Lula define como “frustração” fim das negociações de Doha

CelsoO presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou nesta quarta-feira (30) como uma “frustração” o fim das negociações da Rodada Doha, ao discursar em almoço oferecido ao presidente da Costa Rica, Oscar Arias Sanchéz, no Palácio do Itamaraty.

Lula disse ainda esperar que os avanços alcançados durante as negociações sejam preservados. “É o que esperam os países mais pobres, que mais teriam a ganhar com um acordo”, afirmou Lula.

Na mesma linha, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, disse que as negociações em torno de Doha exigiam um acordo que precisava mais de decisão política do que técnica. “As questões técnicas já estavam discutidas e resolvidas, infelizmente acho que prevaleceram no final as posições políticas, que eram inabaláveis.”

Segundo o ministro, o Brasil agora deve trabalhar em outra linha: a de acordo bilaterais e multilaterais. “Foi uma pena termos trabalhado tanto para não dar em nada. Eu tinha dito antes que era melhor um acordo menor, menos ambicioso, do que nenhum acordo. E um retrocesso não termos chegado a algo positivo no final e agora temos que trabalhar em outra linha.”

Questionado se o Mercosul havia saído dividido da Rodada Doha, Miguel Jorge negou. “Acho que não, porque não foi nenhum país membro do Mercosul o chamado catalisador do fracasso.”

Papel dos emergentes

Essa foi a primeira vez numa negociação global de comércio que os emergentes, como Brasil, China e Índia, tiveram peso maior na discussão, o que evidenciou contradições que dificultaram a Rodada, admitem analistas. O ministro Celso Amorim insiste que o Brasil não pode ser acusado de nada, porque procurou ajudar ao máximo um entendimento sobre as salvaguardas para importações agrícolas.

A negociação na OMC mostrou que é preciso superar a caricatura de briga entre mundo desenvolvido e em desenvolvimento. A salvaguarda, defendida por China, Índia, Indonésia, três dos mais populosos países do planeta, chocou-se sobretudo com a posição dos exportadores sul-americanos.

O G20 jogou para baixo do tapete essa divergência, mas os brasileiros achavam que a Índia não quis realmente um entendimento no grupo sobre salvaguarda, o que lamentavam, porque teria ajudado a evitar o fiasco de ontem.

Enquanto a China emergiu com ativismo que surpreendeu, o Brasil procurou nesta terça-feira (29) combater avaliações de que o G20 perderá importância no rastro do colapso da negociação. “A aliança vai sobreviver, temos de esperar baixar a poeira e conversar, mas sinceramente não poderia esperar que a rodada ia quebrar nisso”, afirmou Amorim. “Esperava algo mais na área industrial, não aí”.

Atrás de resultados

Amorim qualificou de “inacreditável” o resultado da Rodada Doha e avisou que vai agora concentrar as atenções no que “possa dar resultados” na área comercial.

O ministro disse que a Organização Mundial do Comércio (OMC) continuará sendo importante, mas a rodada vai demorar anos, “quem sabe até 2013”, para ser retomada ou mesmo concluída, e o país terá outras prioridades.

“Sempre dissemos que Doha era a prioridade. Mas não podemos ficar pendurados no que não dá resultados”, comentou o ministro, afastando a possibilidade de voltar a negociar ainda este ano. Ele notou que a estrutura de acordos bilaterais de comércio é menos vantajosa para o Brasil, mas disse que “se não há outro, vamos em frente”.

Visivelmente decepcionado com o fiasco de quase oito anos de negociação global, o ministro desceu as escadarias da OMC para falar com a imprensa internacional, enquanto a americana Susan Schwab e o ministro indiano Kamal Nath esperavam a vez.

Amorim usou termos como “inacreditável, grave, terrível, enorme decepção”. E acrescentou: “Eu disse que a Rodada estava por um fio, e o fio não segurou. É lamentável, porque ouvimos apelos de países para que tentássemos continuar. Sou o mais velho e inocente. Eu seria o que mais apostaria num acordo. Fracassamos, mas se eu fosse o técnico, substituiria os jogadores para tentar um acordo. É inacreditável que fracassamos em apenas um ponto. Valeria mudar o time e tentar de novo”.

