Em meio à crise, Chávez vem ao País discutir crédito e Mercosul

BRASÍLIA – Afetado pela queda do preço do petróleo e pela escassez de crédito internacional, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, chega nesta terça-feira à cidade de Salvador (BA) para discutir maior acesso aos financiamentos do BNDES, além de reafirmar compromissos para a entrada do país no Mercosul.

O encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz parte da série de reuniões trimestrais entre os dois líderes, que começou em 2007. Lula e Chávez deverão avançar nas discussões sobre a ampliação do crédito à Venezuela, via BNDES.

A proposta, que já vem sendo costurada pelos dois países, prevê financiamento a obras de infraestrutura realizadas por empresas brasileiras naquele país, com potencial de chegar, a princípio, em US$ 4 bilhões. Uma fonte do governo venezuelano ouvida pela BBC Brasil, no entanto, afirmou que o valor da linha de crédito do BNDES poderia girar entre US$ 5 bilhões e US$ 10 bilhões.

Alguns projetos já foram prospectados pelo banco brasileiro, entre eles, a ampliação da rede de metrô em Caracas, no valor de US$ 730 milhões. No ano passado, o Brasil enfrentou problemas com o financiamento a uma hidrelétrica no Equador, que alegou deficiências tanto no contrato como na prestação do serviço, a cargo da empresa Odebrecht. Apesar dos atritos diplomáticos, o governo equatoriano aceitou pagar a dívida, no valor de U$ 200 milhões.

A avaliação do governo brasileiro é de que não há motivos para “presumir” que a Venezuela adotará a mesma postura. “Eles têm pago os financiamentos em dia”, diz uma fonte diplomática.O governo da Venezuela anunciou recentemente que suas receitas com o petróleo caíram pela metade este ano, como reflexo da crise financeira internacional.

Segundo previsão do Fundo Monetário Internacional, o PIB do país deverá cair 2,2% este ano. Mercosul, outro assunto que deve ocupar grande parte da agenda nesta terça-feira são os preparativos para a entrada da Venezuela no Mercosul. O assunto está nas mãos do Senado brasileiro, que recentemente pediu novas informações sobre o processo de adesão.

Os senadores querem detalhes sobre como a Venezuela pretende se adequar às regras do grupo antes de decidir se levam ou não o assunto a plenário.A expectativa é de que o presidente da Venezuela apresente, durante o encontro, uma proposta mais específica de adesão à Tarifa Externa Comum (TEC). Prazos e percentuais já foram definidos, mas os produtos “de exceção” ainda não.”Existem diversos pontos que precisam ser esclarecidos. Há registros, por exemplo, de atraso no pagamento pelos produtos brasileiros exportados para a Venezuela”, diz o senador Eduardo Azeredo, presidente da Comissão de Relações Exteriores.

O presidente da Federação das Câmaras de Indústria e Comércio Venezuela-Brasil, José Francisco Marcondes Neto, diz que os venezuelanos estão “empenhados” para chegar à reunião desta terça com um cronograma mais detalhado, mas que a aprovação do assunto pelo Senado “não depende disso”.”A aprovação pelo Senado não depende desses detalhes. Brasil e Argentina até hoje discutem quais produtos devem fazer parte da lista de exceções”, diz.

Estados UnidosAlém das conversas sobre financiamento do BNDES e Mercosul, a pauta do encontro entre Lula e Chávez inclui ainda a relação com o governo americano.O assessor para assuntos internacionais do Palácio do Planalto, Marco Aurélio Garcia, diz que os dois presidentes vão discutir “os avanços” na relação entre Chávez e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.”Estamos muito satisfeitos com o progresso das relações entre os dois países”, disse Garcia.

Segundo ele, a Venezuela “deu passos positivos” para uma maior aproximação com os Estados Unidos, como a indicação de um diplomata “de altíssimo nível” para representar a Venezuela em Washington.De acordo com Garcia, Lula e Chávez deverão ainda repassar toda a agenda bilateral, que inclui acordos de cooperação nos setores bancário, agrícola e industrial.
agência estado

Rizzolo: O presidente Chavez sempre causa histeria nos setores mais conservadores no Brasil. Na verdade é uma postura infantil de alguns políticos. O próprio governo americano já não leva tão a sério as bravatas de Chavez. Obama conduz uma política cordial com a Venezuela, e a aproximação é cada vez maior. Falo isso com muita tranquilidade, todos sabem das minha restrições a Chavez.

Apesar de tudo, aqui no Brasil, ainda há existem setores que não entenderam que as relações comerciais podem existir sim, independentemente das bravatas do passado. Observem que Chavez é bem mais light do que o presidente do Irã; diríamos, até dotado de um “comedimento politicamente correto” se compararmos com o antissemita Mahmoud Ahmadinejad, que vocifera seu racismo na ONU.

A verdade é que Chavez um dia passará e a Venezuela fica. O mais interessante, é o fato de que o Irã cujo presidente seria recebido com toda pompa e circunstância no país, uma pessoa mal vista internacionalmente, ninguém cobra ou cobrou nada dele. Silêncio total. É o puro silêncio do inocentes. Vamos avançar e se preocupar com quem realmente é perigoso. Já que o governo aprecia mesmo relações perigosas, optem pelo menos ruim.

Governo oficializa crédito de R$ 10 bi para o agronegócio

BRASÍLIA – A decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) de criar uma linha de crédito de R$ 10 bilhões para financiamento de capital de giro para agroindústrias, indústrias de máquinas e equipamentos agrícolas e cooperativas agropecuárias entrou em vigor nesta segunda-feira, 11, com a publicação da Portaria nº 203 no Diário Oficial da União.

Assinada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, a portaria, com data de 7 de maio deste ano, repassa os R$ 10 bilhões ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), encarregado de operar a linha de crédito levando em consideração os financiamentos contratados a partir de 16 de abril de 2009 e até 31 de dezembro de 2009.

A linha de crédito foi aprovada pelo CMN em reunião extraordinária no dia 18 de abril, com o objetivo de aliviar as dificuldades de crédito que afetaram os diversos setores exportadores do agronegócio em consequência da crise financeira internacional. Um dos segmentos mais atingidos, de acordo com avaliação do Ministério da Agricultura, foi o de frigoríficos.

O número de trabalhadores demitidos nos maiores frigoríficos do País e nas empresas ligadas ao setor pode chegar a 100 mil, de acordo com dados da Associação Brasileira dos Exportadores de Carne (Abiec) e da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo). E sete grandes frigoríficos pediram recuperação judicial.

Agência Estado

Rizzolo: A medida vem ao encontro do setor que sofreu com a crise devido a queda das exportações. Duas regiões são as principais responsáveis pelo fornecimento de carne ao mundo: América do Sul e Oceania. E todos os países envolvidos com o fornecimento do produto têm problemas a curto prazo.

A Austrália, líder mundial em receita com exportações até 2006, vive constantes secas, o que diminui a produtividade do país. A Argentina, que já foi líder mundial e exportava acima de 700 mil toneladas na década de 60, perde espaço e está ameaçada de importar carne bovina em dois anos. A medida veio em boa hora.

Retomada do crédito não chega ao consumo

SÃO PAULO – O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, tem dito que a oferta de crédito no Brasil já voltou aos níveis que antecederam o aprofundamento da crise global, em setembro do ano passado. No entanto, uma análise que vá além dos números agregados – divulgados pela instituição todos os meses – mostra uma realidade nada confortável em algumas faixas. Essa é uma da razões que têm levado empresários e analistas a projetar forte desaceleração das vendas do comércio em 2009.

No último trimestre do ano passado, as novas concessões de empréstimos para pessoas físicas caíram 4,9% em relação a igual período de 2007, no cálculo livre das influências sazonais. Para as pessoas jurídicas, o recuo foi de 2,5%, segundo o chefe do Departamento Econômico da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Carlos Thadeu de Freitas, que fez o levantamento.

