Nacionalismo econômico

*por Fernando Rizzolo

Deu no jornal britânico Financial Times: “a economia brasileira desacelerou e agora ‘rasteja’ com uma expectativa de expansão de apenas 2% este ano”. Poderíamos indagar o porquê dessa mudança na expectativa econômica do Brasil e nos lançar, bem ao estilo do Ministro da Economia, a culpar a crise internacional, os banqueiros, num exercício defensivo de simples argumentação.

Já se podia imaginar que os fatores econômicos que afetaram os países desenvolvidos um dia pudessem chegar, como de fato chegaram, aos países emergentes. Porém, é mister salientar que o que ocorreu no vislumbre macroeconômico do Brasil neste ano foi muito mais do que um impacto advindo da crise internacional. Foi, sim, uma participação política e econômica de alguns grupos empresariais, que cobraram uma postura protecionista do Ministro da Economia na defesa da indústria nacional, apelando para a velha proposta de desvalorização da moeda como um ganho secundário nacionalista-econômico que, na realidade, pouco resultado concreto surtiu.

Com efeito, as medidas adotadas com o intuito de evitar a entrada de dólares e conter a valorização do real como a elevação do prazo de cobrança do IOF em empréstimos externos e outras, acabaram trazendo muito mais instabilidade no âmbito da confiança dos investidores internacionais do que as expectativas em relação às medidas, esvaziando assim o discurso nacionalista de parte do empresariado brasileiro, e deixando pouca margem de manobra para o resgate da confiabilidade em investimentos que havia no Brasil antes de toda essa movimentação político-econômica.

Temos, na verdade, problemas cruciais a serem enfrentados no âmbito da competitividade dos nossos produtos no mercado externo, a exemplo do custo Brasil, que envolve a infraestrutura, a imensa carga tributária, os custos trabalhistas, e, o pior, a costumeira vontade política de fazer da economia um acervo de propostas que vão ao encontro dos interesses de alguns, muitos dos quais financiadores de campanhas políticas, que acabaram quebrando a continuidade da segurança e confiabilidade da condução monetária que deveria se pautar exclusivamente no aspecto técnico das medidas econômicas.

Acreditarmos apenas no mercado interno e em um real desvalorizado não nos levará a enfrentar os problemas advindos do desaquecimento da economia mundial; se assim agirmos, perderemos a oportunidade da discussão enriquecedora pautada nas nossas deficiências na produção industrial, numa logística moderna de infraestrutura, e em todos os setores que englobam essa cadeia na viabilização da competitividade nacional dos nossos produtos no mercado externo.

Expandir a economia ao redor de 2% é rastejar não apenas no crescimento, mas também aos desígnios da capacidade de transformação de algo técnico como a economia, em pura moeda de troca, cedendo dessa forma a antigas sugestões nacionalistas, que outrora rastejaram no nosso país, provando a história de que as medidas que promovem o caminho mais curto e simples acabam sendo, na realidade, as que imitam as decisões errôneas cometidas no passado, que culminaram e contribuíram com nossa atual inoperância produtiva e competitiva, tudo por rastejar ao velho e sempre à mão nacionalismo de oportunidades……..

O preço do desenvolvimento e a culpa do dólar

*por Fernando Rizzolo

artigo publicado na Agência Estado dia 29/02/2012

Muitas vezes somos surpreendidos com reportagens em que empresários brasileiros, na maioria exportadores, se queixam do real valorizado, tentando dessa forma induzir o governo a adotar medidas de contenção da valorização da nossa moeda frente ao dólar. Contudo, o cerne da questão não está propriamente na valorização do real em si, mas em múltiplos fatores que levam a este cenário, típico de um país atraente do ponto de vista econômico.

O primeiro deles é alta taxa básica de juros, instrumento de controle da inflação, mas vilão nas operações de compra de dólar por parte do Banco Central para contenção da queda da moeda, tornando esta operação extremamente cara. O que é preciso entender é que não há desenvolvimento sem custo, se as altas taxas básicas de juros, ou o bom ambiente econômico Brasil como um todo atraem uma enxurrada de dólares em investimentos diretos ou indiretos. Ou, ainda, se bancos e empresas obtêm empréstimos em dólares no exterior a ótimas taxas e aqui aplicam, precisamos saber lidar não com a contenção instrumental perniciosa visando à não valorização da moeda, e precisamos também de mecanismos eficazes que nos propiciem maior competitividade no exterior. Em outras palavras, intervir na velha questão, que ficou conhecida por nós como “custo Brasil”.

Aliás, é bom lembrar que a valorização das moedas não é um problema que afeta apenas o Brasil, relacionando isso às altas taxas de juros. Se observarmos os noticiários sobre toda a América Latina, vamos inferir que todos os Bancos Centrais de quase todos os países vizinhos (onde não houve intervenção nas taxas de juros), exceto a Argentina, estão comprando dólares para evitar uma valorização excessiva de sua moeda. Portanto, não há que se falar ou focar apenas nos instrumentos paliativos de contenção da valorização da moeda brasileira, mas, sim, como mencionei anteriormente, devemos voltar o debate para os fatores que impedem sobremaneira a competitividade dos nossos produtos, dentre eles a diminuição da carga tributária, a desoneração dos encargos trabalhistas, o aproveitamento de um dólar mais desvalorizado com investimentos na importação de equipamentos industriais que possibilitam aumento da produção… Em outras palavras, é importante enfrentar uma discussão que se tenta a todo custo fazer no Brasil, mas que não prospera – é quase sempre postergada, em razão das questões políticas sindicais. Por ironia política, essa discussão é silenciada também por certos setores empresariais – que evitam esse embate, já que advogar a contenção da valorização da moeda através de leilão de compra de dólares no mercado à vista acaba sendo mais vantajoso a curto prazo para alguns setores da economia. Pensar o Brasil de dentro para fora é caminho melhor do que as tais soluções econômicas, que mais servem à política do dia a dia do que ao desenvolvimento do país.

Para CNI, decisão de taxar capital estrangeiro ‘valeu a pena’

BRASÍLIA – O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, disse nesta quarta-feira, 21, que considerou positiva a taxação da entrada de capitais estrangeiros no País. Segundo ele, o governo não dispunha de muitas alternativas para conter o fluxo de capitais e a decisão de cobrar 2% de Imposto sobre Operação Financeira (IOF) “valeu a pena”. O presidente da CNI avaliou que, se a medida não produzir uma desvalorização do real, pelo menos ela vai evitar que a moeda brasileira tenha uma supervalorização. Uma das reivindicações recorrentes da CNI é de que o governo implemente medidas para valorizar as exportações brasileiras, contendo a apreciação do real.

