Ano Novo Judaico pára Congresso dos EUA até quinta

WASHINGTON – A Câmara dos Representantes e o Senado dos Estados Unidos estão em recesso hoje e amanhã até o pôr-do-sol, que marca o final do feriado do Ano Novo Judaico, o Rosh Hashaná, de acordo com as sinagogas ortodoxas e conservadoras. Hoje, líderes do Congresso trabalhavam e tentavam desenvolver um plano alternativo ao pacote de ajuda financeira, rejeitado ontem pela Câmara, que seja aceito pelas duas Casas. Entrar em folga no Rosh Hashaná e, uma semana depois, no dia judaico do perdão, o Yom Kippur, é uma prática recente no Congresso dos EUA.

Os primeiros judeus só foram eleitos para a Câmara e para o Senado na década de 1840 e, durante grande parte do século XIX, o Congresso dos EUA se reunia entre dezembro e a primavera (boreal). Como naquela época os congressistas não podiam voltar de maneira rápida para os Estados que representavam, freqüentemente o Congresso se reunia no dia de Natal, 25 de dezembro, de acordo com Donald Ritchie, historiador do Senado.

Mesmo após a mudança do calendário político em 1930, o Congresso norte-americano passou a trabalhar, de uma maneira geral, entre janeiro e a metade do ano, o que não conflitava com os feriados judaicos. O Congresso passou a se reunir também após a metade do ano quando os jatos comerciais entraram em operação, na década de 1960, e permitiram aos congressistas da Costa Oeste do país voltarem mais rápido para casa.

Logo depois, os recessos fixos, que acontecem perto dos feriados religiosos e nacionais, ficaram mais freqüentes. Ritchie afirmou que durante suas três décadas no Senado, observou que alguns líderes tentaram fazer os congressistas trabalharem no Natal e em outros feriados, embora sem sucesso. Atualmente, o Congresso dos EUA tem 13 parlamentares judeus no Senado, que conta com cem cadeiras, e 29 parlamentares na Câmara dos Representantes, que tem 435 cadeiras.
Agência Estado

Rizzolo: Da forma em que está a economia americana, quanto mais feirado melhor, se depender dos feriados judaicos ainda temos o Yom Kipur dia 8. Observem que do ponto de vista de representatividade política os judeus são poucos nos EUA, mas bem maior do que no Brasil onde a maioria dos judeus que se candidatam demonstram timidamente sua origem judaica.

Na realidade existe um componente político em não aprovar o socorro à economia americana; os aproveitadores alegam que o contribuinte não poderia arcar com o prejuízo, mas esquecem que se os bancos quebram, quebram também os correntistas, os investidores, e por tabela os funcionários do banco.

A verdade é que não há saída, e não adianta culpar ” os países ricos, ou os banqueiros exploradores”, como faz Chavez e Lula, o regime capitalista americano é na sua essência não intervencionista, o que de certa forma é um erro, há que se ter um mínimo de regulação financeira.

Contudo exorcizar de vez o liberalismo da economia americana, visando ter um discurso popular e um ” ganho secundário, é de feitio daqueles que gostam de fazê-lo ao som de Mercedes Sosa, ou no saudosismo das músicas de Geraldo Vandré. Que coisa antiga, hein! Eles devem estar falando: ” Foi só acabar o feriado judaico, para esse judeu volta a atormentar! ( risos..)

Obrigado pelos emails de Shaná Tová !!!! Recebi um email de um petista me perguntado, porque eu havia voltado mais cedo da sinagoga. E eu respondi: Sentiram falta ?

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Importadores da Europa e Ásia já cancelam pedidos

O crédito para exportação, que estava escasso na semana passada, secou de vez ontem para as empresas, após a rejeição, pelo Congresso americano, do pacote de ajuda de US$ 700 bilhões às instituições financeiras em crise. Para contornar a restrição de financiamentos, as companhias – e não apenas as exportadoras – já estudam alternativas de emergência para obter recursos financeiros.

“O mercado parou”, afirmou Sérgio Amoroso, presidente do Grupo Orsa, um dos maiores grupos do setor de embalagem de papelão e celulose do País, que fatura US$ 800 milhões, dos quais US$ 300 milhões são provenientes de exportações. “Não sei o que vamos fazer”, disse. Segundo ele, uma das alternativas é o desconto de duplicatas. “Mas estamos estudando.”

Além da restrição do crédito à exportação, Amoroso conta que muitos importadores da China e da Europa decidiram cancelar parte dos pedidos, temendo a desaceleração da demanda em seus países. “O momento é preocupante”, resumiu o executivo, que optou por segurar os R$ 30 milhões restantes que investiria no aumento da capacidade de produção das fábricas, programado para até dezembro deste ano.