As novas concessões revelam que não houve melhora, disse. O estoque, argumenta, é uma medida imprecisa porque tende a crescer por causa do juro embutido no financiamento. Nessa medição, o BC apontou alta de 2,9% em outubro, 2% em novembro e 0,9% em dezembro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Rizzolo: Os empresários ainda estão receiosos em relação as vendas do comécio em 2009. Na verdade, a concessão de crédito doméstico, de maneira geral, já se normalizou, porém alguns setores ainda enfrentam restrições, as empresas que tomavam crédito no exterior passaram a demandar crédito doméstico. Do ponto de vista realista, o crédito voltou, mas não como antes. Não vai ser como antes. O mundo está desacelerando e falta dinheiro. Duas medidas já adotadas pelo governo devem amenizar o problema. A primeira delas é o uso das reservas cambiais para financiar a rolagem da dívida privada externa, até um limite estimado em US$ 36 bilhões. A outra medida diz respeito à liberação de US$ 19,3 bilhões em linhas para exportação. A crise de crédito internacional atingiu todo o mundo, incluindo o Brasil. Mas a fase aguda se deu no mês de outubro.

BB reduz taxa de juros de algumas linhas de crédito

BRASÍLIA – O Banco do Brasil anunciou hoje a redução de taxas de juros para algumas modalidades de crédito para pessoas físicas e jurídicas. O governo está preocupado com a elevação nas taxas de juros do crédito no sistema financeiro e, por isso, quer que seus bancos atuem para direcionar o mercado a cortar suas taxas. Ontem, os dados do Banco Central mostraram uma forte elevação dos juros ao consumidor, tanto pessoa física como empresarial, por conta do aumento nos spreads bancários.

As novas taxas de juros do BB terão validade a partir de amanhã. Entre as principais reduções estão operações como Conta Garantida (espécie de cheque especial das empresas), cuja taxa passou de 2,62% ao mês para 2,25%, desconto de cheques (de 2,32% para 1,98% mensais) e desconto de títulos (de 1,95% para 1,70% ao mês). Operações de Capital de Giro tiveram ligeira redução, de 2% para 1,96% ao mês. O adiantamento de crédito ao lojista teve a taxa reduzida de 1,79% para 1,61% e aquisição de recebíveis de 1,95% para 1,69% mensais.

Os cartões de crédito também terão redução dos juros, de 4,23% para 3,79% na taxa mínima do crédito rotativo e de 4,99% para 2,92% ao mês nas compras parceladas.O BB também vai reduzir os juros nas operações de financiamento às exportações, mas não divulgou ainda quais serão as novas taxas.
Agência Estado

Rizzolo: Bem, estava na hora do BB atuar no mercado financeiro visando atender às necessidades do crédito, aliás é uma vergonha um Banco estatal, que tem como finalidade atender à população e as empresas, manter taxas de bancos privados. Com muita propriedade o presidente Lula advertiu o BB sobre as taxas do banco. Os juros do cartão de crédito gerido pelo banco (Ourocard) foram podados de 4,23% para 3,79%, e isso é muito pouco abrangente. Não é só o BB, a Caixa Econômica Federal também não está fazendo seu papel de Banco Estatal, o que é uma verdadeira aberração numa época de crise em que o crédito está escasso. A verdade é que o lucro tanto dos bancos privados como estatais no governo Lula salta aos olhos de qualquer cidadão de bom senso. Coitado do pobre empresário brasileiro, do pequeno comerciante, e do pobre que necessita de um empréstimo, e nem sequer pode contar com os Bancos Estatais, que deveriam ter sua função social. Isso é o PT no governo.

Skaf diz a Meirelles que bancos estão catalisando crise

SÃO PAULO – O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, disse hoje ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que as instituições financeiras estão catalisando a crise no Brasil por conta das altas taxas que vêm cobrando dos tomadores de empréstimo. Ele relatou o episódio a jornalistas após almoço com Meirelles e o presidente da Coréia do Sul, Lee Myung Bak, na sede da Fiesp, em São Paulo. “Vocês acham que eu ia perder a oportunidade?”, perguntou aos jornalistas. “Estes juros que estão sendo cobrados são um catalisador para a crise”, afirmou.

Na avaliação de Skaf, o BC tomou medidas corretas para assegurar a saúde do sistema financeiro, como a liberação de compulsório e criação de linhas para bancos que devem ser direcionadas às exportações. Para ele, estas linhas serviram para irrigar o mercado e já houve melhora nesse sentido, mas, de acordo com o presidente da Fiesp, o custo ainda segue alto. “Não adianta a empresa tomar e quebrar. Ou não tem o recurso ou, quando tem, está com um custo que é melhor não tomar. Isso é jogar um catalisador da crise no Brasil”, argumentou. “O setor financeiro está brincando com coisa séria. Está jogando um catalisador na crise brasileira”, reforçou.

Skaf explicou que estas reclamações foram feitas diretamente a Meirelles. “Disse que o Banco Central precisa conversar com estes bancos, inclusive com o Banco do Brasil”, afirmou, acrescentando que o banco estatal, neste momento de turbulência, tem mais obrigações com o País. De acordo com Skaf, Meirelles deu razão à reclamação. Após discurso mais cedo, durante o IV Congresso de Jovens Empreendedores, na própria federação, Meirelles almoçou no local, mas não conversou com os profissionais da imprensa.

As reclamações de Skaf, segundo ele mesmo, não ficaram restritas aos bancos. O presidente da Fiesp comentou que “precisava ser feita alguma coisa em relação aos juros”, independente da Selic. Ele citou que a inflação na Coréia será de 4,% a 5% este ano e que os juros básicos daquele país estão em 2,4% ao ano. No Brasil, a inflação será de 6,00%, segundo o presidente da Fiesp, e a taxa básica está em 13,75%. “Não há dúvidas de que é preciso baixar a Selic. No mundo inteiro os juros caem”, comparou.

Para o presidente da Fiesp, no entanto, o ponto crucial do momento diz respeito ao spread bancário. Ele apresentou um levantamento semanal, realizado pelo próprio Banco Central, especificamente dos dias 29 de outubro a 4 de novembro. Nesse período, de acordo com o levantamento, o Banco Real cobrava para adiantamento de contrato de câmbio (ACC) variação cambial mais 18,2% ao ano. “Isso é altíssimo”, avaliou. No mesmo período, o Banco Itaú cobrava variação cambial mais 21,6% ao ano, enquanto o Unibanco mais 12,5% e o Banco do Brasil, 8,7%. Já o Bradesco cobrava 6,3% mais variação e o Santander, 7,1%. “A origem do funding é a mesma. A pergunta que faço é a seguinte: por que um banco pode cobrar 6,3% e o outro tem que cobrar 21,6%”, questionou.

Perguntado se essa reclamação não era improcedente, já que os bancos atuam no livre mercado, assim como a indústria, e, portanto, o tomador poderia buscar o menor custo para obter financiamento, Skaf argumentou que é difícil para uma empresa alterar o banco com o qual trabalha de uma hora para outra. “Para uma empresa, mudar de banco é complicado.” Ao final da entrevista, o presidente da Fiesp disse que a reclamação também será feita individualmente a cada instituição financeira.
Agência Estado

Rizzolo: É impressionante como o governo brasileiro privilegia o setor bancário financeiro. A explanação de Skaf é realmente clara e precisa; de nada adianta o empresariado tomar um empréstimo a uma taxa inviável. Como ele mesmo afirmou, é melhor não contrair o empréstimo, do que tomá-lo e não ter condição de honrá-lo. A situação piora quando os bancos estatais, como o Banco do Brasil, que deveria ter uma postura não mercenária do ponto de vista do lucro, se porta como um banco privado.