Ele disse que é preciso observar o resultado dessa taxação para implementar outras medidas, mas considerou que a possibilidade de se usar recursos do Fundo Soberano para comprar divisas deve ser estudada. Monteiro Neto chegou esta tarde ao Ministério da Fazenda para a reunião do Grupo de Acompanhamento do Crescimento (GAC). Ele disse que, nesse encontro, não deverá apresentar sugestões específicas sobre o câmbio. A CNI deverá enfocar, segundo ele, questões ligadas à competitividade, como tributação, custo de capital e infraestrutura, além de medidas de estímulo à exportação. Essa é a primeira reunião do antigo Grupo de Acompanhamento da Crise com a nova denominação.

agência estado

Rizzolo: Eu pessoalmente considero muito válida a decisão. O que temos que considerar é o ganho indireto com a medida. Um real não tão valorizado, benefia as nossas exportações e por conseqüência a indústria nacional, ademais, o dinheiro taxado é aquele de cunho especulativo, e a tendência de queda na Bolsa é passageiro, até porque, quem aplicar nestas empresas nas Bolsas do exterior estará fora do tributo. A idéia central é criarmos um mercado interno forte e nos posicionarmos nas exportações, principalmente de manufaturados. Na realidade, IOF é um imposto regulatório, regulando o fluxo de capital, a idéia do tributo seria para diminuir seu impacto, e não como alguns alegam qeu o objetivo principal seria arrecadação.

Dólar sobe e bolsa cai com imposto sobre capital estrangeiro

Da BBC Brasil em Brasília – Diante da cobrança de imposto sobre o capital estrangeiro, que entrou em vigor nesta terça-feira, o dólar apresenta sinais de valorização.

Pela manhã, a moeda americana era negociada a R$ 1,74 (para compra), com alta de 1,81%. Por sua vez, o índice Bovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo, operava em baixa de mais de 4% no início da tarde.

A cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) foi anunciada na segunda-feira pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Os investimentos estrangeiros em bolsa e títulos do governo foram taxados em 2%.

O objetivo, segundo o ministro, é evitar um “excesso” de aplicações no Brasil e que é preciso “desestimular a sobrevalorização da moeda brasileira, o que prejudica as exportações e o emprego no país”.

O economista chefe da LCA Consultores, Braulio Borges, diz que a reação do dólar na manhã desta terça-feira, apesar de expressiva, não deverá se sustentar nas próximas semanas.

“O que estamos vendo é uma reação de curto prazo, o que é natural. Não acredito que essa medida seja suficiente para manter esse movimento nas próximas semanas”, diz o economista.

Ainda de acordo com Borges, a principal consequência da cobrança do IOF sobre capitais estrangeiros será o “aumento da arrecadação”. O governo pode aumentar em até R$ 4 bilhões seu caixa, no período de um ano, com a cobrança do imposto.

Recuperação

O atual ritmo de valorização do real começou em março, mês em que os indicadores econômicos no país mostraram os primeiros sinais de recuperação frente à crise financeira.

Com os bons resultados da economia brasileira, investidores estrangeiros voltaram a procurar investimentos no país, sobretudo na bolsa de valores e em títulos públicos.

De janeiro a outubro deste ano, as entradas de dólares superaram as saídas em US$ 4,418 bilhões, segundo dados do Banco Central. No mesmo período do ano passado houve déficit de US$ 29,465 bilhões.

Esse resultado, somado ao saldo na balança comercial e à entrada de investimentos diretos, aumentaram o volume de dólares em circulação no país, pressionando a cotação da moeda estrangeira para baixo.

Tendência

Na avaliação do professor de Finanças da FGV-Rio, Ricardo Araújo, “a queda do dólar veio para ficar”.

“Podemos até ter algumas correções ao longo do caminho, mas o fato é que temos eventos importantes pela frente que vão continuar puxando a cotação da moeda americana para baixo”, diz.

Entre esses eventos, o professor cita o crescimento econômico do país no próximo ano, além dos investimentos no pré-sal e a Olimpíada de 2016, todos atraindo ainda mais dólares ao Brasil. “Precisamos aprender a conviver com um real mais valorizado”, diz.

O economista da LCA diz que o controle “efetivo” do câmbio exige “atitudes mais fortes”. “Um exemplo é a formação de poupança pública”, diz.

Uma “sobra” de dinheiro permitiria que o governo financiasse internamente sua dívida, diminuindo a necessidade da entrada de capitais estrangeiros.

“Estamos falando de economia, ou seja, redução de gastos. E o governo não parece ter esse tipo de compromisso no momento”, diz. agencia estado

Rizzolo: Bem, da forma em que estava não poderia continuar. Há muito tempo este Blog, já nos meu comentários em Conjuntura Econômica, na Agência Estado, alertava para o fato de que com a enxurrada de dólares, a valorização do real seria tal que inviabilizaria qualquer indústria nacional. Aliás, qualquer tentativa hoje de se falar na defesa da indústria nacional, os especuladores o rotulam de ” nacionalista” tentando classifica-lo como retrógado, o que é uma grande idiotice.

O governo tomou as medidas necessárias num contexto em que o Brasil se tornou um dos principais emergentes em investimentos estrangeiros. A preservação do nosso parque industrial, é algo primordial, e sem políticas restritas de entrada de capital especulativo, a valorização cambial é algo extremamente danoso.

É bem verdade que o IOF incide apenas em aplicações no Brasil, portanto se nvestidor comprar ações na Bolsa dos EUA o imposto não incidirá, provavelmente esta é uma das primeiras medidas a serem tomadas na proteção cambial, entendo que outras virão, até porque esta apenas não será suficiente. Esta subida do dólar não tem sustentação. Vamos proteger nossa indústria e criarmos um potente mercado interno, esse é o caminho!

Pré-sal: Standard Bank vê real parelho com dólar em 10 anos

LONDRES – As descobertas do pré-sal têm o potencial de transformar a economia brasileira, caso a administração dos recursos provenientes da exploração seja bem feita, avalia o economista Michael Hugman, do Standard Bank, que analisa o País em Londres.

Para ele, o poder do petróleo brasileiro é tão grande que pode levar o real à paridade com o dólar e elevar o rating de crédito para a nota “A” num período de cerca de dez anos. “Há uma possibilidade real de grande mudança na economia”, afirmou à Agência Estado.

Hoje, o Brasil possui rating “BBB-” da Standard and Poor’s e Fitch, o primeiro nível do grau de investimento, e aguarda elevação para o mesmo patamar da Moody´s.

O desafio, avalia Hugman, é ter a estrutura fiscal correta, para não correr o risco de gastar demais e desperdiçar os recursos do petróleo. Além da legislação, ele acredita que é necessário um sistema de fiscalização eficiente. “Trabalhei na Nigéria e vi o que pode acontecer quando dá errado”, disse, referindo-se ao país africano com grandes reservas e sérios problemas sociais.

Nesta última segunda-feira, 31, o governo anunciou a criação de um Fundo Social para investimento em educação, combate à pobreza, tecnologia e meio ambiente.

O economista do Standard Bank também acredita que o Brasil terá de manter parte do dinheiro do pré-sal aplicada no exterior, para impedir uma apreciação excessiva da moeda e, consequentemente, a chamada “doença holandesa”, com desdobramentos negativos para a indústria nacional.
agencia estado

Rizzolo: O prognóstico do Standard Bank faz sentido. O grande problema no futuro com uma paridade monetária com o dólar será a capacidade nossa de exportar, principalmente os manufaturados. Portanto todo incentivo a uma maior competitividade nesse segmento é de suma importância, pois iremos comprometer a indústria nacional.

Crise global pode elevar Brasil a 8ª economia do mundo

– A crise econômica global pode elevar a economia brasileira da décima para a oitava posição no ranking das maiores economias do mundo, segundo um estudo divulgado nesta semana pela consultoria britânica CEBR (Centro para Pesquisas Econômicas e de Negócios).