Neste momento, os olhares se viraram para Kamal Nath e Susan Schwab. O próprio ministro esclareceu que falava em incluir outros países na negociação mais restrita, para refletir mais interesses e aproximar posições – mas tudo isso num futuro distante. “Há um número enorme de países que vão sair prejudicados, não devemos ter ilusões”, afirmou. “Pode-se até pensar em retomar [a negociação], mas não vai resolver em seis meses. Se a situação política hoje já é difícil para negociar, depois vai ter eleição na Índia, no Brasil…”
site vermelho

Rizzolo: O Brasil procurou fazer o melhor, contudo interesses de outros países na América Latina derrubaram a nossa intenção. De agora em adiante teremos que determinar uma postura de acordos do tipo bilateral que na realidade será mais vantajoso para o Brasil. Por outro lado o fim das negociações poderá aumentar a pressão dos agricultores americanos em fazer aumentar os subsídios agrícolas. O que observamos é um encrudescimento dos conceitos de protecionismo que agora contam também com os países emergentes.

Desta vez, porém, não foram os países africanos que saíram batendo a porta, como em Cancún, onde os Estados Unidos e a Europa minimizavam suas preocupações com uma crise alimentar e comercial já grave, espicaçada pela concorrência dos EUA e da China quanto aos preços do algodão e outros produtos coloniais. Só para terminar, referindo-se ao malogro da Rodada Doha, afirmou Celso Amorim, ministro brasileiro das Relações Exteriores: “Deus queira que não seja preciso um outro 11 de Setembro”. É impressionante a falta de tato deste senhor .

EUA tentam esvaziar retomada da Rodada Doha após comentário de Amorim

Os Estados Unidos já tentam esvaziar qualquer esforço para retomar hoje as negociações da Rodada Doha, que discute a liberalização do comércio mundial, baseados em um comentário agressivo do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. Ele comparou a resistência dos países ricos em negociar com a atitude do chefe da propaganda da Alemanha nazista, Joseph Goebbels.

Amorim lembrou que, em sua estratégia, Goebbels dizia que uma mentira contada muitas vezes acaba sendo aceita como verdade. Dada a sensibilidade do momento atual na economia global, em que se fala cada vez mais em protecionismo, um comentário desse tipo causou melindre àqueles que esperam qualquer desculpa para dificultar o processo de abertura.

Entenda o que é a Rodada Doha

Susan Schwab, a representante comercial dos EUA –e descendente de sobreviventes do holocausto– foi a primeira a reagir, através de seu porta-voz Sean Spicer. Ela disse que “esse tipo de comentário maldoso não tem lugar nessas negociações”. Amorim pediu desculpas ontem pela declaração. Mas o que tirou com uma mão, recolocou com outra, insistindo no conteúdo da idéia de Goebbels: “Mantenho: repetir uma distorção faz com que as pessoas acreditem que ela é a verdade”.

Em um tom um pouco menos diplomático, mais crítico, Spicer disse que “no momento em que tentamos encontrar um resultado bem sucedido para as negociações, esse tipo de declaração é altamente infeliz”. “Para alguém que é ministro de Relações Exteriores, ele devia estar mais atento para alguns pontos sensíveis.”

Ele ainda afirmou: “[Amorim] fazer declarações desse tipo é incrivelmente errado. Elas são insultuosas.”

Por mais inoportuno que tenha sido o comentário, as negociações comerciais já estavam estagnadas muito antes desse episódio. A obstrução de fato é causada pela dificuldade (ou desejo) que o governo norte-americano tem de enfrentar o lobby agrícola –um dos mais poderosos do país– e cortar os subsídios aos produtores do país. Tanta atenção a um comentário mal colocado seria uma forma de desviar o foco do que realmente é o caso em Genebra: evitar que a rodada seja declarada oficialmente morta –como disse o prêmio Nobel de Economia de 2001, Joseph Stiglitz, em seu livro “Globalização: Como Dar Certo”.

No sábado, Amorim disse que os líderes dos países ricos se baseiam em fórmulas diferentes de redução de alíquotas ao se referir às negociações, o que daria a entender que as concessões que poderão fazer em agricultura são muito maiores que as que os países em desenvolvimento estão dispostos a aceitar no capítulo industrial. “Essa é uma afirmação sob medida para aqueles que não querem fazer sua parte em agricultura”, afirmou.