Além do setor exportador, Ricardo Hingel, diretor do Banrisul, lembrou que outros começam a sentir o impacto da crise de oferta de crédito no dia-a-dia. Nesse rol, ele aponta as lojas de varejo, que têm boa parte das vendas financiadas. “A taxa de juros já subiu e a tendência é encurtamento de prazos de pagamento. Estamos avaliando as políticas de redução”, disse.

Também as construtoras, que recentemente abriram o capital e compraram inúmeros terrenos na expectativa de conseguirem facilmente recursos de crédito imobiliário dos bancos para erguer os empreendimentos, começam a recorrer novamente ao mercado para se capitalizarem. Na sexta-feira, por exemplo, a Rossi Residencial distribuiu um comunicado informando que seu conselho de administração tinha aprovado a emissão de debêntures no valor de R$ 40 milhões, com garantia do Banco Votorantim. Segundo o comunicado, a decisão foi tomada para “incrementar a posição positiva de caixa, assegurando maior conforto durante um eventual cenário de contração de crédito”.

A construtora Even decidiu no dia 18 aumentar em R$ 150 milhões o seu capital social, por meio de emissão de ações. “As medidas contribuem para a manutenção da sua robustez financeira”, disse nota da empresa.
Agência Estado

Rizzolo: A situação é extremamente grave, o setor de embalagem de papelão e celulose do País, é o primeiro a sentir os efeitos de qualquer crise. Com o crédito cada vez mais restrito e seletivo, as empresas reavaliam sua condição futura; as projeções do ponto de vista do mercado, são intuitivas e refletem a situação atual. É claro que setor exportador é o primeiro a receber um maior impacto, e não resta outra saída a não ser pensar nas alternativas de emergência para obter recursos financeiros.

O mais preocupante é o fato de que as indústrias do setor de infra -estrutura já sentem o enxugamento do crédito, estando este mais restritivo. Preocupado com esta questão que envolve o desenvolvimento dos projetos, o governo vai procurar garantir recursos para quatro áreas significativas: agricultura, exportação, PAC, BNDES. Agora, temos que repensar a economia de dentro para fora, fortalecendo o mercado interno com os recursos de que dispomos, jogar a culpa nos países ricos, discurso, ficar bravo, isso não tem um efeito diminutivo, apenas aumentativo do fator popularidade. Nisso o presidente já está bem, pelo menos até agora.

Lula muda o tom e diz que Brasil pode ter ”pequeno aperto”

Pouco depois da rejeição, pelo Congresso dos Estados Unidos, do pacote de US$ 700 bilhões de ajuda ao sistema financeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou preocupação em relação a possíveis conseqüências negativas, para a economia brasileira, da crise nos mercados. Durante entrevista ao programa semanal de rádio “Café com o Presidente”, divulgada pela manhã, Lula já admitia que o Brasil pode passar por um aperto “muito pequeno” na economia. Embora comedida, a fala do presidente foi menos otimista que discursos anteriores.

“É importante que o povo brasileiro saiba que uma crise de recessão num país como os Estados Unidos pode trazer problemas a todos os países, porque eles representam a maior economia do mundo.”

As declarações de ontem do presidente marcaram uma mudança de tom em suas análises sobre a turbulência financeira. Antes, Lula dizia que “a crise não atravessou o Atlântico” e repetia que o Brasil sofreria pouco por causa dela. Ontem, porém, foi diferente. O presidente voltou a falar em confiança na economia do País, mas ressaltou que há problemas sérios e deixou claro que a solução está com os EUA, embora repetisse a disposição de continuar os investimentos no Brasil. Lula falou a jornalistas após participar da solenidade pelos cem anos da morte de Machado de Assis, na Academia Brasileira de Letras, no Rio.

O presidente ressaltou estar “tranqüilo” e voltou a dizer que o Brasil não deixará passar a oportunidade de voltar a crescer. Mas deixou claro que a solução dependerá da “sabedoria do governo americano”. Lula pediu “responsabilidade” ao Congresso e ao Executivo dos Estados Unidos para evitar uma crise que atingiria o “mundo inteiro”. E criticou duramente a falta de controle dos americanos sobre os bancos.

“Eles precisam ter responsabilidade, porque os países pobres, que fizeram tudo para ter uma boa política fiscal, fizeram tudo para ter tranqüilidade, não podem agora ser vítimas do cassino que eles montaram na economia americana.”

