro, no lugar de Mangabeira Unger, será o diplomata Samuel Pinheiro Guimarães, hoje secretário-geral do Itamaraty. O presidente Lula estará de parabéns: excetuando-se o inigualável sotaque, Roberto Mangabeira Unger não poderia ser substituído por ninguém mais parecido com ele do que Samuel Pinheiro Guimarães.

Carlos Brickmann é Jornalista, consultor de comunicação. Foi colunista, editor-chefe e editor responsável da Folha da Tarde; diretor de telejornalismo da Rede Bandeirantes (prêmios da Associação Paulista de Críticos de Arte, APCA, em 78 e 79, pelo Jornal da Bandeirantes e pelo programa de entrevistas Encontro com a Imprensa); repórter especial, editor de Economia, editor de Internacional da Folha de S.Paulo; secretário de Redação e editor da Revista Visão; repórter especial, editor de Internacional, de Política e de Nacional do Jornal da Tarde.

Suécia investiga tráfico de armas para as FARC na Colômbia

BERLIM – O governo da Suécia investiga, junto do poder Executivo da Colômbia, o tráfico de armas produzidas no país europeu para as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), segundo informou nesta segunda-feira, 27, a emissora sueca Sveriges Radio.

“A Suécia está trabalhando conjuntamente com a Colômbia para investigar o caso”, afirmou o ministro sueco do Comércio, Jens Ericsson.

O Exército colombiano apreendeu recentemente em um dos acampamentos da guerrilha vários lança-foguetes produzidos na Suécia, de acordo com a revista britânica especializada em militarismo Jane’s. De acordo com a revista, as armas foram produzidas pela empresa Saab Bofors Dynamics e foram vendidas originariamente ao Exército da Venezuela.

O diretor geral do Órgão de Inspeção de Produtos Estratégicos sueco, encarregado de supervisionar as exportações de armas, Jan-Erik Lovgren, explicou à mesma rádio que a Suécia não exporta armas à Venezuela desde 2006.

O presidente colombiano, Álvaro Uribe, criticou no domingo os países que vendem armas por fornecer às FARC lança-foguetes de longo alcance. “Sabemos que os grupos terroristas adquiriram lança-foguetes nos mercados internacionais de armas. Elevamos nossa queixa por meio dos canais diplomáticos ante os respectivos países”, disse Uribe.

O presidente colombiano, que participava de uma cerimônia em homenagem às vítimas do conflito de Medellín, entretanto, não citou nenhum país como provedor de armas.
Agencia estado

Rizzolo: Adivinhem quem vendeu ou enviou o laça- foguetes às Farc? Quem poderia ser ? Os representantes da empresa Saab Bofors Dynamics em Estocolmo, afirmaram que é extremamente desagradável que isso tenha ocorrido, porém é algo que sai do seu controle: “Nosso cliente era o Exército da Venezuela. A Saab sempre atua cumprindo a legislação sueca e as leis internacionais para a venda de material de defesa”.

Se ficar comprovado o envolvimento direto da Venezuela a situação irá se complicar. Sem antecipar um julgamento, fica claro que o ” democrata” Chavez está por trás dessa história. A pergunta óbvia é como essas armas saíram dos quartéis da Venezuela para os acampamentos das Farc. E por aqui ainda existe aqueles esquerdistas que adoram essa relação de abraços e afagos entre Lula e os “democratas com pele de cordeiro” .

Chávez qualifica Obama de ‘pobre ignorante’ e o manda ler

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, qualificou neste domingo o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de “pobre ignorante” por ter declarado meses atrás que o líder venezuelano exporta atividades terroristas.

Chávez, militar reformado, disse que esperava que com Obama pudessem ser recompostas as abaladas relações diplomáticas entre os dois países. Ele revelou que alguns comentários feitos pelo presidente norte-americano em janeiro o fizeram desistir de designar o novo embaixador da Venezuela em Washington.

“Agora Obama vai acusar a mim de exportar o terrorismo? Pelo menos alguém poderia dizer: pobre ignorante, estude, leia um pouco para aprender qual é a realidade que está vivendo e a realidade da América Latina e do mundo”, disse Chávez, durante seu programa dominical de rádio e televisão.

“Mas são sinais muito ruins de um governo. Nós continuaremos esperando, mas não estamos desesperados. Para nós o império dos Estados Unidos tanto faz como tanto fez,” acrescentou.

Em janeiro, Chávez pediu a Obama que retificasse suas opiniões sobre ele e sobre a Venezuela se desejava a melhoria das relações diplomáticas.