O governo do PT é realmente “sui generis”, tem um discurso socialista mas tem como base de sustentação os banqueiros, que até hoje foram os que mais se beneficiaram das políticas de altas taxas de juros implementadas pelo BC. E não venham me dizer que o governo nada pode fazer porque o BC é autônomo, essa é a velha desculpa utilizada por aqueles que querem sufocar o pobre empresário brasileiro, refém dos bancos e agora da crise. Agora será que o Meirelles não conhece as taxas de juros cobradas no exterior em relação às taxas no Brasil ? Precisa o Skaf informá-lo ?

Venda de carros no País cai pela 1ª vez desde 2006

SÃO PAULO – No mês de outubro foram vendidos no Brasil 239,2 mil veículos novos, um volume 2,1% menor ante o registrado no mesmo mês de 2007. Foi a primeira queda no comparativo anual em mais de dois anos. A indústria automotiva vinha batendo sucessivos recordes de vendas na base comparativa anual desde junho de 2006. Em relação a setembro deste ano, a queda foi de 10,9% nos negócios de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus.

Segundo as montadoras, a restrição ao crédito provocada pela crise global freou a venda no País, onde 70% dos negócios são financiados. O recuo também foi forte entre frotistas. Agora, o mercado aguarda para esta semana a liberação de crédito mais acessível por parte dos bancos oficiais para o financiamento de carros novos e usados, ação prometida aos executivos da indústria automotiva na última sexta-feira (dia 31) pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Ambos informaram que o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal vão atuar mais fortemente no crédito à veículos, via financiamento direto ao consumidor, parcerias e compra de carteira de bancos atuantes no ramo.

Em várias lojas de São Paulo, as consultas caíram mais de 50% ontem, segundo vendedores. Só as vendas de automóveis e comercias leves caíram 3,3% na comparação com outubro de 2007 e 11,6% em relação a setembro deste ano, somando 224,9 mil unidades, segundo dados de licenciamentos. Porém, no ano, o saldo ainda é bastante positivo. Foram vendidos desde janeiro até o mês passado 2,32 milhões de automóveis e comerciais leves, 23,1% a mais que em igual período de 2007. Com caminhões e ônibus, o número sobe para 2,44 milhões de unidades, 23,4% a mais que no ano passado.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Rizzolo: A crise dessa feita atinge as montadoras. É claro que com o crédito escasso e os juros nas alturas, os consumidores não têm condições de adquirir os automóveis, tampouco imóveis. Na verdade os efeitos da crise serão impactados apenas em 2009, contudo em alguns setores como automobilístico e imobiliário, já sofrem os efeitos da falta de crédito e do aumento brutal dos juros; a expectativa e médio prazo, é que haja uma desaceleração no crescimento da produção indutrial. A crise afetará a indústria de duas formas: primeiro pela redução da demanda e segundo pelas restrições de crédito que vão dificultar os investimentos. Face a este quadro, o consumidor de bom senso não assume compromissos, e com toda razão. É uma notícia ruim porque o segmento envolve muitos empregos, mas é a trajetória da crise, que muitos acreditavam ser uma ” marolinha”.

Uma bolha chinesa nos aguarda ?

Recentes dados demonstram que o ritmo de crescimento da economia chinesa desacelerou para 9% no terceiro trimestre de 2008 em relação a igual período de 2007, o menor patamar em cinco anos, em razão da crise financeira internacional e da política monetária restritiva em vigor até o mês passado, ou seja, depois de crescer 12% em 2007, o país caminha para fechar o ano com expansão em torno de 9%, índice semelhante ao registrado em 2002.

O governo chinês está diante do desafio de gerar empregos para uma população equivalente à do Canadá todo ano. Como a economia mundial está ruim, suas exportações começam a cair; conseqüentemente, o país precisa estimular a demanda interna. Na verdade, isso não é fácil empreender numa economia como a chinesa, onde as pessoas têm o hábito de poupar 50% da sua renda. Outro aspecto dessa questão, é que surgiu uma nova classe média na China, cujas expectativas precisam ser correspondidas nessa nova fase da economia.

A alta da inflação na primeira metade do ano, levou o Banco do Povo da China a aumentar a taxa de juros e a reduzir o volume de dinheiro à disposição dos bancos para concessão de empréstimos. Além da restrição ao crédito, os exportadores enfrentaram a valorização do Yuan em relação ao dólar e o aumento dos custos trabalhistas decorrente da Lei do Contrato de Trabalho, que entrou em vigor em janeiro. A cotação da moeda chinesa teve alta de 6,5% em 2007 e de 6,8% em 2008.

O problema se agrava quando sabemos que a China não tem um monitoramento econômico de qualidade, não havendo um acompanhamento minucioso e transparente dos resultados domésticos. Esta ausência de medidores com maior precisão faz com que a incerteza seja maior. Com a diminuição de suas exportações, a China se verá forçada a dirigir sua produção para o mercado interno pouco consumidor, e não capaz de absorver sua total produção.

Os efeitos no exterior com uma recessão da China são devastadores. A China é o maior comprador de minério de ferro e soja exportados pelo Brasil e está prestes a substituir a Argentina no posto de segundo maior mercado para as vendas brasileiras ao exterior. Com um crescimento menor, a China vai reduzir a demanda por matérias-primas para sua indústria, o que vai afetar as exportações do Brasil.

Além de uma preocupação econômica, existe um componente político a ser analisado na China; haverá com certeza num cenário recessivo, pressões políticas internas de grande proporção, que poderão desencadear processos de endurecimento ainda mais do regime chinês. O grande desafio chinês será estimular a demanda interna, com aumento de investimentos e do consumo, para contrabalançar a queda nas exportações; da mesma forma, teremos que conduzir nossa política macroeconômica no Brasil, dentre outras medidas, fortalecendo e aumentando o nosso mercado interno; muito embora a exegese do nosso problema, esteja muito mais focada na questão cambial e na escassez de crédito.

Exportando menos para a China, e vivenciando um quadro recessivo global, teremos que rever os investimentos, os gastos públicos, e torcer para que a China contorne os efeitos recessivos de sua crise. Na verdade uma bolha chinesa seria capaz de nos afetar muito mais do que as desventuras econômicas dos EUA, devido aos irresponsáveis derivativos tóxicos; que acabaram por assim, intoxicando a esperança de consumo e de desenvolvimento dos países emergentes.

Fernando Rizzolo

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Recessão nos EUA fecha duas fábricas de brinquedo na China

PEQUIM – Duas grandes fábricas de brinquedos no sul da China fecharam suas portas nesta semana em razão da crise nos Estados Unidos, o principal destino de suas exportações, deixando 6.500 pessoas desempregadas. As falências são as maiores registradas em um setor que enfrenta dificuldades desde o primeiro semestre do ano, quando metade de seus pequenos exportadores fecharam as portas.

Centenas de trabalhadores realizaram protestos nesta sexta-feira, 17, na cidade de Dongguan, onde estão as duas fábricas da Smart Union que deixaram de funcionar. Os operários exigiam explicações e o pagamento dos salários de setembro e outubro.

Além da turbulência global, as empresas chinesas enfrentaram uma série de problemas domésticos no primeiro semestre, o que provocou desaceleração do crescimento do país.

Na segunda-feira, o governo chinês anuncia o resultado do PIB do período de julho a setembro, que deverá ser o quarto trimestre consecutivo de queda do ritmo de expansão da economia. Na primeira metade do ano, o crescimento foi de 10,4%, abaixo dos 12% de 2008.

A China produz cerca de 80% dos brinquedos consumidos em todo o mundo e a maioria de suas fábricas trabalha como subcontratadas das grandes marcas mundiais, como Disney e Mattel.