Ele disse ainda que é um “mito” a crença de que a questão agrícola já está fechada, e que a OMC só está à espera de que os países do Sul demonstrem sua boa vontade em relação aos produtos industrializados para que se alcance o acordo esperado. “Ainda resta muito a fazer na agricultura”, ressaltou –prevendo que um fracasso da reunião ministerial iniciada hoje pode adiar a conclusão de um acordo de livre comércio em três ou quatro anos.

Repercussão

O diário americano “The Wall Street Journal” disse em um artigo que a declaração de Amorim é “absurda e realmente preocupante, vinda de um diplomata moderado”.

Já o jornal americano “The New York Times” diz que a rodada está viva “através de aparelhos”. O diário diz que a Índia e o Brasil “se recusam a reduzir suas tarifas devido ao medo das economias movidas a exportações, como a China”.

O jornal “The New Zealand Herald” disse que a declaração de Amorim é “potencialmente um incidente diplomático”. “O comentário motivou uma pronta resposta dos EUA, cuja representante comercial, Susan Schwab, é filha de sobreviventes do holocausto”.

Folha online
Rizzolo: Como sublinha o jornal americano “The New York Times” a declaração de Amorim é absurda e preocupante, não é possível que um ministro mencione uma frase Joseph Goebbels, ainda insinuando que os EUA e a Europa se portam como nazi-fascistas em termos comerciais. É o cúmulo do politicamente incorreto, é lamentável. O que falta na realidade é preparo para negociar; é o tipo do comentário que qualquer empresa privada orientaria sua gestão a não fazer numa negociação internacional. Agora uma pergunta: o presidente Lula, o que acha desse comentário?

Joseph Goebbels: a nova arma do governo Lula na OMC

Algo está errado na política internacional brasileira. Realmente indignado, custei para acreditar ao ler neste domingo, noticias dando conta sobre as declarações do chanceler brasileiro, Celso Amorim, quando num rompante vergonhoso de cunho argumentativo, lançou mão “de uma frase” do chefe da propaganda no governo nazista, Joseph Göbbels, quando costumava dizer que se você repete uma mentira várias vezes, ela acaba se tornando uma verdade.

O infeliz insulto, formalizou-se para justificar o fato dos países ricos adotarem uma estratégia de desinformação similar na defesa de seus interesses. Segundo o chanceler, os países mais pobres demandam cortes nas tarifas agrícolas e nos subsídios concedidos pelos países ricos aos seus produtores, e segundo Amorim, a argumentação e a tática dos países mais ricos na manipulação das informações sobre as negociações da Rodada Doha, se assemelha as manobras nazistas.

Ora, não é possível que o chanceler não se antecedeu, ou não teve a percepção de que não seria de bom alvitre citar Goebbels na defesa de suas argumentações. Muitas vezes acredito que deve haver sim uma linguagem subliminar em declarações dessa natureza; estamos tratando de um Ministro das Relações Exteriores, que no mínimo possui toda rede de assessoria disponível no Planalto para que de boa forma e maneira, conduza as negociações sem, de forma alguma, macular a imagem do Brasil ou ferir os sentimentos de pessoas como a representante de Comércio da Casa Branca, associando tal prática a Susan Schwab, que é filha de sobreviventes do Holocausto. Isso fere não só a Susan Schwab, os países envolvidos, e o bom-senso; mas essa referência trazida para um momento atual de negociação internacional, dá margens á reboque, para um desconforto em toda a comunidade judaica dos EUA, Europa e Brasil.

O que não aconteceria em qualquer empresa privada, numa negociação internacional normal, acorreu com o Brasil na OMC. A falta de tato, de preparo do Brasil nas tratativas e abordagens internacionais, saltam aos olhos do mundo pela sua inépcia e deselegância; só não poderiamos imaginar que chegaríamos a tanto. As desculpas pelo ” papelão” foram dadas como de praxe e costume, mas é bom lembrar citando Benjamin Franklin, e não Goebbels, que ” Aquele que é bom para elaborar desculpas, raramente é bom em qualquer outra coisa “.