O presidente norte-americano disse em janeiro que Chávez tinha interrompido o progresso da região, exporta atividades terroristas e apóia “entidades malignas” como a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Embora EUA e Venezuela mantenham um dinâmico intercâmbio comercial, as relações entre seus governos chegaram ao ponto mais baixo em décadas, em meio a um ríspido intercâmbio verbal que resultou na retirada dos respectivos embaixadores.

O presidente venezuelano expulsou em setembro o embaixador dos EUA em Caracas e ordenou a retirada de sua delegação diplomática de Washington em apoio ao governo da Bolívia, que tomou decisão semelhante em meio a uma forte crise política.

Folha Online

Rizzolo: Certa vez comentei neste blog que Chaves é o elemento essencial para levar o ” socialismo do século 21 a bancarrota. Ah! Alguns bobos da esquerda exclamaram: “Mas o Rizzolo, um mal agradecido, foi para Venezuela a convite de instituições ligadas a Chavez, conheceu a realidade da pobreza venezuelana, e depois de algum tempo rebelou-se”. Eu respondo que, até por terem me dado a oportunidade de ir, ver e conhecer, digo que do ponto de vista social Chavez fez muito. Fez mesmo, só que fez errado. Se tornou um fascistóide e além disso, como dizia garrincha, “fez tudo mas não combinou com os russos”. Não há como se indispor com os EUA, mormente em se tratando de uma abertura com um presidente democrata. Começar a insultar Obama, só para demonstrar ” um caráter forte” “patriota” é uma tática que apenas serve aqueles que querem seu fim. Mandar Obama ler e chama-lo de ignorante apenas atrai a antipatia mundial. Neste ponto Lula é bem mais esperto, deveria Chavez ouvir mais seu ” advogado”. Como Amorim afirma, Lula é o ” advogado de Chavez nos EUA ” Quanto despreparo minha gente !!

Chávez ordena tomada de portos e aeroportos da oposição

CARACAS – O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ordenou neste domingo, 15, que as Forças Armadas do país tomem os portos e aeroportos e advertiu que os governadores dos estados que se opõem a nova lei, que coloca os centros de transportes sob controle federal, podem ser presos.

Durante seu programa semanal de rádio e tevê “Alô Presidente”, Chávez ordenou que os navios da Marinha tomem controle do porto Cabello, no estado de Carabobo, e o porto de Maracaibo, no estado de Zulia, na próxima semana. Esses são os dois maiores portos marítimos da Venezuela.

O presidente disse aos oficiais militares que os governadores Henrique Salas (Carabobo) e Pablo Perez (Zulia), ambos da oposição, podem resistir à lei recém-aprovada. “Se ele der uma de esperto… Isso merece a prisão”, disse Chávez com relação a Salas. “O mesmo serve para o governador de Zulia”, acrescentou.

Legisladores fiéis a Chávez votaram na semana passada uma lei que coloca todos os aeroportos, rodovias e portos sob controle federal, um movimento que os adversários afirmam ter como objetivo aumentar o poder do presidente. “Esta é uma questão de segurança nacional”, disse Chávez neste domingo, defendendo a lei.

Os governadores da oposição alertaram que a lei aprovada pela Assembleia Nacional, dominada pelos chavistas, tem como objetivo estrangular os adversários do presidente financeiramente e para reduzir o apoio dos eleitores que os elegeram em novembro.

Sob a nova lei, os estados e municípios não podem mais recolher tarifas de transportes dos portos e aeroportos ou construir pedágios ao longo das rodovias, o que significa que os governadores e prefeitos terão menos dinheiro para os projetos públicos.

Os aliados de Chávez conquistaram 17 dos 22 governos na eleição de novembro. Mas os líderes da oposição ganharam terreno, conquistando cinco postos governamentais e a prefeitura de Caracas. Após a eleição, Chávez assinou uma série de decretos que passam para o governo federal o controle sobre hospitais, estádios esportivos e outras instituições públicas em estados conquistados pela oposição.

agência estado

Rizzolo: Essa tomada de portos e aeroportos é de caráter político mas denota a vocação autoritária de Chávez fazendo uso de meios nada democráticos na derrubada da oposição ao chavismo. Como podemos observar cada vez mais fica difícil ser complacente com a postura chavista de governar. A essência deste autoritarismo stalinista, está no encrudescimento ideológico bolivariano arraigado nos preceitos da esquerda radical, que tem por objetivo centralizar cada vez mais o poder nas mãos de Chávez. Com efeito fica quase indefensável ao presidente Lula, o ” advogado da Venezuela ” como afirma o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, propagar nos EUA uma aproximação com a Venezuela tendo como presidente o senhor Hugo Chávez.

