Princesa saudita adúltera ganha asilo no Reino Unido para evitar pena, diz jornal

Nome da jovem não foi divulgado pela Justiça, segundo o ‘Independent’.
Ela teria tido um bebê e temia ser condenada à morte se voltasse à Arábia.

Uma princesa saudita que deu à luz no Reino Unido um filho fruto de adultério recebeu em segredo asilo no país, após argumentar que podia ser condenada à morte se voltasse à Arábia Saudita.

A jovem, cujo nome não foi divulgado por decisão dos tribunais, obteve a condição de refugiada após dizer a um juiz que seu caso podia ser punido com a morte por apedrejamento na Arábia Saudita, informou nesta segunda-feira (20) o jornal “The Independent”.

Este é só um caso dos vários protagonizados por cidadãs sauditas no país e que não são divulgados normalmente por nenhum dois dois governos, segundo o jornal.

De acordo com fontes diplomáticas britânicas, a denúncia por parte das autoridades britânicas evidenciaria a perseguição de que são alvo as mulheres na Arábia Saudita e seria interpretada como uma crítica aberta à Casa Real saudita.

A mulher, que pertence a uma família saudita muito rica, conheceu um inglês não muçulmano durante uma visita a Londres e manteve relações sexuais com ele.

Após engravidar, preocupada com o fato de o marido, membro da Casa Real Saudita, suspeitar de seu comportamento, ela o convenceu a deixá-la viajar ao Reino Unido para dar à luz nesse país.

Depois do parto, a princesa convenceu os tribunais de que tanto ela quanto o filho corriam o risco de ser condenados à morte, de acordo com a sharia ou lei islâmica.

Desde que fugiu do país árabe, sua própria família rompeu todos laços com ela, segundo declarou ao juiz.

A princesa recebeu permissão de residência permanente no Reino Unido após a sentença favorável do tribunal para a Imigração e o Asilo.

Fontes do Ministério do Interior britânico se negaram a comentar o caso.
Globo
Rizzolo: O fundamentalismo religioso islâmico difere das demais religiões pois tem como punição a morte. Não possível que nos dias de hoje a intolerância religiosa faça parte do cotidiano de países como a Arabia Saudita, a ponto de uma cidadã deste país, requerer asilo para que não seja julgada e executada. Esta é a grande diferença entre o Ocidente, a democracia, a liberdade, e o fundamentalismo religioso atrasado e perigoso.

Um dos motivos que os países árabes nutrem em relação à Israel, é que o Estado judeu é o único na região com espírito democrático, de pleno exercício democrático, de liberdade de expressão, e isso eles não gostam. Um fiel representante da democracia ocidental no oriente, ameaça o pensamento retrógrado radical fundamentalista e perigoso como o instalado na Arabia Saudita.