Segundo representantes da Smart Union, a principal razão para o fechamento das duas unidades é a grande dependência em relação ao mercado dos Estados Unidos, país imerso na mais grave crise financeira desde o crash da Bolsa de 1929.

As margens de lucro dos exportadores chineses encolheram a partir do início do ano, em razão da alta dos juros, da apreciação do yuan em relação ao dólar e do aumento dos custos trabalhistas.

Na avaliação da Smart Union, o custo por empregado subiu 12% quando entrou em vigor a nova Lei de Contrato de Trabalho, em janeiro.

Estatísticas oficiais indicam que 3.631 exportadores de brinquedos do sul da China fecharam suas portas no primeiro semestre, o equivalente a 52,7% do total. A grande maioria era de pequenas e médias empresas, com volume de vendas ao exterior inferior a US$ 100 mil ao ano.

No início de outubro, o governo de Dongguan criou um fundo de 1 bilhão de yuans (US$ 147 milhões) para socorrer as pequenas e médias empresas em dificuldades.

As autoridades de Pequim abandonaram em julho a política de valorização do yuan, enquanto os juros começaram a cair em setembro, com o agravamento da crise internacional.

O sul da China é a principal base de produção de bens de exportações intensivos em mão-de-obra, como brinquedos, calçados e têxteis. Também é o local da Feira de Cantão, o principal evento de exportações do país, que teve início nesta semana com uma brutal queda de visitantes.

O vice-ministro da Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento, Du Ying, afirmou na quinta-feira que o governo deverá anunciar em breve uma série de medidas para amenizar o impacto da crise mundial e estimular a atividade econômica.

De acordo com Du, o pacote deverá incluir o aumento do crédito para o setor imobiliário e o fim das restrições para compra de um segundo imóvel.
Agência stado

Rizzolo: Em mais de uma ocasião, este Blog chegou a comentar a possibilidade de uma eventual ” bolha chinesa”; e a plausibilidade desta hipótese agora é robusta. Todos sabem que os ” derivativos tóxicos” estão espalhados pelo mundo, e que a China por sua economia estar muito atrelada a dos EUA e dos países desenvolvidos, enfrentará uma diminuição de suas exportações.

O excedente desta produção deverá ser direcionada para o mercado interno chinês, que é altamente poupador, e que não tem a característica de consumo, muito embora a economia chinesa seja mais planificada em função do regime. A recessão diminuirá o consumo interno, que por sua vez derrubará os preços das commodities ainda mais. Isso afetará principalmente os emergentes que em razão da demanda asiática, conseguiram os superávits na balança comercial, dentre eles o Brasil. Quando observamos uma eventual ” bolha chinesa”, fica evidenciado o caráter endógeno de geração de crises do capitalismo, até nas economias mais planificadas do planeta.

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Dólar em alta leva Klabin a ter prejuízo no 3o tri

SÃO PAULO – A valorização de 20 por cento do dólar contra o real no terceiro trimestre do ano fez a fabricante de papéis Klabin sofrer uma pesada perda com câmbio no período, o que derrubou o resultado da empresa para um prejuízo de 253 milhões de reais.

A companhia informou que a valorização da moeda norte-americana gerou uma perda de variação cambial líquida, sem efeito caixa, de 381 milhões de reais, contra efeito positivo de 67,9 milhões de reais um ano antes e de 167 milhões de reais no segundo trimestre.

No total, as despesas financeiras da companhia nos três meses encerrados em setembro somaram 447,1 milhões de reais contra receitas de 101,2 milhões de reais um ano antes e 174 milhões de reais no segundo trimestre.

A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebtida, na sigla em inglês) ficou em 155 milhões de reais, um recuo de 22,8 por cento em relação ao Ebtida registrado no mesmo período do ano passado. A margem Ebtida caiu de 28 para 20 por cento.

A Klabin produziu 417 mil toneladas de papéis e cartões revestidos no terceiro trimestre, 11 por cento acima do registrado um ano antes, apesar de uma parada na fábrica de Monte Alegre entre o final de julho e o início de agosto.

O volume de vendas somou 388 mil toneladas de papéis e embalagens, alta de 7,7 por cento em relação as vendas de 360 mil toneladas no terceiro trimestre de 2007. Do total vendido, 36 por cento foi destinado ao exterior, queda ante a fatia de 37 por cento verificada no mesmo período do ano passado.

Com isso, a receita líquida no trimestre passado foi de 770 milhões de reais, avanço de 6,6 por cento na mesma comparação.

A empresa não fez previsões para o ano no resultado, mas informou que “diante do quadro atual de escassez de crédito e alta dos juros decorrentes das instabilidades do mercado financeiro mundial, deverá preservar o seu capital de giro, seu perfil de endividamento e, o mais importante, seu caixa disponível”.

A Klabin informou que nos próximos 15 meses o comprometimento com operações de financiamento (trade finance) corresponderá a 18 por cento dos valores a serem exportados. A empresa estima que a desvalorização do real deve gerar receita adicional com exportações de 201 milhões de reais.

Agência Estado

Rizzolo: Depois de a Votorantim declarar seu prejuízo, dessa feita, a Klabin, uma potência na fabricação de papéis amargam prejuízo de um prejuízo de 253 milhões de reais. Na realidade por hora estamos falando de empresas de porte, imaginem as pequenas e médias empresas, que pelo fato da alta do dólar e a escassez de crédito estão se deparando com uma perspectiva realmente problemática O mercado está parado, o empresariado está em compasso de espera até para saber quais serão as medidas do BC em relação às taxas de juros.

Ontem nas declarações do presidente Lula, visivelmente irritado, pode-se constatar que os grandes bancos querem sim resolver seus problemas liquidez às custas da liberalidade dos débitos compulsórios. Ora, não é possível que o governo acreditaria que toda essa dinheirama fosso drenado ” para empréstimos às empresas “, isso é pura ingenuidade, num mercado onde todos querem destravancar, é claro que os bancos também o desejam fazer, e o pobre empresariado fica a ver navios. Além disso, os bancos passaram a vida toda dizendo que os juros bancários eram altos demais, entre outras razões, porque o compulsório é alto. Agora que o compulsório foi liberado, os juros estão aumentando na ponta.

Ademais, aumentou muito o redesconto por parte das autoridades financeiras e isso é péssimo. (O redesconto é um tipo de crédito concedido pela autoridade monetária às instituições financeiras em caso falta de recursos disponíveis em caixa para cumprir os compromissos do banco).

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Lula defende ‘revolta dos bagrinhos’ para mudar sistema

NOVA DÉLHI – No trecho de improviso do discurso que fez hoje na reunião principal do encontro entre governantes do Brasil, Índia e África do Sul, em Nova Délhi, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou uma metáfora para defender a necessidade de união dos países menores. Ao reafirmar sua convicção de que os países desenvolvidos foram incompetentes para resolver a crise financeira, ele disse que é necessária uma “revolta dos bagrinhos”, na qual os países menos desenvolvidos se unam para fortalecer suas posições e conseguir mudanças no sistema financeiro internacional.

“É como se fosse a revolta dos bagrinhos”, brincou Lula, citando uma expressão usada no PT em referência a um episódio de 1994, quando os grupos minoritários do partido se uniram e passaram a comandá-lo, substituindo a moderada corrente Articulação, à qual pertencia o próprio Lula.

O presidente chegou a contar ao colega sul-africano, Kgalema Motlanthe, e ao primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, que bagre é um peixe brasileiro pequeno que freqüentemente é devorado por um grande, o jaú. Só que, de vez em quando, os bagrinhos se revoltam e se juntam para comer o jaú.

No mesmo discurso, o presidente Lula disse que é preciso repensar o modelo mundial de produção e abastecimento de alimentos e passou a defender a conclusão da Rodada Doha. “É inadmissível que os subsídios agrícolas dos países ricos continuem a causar fome e destruir vocações agrícolas”, declarou, acentuando que esta é uma luta que o G-20 tem de continuar.