‘Não se meta comigo, senhor Obama’, pede Chávez

CARACAS, Venezuela – O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, pediu neste sábado, 28, a seu colega Barack Obama, presidente dos EUA, que “não se meta com ele”, sobre as declarações de Washington a respeito dos direitos humanos e narcotráfico na Venezuela. “Não siga o mesmo caminho estúpido e torpe que o seu antecessor, George W. Bush”, disse, durante transmissão obrigatória de programa na TV, em rede nacional.

Na sexta, o Departamento de Estado americano criticou duramente a Bolívia e a Venezuela pela falta de cooperação com o governo dos Estados Unidos na luta contra as drogas, enquanto elogiou Colômbia e México por seus esforços.

O Departamento de Estado afirmou que o êxito da luta antinarcóticos da Colômbia obrigou os traficantes a desviarem suas rotas através da Venezuela, que suspendeu a cooperação antidrogas com os EUA em 2005.

O governo afirma que a Venezuela, pela geografia, corrupção, um fraco sistema judiciário, forças de segurança incompetentes e às vezes envolvidas, junto com a falta de cooperação internacional, é vulnerável ao tráfico de drogas, que quintuplicou desde 2002.

Chávez insistiu que os EUA são o “primeiro consumidor de drogas do mundo” e se perguntou : “Como é isso de não poder deter a entrar de droga no próprio território? É cinismo!”, disse.

O venezuelano disse ainda que o seu país “golpeou o narcotráfico como nunca antes” e confirmou sua acusação de que a DE, a agência de combate às drogas norte-americana, “apoiava o narcotráfico”.

E finalizou, ao dizer que não se deve haver grandes esperanças com Obama, já que o novo governo dos EUA “seguirá sendo imperialista e atropelando seus povos”.

agência Estado

Rizzolo: Parece que o namoro de Chavez com o governo americano de Obama já está se exaurindo. Chavez não aceita crítica, e ao invés de argumentar pacificamente as afirmações dos EUA, as rebate ainda como um fanfarrão. Talvez a vontade de aparecer seja maior do que os interesses em manter uma boa relação com os EUA. Do ponto de vista político, os EUA já demonstraram boa vontade ao regime bolivariano quando no último referido o governo americano parabenizou Chavez pelo exemplo de democracia. Mas ao que tudo indica, Chavez quer manter a animosidade. Na realidade é uma grande tolice do governo venezuelano, ser contra os EUA eternamentem, é uma bobeira latino americana que não leva a nada a não ser a agradar os bobos da esquerda que ainda sonham numa América Latina socialista. Pura ilusão…

EUA felicitam Venezuela por ‘espírito cívico’ de referendo

WASHINGTON – Os Estados Unidos felicitaram a Venezuela pelo “espírito cívico” demonstrado no referendo no qual foi aprovada a emenda que permite ao presidente Hugo Chávez concorrer à reeleição ilimitada, e fizeram um apelo pelo fortalecimento da democracia. Em entrevista, um porta-voz do departamento de Estado, Noel Clay, destacou “o espírito cívico e participativo de milhões de venezuelanos que exerceram seu direito democrático a voto”.

Clay expressou que o importante agora é que o Executivo venezuelano “governe democraticamente e se dedique aos temas que preocupam o povo venezuelano”. Neste sentido, estimulou a sociedade venezuelana a “respeitar a diversidade de voto, que é a força de uma democracia pluralista”.

O Governo argentino também parabenizou a Venezuela pela “jornada cívica” vivida no domingo, 15, e pelo triunfo do “sim” no referendo constitucional, informaram fontes oficiais. A felicitação foi transmitida em uma ligação telefônica do chanceler argentino, Jorge Taiana, a seu colega venezuelano, Nicolás Maduro. De acordo com a Chancelaria argentina, os dois ministros conversaram por cerca de 20 minutos.

Oposição

A oposição venezuelana em Miami afirmou que a vitória do presidente Hugo Chávez no referendo de domingo não significa o fim da luta para derrotá-lo eleitoralmente. Luis Prieto, integrante do comando político da campanha “Não é Não”, disse que a batalha contra o governante venezuelano aumentará depois da vitória do “sim” à emenda constitucional para a reeleição ilimitada, que permitirá a Chávez ser candidato nas eleições de 2012. “Aumentaremos ainda mais nossa luta por liberdade, democracia, e para derrotar Chávez”, previu o ativista.