“Não é justo que países latino-americanos, países africanos, países asiáticos paguem pela irresponsabilidade de setores do sistema financeiro americano”, acrescentou. Lula lembrou que, no Brasil, um banco de investimento não pode se alavancar além de dez vezes o patrimônio líquido. “Nos Estados Unidos, não tem limite”, declarou, em tom escandalizado.

“Posso dizer a vocês que estamos conscientes do que está acontecendo no mundo”, afirmou. Lula ressaltou, ainda, que tem feito reuniões sistemáticas com a área econômica e o Banco Central para discutir a crise. “Sabemos que a crise é grave, sabemos que vai diminuir o crédito no mundo, mas estamos seguros de que nossas exportações continuam indo bem, as importações de máquinas e equipamentos continuam indo bem, a indústria continua crescendo, temos projetos importantes do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), temos projetos importantes de infra-estrutura que não vamos paralisar, vamos continuar.”

Lula atribuiu a rejeição do pacote pelo Congresso americano à disputa eleitoral pela presidência dos EUA, que ocorrerá em novembro. “Acho que foi rejeitado porque, nessas alturas do campeonato, tem gente tentando tirar proveito”, afirmou. “Mas penso que a responsabilidade que os americanos têm diante do mundo vai obrigá-los a tomar uma posição. Ali não existe meio-termo. Ou eles assumem a responsabilidade de cobrir o rombo que eles permitiram que fosse criado ou eles vão criar uma crise muito séria no mundo inteiro.”

Ele disse que chegou a hora de o Congresso e o governo dos EUA assumirem “a responsabilidade que lhes cabe nessa história”. “Eles criaram um rombo no sistema financeiro, então agora têm que tampar.”

No rádio, Lula já havia ressaltado que o mercado interno daria sustentação à economia brasileira durante a crise, garantindo números positivos em exportação, emprego e investimentos.
Agência Estado

Rizzolo: O que marca o governo do presidente Lula é a sua popularidade que ontem atingiu 80%, sem contar que no nordeste este coeficiente é maior. Contudo não é de forma gratuita que os patamares da popularidade assumem números assustadores, a forma de enxergar o mundo do ponto de vista ” Lulístico” é algo que nos leva a uma reflexão. Não há como identificar se o discurso já é elaborado pela “equipe de marketing ” do PT ou se é próprio do presidente. Atribuir a tudo que é de cunho negativo a terceiros é a marca registrada de Lula. É impressionante como nada o atinge neste universo.

A crise americana é devida a uma desorganização do mundo capitalista financeiro, ocorreu agora, como já ocorrera em outras épocas. Agora, aproveitar a crise e ” despejar ” a culpa nos EUA, na luta entre os ” ricos e pobres”, afirmando que os países emergentes são ” vítimas”, e de forma popular aproveitar a crise para blindar-se, como que dizendo ” o problema é deles ” já faz parte da visão ” Lulística” de entender problemas internacionais.

Todos sabem que houve uma falta de maior regulação financeira nos EUA, também é sabido, que o liberalismo financeiro deve ser contido, mas o cerne da questão é que em problemas mundiais, de crises, temos que ter atitude ” pró ativa” , e não só ficar popularizando o tema levando o discurso da crise para uma luta entre ” ricos e pobres”, aquela coisa do discurso petista. Como o povo gosta sempre de ouvir que a culpa é dos ricos, a popularidade em tempos de crise também aumenta na mesma proporção desta última.

Liberalismo Financeiro e o PAC

Um dos conceitos mais discutidos nas questões políticas e econômicas na última década, foi a do neoliberalismo e seu papel na economia. Seus ardentes combatentes, em contraponto aos amantes de Adam Smith, se digladiaram numa discussão polarizada, que em última instância, se expressava em conceitos sócio políticos sobre a participação do Estado como provedor de desenvolvimento, e ao mesmo tempo, como regulador do processo econômico em oposição aos liberais que entendiam que o mercado por si era auto sustável.

Mais recentemente no Brasil, como na América Latina, prevaleceu-se o pensamento contrário às posturas neoliberais e ao ” Consenso de Washington”; impulsionado por economistas como Joseph Stinglitz ( Prêmio nobel ), que sempre defendeu um modelo econômico não tão liberal, onde o Estado assume um papel mais participativo na elaboração das diretrizes de investimento, balizando-o, e dando o tom na segmentação da aplicação dos recursos à iniciativa privada. Modelo este, mais próximo ao instituido na época do “milagre brasileiro”, onde a presença do Estado era mais acentuada.