De acordo com o estudo, que faz previsões sobre o comportamento das principais economias do mundo neste e no próximo ano, o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil ultrapassaria os PIBs de Espanha e Canadá, dois países fortemente atingidos pela crise.

O CEBR prevê uma queda ligeira do PIB brasileiro entre 2008 e 2009 em dólares (de US$ 1,7 trilhão para US$ 1,6 trilhão), mas ainda assim bem menor do que a maioria das principais economias globais.

O estudo prevê ainda uma queda acentuada da Grã-Bretanha no ranking das maiores economias globais, da quinta para a sétima posição, e do Canadá, que passaria da nona para a 13ª posição.

Além do Brasil, a Índia também ganharia duas posições no ranking entre 2007 e 2009, tornando-se a décima maior economia mundial em termos absolutos.

Ajuste

O estudo do CEBR não leva em consideração a chamada “paridade do poder de compra”, que ajusta os valores absolutos do PIB de acordo com o custo de vida em cada país.

No ranking das maiores economias do mundo feito pelo Banco Mundial, levando em consideração a “paridade do poder de compra”, o Brasil já seria hoje a nona economia do mundo, pouco atrás da Grã-Bretanha.

Se esse ajuste for levado em consideração, a economia brasileira poderá ultrapassar a da Grã-Bretanha até 2009, segundo a análise do CEBR.

Mais prejudicadas

O CEBR prevê que as economias da Grã-Bretanha e da Itália devem ser as mais prejudicadas pela atual crise econômica. Segundo o estudo, os PIBs de ambos países devem levar 18 trimestres para retornar ao nível registrado no pico.

A Espanha teria 16 trimestres com o nível econômico abaixo do pico, a Alemanha passaria 14 trimestres nessa situação e o Canadá, 12. No caso dos Estados Unidos, a retomada econômica seria mais rápida, com nove trimestres nos quais o PIB ficaria abaixo do seu maior nível já registrado.

O Brasil, por sua vez, seria um dos menos atingidos, passando dois trimestres com seu PIB em dólares abaixo do nível registrado no pico, segundo o estudo.

Das dez maiores economias atualmente, apenas a China escaparia de uma queda no PIB. BBC Brasil / Agência Estado

Rizzolo: É uma ótima notícia só que em face à crise mundial. Ainda temos muito que se fazer no Brasil, muito embora melhores que outros, o maior problema atualmente, são as despesas públicas de custeio e de pessoal que subiram muito nos últimos anos, criando uma restrição fiscal ao aumento do investimento público como forma de ajudar a reativar a economia. A promessa do presidente, de não gastar um centavo de custeio, chega tarde e há aumentos salariais já garantidos aos funcionários públicos, que vão elevar em R$ 40 bilhões a folha salarial nos próximos anos.

Crise já afeta emprego da indústria paulista em outubro

SÃO PAULO – Preocupada com os efeitos da crise financeira internacional sobre a economia brasileira, a indústria paulista antecipou um movimento esperado só para os meses de novembro e dezembro: começou a diminuir os turnos de produção e a dispensar empregados contratados de forma temporária.

A percepção dos empresários é a de que a produção direcionada para atender as vendas de fim de ano já se esgotou, e como a expectativa é a de que 2009 será um ano de demanda mais fraca e crescimento econômico menor que o deste ano, é preciso se adaptar a uma produção menor, que exigirá, portanto, menos trabalhadores.

Em outubro, a queda do nível de emprego na indústria paulista foi de 0,41% em relação a setembro, sem ajuste sazonal, e de 0,13% com ajuste sazonal, segundo dados divulgados esta manhã pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Foi a primeira queda do indicador para um mês de outubro desde 2003, quando o emprego caiu 0,63%. Dos 21 segmentos que compõem a indústria paulista, dez, praticamente metade, registraram demissões em outubro, número que só costuma aparecer nos dois últimos meses do ano, quando se encerra a safra da indústria sucroalcooleira.

Embora os números não sejam considerados trágicos, eles traduzem uma tendência que preocupa a indústria paulista, que é a redução do emprego de forma disseminada. “O emprego em outubro não foi bom como nos meses anteriores nem terrível como alguns analistas esperavam”, disse o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, Paulo Francini. “Mais do que o valor numérico, a importância do resultado fica realmente na alteração do padrão do comportamento do emprego. Temos agora uma tendência de queda no nível de emprego, uma inflexão na curva”, acrescentou.

Francini explicou que ainda não é possível prever em que padrão a produção industrial vai se estabilizar, mas a demissão de trabalhadores desde já traduz o início de uma fase de transição “conturbada”, que inclui reprogramação de produção e administração de estoques. O último resultado do Indicador do Nível de Atividade (INA) da indústria paulista, de setembro, não apresentou redução, e a prévia de outubro indica estabilidade.

Dólar

Nem mesmo a desvalorização do real ante o dólar nos últimos dois meses justificou a manutenção dos empregos da indústria no Estado. A Fiesp admitiu que a indústria será beneficiada por um câmbio mais competitivo, mas a volatilidade cambial permanece, o que dificulta o planejamento dos empresários. Além disso, o real desvalorizado não alivia a expectativa de um ano com menor demanda.

Agência Estado

Rizzolo: As notícias que circulam na Europa em relação aos emergentes, e aos empregos não são nada boas. Podemos já inferir os efeitos na indústria paulista, e a tendência é piorar em 2009. Não há como o Brasil ficar imune a uma crise de cunho internacional, a demanda externa e interna irá diminuir e os empresários terão forçosamente de promover demissões.

O crédito está cada vez mais escasso e mais caro, segundo pesquisa da Fundação Procon de São Paulo (Procon-SP) divulgada hoje a taxa de juros registrada em novembro é a mais elevada desde 2003. Com isso, o órgão, vinculado à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado, recomenda ao consumidor cautela ao contratar empréstimos. A taxa de juros mais alta para empréstimo pessoal foi registrada no Banco Real, de 8,15% mensais. A mais baixa, na Caixa, de 4,49%. No cheque especial, os juros mais altos, de 12,30% ao mês, estão no Safra e os mais baixos, de 7,98%, também na Caixa.

Quem apostava na ” marolinha” já está vendo os efeitos desse vendaval. Como não estou no momento no Brasil, não tenho a noção exata do que está ocorrendo nos bastidores da economia, porem amigos me afirmam que coisa por aí está ficando preta, informam que o Banco Central voltou ao mercado de câmbio e operou, com diferentes instrumentos, em quatro oportunidades. No fechamento da quarta-feira (12), o dólar estava cotado em R$ 2,29 – que já era a maior taxa dos últimos 20 dias. Um absurdo, hein !!

CÂMBIO-Dólar sobe quase 3%, na esteira do pessimismo global

SÃO PAULO – Apesar das atuações do Banco Central, o dólar subiu quase 3 por cento frente ao real nesta quarta-feira, acompanhando o forte pessimismo dos mercados acionários globais.

A moeda norte-americana fechou a 2,289 reais, em alta de 2,88 por cento.

“Lá fora, o medo (da recessão) continua… Isso pesou muito no mercado financeiro em nível mundial hoje”, avaliou Tarcísio Rodrigues, diretor de câmbio do banco Paulista.