Agência Estado

Rizzolo: O que eu acho interessante, é que no Brasil muitos agora são mais radicais que os EUA. Os EUA mudaram e agora respeitam a democracia na Venezuela, mas muitos no Brasil ainda não compreendem como os EUA gostaram do espírito cívico de referendo, vivem ainda na era Bush, e quando afirmei, muito antes do resultado, que aprovava o referendo na Venezuela, só não fui excomungado porque não sou cristão. Na verdade por trás disso tudo está o medo de que apareça um referendo no Brasil, nos termos propostos, e olha que não seria má idéia, se assim fosse a vontade do povo.

‘Chávez poderá se reeleger, não foi reeleito’, diz Garcia

SÃO PAULO – Para o assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, a vitória de Chávez no referendo que garantiu sua reeleição ilimitada não significa que ele tenha sido reeleito, mas que ele apenas obteve a possibilidade de se candidatar novamente. “Chávez terá uma eleição em 2012, onde seguramente a oposição vai ter seu candidato e poderá eventualmente derrotá-lo. Então, acho que a questão essencial vai ser efetivamente se ele terá capacidade de convencimento em 2012 de obter o voto dos venezuelanos”, afirmou Garcia durante entrevista à Eldorado.

Garcia lembrou ainda que o presidente Chávez foi derrotado há pouco tempo num referendo onde várias outras questões foram colocadas além dessa específica da reeleição e que o resultado do referendo mostra como o país está dividido. “A oposição teve um excelente resultado e isso demonstra que, pelo menos no que diz respeito à personalidade do presidente Chávez, que como todos nós sabemos é muito polêmica, o país se encontra obviamente dividido.

Com 94,20% das urnas apuradas, o “sim” estava vencendo por 54,36%, enquanto o “não” tinha 45,63%, segundo o primeiro boletim do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), divulgado às 21h35 locais (23h05 em Brasília). A abstenção foi de 32,95%, considerada baixa para os padrões da Venezuela.

Para Garcia, o tema da reeleição indefinida é um tema evidentemente polêmico, mas o assessor da Presidência lembrou que existem países em que essa questão evidentemente existe. “Na França isso existe, nos EUA existiram um certo momento. Roosevelt foi eleito quatro vezes, depois é que se introduziu [o limite]. No caso brasileiro não, nós temos um mecanismo pelo qual a reeleição é permitida uma só vez de forma consecutiva. Há ainda outros países que possuem um perfil ideológico muito diferente da Venezuela, estou pensando no caso da Colômbia, onde o tema de um terceiro mandato de Álvaro Uribe está sendo colocado na ordem do dia”.

Sobre a entrada da Venezuela no Mercosul, Garcia ressaltou que não se trata de Hugo Chávez no bloco, mas de “um país com o qual nós temos hoje relações econômicas extremamente dinâmicas”. Segundo ele O Brasil tem hoje com a Venezuela o maior saldo comercial do país e está empenhado no processo de industrialização e transformação da economia venezuelana, acabando com a dependência do petróleo na renda do país. “Insistimos muito nos diálogos com Chávez nos últimos anos, de que é fundamental que a Venezuela escape daquilo que muitos chamam de ‘maldição do petróleo’, isto é, ficar concentrado em um só produto e ficar na dependência de importação de tudo, de alface até leite, ovos, frango… Participamos ativamente no processo de criação da indústria de alimentos e isso tem significado excelentes negócios para os empresários brasileiros”.

Agência Estado

Rizzolo: Eu não sei porque de tanta polêmica em relação ao referendo, no qual Chavez venceu. Não há absolutamente nada de errado nisso. Senão vejamos: quem decidiu sobre a possibilidade do presidente concorrer a outros mandatos sem um limite foi o povo através de um referendo a uma emenda constitucional. Até aí é democrático. Porque no Brasil existe tanta polêmica a esta possibilidade? Medo da popularidade de Lula? Ora, se o povo quiser Lula concorrendo mais vezes, qual o problema?

E vou mais longe, no Brasil ainda existe um medo de consultar o povo, e isso é errado.Tenho minhas restrições a Lula e Chavez, todos sabem, mas em relação a esta questão não vejo nada de mais a não ser excesso de democracia, o que não faz mal a ninguém. Aqueles que insinuam ou tentam criar semelhança desvalidando o voto popular venezuelano, comparando-o à Alemanha de Hitler, usam este argumento para desvalidar a democracia, e isso é perigoso.

Bombardeio na selva colombiana mata dirigente das Farc

BOGOTÁ – O líder de uma coluna da guerrilha colombiana Farc, acusado pelo Exército de semear o terror numa ampla região do sudeste do país, morreu junto com outros sete rebeldes num bombardeio no meio da selva, disseram fontes militares na quarta-feira.