“Nossos três países devem continuar liderando esforços pela conclusão da Rodada Doha, sob pena de frustrarmos as legítimas expectativas de milhões e milhões de produtores agrícolas dos países pobres”, afirmou, acentuando: “A crise financeira que se abateu sobre os mercados é uma razão a mais para os nossos países tomarem a dianteira e exigirem um esforço de coordenação internacional para reverter este quadro.”

O presidente brasileiro reafirmou seu discurso de que “não é justo que as perdas decorrentes dessa crise sejam hoje socializadas, quando os lucros de ontem só alimentaram os poucos donos do sistema financeiro internacional.”

Na avaliação de Lula, não faz sentido que o comércio entre países como os emergentes sejam afetados por problemas financeiros oriundos dos países ricos. “Devemos colocar nossa vontade política e nossa imaginação criadora a serviço das relações que nos protejam da volatilidade gerada pela especulação”, afirmou, defendendo a transação com moedas locais entre os países.

Depois da cerimônia, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, anunciou a criação de uma comissão de monitoramento de comércio, como existe em relação à China, Uruguai e Argentina, para evitar que problemas específicos impeçam o comércio bilateral entre Brasil e Índia.
Agência Estado

Rizzolo: Olha, eu não sei quem escreve os discursos do presidente, ou se essas reflexões partem da inocência de Lula ao afirmar que uma união dos países menos desenvolvidos seria possível e viável para fortalecer suas posições e principalmente conseguir mudanças no sistema financeiro internaciona”. Essa proposta, com a outra de dois dias atrás, quando o presidente apregoava o fim do dólar na América Latina como moeda de referência, fazem parte de um elenco folclórico econômico.

Não há como numa economia globalizada, onde a vinculação e a inter- relação dos mercados é extremamente acentuada, pensar numa hipótese desta. Analisar as questões internacionais através de um prisma sindicalista, onde o discurso entre ricos e pobres ou patrões e empregados marca e empolga os ” bagrinhos “, não funciona neste caso. Temos sim que enfrentar os problemas internacionais do ponto de vista macroeconômico, e seguir a cartilha da boa gestão, principalmente no que toca aos gastos públicos. O resto é discurso para impressionar os “bagrinhos da intelectalidade”.

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Mesmo com 3 leilões, dólar sobe e fecha em R$ 2,164

Num dia de pessimismo nos mercados, com paralisação na Bovespa e queda forte também em outras Bolsas do mundo, o dólar comercial fechou em alta expressiva de 3,29%, vendido a R$ 2,164. A cotação acompanhou os temores de uma recessão econômica mundial.

O avanço na cotação do dólar ocorreu apesar de o Banco Central ter feito três leilões da moeda no mercado no dia. A ação do BC, no entanto, conseguiu reduzir um pouco a alta. Durante o dia, o dólar chegou a disparar mais de 5%.

Na Bovespa, foi a quinta vez em 17 dias que foi acionado o sistema de parada dos negócios na Bovespa, chamado de “circuit breaker”. Num dos dias, houve duas paradas.

As paradas anteriores aconteceram nos dias 29 de setembro, 6 de outubro (com duas quedas, uma no início do pregão, outra logo depois) e 10 de outubro.

A desconfiança sobre a saúde da economia dos Estados Unidose aumentou depois que a presidente da unidade de San Francisco do Federal Reserve (banco central americano), Janet Yellen, afirmou que seu país entrou em uma recessão.

Ela considera que não houve “nenhum crescimento” econômico no terceiro trimestre e que deve ocorrer uma contração nos últimos três meses do ano.

“É o início do fim da crise financeira, mas mais além está se revelando a recessão global”, disse Emmanuel Morano, diretor de administração de ativos na La Francaise des Placements, em Paris.

“Os temores de uma recessão global são justificados e têm sido precificados muito rapidamente. Os valores de mercado das empresas no setor de matérias-primas são apocalípticos.”

Também contribuiu para aumentar as preocupações a informação de que as vendas no comércio varejista dos Estados Unidos encolheram 1,2% em setembro no confronto com um mês antes.

Mais ajuda
Depois dos pacotes anunciados pelos governos dos Estados Unidos e de países da Europa para socorrer o sistema financeiro, governos asiáticos decidiram, nesta quarta-feira, criar um fundo conjunto para lidar com a crise. Japão, China e Coréia do Sul participam do acordo.

O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, e o presidente da Comissão Européia (CE), José Manuel Durão Barroso, defenderam uma reforma do sistema financeiro global.

(Com informações de AFP, Efe e Reuters)

Rizzolo: A reação da Bolsa e dólar nesta quarta-feira, denotam claramente que a crise de confiança ainda está longe de ser dissipada. As intervenções do BC já não parecem mais surtir o efeito desejado, e como já disse em outros comentários, a queima de reservas cambiais na sustentabilidade de manter o dólar sob um patamar viável, deve esbarra por uma crítica mais aguçada. Na verdade as intervenções visam manter a integridade dos bancos. Mas isso é válido até que patamar?

Todos sabem que a causa principal do aumento do dólar está na impossibilidade do financiamento do capital de giro, via operações de venda antecipada de exportação, como ocorria anteriormente, situação esta, criada e proporcionada pela própria política do BC nó seu contexto macroeconômico. O cenário de hoje mostra, que a despeito do pacote do final de semana, o mercado não conseguiu dissipar o sentimento de pânico. A aversão ao risco continua forte.

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Aceleração do Crescimento e o Freio da Crise

É verdade que o jogo político e a retórica, bem como as condições de se criar um ambiente estável no País, fazem parte do que chamamos de condições de governabilidade. Também é verdade que a criação de frases e siglas, desde o início, tem sido utilizada pelo governo para publicitar seus feitos, dando uma maior visão, e fazendo com que os projetos anunciados e não materializados, se revistam de uma atitude pró ativa de empenho na sua execução. Foi nesse esteio de pensamento que surgiram as siglas PAC, Bolsa-Família, ProUni, Pronasci, e muitos outros, não só neste governo.

Os projetos quando bem aderentes, e já sedimentados na visão popular, se tornam um grande problema político quando o governo se defronta com crises financeiras de grande proporção, como a que estamos presenciando no mundo. A interrupção ou o adiamento dos projetos sociais, já propalados, causam um desgaste político imenso; até porque a justificativa do governo em adiá-las, geralmente é má recebida pela população carente, e justificada pela oposição, como um problema de incapacidade de gestão dos gastos; ou seja, não concluíram, ou adiaram, porque possuem gestão prodiga em relação ao erário público.

O presidente Lula e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, sob orientação partidária, afirmam categoricamente que ” tudo vai continuar acontecendo neste País, nada vai parar”, ou que os recursos do PAC serão garantidos. É compreensível do ponto de vista político, a postura refratária de governo Lula em admitir que se uma forte recessão nos atingir, teremos sim que rever tudo, mesmo porque a receita tributária despencará.

Com efeito, os indicadores não são nada bons; a escassez de crédito já assola fortemente o País, e crédito significa o oxigênio da economia. As empresas brasileiras estão enfrentando vários problemas: prejuízos na operação com o dólar no mercado futuro; falta de capacidade de financiar suas exportações; cancelamento de investimentos; suspensão de negócios; crise no mercado de imóveis, até aspectos contenciosos comerciais pela redução de preços já registrados em contrato.

Não há dúvida que o empresariado, além do problema de captação de crédito, enfrenta uma questão de confiança e expectativa, e todos no momento estão revendo os investimentos. A visão repentina da impossibilidade do financiamento do capital de giro, via operações de venda antecipada de exportação, surpreendeu o empresariado que se beneficiava das altas taxas de juros, aliás, situação criada e proporcionada pela própria política do BC nó seu contexto macroeconômico. A fonte secou, mas o governo ainda insiste em não admitir redução dos gastos públicos, evitando desta forma o gasto político que queimará sua propaganda em 2010.

