Nacionalismo econômico

*por Fernando Rizzolo

Deu no jornal britânico Financial Times: “a economia brasileira desacelerou e agora ‘rasteja’ com uma expectativa de expansão de apenas 2% este ano”. Poderíamos indagar o porquê dessa mudança na expectativa econômica do Brasil e nos lançar, bem ao estilo do Ministro da Economia, a culpar a crise internacional, os banqueiros, num exercício defensivo de simples argumentação.

Já se podia imaginar que os fatores econômicos que afetaram os países desenvolvidos um dia pudessem chegar, como de fato chegaram, aos países emergentes. Porém, é mister salientar que o que ocorreu no vislumbre macroeconômico do Brasil neste ano foi muito mais do que um impacto advindo da crise internacional. Foi, sim, uma participação política e econômica de alguns grupos empresariais, que cobraram uma postura protecionista do Ministro da Economia na defesa da indústria nacional, apelando para a velha proposta de desvalorização da moeda como um ganho secundário nacionalista-econômico que, na realidade, pouco resultado concreto surtiu.

Com efeito, as medidas adotadas com o intuito de evitar a entrada de dólares e conter a valorização do real como a elevação do prazo de cobrança do IOF em empréstimos externos e outras, acabaram trazendo muito mais instabilidade no âmbito da confiança dos investidores internacionais do que as expectativas em relação às medidas, esvaziando assim o discurso nacionalista de parte do empresariado brasileiro, e deixando pouca margem de manobra para o resgate da confiabilidade em investimentos que havia no Brasil antes de toda essa movimentação político-econômica.

Temos, na verdade, problemas cruciais a serem enfrentados no âmbito da competitividade dos nossos produtos no mercado externo, a exemplo do custo Brasil, que envolve a infraestrutura, a imensa carga tributária, os custos trabalhistas, e, o pior, a costumeira vontade política de fazer da economia um acervo de propostas que vão ao encontro dos interesses de alguns, muitos dos quais financiadores de campanhas políticas, que acabaram quebrando a continuidade da segurança e confiabilidade da condução monetária que deveria se pautar exclusivamente no aspecto técnico das medidas econômicas.

Acreditarmos apenas no mercado interno e em um real desvalorizado não nos levará a enfrentar os problemas advindos do desaquecimento da economia mundial; se assim agirmos, perderemos a oportunidade da discussão enriquecedora pautada nas nossas deficiências na produção industrial, numa logística moderna de infraestrutura, e em todos os setores que englobam essa cadeia na viabilização da competitividade nacional dos nossos produtos no mercado externo.

Expandir a economia ao redor de 2% é rastejar não apenas no crescimento, mas também aos desígnios da capacidade de transformação de algo técnico como a economia, em pura moeda de troca, cedendo dessa forma a antigas sugestões nacionalistas, que outrora rastejaram no nosso país, provando a história de que as medidas que promovem o caminho mais curto e simples acabam sendo, na realidade, as que imitam as decisões errôneas cometidas no passado, que culminaram e contribuíram com nossa atual inoperância produtiva e competitiva, tudo por rastejar ao velho e sempre à mão nacionalismo de oportunidades……..

Dilma, em Seul, faz sua estreia no cenário externo em plena ‘guerra cambial’

A presidente eleita do Brasil, Dilma Rousseff, chegou no início da tarde desta quarta-feira (madrugada em Brasília) a Seul, capital da Coreia do Sul, onde participa a partir da quinta-feira da reunião de cúpula do G20 (o grupo que reúne as 20 maiores economias do planeta), ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula deve chegar a Seul somente na quinta-feira, após passar por Maputo, em Moçambique. A ida de Dilma a Moçambique para acompanhar o presidente chegou a ser anunciada, mas foi cancelada de última hora.

A participação de Dilma na cúpula do G20, sua primeira viagem ao exterior após a eleição, serve também como sua “estreia” da nova líder brasileira no cenário internacional, faltando ainda mais de um mês e meio para sua posse. A presidente eleita, que viajou em um voo de carreira ao lado do ministro da Fazenda, Guido Mantega, preferiu evitar a imprensa na chegada ao hotel Imperial Palace, onde está hospedada, alegando cansaço após 25 horas de viagem.