Foi nesse esteio de pensamento, que o modelo econômico do governo do presidente Lula, pavimentou seus ideais de construir e desenvolver programas de inclusão social e consolidar a implantação de projetos de infra-estrutura contidos no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Ainda na esfera da regulação por parte do Estado, a sucessão de crises forçou modificações do sistema bancário brasileiro, que tornou-se mais eficaz, ao contrário dos preceitos do liberalismo financeiro. Hoje, o Banco Central, ao contrário do FED( banco central americano), tem grande abrangência nas suas atividades reguladoras e fiscalizadoras.

A história de certo modo veio provar que não estávamos de todo errado ao propagarmos uma política econômica mais centrada e menos arrojada do ponto de vista do liberalismo financeiro. A crise bancária dos EUA que levou à elaboração de uma pacote de resguardo à economia no valor de US$ 700 bilhões em dinheiro público, nos leva apensar que o caminho inverso das propostas liberais ganha força no pensamento econômico mundial.

Por ironia econômica, nosso modelo de desenvolvimento, baseado no PAC, sofrerá as influências da crise mundial advindas do descontrole financeiro. Já se observa um grande número de obras fora do prazo estabelecido, até o balanço do programa está atrasado. Com efeito, as indústrias do setor de infra -estrutura já sentem o enxugamento do crédito, estando este mais restritivo. Preocupado com esta questão que envolve o desenvolvimento dos projetos, o governo vai procurar garantir recursos para quatro áreas significativas: agricultura, exportação, PAC, BNDES. Contudo a Taxa de Juros de Longo Prazo poderão ser alteradas dificultando ainda mais o crédito.

Não seria exagero a um observador, inferir que a inter conectividade dos mercados ultrapassa as políticas internas monetárias, fazendo com que a blindagem econômica dos demais países pobres acabam sendo um minimizador na contenção das turbulência internacionais, que ainda insistem na pouca regulação financeira e na pouca participação do Estado na economia, fazendo com que o debate sobre a discussão neoliberal, seja paga pelos pobres do mundo e pelos pobres contribuintes dos países ricos.

Fernando Rizzolo

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Lula diz que pacote dos EUA é injusto com pobres

BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva culpou os Estados Unidos pela crise financeira global e disse que o plano de resgate de 700 bilhões de dólares para socorrer Wall Street é injusto com as pessoas pobres de outros países do mundo.

O Congresso norte-americano acertou, na madrugada de domingo, as bases para o acordo de resgate destinado ao setor financeiro. A crise iniciada em Wall Street se espalhou para os mercados de todo o mundo.

“Eles querem ajudar os bancos e não querem ajudar os pobres”, disse Lula, na noite de sábado, durante comício do PT na cidade de Garulhos, na Grande São Paulo.

“Porque quando eles ganham é só deles, mas o prejuízo eles querem repartir com todos os países do mundo e com os mais pobres. Se eles brincaram com a economia deles, eles que resolvam e não deixem a crise chegar aqui”, acrescentou o presidente, de acordo com reportagem da Agência Brasil.

Lula disse ainda que os Estados Unidos têm a responsabilidade de resolver a crise de repercussão internacional que eles mesmos causaram.

“Se eles brincaram com a economia deles, eles que resolvam e não deixem a crise chegar aqui”, afirmou o presidente, acrescentando que o Brasil está em melhores condições para enfrentar a crise do que no passado por não depender tanto dos EUA.

“Antes, os Estados Unidos eram responsáveis por 30 por cento das nossas exportações, agora são 15 por cento. Começamos a vender para a América do Sul, Ásia, Europa, Oriente Médio, África”, disse.

A economia brasileira está crescendo mais de 5 por cento ao ano, mas deve diminuir para um crescimento por volta de 4 por cento no próximo ano. Empresas exportadoras brasileiras anunciaram na semana passada grandes perdas de derivativos devido à flutuação cambial causada pela crise financeira global.
Agência estado

Rizzolo: A realidade é que pacote americano é única solução plausível para resolver o problema causado pela falta de regulação do mercado financeiro americano. Em verdade a liberalização financeira, tão apregoada pelos neoliberais do mundo, desta vez está sendo questionada até pelos seus mais árduos defensores no passado. De fato que paga são os pobres, não só dos países em desenvolvimentos ou extremamente miseráveis, mas o contribuinte americano que também é um assalariado e sofrerá com o desemprego e um mercado mais retraído. É como sempre afirmo, a liberalização financeira possui um discurso em que o lucro não é compartilhado pelo Estado, mas os prejuízos estes sim. Os povos é que pagam.

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