”Quero fazer justiça ao Collor”, diz Lula, ao elogiar ex-presidente

Em visita à cidade de Palmeira dos Índios, interior de Alagoas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou generosamente o ex-presidente da República e atual senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL). Agradeceu o apoio que tem prestado ao governo no Congresso e chegou até mesmo a comparar seu nome ao do presidente Juscelino Kubitschek (1956-1961).

Sorrindo e trocando abraços, após terem viajado juntos no avião presidencial, o Aerolula, nada neles lembrava o fato de já terem sido inimigos políticos, dos mais ferozes. Logo no primeiro evento da agenda que cumpriram em Palmeira dos Índios, a inauguração de uma adutora, Lula disse: “Quero fazer justiça ao senador Collor e ao senador Renan, que têm dado sustentação ao governo em seu trabalho no Senado.”

Renan Calheiros (PMDB-AL), que foi derrubado da presidência do Congresso em 2007, em meio a um escândalo envolvendo um lobista, não estava presente para agradecer. Permaneceu em Brasília, ajudando o amigo José Sarney (PMDB-MA), também ameaçado de perda do cargo.

Minutos depois, Lula voltou a elogiar Collor. Ao falar sobre sua afinidade com o povo nordestino, o presidente citou Kubitschek e incluiu Collor na equação. “Não era habitual neste país os presidentes percorrerem o Brasil. Além do Collor, que é de Alagoas, o único presidente a vir aqui foi Juscelino Kubitschek”, afirmou.

Ainda em Palmeira dos Índios, o principal jornal da cidade circulou com a manchete “Presidente Lula da Silva apoia Collor de Mello para o Governo de Alagoas”.

A manchete pode indicar apenas que Collor já está em campanha. A aproximação cada vez maior entre ele e o presidente, Lula, porém, é sintomática, sinalizando o grau de pragmatismo e a conveniência que define alianças políticas no governo.

Conta a história que Collor chegou à Presidência, na primeira eleição pelo voto direto que o Brasil realizava desde 1960, após ter dito na campanha que seu opositor, o ex-líder sindical Lula, mergulharia o País num “banho de sangue”, caso fosse eleito. Às vésperas da eleição, ele veiculou imagens de Miriam Cordeiro, ex-namorada de Lula, dizendo que o petista havia pedido a ela que fizesse um aborto, num episódio considerado por muitos como decisivo para a derrota do PT.

Lula, por sua vez, identificava Collor com as oligarquias políticas mais atrasadas do País. E, dois anos após a eleição, o PT foi um dos líderes da campanha pelo impeachment de Collor, cujo governo naufragou em meio a uma interminável série de escândalos de corrupção.

Depois da inauguração no interior, os dois viajaram para Maceió, para outro evento. E Lula voltou a mencionar o arqui-inimigo.

Collor não falou em nenhum dos dois eventos. Quem não economizou elogios ao presidente Lula foi o governador Teotônio Vilela Filho, que, por sinal, é do PSDB.
agencia estado

Rizzolo: Há algum tempo este Blog já previa esta aproximação de Lula com o Collor. Sinceramente não acho ruim. Com todas as reservas que todo brasileiro tem em relação ao ex. presidente, a grande verdade é que foi a esquerda maliciosa que derrubou Collor. Sim, esta mesma esquerda que agora se cala diante do apoio velado do PT à Sarney e do apoio escancarado de Lula e Dilma aos atos secretos e tudo mais que Sarney promoveu. Ética é uma coisa que se aprende desde a mais tenra idade, e observem que o próprio presidente reconhece que houve certa injustiça com Collor.

É óbvio, quem promoveu os “cara pintadas” foi a esquerda que agora fica bem quietinha escondendo e protegendo Sarney, para que o mesmo possa abafar a CPI da Petrobras. Chegou num ponto em que devemos nos perguntar : Será que Collor não irá se sujar em troco de um eventual apoio do PT. Olha, sinceramente, Collor cairia melhor como candidato à presidência, do ponto de vista de rejeição, do que Dilma. Isso Lula sabe.

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Collor derrota PT e se elege presidente da comissão de infraestrutura

Ex-presidente derrotou a senadora Ideli Salvatti (PT-SC).
Com menor bancada, PTB contou com apoio de PMDB e DEM.

O senador Fernando Collor (PTB-AL) foi eleito nesta quarta-feira (4) presidente da Comissão de Infraestrutura da Casa. Ele derrotou por 13 votos a 10 a senadora Ideli Salvatti (SC), indicada pelo PT. A vitória de Collor é resultado do acordo que permitiu a eleição de José Sarney (PMDB-AP) para a presidência da Casa derrotando Tião Viana (PT-AC).

Dono da quarta maior bancada na Casa, com 13 senadores, o PT reivindicava a presidência da comissão de infraestrutura após PMDB, DEM e PSDB terem feito suas escolhas. O PTB, no entanto, contou com o apoio de PMDB e DEM e venceu apesar de ter apenas sete senadores.

Collor justificou sua candidatura dizendo que a regra da proporcionalidade não é estática e depende de acordo. “Se este parlamento decide suas questões pelo voto, se é pelo voto que se constrói e se consolida o sistema democrático, nada impede a disputa”.

A senadora Ideli protestou destacando que em todos os outros colegiados a proporcionalidade está sendo respeitada. O líder do PT, Aloízio Mercadante (SP), reclamou da postura do PTB. “Apresentar uma candidatura em espaço que cabe legitimamente a nossa bancada não é bom caminho para o Senado”.

O senador Wellington Salgado (PMDB-MG) justificou a disputa alfinetando o PT. “Quando se vai bater chapa para presidente tem que se ter consciência das consequências do ato”. O líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), destacou que o apoio a Collor é resultado justamente das composições para a eleição de Sarney. “O PMDB assumiu compromissos com os quais não pode abrir”.

Mercadante rebateu os peemedebistas e criticou a forma como os aliados de Sarney conduziram o processo. “Não se pode fazer acordo no direito do outro. Poderia ter aberto espaço para o PTB no seu espaço”, disse o petista se dirigindo a Calheiros.

Saia justa

Durante seu discurso para justificar a candidatura, Collor passou por uma saia justa ao tecer elogios para a adversária Ideli. Qualificando a petista como uma pessoa conciliadora, o ex-presidente da República afirmou que Ideli era uma pessoa que “cisca para dentro”.

O uso da expressão provocou constrangimento. O líder do PT, Aloízio Mercadante (SP), interveio e pediu que Collor retirasse a expressão. O senador do PTB afirmou que não havia qualquer ofensa a Ideli e que a expressão é comum no Nordeste. Por fim, Collor concordou com Mercadante e pediu que o termo fosse retirado das notas taquigráficas.
G1 Globo

Rizzolo: Sinceramente gostei do resultado. Apesar de seu passado, que em relação ao mensalão do PT não é nada, Collor amadureceu, e hoje temos a capacidade de quantificar um eventual exagero no seu impeachment, muito, é claro, produzido e manufaturado pelo PT na época. O líder do PT, Aloízio Mercadante (SP), não se conforma, não está acostumado mais a perder. A vitória de Collor é resultado do acordo que permitiu a eleição de José Sarney (PMDB-AP) para a presidência da Casa derrotando Tião Viana (PT-AC). A grande questão desta disputa é que o PT descobriu que também perde eleição. Bem feito!!