A agenda da presidente eleita em Seul deve seguir a do presidente Lula, incluindo possíveis reuniões com outros líderes dos países do G20. Apesar disso, ela não deverá ter uma participação formal na reunião, reservada apenas aos chefes de Estado ou Governo em exercício. Em declarações após a eleição, Dilma afirmou que lutaria, ao lado de Lula, para que o G20 adote medidas para combater a chamada “guerra cambial”.

A “guerra cambial”, como ficou conhecida a disputa entre os países em relação às suas moedas, deverá ser o principal tema de discussões dos líderes durante a cúpula em Seul, que termina na sexta-feira. Alguns países, entre eles a China e os Estados Unidos, têm sido acusados de desvalorizar ou manter artificialmente desvalorizadas suas moedas para aumentar a competitividade de seus produtos de exportação.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já afirmou que pretende propor durante a reunião de cúpula do G20 a criação de um índice do FMI (Fundo Monetário Internacional) para identificar os países que manipulam a cotação de suas moedas. O índice poderia servir para eventuais punições contra os países identificados pelo FMI, como por exemplo sanções na OMC (Organização Mundial do Comércio).

Medidas essenciais

Ministro da Fazenda, Guido Mantega viajou ao lado da presidente e, ao desembarcar na capital coreana, afirmou que Dilma tem conhecimento das medidas consideradas essenciais para manter o equilíbrio da economia brasileira.

– A presidenta está absolutamente sintonizada – disse Mantega, informando que Dilma acompanhou todas as discussões envolvendo as questões sobre macroeconomia nacional.

Mantega afirmou que Dilma deverá cumprir rigorosamente todas as medidas contidas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2, zerar o déficit nominal, reduzir o Produto Interno Bruto (PIB) e fazer o superávit nominal. Segundo o ministro, uma das prioridades do próximo governo é garantir a queda dos juros. De acordo com ele, a queda deverá ser motivada pelo controle da inflação, pelo recuo nos gastos públicos e pelos subsídios por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
correio do Brasil
Rizzolo: Essa é a primeira viagem internacional de Dilma depois da confirmação de sua vitória nas eleições de outubro. Apesar de sua posse só ocorrer no dia 1º de janeiro, a viagem de Dilma já tem “caráter oficial”, pois ela foi convidada pela organização do G20 para participar de todos os eventos do encontro de cúpula. Na semana passada, o Fed (Banco Central dos EUA) anunciou que gastará US$ 600 bilhões na compra de títulos públicos do Tesouro do país. A decisão aumenta a circulação da moeda norte-americana, mas tem como consequência uma desvalorização ainda maior do dólar. A queda da moeda prejudica as exportações de produtos de outros países, como o Brasil.

Esse novo Everest de dólares não vai ficar – e não está ficando – dentro dos EUA, onde os juros reais estão negativos (taxa básica: -0,9%) e não há sinais de que os bancos aumentarão a oferta de crédito, nem que os consumidores e empresas estão dispostos a aumentar o seu endividamento, ao contrário, estão desalavancando. Esses dólares, tal como na primeira superemissão feita pelo FED (a chamada QE1), estão vindo para países em que os juros estão mais altos do que nos EUA – com as consequências descritas acima. O principal país nessa situação, graças ao sr. Meirelles, é o Brasil, que tem a maior taxa de juros básicos do mundo (5,3% em termos reais, ou seja, descontada a inflação – para se ter uma ideia, o segundo lugar em outubro, a África do Sul, tem juros de 2,4%).

Joelmir Betting: 5 razões para votar em Dilma

Desigualdade social atrapalha o crescimento

O Brasil precisa resolver o problema da desigualdade social e melhorar a qualidade da educação pública para poder atingir um nível de desenvolvimento de país rico, na avaliação de acadêmicos consultados pela agência inglesa de notícias BBC como parte da série O Que Falta ao Brasil? que discute os desafios do país para se tornar uma nação desenvolvida.

– A desigualdade é o maior problema, porque ela enfraquece o crescimento econômico, leva a altos níveis de criminalidade e insegurança, e força o país a gastar seus escassos recursos com polícia e prisões – afirma o americano Barry Ames, diretor do departamento de ciência política da Universidade de Pittsburgh e especialista em Brasil no Centro de Estudos Latino-Americanos da instituição.