O principal índice da Bovespa despencava mais de 7 por cento no final da tarde, enquanto as bolsas de valores norte-americanas recuavam mais de 3 por cento.

Com esse mau humor que se estendeu para o mercado de câmbio, o Banco Central realizou, além de um leilão venda de dólares no mercado à vista, dois leilões de swap cambial tradicional. Foram vendidos todos os contratos ofertados, em um volume equivalente a quase 1 bilhão de dólares.

Rodrigues observou que a grande procura por esses contratos de swap cambial, em que o mercado ganha quando a variação do dólar supera a do juro, pode refletir uma zeragem de posições vendidas que algumas empresas ainda sustentavam no mercado futuro de dólar.

Nesta quarta-feira, o BC divulgou que o fluxo cambial ficou negativo em 656 milhões de dólares no início de novembro.

O diretor de câmbio de uma corretora em São Paulo que preferiu não ser identificado avaliou que esse novo dado também contribuiu para o avanço do dólar. Ele também apontou o baixo volume de negócios no mercado de câmbio pela terceira sessão consecutiva.

Segundo operadores, o volume negociado no mercado à vista foi de 1,56 bilhão de dólares, abaixo da média diária de cerca de 3 bilhões de dólares.

Agência Estado

Rizzolo: O resultado da Petrobrás realmente foi um ” banho de água fria” na expectativa dos investidores, alem disso, as ações negociadas no mercado europeu fecharam em queda nesta quarta-feira, puxadas por papéis do setor bancário e petrolífero, que caíram com preocupações de mais perdas e piora do cenário econômico. O índice das principais ações européias FTSEurofirst 300 fechou em queda de 3,4%, a 853 pontos.

A situação no mercado internacional é crítica, e o Brasil parece agora cair na realidade, e o consumidor precavido não deve gastar seu 13º salário integralmente e aproveitá-lo para quitar dívidas como as do cartão e outras. Aqui na Europa só se fala nos cortes e demissões, ontem eram nas montadoras, hoje se fala nos Bancos. A ” marolinha” de Lula parece estar se transformando numa “onda do Havaí”. Não há porque estar entusiasmado, o melhor é enfrentar a realidade com firmeza e determinação sem se preocupar com ” popularidade. Quem puxou a quedas das Bolsas aqui na Europa foi o Credit Suisse, levando um tombo de 8,8% com conversas sobre uma grande perda de negócios.

O banco se recusou a comentar. O banco francês Natixis mergulhou 13,5%, depois de ter informado que sua unidade de núcleo de investimentos bancários teve grandes problemas no último mês, enquanto Barclays, Standard Chartered, Deutsche Bank e Société Générale também registraram perdas. Hoje um grupo de anarquistas foi preso aqui na França, depois de sabotarem linhas de trens, causando um tremendo transtorno. Uma vergonha.

Uma bolha chinesa nos aguarda ?

Recentes dados demonstram que o ritmo de crescimento da economia chinesa desacelerou para 9% no terceiro trimestre de 2008 em relação a igual período de 2007, o menor patamar em cinco anos, em razão da crise financeira internacional e da política monetária restritiva em vigor até o mês passado, ou seja, depois de crescer 12% em 2007, o país caminha para fechar o ano com expansão em torno de 9%, índice semelhante ao registrado em 2002.

O governo chinês está diante do desafio de gerar empregos para uma população equivalente à do Canadá todo ano. Como a economia mundial está ruim, suas exportações começam a cair; conseqüentemente, o país precisa estimular a demanda interna. Na verdade, isso não é fácil empreender numa economia como a chinesa, onde as pessoas têm o hábito de poupar 50% da sua renda. Outro aspecto dessa questão, é que surgiu uma nova classe média na China, cujas expectativas precisam ser correspondidas nessa nova fase da economia.

A alta da inflação na primeira metade do ano, levou o Banco do Povo da China a aumentar a taxa de juros e a reduzir o volume de dinheiro à disposição dos bancos para concessão de empréstimos. Além da restrição ao crédito, os exportadores enfrentaram a valorização do Yuan em relação ao dólar e o aumento dos custos trabalhistas decorrente da Lei do Contrato de Trabalho, que entrou em vigor em janeiro. A cotação da moeda chinesa teve alta de 6,5% em 2007 e de 6,8% em 2008.

O problema se agrava quando sabemos que a China não tem um monitoramento econômico de qualidade, não havendo um acompanhamento minucioso e transparente dos resultados domésticos. Esta ausência de medidores com maior precisão faz com que a incerteza seja maior. Com a diminuição de suas exportações, a China se verá forçada a dirigir sua produção para o mercado interno pouco consumidor, e não capaz de absorver sua total produção.

Os efeitos no exterior com uma recessão da China são devastadores. A China é o maior comprador de minério de ferro e soja exportados pelo Brasil e está prestes a substituir a Argentina no posto de segundo maior mercado para as vendas brasileiras ao exterior. Com um crescimento menor, a China vai reduzir a demanda por matérias-primas para sua indústria, o que vai afetar as exportações do Brasil.

Além de uma preocupação econômica, existe um componente político a ser analisado na China; haverá com certeza num cenário recessivo, pressões políticas internas de grande proporção, que poderão desencadear processos de endurecimento ainda mais do regime chinês. O grande desafio chinês será estimular a demanda interna, com aumento de investimentos e do consumo, para contrabalançar a queda nas exportações; da mesma forma, teremos que conduzir nossa política macroeconômica no Brasil, dentre outras medidas, fortalecendo e aumentando o nosso mercado interno; muito embora a exegese do nosso problema, esteja muito mais focada na questão cambial e na escassez de crédito.

Exportando menos para a China, e vivenciando um quadro recessivo global, teremos que rever os investimentos, os gastos públicos, e torcer para que a China contorne os efeitos recessivos de sua crise. Na verdade uma bolha chinesa seria capaz de nos afetar muito mais do que as desventuras econômicas dos EUA, devido aos irresponsáveis derivativos tóxicos; que acabaram por assim, intoxicando a esperança de consumo e de desenvolvimento dos países emergentes.

Fernando Rizzolo

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Recessão nos EUA fecha duas fábricas de brinquedo na China

PEQUIM – Duas grandes fábricas de brinquedos no sul da China fecharam suas portas nesta semana em razão da crise nos Estados Unidos, o principal destino de suas exportações, deixando 6.500 pessoas desempregadas. As falências são as maiores registradas em um setor que enfrenta dificuldades desde o primeiro semestre do ano, quando metade de seus pequenos exportadores fecharam as portas.

Centenas de trabalhadores realizaram protestos nesta sexta-feira, 17, na cidade de Dongguan, onde estão as duas fábricas da Smart Union que deixaram de funcionar. Os operários exigiam explicações e o pagamento dos salários de setembro e outubro.

Além da turbulência global, as empresas chinesas enfrentaram uma série de problemas domésticos no primeiro semestre, o que provocou desaceleração do crescimento do país.

Na segunda-feira, o governo chinês anuncia o resultado do PIB do período de julho a setembro, que deverá ser o quarto trimestre consecutivo de queda do ritmo de expansão da economia. Na primeira metade do ano, o crescimento foi de 10,4%, abaixo dos 12% de 2008.