Fernando Rizzolo

EUA acusam países emergentes de trabalharem pelo fim de Doha

O governo dos Estados Unidos deu a entender nesta terça-feira (9) que as negociações da Rodada de Doha de comércio global estão ameaçadas, depois de um grupo de países em desenvolvimento insistiu que deve receber o que os norte-americanos consideram “tratamento favorável nas discussões”.

Os norte-americanos reagiram duramente a uma proposta do Brasil, Argentina e África do Sul por flexibilidade adicional para as indústrias do Mercosul e da Sacu (a união aduaneira da África Austral), advertindo que isso “pode significar o fim da Rodada Doha”.

Há semanas Washington demonstra frustração com o avanço das negociações, lançadas há seis anos para impulsionar a economia mundial através da abertura do comércio. As negociações da Rodada de Doha, no entanto, concentram-se desde julho em agricultura e indústria, com base em documentos divulgados para cada área por mediadores da Organização Mundial de Comércio (OMC).

A reação dos ricos foi motivada também por outras demandas do bloco em desenvolvimento, com cerca de 90 países, que Brasil, Índia e África do Sul conseguiram organizar. O bloco pede mudanças estruturais no texto de base da negociação industrial e responde a pressões da representante comercial dos EUA, Susan Schwab.

O bloco reitera que só haverá progressos na negociação industrial depois do resultado da negociação agrícola e considera inaceitáveis cortes maiores nas tarifas de nações em desenvolvimento do que nas dos países ricos. A Agência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad) calcula que o texto industrial significa corte nas tarifas consolidadas de 21% nos EUA, 23% na União Européia, comparado a 58% no Brasil, 62% na Índia, 42% na África do Sul e 28% na China.

O bloco em desenvolvimento diz ser crucial obter flexibilidades maiores na área industrial. Brasil, Argentina e África do Sul querem espaço maior para o Mercosul e a Sacu protegerem mais produtos industriais, a fim de preservar as tarifas externas comuns. A mensagem é que o texto industrial precisa ser amplamente alterado.

Para os ricos, há retrocesso

As reações dos “elefantes” do comércio mundial, contudo, foram categóricas. “Essa proposta pode sinalizar o fim da Rodada Doha”, declarou ao Valor o porta-voz comercial dos EUA, Sean Spicer. “Enquanto os EUA e outros têm mostrado claro compromisso em ir adiante, essa proposta marca um retrocesso importante e na direção errada.” A União Européia também avisou que o texto do mediador da negociação “é razoável, documentos alternativos não sao necessários e estamos esperando outros na mesa para negociar”.

A atual fase de negociação era para aproximar posições em direção a um acordo final, após seis anos de negociações, mas a história se repete, com endurecimento de todas as partes. A Argentina, com posição forte na área industrial, sinalizou logo o perigo para Doha: “Esse é um barco pesado, se não for girado a tempo a colisão com o iceberg é inevitável”, avisou o embaixador Alberto Dumont.

Em escritórios importantes da OMC, o clima de hostilidade e os debates negativos ao longo do dia deflagraram o sinal de alarme. O diretor-geral, Pascal Lamy, porém, considera que o aprofundamento da discussão geralmente leva a esse tipo de cenário.

Emergentes apontam o entrave

A maioria dos negociadores ataca os EUA pelo impasse. Na agricultura, os americanos são “seletivos”, mas na área industrial pedem “concordância incondicional”. Já o embaixador americano na OMC, Peter Allgeier, acelerou a crítica aos grupos em desenvolvimento, conduzidos por Brasil, Índia e África do Sul. “Agora não é mais tempo para se dizer o que não se quer, é tempo para dizer o que estão prontos a fazer em agricultura e na área industrial”, afirmou enfático.

O alvo de Allgeier foi sobretudo a demanda de Brasil e Argentina por flexibilidade adicional para o Mercosul. Para ele, o Brasil está querendo “virar de cabeça para baixo” a OMC. “Dizer que países devem (liberalizar) menos, porque estão em uniões aduaneiras ou em outros acordos preferenciais, é se desviar da OMC”, argumentou. “A OMC é sobre liberalização multilateral e não devemos abrir precedentes para arranjos especiais.” Sinalizou que os EUA estavam prontos a examinar “necessidades específicas e bem definidas” para certos países protegerem mais suas indústrias, mas não para o Mercosul.