Para Ames, programas como o Bolsa Família não são suficientes para mudar a situação significativamente. Ele defende uma posição mais ativa do governo para resolver o problema.

– No atual clima econômico mundial, a organização sindical não é capaz de levar a aumentos significativos nos salários reais, e o Brasil ainda está muito atrasado nas melhorias na qualidade da educação de massa para fazer uma diferença verdadeira. O Brasil não pode resolver seus problemas de desigualdade pelas forças do mercado ou institucionais, então seu governo precisa aumentar sua capacidade burocrática ao mesmo tempo em que reduz a corrupção e o clientelismo – diz.

Educação

O espanhol Gonzálo Gómez Dacal, diretor do Centro de Estudos Brasileiros da Universidade de Salamanca, a “melhoria substancial” da educação primária e secundária públicas é necessária para “colocar em produção os recursos intelectuais de toda a população”.

– Uma grande parte da população não chega, apesar do talento, à formação superior – comenta.

Para ele, se isso ocorresse, o país se beneficiaria “da capacidade de criação das pessoas inteligentes que formam parte das camadas mais desfavorecidas da população”.

Em sua avaliação, para conseguir enfrentar o desafio da melhoria da educação pública no país, é necessário também “tornar mais equitativa a distribuição da riqueza e as condições de bem-estar social e material dos cidadãos”.

Para Detlef Nolte, professor da Universidade de Hamburgo e diretor do Instituto de Estudos Latino-Americanos da German Institute of Global and Area Studies (GIGA), “reduzir a diferença entre os ricos e os pobres ainda é o maior desafio para o Brasil se tornar uma nação realmente desenvolvida”.

No campo político, Nolte diz que o Brasil já se tornou uma força importante no campo internacional, mas deveria no futuro ter uma posição mais ativa na mediação de conflitos na América do Sul e bancar uma maior parcela dos custos da integração regional.

– Com isso, o papel de líder da região se tornará mais aceitável para seus vizinhos – afirma.
correio do Brasil
Rizzolo: Não há dúvida que a desigualdade prejudica o crescimento, e uma das saídas é o fortalecimento do mercado interno assim como o investimento maciço na educação, o que na realidade balizam as minhas propostas como candidato. Interessante este artigo na reflexão sobre o Bolsa Família que entendo ser um mecanismo de intervenção que deve ser a médio prazo substituído por melhores condições de trabalho e profissionalização. O ganho do Bolsa Família não está só na erradicação urgente da miséria, mas na vinculação do benefício com a necessidade de manter as crianças na escola. Destinar de 8 a 10% do PIB na educação é o caminho para a real erradicação da miséria cultural, e para a significativa melhora da criminalidade no nosso país. Educação é o caminho para viver para amanhã não se perder !

Lula numa avaliação da política global

7 de Setembro – Carta de Amor ao Brasil

images

Amar o Brasil, é entender o Brasil,
É ter a paciência de um pai com seu filho
É defende-lo num jogo ou gritar de saudade quando longe se está,
e achar engraçado esse lado Brasil de a tudo se ajeitar.

Amar o Brasil, é gostar da multidão, passear na Praça da Sé, ver um camelô,
e entender que todos tem que viver e sobreviver.
Ter amor ao Brasil, é ser generoso, é entender que o negro, o índio, e o branco um só se tornaram, e já desenharam um povo. Que chora em novela, que bebe cerveja, que quer ser doutor, e que gosta de Deus.

Amar o Brasil, é andar pela praia, tomar caipirinha, olhar para o mar, lembrar de Drummond, sentado ao seu lado num banco da praia, lá em Copacabana. Amar o Brasil é gostar do nordeste, é comer tapioca, sonhar com o mar, olhar para a mulata dos olhos de mel.

Amar o Brasil é entender as favelas, lutar pelos pobres, perdoar o passado, amar as florestas, sonhar com os pássaros, e no sábado; Ah! comer aquela feijoada com muita farinha. É entender o silêncio e o olhar de um mineiro, lembrar do Rio Grande, do Norte e do Sul. Amar o Brasil é cantar nosso Hino, com um japonês, um judeu, ou um árabe, ao lado de todos vivem aqui.