A China produz cerca de 80% dos brinquedos consumidos em todo o mundo e a maioria de suas fábricas trabalha como subcontratadas das grandes marcas mundiais, como Disney e Mattel.

Segundo representantes da Smart Union, a principal razão para o fechamento das duas unidades é a grande dependência em relação ao mercado dos Estados Unidos, país imerso na mais grave crise financeira desde o crash da Bolsa de 1929.

As margens de lucro dos exportadores chineses encolheram a partir do início do ano, em razão da alta dos juros, da apreciação do yuan em relação ao dólar e do aumento dos custos trabalhistas.

Na avaliação da Smart Union, o custo por empregado subiu 12% quando entrou em vigor a nova Lei de Contrato de Trabalho, em janeiro.

Estatísticas oficiais indicam que 3.631 exportadores de brinquedos do sul da China fecharam suas portas no primeiro semestre, o equivalente a 52,7% do total. A grande maioria era de pequenas e médias empresas, com volume de vendas ao exterior inferior a US$ 100 mil ao ano.

No início de outubro, o governo de Dongguan criou um fundo de 1 bilhão de yuans (US$ 147 milhões) para socorrer as pequenas e médias empresas em dificuldades.

As autoridades de Pequim abandonaram em julho a política de valorização do yuan, enquanto os juros começaram a cair em setembro, com o agravamento da crise internacional.

O sul da China é a principal base de produção de bens de exportações intensivos em mão-de-obra, como brinquedos, calçados e têxteis. Também é o local da Feira de Cantão, o principal evento de exportações do país, que teve início nesta semana com uma brutal queda de visitantes.

O vice-ministro da Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento, Du Ying, afirmou na quinta-feira que o governo deverá anunciar em breve uma série de medidas para amenizar o impacto da crise mundial e estimular a atividade econômica.

De acordo com Du, o pacote deverá incluir o aumento do crédito para o setor imobiliário e o fim das restrições para compra de um segundo imóvel.
Agência stado

Rizzolo: Em mais de uma ocasião, este Blog chegou a comentar a possibilidade de uma eventual ” bolha chinesa”; e a plausibilidade desta hipótese agora é robusta. Todos sabem que os ” derivativos tóxicos” estão espalhados pelo mundo, e que a China por sua economia estar muito atrelada a dos EUA e dos países desenvolvidos, enfrentará uma diminuição de suas exportações.

O excedente desta produção deverá ser direcionada para o mercado interno chinês, que é altamente poupador, e que não tem a característica de consumo, muito embora a economia chinesa seja mais planificada em função do regime. A recessão diminuirá o consumo interno, que por sua vez derrubará os preços das commodities ainda mais. Isso afetará principalmente os emergentes que em razão da demanda asiática, conseguiram os superávits na balança comercial, dentre eles o Brasil. Quando observamos uma eventual ” bolha chinesa”, fica evidenciado o caráter endógeno de geração de crises do capitalismo, até nas economias mais planificadas do planeta.

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Dólar em alta leva Klabin a ter prejuízo no 3o tri

SÃO PAULO – A valorização de 20 por cento do dólar contra o real no terceiro trimestre do ano fez a fabricante de papéis Klabin sofrer uma pesada perda com câmbio no período, o que derrubou o resultado da empresa para um prejuízo de 253 milhões de reais.

A companhia informou que a valorização da moeda norte-americana gerou uma perda de variação cambial líquida, sem efeito caixa, de 381 milhões de reais, contra efeito positivo de 67,9 milhões de reais um ano antes e de 167 milhões de reais no segundo trimestre.

No total, as despesas financeiras da companhia nos três meses encerrados em setembro somaram 447,1 milhões de reais contra receitas de 101,2 milhões de reais um ano antes e 174 milhões de reais no segundo trimestre.

A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebtida, na sigla em inglês) ficou em 155 milhões de reais, um recuo de 22,8 por cento em relação ao Ebtida registrado no mesmo período do ano passado. A margem Ebtida caiu de 28 para 20 por cento.

A Klabin produziu 417 mil toneladas de papéis e cartões revestidos no terceiro trimestre, 11 por cento acima do registrado um ano antes, apesar de uma parada na fábrica de Monte Alegre entre o final de julho e o início de agosto.

O volume de vendas somou 388 mil toneladas de papéis e embalagens, alta de 7,7 por cento em relação as vendas de 360 mil toneladas no terceiro trimestre de 2007. Do total vendido, 36 por cento foi destinado ao exterior, queda ante a fatia de 37 por cento verificada no mesmo período do ano passado.

Com isso, a receita líquida no trimestre passado foi de 770 milhões de reais, avanço de 6,6 por cento na mesma comparação.

A empresa não fez previsões para o ano no resultado, mas informou que “diante do quadro atual de escassez de crédito e alta dos juros decorrentes das instabilidades do mercado financeiro mundial, deverá preservar o seu capital de giro, seu perfil de endividamento e, o mais importante, seu caixa disponível”.

A Klabin informou que nos próximos 15 meses o comprometimento com operações de financiamento (trade finance) corresponderá a 18 por cento dos valores a serem exportados. A empresa estima que a desvalorização do real deve gerar receita adicional com exportações de 201 milhões de reais.

Agência Estado

Rizzolo: Depois de a Votorantim declarar seu prejuízo, dessa feita, a Klabin, uma potência na fabricação de papéis amargam prejuízo de um prejuízo de 253 milhões de reais. Na realidade por hora estamos falando de empresas de porte, imaginem as pequenas e médias empresas, que pelo fato da alta do dólar e a escassez de crédito estão se deparando com uma perspectiva realmente problemática O mercado está parado, o empresariado está em compasso de espera até para saber quais serão as medidas do BC em relação às taxas de juros.

Ontem nas declarações do presidente Lula, visivelmente irritado, pode-se constatar que os grandes bancos querem sim resolver seus problemas liquidez às custas da liberalidade dos débitos compulsórios. Ora, não é possível que o governo acreditaria que toda essa dinheirama fosso drenado ” para empréstimos às empresas “, isso é pura ingenuidade, num mercado onde todos querem destravancar, é claro que os bancos também o desejam fazer, e o pobre empresariado fica a ver navios. Além disso, os bancos passaram a vida toda dizendo que os juros bancários eram altos demais, entre outras razões, porque o compulsório é alto. Agora que o compulsório foi liberado, os juros estão aumentando na ponta.

Ademais, aumentou muito o redesconto por parte das autoridades financeiras e isso é péssimo. (O redesconto é um tipo de crédito concedido pela autoridade monetária às instituições financeiras em caso falta de recursos disponíveis em caixa para cumprir os compromissos do banco).

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Lula defende ‘revolta dos bagrinhos’ para mudar sistema

NOVA DÉLHI – No trecho de improviso do discurso que fez hoje na reunião principal do encontro entre governantes do Brasil, Índia e África do Sul, em Nova Délhi, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou uma metáfora para defender a necessidade de união dos países menores. Ao reafirmar sua convicção de que os países desenvolvidos foram incompetentes para resolver a crise financeira, ele disse que é necessária uma “revolta dos bagrinhos”, na qual os países menos desenvolvidos se unam para fortalecer suas posições e conseguir mudanças no sistema financeiro internacional.