A constatação de Dumont, embaixador argentino, foi rápida: “Os EUA estão de acordo para acomodar todo mundo, menos nós (Argentina, Brasil e África do Sul). E querem que esqueçamos flexibilidade adicional para uniões aduaneiras. Para o Mercosul essa é uma questão fundamental.”

Nos corredores da OMC, importantes personagens da negociação consideravam “preocupante” se a advertência do Brasil – de que prefere o Mercosul a Doha, caso não obtenha mais flexibilidades para sua indústria – for para valer e não meramente tática de negociação.

A resposta do embaixador brasileiro, Clodoaldo Hugueney, veio logo. “Nossa posição é sólida e podem ficar preocupados, porque não há dúvidas sobre isso. O Brasil tem o objetivo político de fortalecer e preservar o Mercosul, consolidar a TEC, acabar com as exceções. E temos que encontrar soluções para compatibilizar Doha e o Mercosul. A rodada tem que preservar as uniões aduaneiras.” Para os EUA e a UE, porém, o Mercosul não é união aduaneira completa, com numerosas exceções. Para a UE, “só há duas uniões aduaneiras no mundo, a UE e a Sacu”, segundo seu embaixador, Eckert Guth.
Site do PC do B

Rizzolo:É impressionante o atrevimento e o descaso por parte dos EUA com os países da América Latina, e os em desenvolvimento, precisamos aprender com eles como se defende os interesses nacionais, todos sabem que nos últimos três anos os EUA deram US$ 15 bilhões de subsídios aos seus agricultores. A proposta brasileira é para que dêem US$ 12 bilhões E o que eles querem? Querem dar US$ 17 bilhões, é uma brincadeira, né, ou seja, estão querendo aumentar ainda mais, inclusive na média dos últimos 3 anos. Já se analisarmos a União Européia, a exploração continua, não querem mexer em absolutamente nada em relação à agricultura, e ainda exigem a diminuição do coeficiente dos produtos industriais, o seja, querem apenas “escancarar” nossa indústria nacional e no tocante a agricultura, nada aos países do Terceiro Mundo. Tudo para eles, e nada, para nós.

Isso me lembra aquela história comum do sujeito “mixo” que vai numa festa de milionários, e que depois de alguns drinques (não é o caso do Presidente), começa a dar uma de grã fino, achando que pode conversar de igual para igual com os outros, e logo, loguinho, o pessoal coloca-o no seu lugar. Não dá pra conversar de igual pra igual com esses países, porque para eles o que interessa são os interesses deles aqui, não os nossos lá, deu pra entender ? Isso vem encontro com a idéia de que só uma América Latina forte, coesa, com interesses próprios num Bloco só pode-se evoluir, mas, como temos observado representantes dos interesses internacionais, que querem nos desqualificar “trabalham” através da mídia golpista para que a América Latina vá pro “vinagre”, jogando a Venezuela contra o Brasil, desqualificando o Banco do Sul, apostando na discórdia do Mercosul, fomentando uma intriga entre países vizinhos.

Em suma, o Brasil vai ter que sair da festa dos milionários e vir aqui pra América Latina com os países irmãos e se enxergar de dentro pra fora. O futuro do Brasil está na união dos países da América Latina, vivendo em harmonia com uma política de avanço conjunto. Agora, não adianta esnobar a América Latina, e “dar de ombros pro Chavez”, indo bater na porta dos EUA e Europa porque já deu pra perceber que o “Cartel dos Poderosos” nada quer negociar, e lutam para manter seus interesses.

Temos um mercado consumidor de 190 milhões de pessoas, uma quantidade enorme de multinacionais que aqui se beneficiam com vultuosas remessas de lucros e dividendos e que nem sequer pagam Imposto de Renda ao povo brasileiro, destruindo nosso parque industrial nacional, bancos internacionais que concorrem no nosso mercado, se beneficiando com juros estratosféricos. E ainda querem mais? Não querem ceder em nada ? Vamos nos conscientizar e parar de dar ouvidos às viúvas da Alca, e à mídia reacionária que quer a desunião na América Latina, e pensar no Mercosul ou numa versão melhor ainda a Alba.

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