A ação militar com aviões e helicópteros ocorreu na noite de terça-feira perto da localidade de Puerto Cachicamo, Departamento de Guaviare. “No desenvolvimento da operação ‘Alfil’, com participação da Força Aérea Colombiana, as tropas desferiram um certeiro golpe contra as estruturas do Bloco Oriental”, informou nota das Forças Armadas.

Neftaly Murcia Vargas, o “Camilo Tabaco”, comandava a coluna Manuela Beltrán das Farc, uma das mais ativas dentro do Bloco Oriental, o mais importante do grupo, ativamente vinculado à produção e tráfico de cocaína.

O presidente Álvaro Uribe destacou o êxito da operação e a periculosidade do rebelde morto.

“Tabaco é de uma grande importância nas Planícies Orientais, porque a cidadania o acusava de ser o mandante de muitos ataques, de muito derramamento de sangue”, disse Uribe a jornalistas.

Pelo menos cinco outros líderes importantes da guerrilha morreram em ações militares nos últimos meses, inclusive o importante Raúl Reyes, vítima de um bombardeio colombiano em território do Equador, em março.

Além disso, o dirigente máximo da guerrilha, Manuel Marulanda, o “Tirofijo”, morreu do coração neste ano, sendo substituído por Alfonso Cano.

Para piorar a situação da guerrilha, milhares de seus membros desertaram. As Farc chegaram a ter 17 mil integrantes, mas hoje não passam de 9.000, segundo as autoridades.
Agência Estado

Rizzolo: A atuação das Farc na Colômbia está sendo duramente combatida pelo governo de Uribe. É claro que a Colômbia conta com a ajuda estratégica dos EUA, contudo a disposição do governo colombiano em não negociar com a guerrilha, esta a cada dia gerando mais resultado. Ao contrário do que Chavez apregoava, a conciliação, o entendimento, Uribe bate forte ” falando a mesma língua” dos guerrilheiros que na verdade, não passam de terroristas. Nesse universo do combate a guerrilha, a esquerda da América Latina ainda tem as Farc como ” grupo libertador”, o que é uma besteira muito grande, do tamanho da concepção retrógrada e visão política defasada, aonde as posturas radicais tomam formas de redenção. Por esta razão é que os países da América Latina inclusive o Brasil são tímidos em relação a uma crítica mais enfática em relação as Farc. Já disse várias vezes neste Blog, que não podemos assemelhar nosso discurso com o chavismo. Mas o petismo e a esquerda de Ipanema aceitam isso?

Uribe um braço da Quarta Frota na Unasul

Num golpe de mestre o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, anunciou hoje a decisão de incluir seu país no Conselho de Segurança da União de Nações Sul-americanas (Unasul). A Colômbia foi contra a criação de um Conselho de Segurança dentro da nova comunidade de nações, ao alegar que enfrentava ameaças “de terrorismo e as derivações conhecidas” de um problema desse tipo.

Na verdade a criação desse Conselho de Segurança da União de Nações Sul-americanas ( Unasul), tinha como premissa outra finalidade que todos sabemos, ou seja, fazer frente aos EUA de forma velada, insinuando uma “pretensa união dos países signatários”. Contudo a decisão acabou deixando a esquerda inspiradora do Conselho numa situação de desconforto, até porque, Uribe determinou ou condicionou sua participação no fato de que na declaração de princípios do Conselho de Segurança da Unasul, “deve haver uma rejeição total aos grupos violentos, qualquer que seja sua origem”, como as Farc.

Isso com certeza esbarrará às margens ideológicas comprometidas com as Farc, e que não aceitarão que Uribe se torne um braço da Quarta Frota americana no Conselho de Segurança. Com muito tato, Uribe de uma forma ou de outra, comprometeu o presidente Lula ao definir sua participação vinculando as intenções de Lula e a presidente Bachelet, bem no momento em que Lula desconfia que a presença da Quarta Frota americana, tem um nexo causal com as Farc, requerendo explicações do governo americano sobre a presença da Fourth Fleet.

Uribe fala em consenso e em discussão sobre a verdadeira vocação do Conselho de Segurança da União de Nações Sul-americanas (Unasul). O que podemos inferir nesse jogo político, são os interesses dos EUA se incorporando aos desígnios ideológicos não tão democrático na constituição desse Conselho, que vem apenas de encontro ao servilismo e complacência da esquerda na América Latina aos grupos de pouca aspiração democrática dispersos pelos “países signatários”. Uribe ao se fazer de desentendido, traça o jogo do poder e influência americana na região, jogando água nas idealizações socialistas no enfrentamento aos EUA, e frontalmente a favor das Farc.