“É como se fosse a revolta dos bagrinhos”, brincou Lula, citando uma expressão usada no PT em referência a um episódio de 1994, quando os grupos minoritários do partido se uniram e passaram a comandá-lo, substituindo a moderada corrente Articulação, à qual pertencia o próprio Lula.

O presidente chegou a contar ao colega sul-africano, Kgalema Motlanthe, e ao primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, que bagre é um peixe brasileiro pequeno que freqüentemente é devorado por um grande, o jaú. Só que, de vez em quando, os bagrinhos se revoltam e se juntam para comer o jaú.

No mesmo discurso, o presidente Lula disse que é preciso repensar o modelo mundial de produção e abastecimento de alimentos e passou a defender a conclusão da Rodada Doha. “É inadmissível que os subsídios agrícolas dos países ricos continuem a causar fome e destruir vocações agrícolas”, declarou, acentuando que esta é uma luta que o G-20 tem de continuar.

“Nossos três países devem continuar liderando esforços pela conclusão da Rodada Doha, sob pena de frustrarmos as legítimas expectativas de milhões e milhões de produtores agrícolas dos países pobres”, afirmou, acentuando: “A crise financeira que se abateu sobre os mercados é uma razão a mais para os nossos países tomarem a dianteira e exigirem um esforço de coordenação internacional para reverter este quadro.”

O presidente brasileiro reafirmou seu discurso de que “não é justo que as perdas decorrentes dessa crise sejam hoje socializadas, quando os lucros de ontem só alimentaram os poucos donos do sistema financeiro internacional.”

Na avaliação de Lula, não faz sentido que o comércio entre países como os emergentes sejam afetados por problemas financeiros oriundos dos países ricos. “Devemos colocar nossa vontade política e nossa imaginação criadora a serviço das relações que nos protejam da volatilidade gerada pela especulação”, afirmou, defendendo a transação com moedas locais entre os países.

Depois da cerimônia, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, anunciou a criação de uma comissão de monitoramento de comércio, como existe em relação à China, Uruguai e Argentina, para evitar que problemas específicos impeçam o comércio bilateral entre Brasil e Índia.
Agência Estado

Rizzolo: Olha, eu não sei quem escreve os discursos do presidente, ou se essas reflexões partem da inocência de Lula ao afirmar que uma união dos países menos desenvolvidos seria possível e viável para fortalecer suas posições e principalmente conseguir mudanças no sistema financeiro internaciona”. Essa proposta, com a outra de dois dias atrás, quando o presidente apregoava o fim do dólar na América Latina como moeda de referência, fazem parte de um elenco folclórico econômico.

Não há como numa economia globalizada, onde a vinculação e a inter- relação dos mercados é extremamente acentuada, pensar numa hipótese desta. Analisar as questões internacionais através de um prisma sindicalista, onde o discurso entre ricos e pobres ou patrões e empregados marca e empolga os ” bagrinhos “, não funciona neste caso. Temos sim que enfrentar os problemas internacionais do ponto de vista macroeconômico, e seguir a cartilha da boa gestão, principalmente no que toca aos gastos públicos. O resto é discurso para impressionar os “bagrinhos da intelectalidade”.

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Mesmo com 3 leilões, dólar sobe e fecha em R$ 2,164

Num dia de pessimismo nos mercados, com paralisação na Bovespa e queda forte também em outras Bolsas do mundo, o dólar comercial fechou em alta expressiva de 3,29%, vendido a R$ 2,164. A cotação acompanhou os temores de uma recessão econômica mundial.

O avanço na cotação do dólar ocorreu apesar de o Banco Central ter feito três leilões da moeda no mercado no dia. A ação do BC, no entanto, conseguiu reduzir um pouco a alta. Durante o dia, o dólar chegou a disparar mais de 5%.

Na Bovespa, foi a quinta vez em 17 dias que foi acionado o sistema de parada dos negócios na Bovespa, chamado de “circuit breaker”. Num dos dias, houve duas paradas.

As paradas anteriores aconteceram nos dias 29 de setembro, 6 de outubro (com duas quedas, uma no início do pregão, outra logo depois) e 10 de outubro.

A desconfiança sobre a saúde da economia dos Estados Unidose aumentou depois que a presidente da unidade de San Francisco do Federal Reserve (banco central americano), Janet Yellen, afirmou que seu país entrou em uma recessão.

Ela considera que não houve “nenhum crescimento” econômico no terceiro trimestre e que deve ocorrer uma contração nos últimos três meses do ano.

“É o início do fim da crise financeira, mas mais além está se revelando a recessão global”, disse Emmanuel Morano, diretor de administração de ativos na La Francaise des Placements, em Paris.

“Os temores de uma recessão global são justificados e têm sido precificados muito rapidamente. Os valores de mercado das empresas no setor de matérias-primas são apocalípticos.”

Também contribuiu para aumentar as preocupações a informação de que as vendas no comércio varejista dos Estados Unidos encolheram 1,2% em setembro no confronto com um mês antes.

Mais ajuda
Depois dos pacotes anunciados pelos governos dos Estados Unidos e de países da Europa para socorrer o sistema financeiro, governos asiáticos decidiram, nesta quarta-feira, criar um fundo conjunto para lidar com a crise. Japão, China e Coréia do Sul participam do acordo.

O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, e o presidente da Comissão Européia (CE), José Manuel Durão Barroso, defenderam uma reforma do sistema financeiro global.

(Com informações de AFP, Efe e Reuters)

Rizzolo: A reação da Bolsa e dólar nesta quarta-feira, denotam claramente que a crise de confiança ainda está longe de ser dissipada. As intervenções do BC já não parecem mais surtir o efeito desejado, e como já disse em outros comentários, a queima de reservas cambiais na sustentabilidade de manter o dólar sob um patamar viável, deve esbarra por uma crítica mais aguçada. Na verdade as intervenções visam manter a integridade dos bancos. Mas isso é válido até que patamar?

Todos sabem que a causa principal do aumento do dólar está na impossibilidade do financiamento do capital de giro, via operações de venda antecipada de exportação, como ocorria anteriormente, situação esta, criada e proporcionada pela própria política do BC nó seu contexto macroeconômico. O cenário de hoje mostra, que a despeito do pacote do final de semana, o mercado não conseguiu dissipar o sentimento de pânico. A aversão ao risco continua forte.

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Aceleração do Crescimento e o Freio da Crise

É verdade que o jogo político e a retórica, bem como as condições de se criar um ambiente estável no País, fazem parte do que chamamos de condições de governabilidade. Também é verdade que a criação de frases e siglas, desde o início, tem sido utilizada pelo governo para publicitar seus feitos, dando uma maior visão, e fazendo com que os projetos anunciados e não materializados, se revistam de uma atitude pró ativa de empenho na sua execução. Foi nesse esteio de pensamento que surgiram as siglas PAC, Bolsa-Família, ProUni, Pronasci, e muitos outros, não só neste governo.

