O governo chinês afirmou nesta terça-feira não ter influência sobre outros países em suas relações diplomáticas, uma referência à pressão que recebeu para forçar a Coreia do Norte a desistir do programa nuclear após realizar um segundo teste nuclear e lançar cinco mísseis de curto alcance.
China é a principal aliada da Coreia do Norte e, junto aos outros países membros do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), condenou o teste nuclear e prepara uma nova resolução contra Pyongyang.
“Não acredito que a palavra “influência” exista na diplomacia chinesa”, disse nesta terça-feira o porta-voz da Chancelaria chinesa, Ma Zhaoxu, ao ser perguntado em entrevista coletiva sobre se o teste nuclear demonstra que Pequim não tem influência sobre Pyongyang.
O regime chinês é o principal fornecedor e defensor internacional do isolado regime do ditador Kim Jong-il, ao qual fornece alimentos, armas e a maior parte do combustível que consome.
O porta-voz também comentou sobre a possibilidade de a China apoiar novas sanções contra Pyongyang no Conselho de Segurança. “Depois do teste norte-coreano, a China expressou diretamente sua postura à Coreia do Norte. O regime norte-coreano realizou um novo teste nuclear ignorando a oposição da comunidade internacional. O governo chinês se opõe firmemente a esse ato”, ressaltou.
Além disso, afirmou que a China “pede de forma contundente que a Coreia do Norte cumpra seus compromissos de desnuclearização, que detenha qualquer ato que possa deteriorar ainda mais a situação e que retorne às conversas de seis lados”.
O diálogo multilateral, no qual participam as duas Coreias, Estados Unidos, Rússia, Japão e China, começou em 2003. Em 2007, um ano depois do primeiro teste nuclear norte-coreano, conseguiu o compromisso de Pyongyang de desmantelar seus reatores em troca de reconhecimento diplomático e combustível.
No entanto, desde o ano passado –coincidindo com rumores de uma doença do líder Kim e a mudança de governo nos EUA–, a Coreia do Norte decidiu retomar seu programa nuclear e retroceder todo o avanço diplomático.
Folha online
Rizzolo: O regime chinês de forma velada auxilia no fornecimento de alimentos e apoia a Coréia de Norte. Na verdade a China tem interesses em ter um aliado político na região. Contudo face aos interesses comerciais com o Ocidente, o governo chinês condena de forma branda as incursões belicistas da Coréia do Norte.
O grande problema atualmente é que os EUA com Obama na presidência, tem pulso fraco e predispõe estes regimes incluindo o Irã a aumentar sua capacidade bélica nuclear, apostando na bondade e docilidade de Obama. Um país como os EUA, se quiser manter sua hegemonia deve ter outro discurso, não este de Obama. O resultado é isso que observamos na esfera internacional, regimes autoritários construindo armas de destruição em massa.