Entendo que o foco na América Latina deve ser a manutenção da democracia na sua essência, sem o fardo do populismo; contudo poucas movimentações vejo nesse sentido, tampouco não vejo propostas enfáticas e enérgicas no combate aos grupos extremistas como as Farc. As elucubrações proferidas pelos países signatários, passam de forma branda ao grupo guerrilheiro, que entendem mais as Farc como sendo um grupo de esquerda do que terrorista, e essa visão acaba levando expressamente os governos ao romantismo caótico que impera na América Latina; governos sempre prontos à compaixão ideológica esquerdista, ao amaldiçoar a presença e a influência americana na região. Graças as manobras e situações de embate, como o resgate de Ingrid Bettancourt, agora além da Quarta Frota temos seu braço em terra, o braço de Uribe.

Fernando Rizzolo

77% dos colombianos apóiam terceiro mandato de Uribe

BOGOTÁ – Uma pesquisa de opinião divulgada neste domingo, 6, mostra que 77% dos colombianos apóiam uma segunda reeleição do presidente do país, Álvaro Uribe, após o resgate de 15 reféns na quarta-feira, entre eles a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt, informou a revista “Semana”.

De acordo com a mesma pesquisa, se Uribe não concorrer nas eleições presidenciais de 2010, 31% votariam em Betancourt, que passou mais de seis anos seqüestrada pelos guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Uribe foi eleito em 2002 para seu primeiro mandato de quatro anos e reeleito em 2006, depois de uma reforma eleitoral que instituiu a reeleição.

Se Uribe for candidato de novo, 72% dos entrevistados votariam nele, 9% em Betancourt, 3% no ex-prefeito de Medellín Sergio Fajardo e outros 3% no ex-prefeito de Bogotá Antanas Mockus.

Segundo a enquete, se os candidatos fossem Betancourt e o atual ministro da Defesa colombiano, Juan Manuel Santos, que comandou o resgate dos 15 seqüestrados, a ex-refém venceria por 52% a 40%.

Betancourt foi resgatada pelo Exército da Colômbia na quarta-feira junto com os americanos Thomas Howes, Keith Stansell e Marc Gonsalves, e 11 militares e policiais colombianos.

A pesquisa, com margem de erro de 2,9 pontos percentuais para mais ou para menos, foi realizada pelo Centro Nacional de Consultoria, e 1.151 pessoas foram entrevistadas por telefone. Uribe precisa mudar a Constituição para concorrer ao terceiro mandato.

Agência Estado

Rizzolo: Fica patente que a questão da libertação dos reféns por parte do governo de Uribe da forma realizada, tem o apoio popular; não podemos de forma alguma conceber grupos armados agindo dentro de um Estado democrático. Agora o que me causa perplexidade, é o gesto tímido de cumprimento e reconhecimento pela coragem do ato de resgate dos reféns, pelo governo brasileiro.

O que sentimos, é que existe uma atitude dúbia, fraca no apoio da ação. Ao que parece, a esquerda brasileira ainda no fundo flerta com os ideais das Farc, e isso faz com que grupos dentro do governo, pressionem o presidente no sentido de não demonstrar muito entusiasmo, até para não magoar Chaves e outros esquerdistas na América Latina. O governo da Colômbia é um parceiro dos EUA, e conta com o apoio militar americano. Enquanto a Colômbia luta para restabelecer uma verdadeira democracia tentando eliminar as Farc, aqui no Brasil infelizmente o governo vocifera contra a Quarta Frota americana de forma quase infantil, em coro com Chaves . Uma pena, continuamos do lado errado.

Ingrid Betancourt é libertada depois de 6 anos com as Farc

BOGOTÁ – O Exército da Colômbia resgatou em segurança a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt, três americanos e onze militares seqüestrados pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). A notícia foi anunciada no início desta quarta-feira, 2, o ministro da Defesa colombiano, Juan Manuel Santos. Horas depois, em Bogotá, Ingrid deu uma entrevista coletiva e classificou a operação como “um milagre”.

Os seqüestrados foram libertados após uma operação de infiltração na guerrilha na Colômbia. De acordo com o ministro, o Exército capturou os guerrilheiros que faziam um cordão de segurança na área de cativeiro dos seqüestrados. Esses rebeldes teriam convencido os demais a entregar os reféns. Ingrid estava em poder das Farc havia seis anos.