Os projetos quando bem aderentes, e já sedimentados na visão popular, se tornam um grande problema político quando o governo se defronta com crises financeiras de grande proporção, como a que estamos presenciando no mundo. A interrupção ou o adiamento dos projetos sociais, já propalados, causam um desgaste político imenso; até porque a justificativa do governo em adiá-las, geralmente é má recebida pela população carente, e justificada pela oposição, como um problema de incapacidade de gestão dos gastos; ou seja, não concluíram, ou adiaram, porque possuem gestão prodiga em relação ao erário público.

O presidente Lula e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, sob orientação partidária, afirmam categoricamente que ” tudo vai continuar acontecendo neste País, nada vai parar”, ou que os recursos do PAC serão garantidos. É compreensível do ponto de vista político, a postura refratária de governo Lula em admitir que se uma forte recessão nos atingir, teremos sim que rever tudo, mesmo porque a receita tributária despencará.

Com efeito, os indicadores não são nada bons; a escassez de crédito já assola fortemente o País, e crédito significa o oxigênio da economia. As empresas brasileiras estão enfrentando vários problemas: prejuízos na operação com o dólar no mercado futuro; falta de capacidade de financiar suas exportações; cancelamento de investimentos; suspensão de negócios; crise no mercado de imóveis, até aspectos contenciosos comerciais pela redução de preços já registrados em contrato.

Não há dúvida que o empresariado, além do problema de captação de crédito, enfrenta uma questão de confiança e expectativa, e todos no momento estão revendo os investimentos. A visão repentina da impossibilidade do financiamento do capital de giro, via operações de venda antecipada de exportação, surpreendeu o empresariado que se beneficiava das altas taxas de juros, aliás, situação criada e proporcionada pela própria política do BC nó seu contexto macroeconômico. A fonte secou, mas o governo ainda insiste em não admitir redução dos gastos públicos, evitando desta forma o gasto político que queimará sua propaganda em 2010.

A frase ” tudo irá continuar acontecendo neste País ” nos leva a refletir se na administração da crise, o governo fará a sua parte na contenção dos gastos públicos, ao contar com uma menor receita tributária; ou se então a frase, será válida para chancelar apenas os grandes projetos políticos congregados e definidos pelas siglas como o PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) e outros. Na rodovia dos investimentos, o empresariado já sentiu o freio da incerteza e da falta de crédito, agora será a vez de o governo fazê-lo, sob pena de estar trafegando na contramão do bom senso, com a justificativa de permanecer com popularidade acelerada.

Fernando Rizzolo

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Governo dos EUA deve gastar US$ 125 bi na compra de ações de nove bancos

O Departamento do Tesouro dos EUA anunciou nesta terça-feira que os nove grandes bancos que aceitaram vender ações para o governo absorverão US$ 125 bilhões, metade do valor oferecido pelas autoridades para o sistema financeiro nesta primeira etapa, segundo fontes ouvidas pela agência de notícias France Presse.

O governo americano anunciou hoje o desbloqueio de US$ 250 bilhões –do total de US$ 700 bilhões para entrar no capital de instituições em dificuldades que aceitarem entrar no programa. “Nove grandes instituições financeiras já anunciaram sua intenção de fazer parte do programa, no valor total de US$ 125 bilhões”, informou o Tesouro em um comunicado.

Os nove grupos seriam: Goldman Sachs, Morgan Stanley, JP Morgan Chase, Bank of America, Citigroup, Wells Fargo, Bank of New York Mellon, State Street e Merrill Lynch (vendido ao Bank of America no mês passado).

O anúncio da compra das ações preferenciais de bancos pelo governo foi feito hoje pelo presidente americano, George W. Bush. Ele disse que essa medida e outras, como garantias a empréstimos bancários, “são ações inteligentes e têm todo o apoio dos EUA”.

O novo capital a ser injetado nos bancos “vai ajudar a que os bancos façam empréstimos a empresas e pessoas e a compensar as perdas ocorridas durante a crise financeira”, disse Bush.

Já o secretário do Tesouro, Henry Paulson, confirmou o plano, mas disse lamentar ter de tomar ações que levem à intervenção do governo no setor financeiro, mesmo considerando que essas medidas “são o que precisamos para restaurar a confiança em nosso sistema financeiro”.

“Lamentamos ter de tomar essas ações. As medidas de hoje são o que jamais quisemos fazer –mas elas são o que precisamos fazer para restaurar a confiança em nosso sistema financeiro”, disse o secretário, em um pronunciamento no qual foi acompanhado pelo presidente do Federal Reserve (Fed, o BC americano), Ben Bernanke, e pela presidente da FDIC (Corporação Federal de Seguro de Depósito, na sigla em inglês), órgão do governo que garante operações do setor bancário americano, Sheila Bair.
Agência Estado

Rizzolo: Bem, lamentar que há se ter uma intervenção do governo, é ainda não estar convencido de que não há outro remédio. Entendo que essas intervenções, ou declarações só tendem a atrapalhar o fator confiabilidade. Melhor fez a Europa em comprar ações dos bancos e ter em alguns casos o controle das instituições, já os EUA, em sua postura menos intervencionista resolverá com o dinheiro do contribuinte.

Nesse aspecto entendo que o momento é de regulação profunda, até porque a dinâmica regulatória, através dos anos – de 80 para cá não – acompanhou as ” inovações ” do mercado promovendo o surgimento desses ” derivativos tóxicos “. Chegou a hora da limpeza, tem muito CDS ( Credit Default Swap) voando pelo mundo. Prova de que quanto maior a regulação nesse momento é melhor, são as declarações de Soros na Bloomberg.

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Ajuste cambial fará bem ao Brasil, diz Lula

Madri – Ignorando a bolha cambial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o “ajuste do dólar fará bem” para a economia brasileira. Com a crise tendo levado o dólar de R$ 1,56 para R$ 2,34 em uma semana, o próprio governo estima que 200 empresas sofrerão com a diferença em suas operações e há quem alerte que o câmbio possa ser o “subprime” brasileiro.

“O dólar vai achar seu ponto de equilíbrio conforme a economia encontre seu ponto certo. Essa é a vantagem de um câmbio flexível”, disse Lula. Ele, ainda assim, admite que a subida do dólar “foi positiva” para a economia de um modo geral, e principalmente para as exportações. Ele lembrou da época em que era oposição e que pedia que o dólar ficasse num patamar específico. “Isso eu sei que não dá mais”, afirmou.

“Vamos continuar com nossas previsões de que exportaremos mais de US$ 200 bilhões neste ano”, afirmou. A crise teria afetado a capacidade de crédito para as exportações. Ele ainda destacou que o aumento das importações não devem ser considerados como um problema. “Estamos importando máquinas. Isso significa que estamos comprando para produzir mais”, disse. Nos últimos meses, o superávit comercial do Brasil vem caindo e a Organizacao Mundial do Comércio (OMC) já estima que será dificil sua manutenção se os preços das commodities sofrer uma queda importante.

Fim do Dólar – Lula ainda afirmou que estava na hora de países emergentes pararem de usar o dólar como forma de garantir o intercâmbio entre suas economias. “POrque é que Brasil e Índia precisam usar o dólar? Porque é que não podemos converter as nossas moedas diretamente? Vamos começar a discutir essa possibilidade com vários governos”, disse.