A frase ” tudo irá continuar acontecendo neste País ” nos leva a refletir se na administração da crise, o governo fará a sua parte na contenção dos gastos públicos, ao contar com uma menor receita tributária; ou se então a frase, será válida para chancelar apenas os grandes projetos políticos congregados e definidos pelas siglas como o PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) e outros. Na rodovia dos investimentos, o empresariado já sentiu o freio da incerteza e da falta de crédito, agora será a vez de o governo fazê-lo, sob pena de estar trafegando na contramão do bom senso, com a justificativa de permanecer com popularidade acelerada.

Fernando Rizzolo

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Governo dos EUA deve gastar US$ 125 bi na compra de ações de nove bancos

O Departamento do Tesouro dos EUA anunciou nesta terça-feira que os nove grandes bancos que aceitaram vender ações para o governo absorverão US$ 125 bilhões, metade do valor oferecido pelas autoridades para o sistema financeiro nesta primeira etapa, segundo fontes ouvidas pela agência de notícias France Presse.

O governo americano anunciou hoje o desbloqueio de US$ 250 bilhões –do total de US$ 700 bilhões para entrar no capital de instituições em dificuldades que aceitarem entrar no programa. “Nove grandes instituições financeiras já anunciaram sua intenção de fazer parte do programa, no valor total de US$ 125 bilhões”, informou o Tesouro em um comunicado.

Os nove grupos seriam: Goldman Sachs, Morgan Stanley, JP Morgan Chase, Bank of America, Citigroup, Wells Fargo, Bank of New York Mellon, State Street e Merrill Lynch (vendido ao Bank of America no mês passado).

O anúncio da compra das ações preferenciais de bancos pelo governo foi feito hoje pelo presidente americano, George W. Bush. Ele disse que essa medida e outras, como garantias a empréstimos bancários, “são ações inteligentes e têm todo o apoio dos EUA”.

O novo capital a ser injetado nos bancos “vai ajudar a que os bancos façam empréstimos a empresas e pessoas e a compensar as perdas ocorridas durante a crise financeira”, disse Bush.

Já o secretário do Tesouro, Henry Paulson, confirmou o plano, mas disse lamentar ter de tomar ações que levem à intervenção do governo no setor financeiro, mesmo considerando que essas medidas “são o que precisamos para restaurar a confiança em nosso sistema financeiro”.

“Lamentamos ter de tomar essas ações. As medidas de hoje são o que jamais quisemos fazer –mas elas são o que precisamos fazer para restaurar a confiança em nosso sistema financeiro”, disse o secretário, em um pronunciamento no qual foi acompanhado pelo presidente do Federal Reserve (Fed, o BC americano), Ben Bernanke, e pela presidente da FDIC (Corporação Federal de Seguro de Depósito, na sigla em inglês), órgão do governo que garante operações do setor bancário americano, Sheila Bair.
Agência Estado

Rizzolo: Bem, lamentar que há se ter uma intervenção do governo, é ainda não estar convencido de que não há outro remédio. Entendo que essas intervenções, ou declarações só tendem a atrapalhar o fator confiabilidade. Melhor fez a Europa em comprar ações dos bancos e ter em alguns casos o controle das instituições, já os EUA, em sua postura menos intervencionista resolverá com o dinheiro do contribuinte.

Nesse aspecto entendo que o momento é de regulação profunda, até porque a dinâmica regulatória, através dos anos – de 80 para cá não – acompanhou as ” inovações ” do mercado promovendo o surgimento desses ” derivativos tóxicos “. Chegou a hora da limpeza, tem muito CDS ( Credit Default Swap) voando pelo mundo. Prova de que quanto maior a regulação nesse momento é melhor, são as declarações de Soros na Bloomberg.

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Ajuste cambial fará bem ao Brasil, diz Lula

Madri – Ignorando a bolha cambial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o “ajuste do dólar fará bem” para a economia brasileira. Com a crise tendo levado o dólar de R$ 1,56 para R$ 2,34 em uma semana, o próprio governo estima que 200 empresas sofrerão com a diferença em suas operações e há quem alerte que o câmbio possa ser o “subprime” brasileiro.

“O dólar vai achar seu ponto de equilíbrio conforme a economia encontre seu ponto certo. Essa é a vantagem de um câmbio flexível”, disse Lula. Ele, ainda assim, admite que a subida do dólar “foi positiva” para a economia de um modo geral, e principalmente para as exportações. Ele lembrou da época em que era oposição e que pedia que o dólar ficasse num patamar específico. “Isso eu sei que não dá mais”, afirmou.

“Vamos continuar com nossas previsões de que exportaremos mais de US$ 200 bilhões neste ano”, afirmou. A crise teria afetado a capacidade de crédito para as exportações. Ele ainda destacou que o aumento das importações não devem ser considerados como um problema. “Estamos importando máquinas. Isso significa que estamos comprando para produzir mais”, disse. Nos últimos meses, o superávit comercial do Brasil vem caindo e a Organizacao Mundial do Comércio (OMC) já estima que será dificil sua manutenção se os preços das commodities sofrer uma queda importante.

Fim do Dólar – Lula ainda afirmou que estava na hora de países emergentes pararem de usar o dólar como forma de garantir o intercâmbio entre suas economias. “POrque é que Brasil e Índia precisam usar o dólar? Porque é que não podemos converter as nossas moedas diretamente? Vamos começar a discutir essa possibilidade com vários governos”, disse.

Ele apontou para o exemplo do Brasil e Argentina, que abriram a possibilidade para que empresas possam usar as moedas dos dois países para pagar por exportaçoes e importações. “Levamos mais de um ano para chegar a isso. Mas vamos agora começar a discutir a possibilidade de levar isso também ao resto do Mercosul, primeiro. Depois, a idéia é de que seja usada em toda a América do Sul”, afirmou.

Ele não descarta que será um trabalho “difícil”. “Mas o nosso Banco Central vai ter de ser usado para ajudar nesse sentido”.
Agência Estado

Rizzolo: Contrariando o comentário do presidente, a desvalorização do dólar não é nada bom para a economia, é um componente inflacionário perigoso. Se por um lado existe um alívio da taxa a favor das exportações, isso é neutralizado pela falta de crédito, e pelo alto custo financeiro que será embutido nos preços. Hoje existe um problema de liquidez no País, e o dólar no patamar que está já preocupa os analistas. Outra questão, é saber se os bancos realmente irão emprestar o dinheiro do compulsório, porque queimar as reservas para preservá-los e até que patamar, é discutível.

Agora, a proposta do presidente em acabar com dólar nos emergentes, só pode ser uma brincadeira; o lastro da moeda americana é tão forte que o problema é exatamente tê-lo em suficiência, a visão latino americana de que os emergentes são autos suficientes faz parte da cartilha petista romântica. A trégua nos mercados veio da Inglaterra na disposição de resolver os problemas de forma mais simples. No Brasil o juro médio do empréstimo pessoal subiu para 6,04% ao mês em outubro, a maior taxa média desde junho de 2003 (6,22%). Na Europa, os ganhos também são menores: Londres, 0,65%; Alemanha, 1,04%; e França, 1,36%. Coincidentemente, as quedas aconteceram justamente após as falas de Bush, Bernanke e Paulson.

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Em novo dia de otimismo, Bovespa dispara e dólar tem forte queda

Os mercados de ações e câmbio continuam nesta terça-feira no clima de otimismo iniciado ontem, quando diferentes países europeus anunciaram planos bilionários de socorro ao setor financeiro.

Na segunda-feira, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) deu um salto de mais de 14%, enquanto o dólar comercial tombou quase 8%.