O resgate, que aconteceu no departamento de Guaviare, no sudeste da Colômbia, foi fruto de uma operação de inteligência. Segundo o ministro da Defesa da Colômbia, a operação aconteceu a cerca de 70 quilômetros ao sul de San José del Guaviare, capital do departamento, próximo ao rio Apaporis. Vários guerrilheiros – inclusive um líder das Farc identificado como César – foram presos na operação de um grupo de elite das Forças Armadas colombianas.

Os reféns americanos – Keith Stansell, Marc Gonsalves e Thomas Homes – estavam seqüestrados desde fevereiro de 2003 na selva de Caquetá. Eles trabalhavam para a California Microwave Systems, empresa contratada pelo Departamento da Defesa dos EUA para recolher informações sobre as plantações de droga. As Farc os acusavam de ser espiões da CIA, informa o El Tiempo.

“Essa operação, chamada ‘Jaque’, não tem precedentes e mostra a alta qualidade e profissionalismo das forças militares colombianas”, destacou Santos, segundo o jornal El Tiempo. O ministro colombiano parabenizou a Inteligência e saudou o generais Freddy Padilla, comandante das Forças Militares, e Mario Montoya, chefe do Exército.

Padilla destacou que o país “não se esqueceu” dos reféns durante o seqüestro. “Teve um compromisso para que a pessoas voltassem sãs e salvas. Houve oportunidades, porque queríamos que a operação fosse sem precedentes na Colômbia e no mundo. Sem disparos, sem feridos”, ressaltou.

Engano

Infiltrados do Exército convenceram César a viajar para ver Alfonso Cano – líder máximo da guerrilha. Quando todos estavam no helicóptero, foi revelada a farsa: a aeronave do Exército estava camuflada como particular, revela o jornal El Tiempo.

O rebelde, capturado sem resistência, era considerado o principal carcereiro das guerrilha e teria a inteira confiança de Mono Joy, parte da alta cúpula das Farc.

“César e outro membro da guerrilha serão entregues às autoridades judiciais para que sejam processados por todos os seus delitos”, informou em comunicado a Presidência colombiana, sem dar mais detalhes da operação, que começou pela manhã.

Carreira política

Ingrid Betancourt, nascida em Bogotá (no Natal de 1961), veio de uma família já introduzida na política. Seu pai, Gabriel Betancourt, foi ministro da ditadura do general Rojas Pinilla e depois se tornou diplomata, enviado a Paris, onde Ingrid cresceu. Sua mãe, a Miss Colômbia Yolanda Pulecio, serviu o Congresso representando as comunidades pobres do sul de Bogotá.

Após a morte de Luis Carlos Galán, candidato à Presidência da Colômbia repressor ao tráfico de drogas, em 1989, Betancourt voltou ao seu país de origem e fazer algo por ele. Na década de 90, trabalhou no Ministério das Finanças e foi eleita para a câmara dos deputados em 1994, lançando o Partido do Oxigênio Verde.

Combateu a corrupção e o financiamento de campanha com dinheiro de drogas. Concorreu ao Senado em 1998, conquistando o maior número de votos entre os candidatos. Durante seu mandato, ameaças de morte a forçaram enviar seus filhos pra Nova Zelândia.

Após as eleições de 1998, Betancourt escreveu um livro. Sua primeira versão foi em francês, pois foi proibido de ser publicado na Colômbia. Após um tempo, recebeu versões em espanhol e inglês. No final de 2001, o governo colombiano e a opinião pública estavam ficando impacientes e desencorajados com a situação. Ingrid decide se candidatar a presidente.

O Seqüestro

Ao se lançar à Presidência em 2002 – eleição que Uribe venceu – Ingrid Betancourt queria ir a zona delimitada de San Vicente del Caguán para se encontrar com as Farc. Isso era um ato comum, e muitas figuras públicas visitavam a região, criada para negociações com a guerrilha.

Autoridades insistiam para que Betancourt não visitasse a região. Após ter o pedido de transporte com um helicóptero militar ter sido negado, ela decidiu ir pela estrada. Após parar no último posto policial antes da zona delimitada, os alertas dos militares não foi o bastante e sua comitiva seguiu em frente.

Ignoraram o aviso e as Farc seqüestraram grande parte dos integrantes, e continuaram presos nestes seis anos. O nome de Ingrid não foi retirado da campanha e no final atingiu 1% dos votos.