Ele apontou para o exemplo do Brasil e Argentina, que abriram a possibilidade para que empresas possam usar as moedas dos dois países para pagar por exportaçoes e importações. “Levamos mais de um ano para chegar a isso. Mas vamos agora começar a discutir a possibilidade de levar isso também ao resto do Mercosul, primeiro. Depois, a idéia é de que seja usada em toda a América do Sul”, afirmou.

Ele não descarta que será um trabalho “difícil”. “Mas o nosso Banco Central vai ter de ser usado para ajudar nesse sentido”.
Agência Estado

Rizzolo: Contrariando o comentário do presidente, a desvalorização do dólar não é nada bom para a economia, é um componente inflacionário perigoso. Se por um lado existe um alívio da taxa a favor das exportações, isso é neutralizado pela falta de crédito, e pelo alto custo financeiro que será embutido nos preços. Hoje existe um problema de liquidez no País, e o dólar no patamar que está já preocupa os analistas. Outra questão, é saber se os bancos realmente irão emprestar o dinheiro do compulsório, porque queimar as reservas para preservá-los e até que patamar, é discutível.

Agora, a proposta do presidente em acabar com dólar nos emergentes, só pode ser uma brincadeira; o lastro da moeda americana é tão forte que o problema é exatamente tê-lo em suficiência, a visão latino americana de que os emergentes são autos suficientes faz parte da cartilha petista romântica. A trégua nos mercados veio da Inglaterra na disposição de resolver os problemas de forma mais simples. No Brasil o juro médio do empréstimo pessoal subiu para 6,04% ao mês em outubro, a maior taxa média desde junho de 2003 (6,22%). Na Europa, os ganhos também são menores: Londres, 0,65%; Alemanha, 1,04%; e França, 1,36%. Coincidentemente, as quedas aconteceram justamente após as falas de Bush, Bernanke e Paulson.

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Em novo dia de otimismo, Bovespa dispara e dólar tem forte queda

Os mercados de ações e câmbio continuam nesta terça-feira no clima de otimismo iniciado ontem, quando diferentes países europeus anunciaram planos bilionários de socorro ao setor financeiro.

Na segunda-feira, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) deu um salto de mais de 14%, enquanto o dólar comercial tombou quase 8%.

Às 10h20, o Ibovespa, principal indicador do mercado brasileiro de ações, subia 5,12%, a 42.920,84 pontos (acompanhe gráfico da Bovespa com atualização constante).

A moeda americana caía 4,85%, a R$ 2,042 na venda (veja quadro com a cotação do dólar atualizada).

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse que o governo destinará até US$ 250 bilhões para comprar ações de bancos privados em dificuldade e garantirá a nova dívida emitida por essas instituições. A medida, assim com o valor, já era de conhecimento do mercado. O diário nova-iorquino “Wall Street Journal” havia antecipado a notícia.

Investidores têm esperança de que governos de todo o mundo, ao assumirem parte de bancos, estabilizem o sistema financeiro global e marquem o fim do pior da crise financeira.

“Parece que a maré virou e um derretimento completo dos mercados e uma depressão foram evitados. Investidores podem agora focar, novamente, em fundamentos mais que no grau de pânico do mercado”, escreveu Dariusz Kowalczyk, estrategista chefe de investimento do CFC Seymour em Hong Kong, em uma nota a clientes.

As Bolsas européias mantinham nesta terça-feira a recuperação iniciada na segunda-feira.

O Banco Central Europeu injetou quase US$ 100 bilhões no mercado nesta terça.

Na Ásia, a maior parte das Bolsas fechou em alta. A de Tóquio, que não havia operado ontem devido a um feriado local, bateu recorde ao subir mais de 14%.

O banco central japonês anunciou novas medidas de combate à crise financeira.

Recessão
O otimismo dos investidores não foi abalado por avaliações negativas sobre a economia européia. Institutos econômicos disseram que a Alemanha está à beira da recessão; o banco central da França disse que seu país já está em uma.

No Reino Unido, a inflação atingiu 5,6% em setembro na taxa anualizada, maior percentual em 16 anos.
Folha on line
Rizzolo: A reação do mercado se deve ao primeiro-ministro inglês, Gordon Brown. O plano de Brown é bem mais simples, parece que nesta confusão de planos a Inglaterra conseguiu acalmar os mercados. Já no Brasil, a manobra para conter a crise é usar uma ferramenta clássica de política monetária: liberar compulsório. Lá eles usam dinheiro do contribuinte, que sai dos cofres do Tesouro.

Com isso o BC quer que os bancos emprestem dinheiro, mas não bem assim. O fator confiança é essencial, até porque se os bancos não sentirem a devida confiança no mercado, poderão usar o dinheiro e comprar títulos do governo ” empoçando o mercado de liquidez” e isso é péssimo. O problema hoje é de liquidez, e o empresariado está receoso e aguarda como ficara a questão dos juros, que tem é claro, uma relação com um aumento da inflação que por sua vez está atrelada ao aumento do dólar e a queda das commodities.

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Boletim Focus aponta todos os indicadores de inflação em alta

Brasília – O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve de parâmetro para as correções oficiais, deve encerrar este ano em 4,66%, de acordo com expectativa média de uma centena de analistas de mercado e de instituições financeiras consultados pelo Banco Central na última sexta-feira (11).

Eles elevaram a perspectiva de inflação no varejo, que na semana anterior indicava IPCA de 4,50% – no centro da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O aumento decorre da tendência de alta dos preços de alguns alimentos; em especial daqueles com cotação internacional, conhecidos como commodities.

Em razão da elevação dos preços de produtos como carne e leite, principalmente, os analistas calculam que o IPCA de abril, antes estimado em 0,34%, deve ficar em 0,43%. Eles também aumentaram de 0,26% para 0,30% a expectativa de inflação para o mês de maio. Ambos abaixo, portanto, do IPCA de 0,48% de março.

A projeção é de alta também para o Índice de Preços ao Consumidor, medido pela Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (Fipe) da Universidade de São Paulo (USP). O IPC-Fipe calculava inflação de 4% na semana anterior, e agora passa para 4,03%. Essa estimativa é só para a capital paulista.

A única indicação de baixa no varejo diz respeito aos preços administrados por contratos ou monitorados (combustíveis, energia elétrica, telefonia, medicamentos, água, educação, saneamento, transporte urbano coletivo e outros). A inflação desses preços estava estimada em 3,55% em 2008, na pesquisa da semana anterior, e caiu para 3,53%.

Os dois indicadores de preços no atacado, pesquisados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) também são de alta. O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que antes previa inflação de 5,64%, aumentou para 5,81% no ano; e o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) evoluiu de 5,81%, na semana passada, para os atuais 6,02%.

Agência Brasil

Rizzolo: Não há dúvida que o aumento de forma brusca do dólar, mesmo num patamar menor como o de hoje, terá como conseqüência um aumento da inflação, até porque os preços dos importados chegarão aqui mais caros, ao mesmo tempo, poderá haver redução da oferta interna de produtos, com aumento de exportação em função do real mais desvalorizado. A grande questão será o comportamento dos juros; quem apostava numa diminuição agora com uma maior definição no quadro inflacionário poderá se desiludir. “Juros altos e escassez de crédito são misturas explosivas legitimadas pela inflação”, ainda mais por quem adora procurar ” motivos para justificar juros altos “( BC). Fique atento, não é hora de contrair dívidas.