Às 10h20, o Ibovespa, principal indicador do mercado brasileiro de ações, subia 5,12%, a 42.920,84 pontos (acompanhe gráfico da Bovespa com atualização constante).

A moeda americana caía 4,85%, a R$ 2,042 na venda (veja quadro com a cotação do dólar atualizada).

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse que o governo destinará até US$ 250 bilhões para comprar ações de bancos privados em dificuldade e garantirá a nova dívida emitida por essas instituições. A medida, assim com o valor, já era de conhecimento do mercado. O diário nova-iorquino “Wall Street Journal” havia antecipado a notícia.

Investidores têm esperança de que governos de todo o mundo, ao assumirem parte de bancos, estabilizem o sistema financeiro global e marquem o fim do pior da crise financeira.

“Parece que a maré virou e um derretimento completo dos mercados e uma depressão foram evitados. Investidores podem agora focar, novamente, em fundamentos mais que no grau de pânico do mercado”, escreveu Dariusz Kowalczyk, estrategista chefe de investimento do CFC Seymour em Hong Kong, em uma nota a clientes.

As Bolsas européias mantinham nesta terça-feira a recuperação iniciada na segunda-feira.

O Banco Central Europeu injetou quase US$ 100 bilhões no mercado nesta terça.

Na Ásia, a maior parte das Bolsas fechou em alta. A de Tóquio, que não havia operado ontem devido a um feriado local, bateu recorde ao subir mais de 14%.

O banco central japonês anunciou novas medidas de combate à crise financeira.

Recessão
O otimismo dos investidores não foi abalado por avaliações negativas sobre a economia européia. Institutos econômicos disseram que a Alemanha está à beira da recessão; o banco central da França disse que seu país já está em uma.

No Reino Unido, a inflação atingiu 5,6% em setembro na taxa anualizada, maior percentual em 16 anos.
Folha on line
Rizzolo: A reação do mercado se deve ao primeiro-ministro inglês, Gordon Brown. O plano de Brown é bem mais simples, parece que nesta confusão de planos a Inglaterra conseguiu acalmar os mercados. Já no Brasil, a manobra para conter a crise é usar uma ferramenta clássica de política monetária: liberar compulsório. Lá eles usam dinheiro do contribuinte, que sai dos cofres do Tesouro.

Com isso o BC quer que os bancos emprestem dinheiro, mas não bem assim. O fator confiança é essencial, até porque se os bancos não sentirem a devida confiança no mercado, poderão usar o dinheiro e comprar títulos do governo ” empoçando o mercado de liquidez” e isso é péssimo. O problema hoje é de liquidez, e o empresariado está receoso e aguarda como ficara a questão dos juros, que tem é claro, uma relação com um aumento da inflação que por sua vez está atrelada ao aumento do dólar e a queda das commodities.

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Boletim Focus aponta todos os indicadores de inflação em alta

Brasília – O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve de parâmetro para as correções oficiais, deve encerrar este ano em 4,66%, de acordo com expectativa média de uma centena de analistas de mercado e de instituições financeiras consultados pelo Banco Central na última sexta-feira (11).

Eles elevaram a perspectiva de inflação no varejo, que na semana anterior indicava IPCA de 4,50% – no centro da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O aumento decorre da tendência de alta dos preços de alguns alimentos; em especial daqueles com cotação internacional, conhecidos como commodities.

Em razão da elevação dos preços de produtos como carne e leite, principalmente, os analistas calculam que o IPCA de abril, antes estimado em 0,34%, deve ficar em 0,43%. Eles também aumentaram de 0,26% para 0,30% a expectativa de inflação para o mês de maio. Ambos abaixo, portanto, do IPCA de 0,48% de março.

A projeção é de alta também para o Índice de Preços ao Consumidor, medido pela Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (Fipe) da Universidade de São Paulo (USP). O IPC-Fipe calculava inflação de 4% na semana anterior, e agora passa para 4,03%. Essa estimativa é só para a capital paulista.

A única indicação de baixa no varejo diz respeito aos preços administrados por contratos ou monitorados (combustíveis, energia elétrica, telefonia, medicamentos, água, educação, saneamento, transporte urbano coletivo e outros). A inflação desses preços estava estimada em 3,55% em 2008, na pesquisa da semana anterior, e caiu para 3,53%.

Os dois indicadores de preços no atacado, pesquisados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) também são de alta. O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que antes previa inflação de 5,64%, aumentou para 5,81% no ano; e o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) evoluiu de 5,81%, na semana passada, para os atuais 6,02%.

Agência Brasil

Rizzolo: Não há dúvida que o aumento de forma brusca do dólar, mesmo num patamar menor como o de hoje, terá como conseqüência um aumento da inflação, até porque os preços dos importados chegarão aqui mais caros, ao mesmo tempo, poderá haver redução da oferta interna de produtos, com aumento de exportação em função do real mais desvalorizado. A grande questão será o comportamento dos juros; quem apostava numa diminuição agora com uma maior definição no quadro inflacionário poderá se desiludir. “Juros altos e escassez de crédito são misturas explosivas legitimadas pela inflação”, ainda mais por quem adora procurar ” motivos para justificar juros altos “( BC). Fique atento, não é hora de contrair dívidas.

Bolsas de NY seguem tendência mundial e abrem em forte alta

SÃO PAULO – As bolsas de Nova York abriram em forte alta nesta segunda-feira, 13, seguindo a tendência de recuperação dos mercados em comemoração ao plano coordenado de combate à crise definido no final de semana por mais de uma dezena de governos europeus. Às 10h30, o Dow Jones subia 4,27%, o Nasdaq avançava 5,19% e o S&P 500 subia 3,72%. Por aqui, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) também abriu em forte valorização, e, às 10h45, subia 6,91%, aos 38.071 pontos. Só na semana passada, o Ibovespa teve uma desvalorização de 20%.

“Vamos matar a saudade da Bolsa em alta”, festejou um operador após ver o Ibovespa fechar em baixa os últimos sete pregões, elevando para 28% a perda acumulada no mês de outubro. Mesmo avaliando que uma alta dessa magnitude repõe só parte das perdas, analistas avaliam que o movimento pode estar sendo exacerbado. É a outra face da volatilidade.

Seria preciso pelo menos uma semana mais calma na Bolsa, de recuperação, para dizer que o mercado está tentando retornar à normalidade, de acordo com um analista. Mas os investidores amanheceram querendo acreditar que o plano de resgate europeu para deter a sangria dos mercados financeiros vai dar certo. Na Europa, a Bolsa de Londres avançava 4,58% e a de Paris 6,41%.

Mais de uma dezena de governos da Europa devem anunciar entre hoje e quarta-feira a criação de fundos nacionais de recapitalização e de garantias do sistema financeiro, nos mesmos moldes do plano anunciado pelo Reino Unido há cinco dias. A decisão foi tomada ontem em Paris, após três horas e meia de reunião entre chefes de Estado e de governo do Eurogrupo, o conjunto de países com moeda única. A ação será ao mesmo tempo nacional, já que os recursos virão do orçamento de cada país, e continental, na medida em que todos os governos obedecerão a regras unificadas para a intervenção. O valor dos planos deve se aproximar dos 300 bilhões de euro inicialmente previstos na idéia do fracassado fundo europeu contra a crise.

Para completar, o governo britânico confirmou a injeção de US$ 63,37 bilhões no Royal Bank of Scotland (RBS) e na instituição que resultará da fusão entre o Lloyds TSB e o HBOS (Halifax). E o Fed anunciou nesta segunda que proverá o que for necessário de recursos em dólar por meio de suas linhas de swap com os três principais bancos europeus.