Com ela foi seqüestrada Clara Rojas, candidata à Vice-Presidência da Colômbia pelo partido “Oxígeno Verde” (Oxigênio Verde) e que foi libertada pelas Farc em 10 de janeiro último.O mesmo espírito destemido que levou Betancourt para Caquetá fez com que dissesse ao Congresso colombiano que o país estava sob governo “de um delinqüente”, em referência ao então presidente Ernesto Samper (1994-1998).

Em outra ocasião, declarou que o partido em que iniciou sua vida política, o Liberal, era um clube de “ladrões e corruptos”, e o Poder Legislativo, “um ninho de ratos”.

Cativeiro

Em seu longo período de cativeiro de mais de dois mil dias, suportou a morte de seu pai, uma das pessoas que mais teve influência em sua vida.

A ex-candidata presidencial colombiana, que tem também nacionalidade francesa, se transformou na “jóia da coroa” das Farc, a mais importante moeda da organização guerrilheira junto com os cidadãos americanos.

Um dos chefes da guerrilha, José Benito Cabrera, conhecido como “Fabian Ramírez”, não hesitou em afirmar, poucos dias depois do seqüestro de Betancourt, que a situação dela demoraria a ser resolvida, adiantando na ocasião que a ex-candidata seria a líder de um grupo de reféns “passíveis de troca” por cerca de 500 rebeldes presos.

A família de Betancourt recebeu a primeira “prova de vida” da ex-candidata presidencial em 24 de julho de 2002. Em um vídeo, a dirigente conservava seus brios rebeldes, rejeitava a troca proposta pelas Farc e cumprimentava seu segundo marido, o publicitário colombiano Juan Carlos Lecompte.

Como presente pelo 46º aniversário de Betancourt, Lecompte lançou sobre a selva colombiana, em 25 de dezembro último, cerca de 20 mil panfletos com fotografias recentes dos filhos de Betancourt, com a esperança de que pelo menos um deles chegasse às mãos de sua esposa.

“Este é um momento muito difícil para mim. Pedem provas de sobrevivência à queima-roupa e aqui estou te escrevendo colocando minha alma sobre este papel. Estou mal fisicamente. Não voltei a comer, estou sem apetite, meu cabelo cai em grandes quantidades”, disse Betancourt à sua mãe Yolanda Pulecio.

Fugas

A ex-candidata presidencial, cujo único contato com o exterior vinha sendo feito por um aparelho de rádio, tentou escapar várias vezes de seus seqüestradores, segundo contaram alguns dos poucos reféns que conseguiram fugir dos guerrilheiros, como o policial John Frank Pinchao.

Embora Ingrid Betancourt tenha “uma coragem à prova de bala” e um ótimo humor, segundo alguns analistas, sofreu na carne os rigores do cativeiro na selva. Prova disso é um vídeo divulgado em 30 de novembro último, e no qual é vista em uma cadeira em meio à selva, extremamente magra, com o cabelo muito longo e um olhar triste e perdido, em imagens que para muitos ilustram o conflito colombiano.

‘Dívida com a Colômbia’

Uma série de acontecimentos na Colômbia, como o assassinato de vários candidatos presidenciais, um frustrado processo de paz com as Farc, a ocupação rebelde do Palácio de Justiça – que culminou na morte de mais de 100 pessoas – e o surgimento do chamado “narcoterrorismo”, fez com que Betancourt refletisse sobre suas metas.

Ela sabia que “tinha uma dívida” com a Colômbia, como já havia ensinado seu pai. “O país me chamava”, chegou a declarar.
Agência Estado

Rizzolo: A Farc já vinha se desmoronando, com a morte de alguns de seus dirigentes graças às ações do governo Uribe, em conjunto, é claro com o governo americano. Na América latina não há mais espaço para esses tipos de atrevidos paramilitares. A operação parece ter sido bem elaborada, inicialmente, a inteligência militar colombiana infiltrou um homem seu no grupo que estava com Ingrid Bettancourt e outro agente no próprio secretariado das Farc. Os agentes afirmaram que Afonso Cano, o novo chefão dos terroristas, havia ordenado que Ingrid fosse transferida para outro local, assim sendo, providenciariam um helicóptero de uma organização humanitária chegaria para fazer o transporte. O Exército colombiano maquiou um helicóptero só para a operação. O helicóptero baixou e pegou Ingrid e os demais.

Não resta a menor dúvida que se dependesse a libertação de Ingrid de outros que não fosse o governo Uribe e os EUA, Ingrid ainda estaria por lá. Agora diante dessa vitória contra paramilitares que ameaçam a democracia na América Latina, ainda há que se questionar alguma mal em relação à Quarta Frota americana. Eu entendo que não, com a palavra os que detestam a democracia.