Os sinais de que a confiança pode estar voltando e o recuo do dólar frente ao euro animam também os mercados de commodities. O petróleo se recupera do tombo da semana passada, após ter fechado a sexta-feira no menor nível em 13 meses, abaixo de US$ 78 o barril. Por volta das 10h, o barril na Nymex era negociado em alta de quase 5%, acima de US$ 82. Os metais vão pelo mesmo caminho. O contrato de cobre para três meses negociado em Londres subia 3,3% mais cedo, para US$ 4.940 a tonelada, enquanto o de alumínio avançava 2,3%, para US$ 2.266 a tonelada.

Outra boa notícia da manhã veio do pelo BC brasileiro, que anunciou um programa de liberação integral dos recolhimentos compulsórios a partir de hoje. A medida atinge os depósitos a prazo e interfinanceiros de empresas de arrendamento mercantil (leasing) e também a exigibilidade adicional, que atualmente recai sobre os depósitos à vista e a prazo. Segundo o BC, serão liberados até R$ 100 bilhões.

Ásia

Na Ásia, o principal índice de bolsa de valores subiu 5% depois de ter caído ao pior patamar em quatro anos nesta segunda-feira. Entretanto, o iene permaneceu firme ante o dólar e o ouro também se valorizou, ressaltando a precaução do investidor e pouca disposição para fazer investimentos arriscados no momento, especialmente com mercados de crédito funcionando de forma fraca.

O mercado acionário do Japão registrou queda de 24% na última semana, duas vezes mais o que perdeu na semana da crise de 1987, enquanto as bolsas dos Estados Unidos tiveram queda de 18%, o maior declínio em uma mesma semana da história.

“Os mercados estão enormemente vendidos e todos estão sedentos por boas notícias, então não irá demorar muito para começar um rali de alívio. Mas isso está longe de ser o fim da história”, disse Geoff Lewis, chefe de serviços de investimentos do JF Asset Management em Hong Kong.

“Até podermos reconhecer um retorno do apetite pelo risco, é difícil de perceber como a Ásia pode se sobressair em linha com seus fundamentos relativamente superiores”, disse Lewis, que antecipou mais pressões sobre bancos sendo gerados por unidades de empréstimos comerciais e de financiamento ao consumidor.

O índice MSCI que reúne os principais da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão disparou 7,41%, depois de chegar a cair mais de um quinto na última semana, para o nível mais baixo desde dezembro de 2004. A bolsa de Sydney teve salto de 5,5%, revertendo parte do declínio de 16% da última semana, depois que o governo australiano garantiu cobertura de todos os depósitos bancários.
O índice Hang Seng, de Hong Kong, disparou 10,24%, depois de ter perdido 16,2% na última semana. As ações da China Mobile eram as que mais se valorizaram no índice e papéis de grandes bancos tiveram rali depois de registrarem queda mais cedo na sessão.

O mercado de ações do Japão e de Treasuries dos Estados Unidos não operaram em virtude de feriados nesta segunda-feira. O mercado de Seul subiu 3,79%. Xangai avançou 3,65%, Taiwan recuou 2,15% e Cingapura disparou 6,57%.

Agência Estado

Rizzolo: A ação coordenada dos países, em direção à superação da crise, parece de início ter surtido algum efeito. Contudo ainda é muito cedo para afirmar que a crise acabou; no Brasil há empresas com sérios problemas em operações no mercado cambial, as que já amarguram o prejuízo terão problemas, outras ainda irão enfrentar essa questão.. O grande desafio é por parte do governo, que terá que cortar gastos, a previsão super otimista de receita terá que ser revista.

Outro setor que enfrentará problemas é o imobiliário, não o popular referente aos SFH, até por que pagam TR mais a taxa de juros bancária, mas me refiro aos novos projetos que não começarão tão cedo. O que assusta os empresários, são os financiamentos mais caros, aqueles feitos diretamente com o incorporador, estes financiados por IGPM mais 12%, e como o IGPM subiu muito fala-se em 25% ano, e isso irá trazer problemas.

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Zona do Euro decide recapitalizar bancos para evitar quebras

Paris, 12 out (EFE).- Líderes dos países da Zona do Euro reunidos neste domingo em Paris decidiram permitir um refinanciamento bancário “limitado” até o final de 2009 e de acordo com as “condições do mercado”, disse hoje o presidente francês, Nicolas Sarkozy.

“Não será um presente para os bancos”, declarou o presidente francês, que disse ainda que na cúpula realizada hoje em Paris foi decidido que os Estados-membros da eurozona “poderão reforçar o capital dos bancos de seus respectivos países”.

“O plano que aprovamos tem a vocação de ser aplicado em cada um de nossos Estados-membros com a flexibilidade que se necessite em função da diversidade de nossos sistemas financeiros e de nossas regras nacionais”, advertiu Sarkozy.

O presidente francês assegurou que “é preciso devolver aos bancos a liquidez que precisam, que possam obter financiamento a médio prazo e reforçar seus fundos próprios”.

“Os Governos da eurozona darão garantias públicas para operações de refinanciamento bancário. Este dispositivo temporário, até 31 de dezembro de 2009, será naturalmente devolvido em condições de mercado. Não se trata de dar um presente aos bancos, mas de permitir seu funcionamento”, frisou Sarkozy.

O francês, que ocupa a Presidência rotativa da União Européia, explicou que “os Estados que quiserem poderão reforçar o capital dos bancos mediante a subscrição de ações preferenciais ou com títulos similares”.

“Com uma estrutura financeira dos bancos que seja mais forte eliminaremos a pressão que pesa sobre o crédito”, afirmou Sarkozy, que disse que os governantes dos 15 Estados do Eurogrupo manifestaram sua satisfação com as decisões tomadas pelo Banco Central Europeu (BCE).

O presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, “nos comunicou sua determinação absoluta para pôr tudo que for necessário em andamento para permitir o retorno à normalidade”, assinalou Sarkozy.

Encontro dos poderosos

Os chefes de Estado e de Governo dos países do Eurogrupo, além do presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, e do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, se reuniram neste domingo em Paris para discutir medidas que tirem o sistema financeiro mundial da crise.

Entre os assuntos, discutiu-se a nacionalização parcial dos bancos, coordenação das intervenções de cada Estado, garantia de depósitos dos poupadores e controle das remunerações dos dirigentes, segundo diversos meios de imprensa.

Folha online

Rizzolo: A postura da europa é sempre diversa da forma de enfrentar as questões econômicas como os tomadas pelos EUA. A Comunidade Européia, ou os países que constituem a europa, tem uma resposta mais lenta a tudo. As discussões são mais elaboradas e colocá-las em prática. se torna mais difícil ainda em função da complexidade de cada País. De qualquer formam, tudo o que é feito na direção da solução dos problemas no tocante à crise é bem-vindo. Os EUA possuem mais comando, mais firmeza, e a confiabilidade é maior, haja vista os investimentos em T- Bonds (Treasury Bond ) e dólar, nos momentos de crise.

A pressão sobre o crédito passa pela confiança dos mercados, não só da europa, mas dos EUA, da Ásia, e dos emergentes, que terão um real esfriamento de suas economias, com inflação, escassez de crédito, e queda nos preços das commodities, o pacote da europa pode amenizar a crise num contexto geral. No Brasil o problema envolve principalmente o câmbio, que está totalmente “out of control”, reflexo da lógica das causas acima mencionadas . Por hora, pelo fato dos bancos brasileiros terem pouca alavancagem, a crise ainda não atingiu os atingiu; principalmente os grandes bancos. Até quando não sei.

A verdade, é que a especulação do dólar, ou a aposta num real valorizado, obtido nas operações pelas empresas, deu-se muito em função das altas taxas de juros, e isso ninguem fala, mas eu falo, e sempre falei, quem acompanha este Blog sabe. O cenário não é nada bom para os emergentes, enquanto as medidas não surtirem efeito real na economia americana. O resto é pura perfumaria.

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