Amar o Brasil é não perder a esperança, de poder cada dia construir uma pátria, que seja mais justa, mais ética e armada, presente no solo de Norte ao Sul, na defesa das matas, dos sonhos, das lutas, abraçando com amor nosso filho gentil, esse amado País chamado Brasil.

poema de Fernando Rizzolo

Dilma descarta nova CPMF e diz que é preciso ”se virar” com menos R$ 40 bi para a saúde

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, afirmou nesta quarta-feira (4) que hoje não se discute a criação de uma nova contribuição para financiar a saúde pública, em substituição à CPMF, extinta em 2007. A candidata disse que será necessário “se virar” com os R$ 40 bilhões anuais a menos para investir no setor.

“Não estou discutindo a criação de um novo tributo. Só estou discutindo aqui um programa de saúde. (…) Temos que fazer o possível e o impossível com o que temos”, afirmou Dilma em Brasília.

A ex-ministra da Casa Civil visitou nesta manhã o hospital público Sarah Kubitscheck, no centro de Brasília. A unidade é referência nacional no tratamento e reabilitação de deficiências motoras.

A Rede Sarah está presente em oito capitais: Belém, Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Macapá, Rio de Janeiro, Salvador, São Luís. No orçamento deste ano, foram destinados R$ 600 milhões à rede, que realizou cerca de 20 milhões de procedimentos em 2009.

Segundo a candidata, o Sarah pode ser uma referência para transformar locais como o Hospital de Base, outro hospital público com sérios problemas situado ao lado do Sarah, em um local com atendimento de qualidade e sem filas, desde que se invista na gestão.

Dilma afirmou que, em termos de saúde pública, seu objetivo é dar um tratamento especial ao que se refere à saúde da mulher, do pré-natal ao neonatal, e à prevenção do câncer. A candidata petista também disse que seu plano de governo ainda está fechado, por ainda existirem negociações pendentes com os partidos aliados.

Dilma visitou a ala infantil do hospital acompanhada pela primeira–dama Marisa Letícia e pelo ex-ministro da Fazenda, o deputado federal Antonio Palocci (PT-SP), onde crianças cantavam e brincavam com recreadoras do hospital ao lado de familiares. A candidata conversou com as crianças e, depois, foi conhecer as instalações a convite da administração do próprio hospital.

Sobre o debate marcado para esta quinta-feira (5) na TV Bandeirantes, a petista afirmou que não está preocupada. “Ao longo da vida, tive problemas muito mais graves. Eu tenho um treino hoje, e os meus treinadores estão aqui”, disse, em referência aos jornalistas presentes, em entrevista coletiva que cedeu em frente ao hospital.
folha online

Rizzolo
: A oposição que rechaçou a contribuição, por bem desejou a continuidade da imutabilidade tributária do setor financeiro; rechaçaram a CSS pois é um tributo de difícil sonegação e atinge em cheio o chamado ” caixa dois”. Poucos como o ex-ministro da saúde Adib Jatene, possuíram a determinação e coragem de apontar o dedo ao espírito egoísta dos que insistem em serem insensíveis a um problema de tal magnitude.

A saúde pública precisa de muito recurso, sim. Os pobres, as crianças carentes, os moradores da periferia, merecem ter uma medicina digna, um atendimento humano, um sofrimento amenizado nos abarrotados corredores dos hospitais públicos e um maior número de médicos. Nada justifica um não como aconteceu, numa atitude pouco cristã, sob argumentos “pseudo técnicos e frios”, como arma para justificar a falta de generosidade e o amor ao próximo, agora como diz Dilma temos que “se virar” com menos 40 bilhões.

As Mães e a Escola de Tempo Integral

Era assim toda quarta-feira: ela chegava pela manhã com uma pequena sacola, no mesmo ritmo de quem acabara de descer de um ônibus vindo da periferia de São Paulo. Havia anos trabalhava na limpeza do meu escritório e de tantos outros no mesmo prédio. O olhar sofrido e as mãos cansadas faziam-na parecer muito mais velha do que realmente era. Neusinha, a minha diarista, era mãe solteira e cuidava sozinha de um menino de 11 anos.

Nosso contato era pouco, até porque, para não atrapalhar o andamento da limpeza geral, eu aproveitava aquelas quartas-feiras para ir ao fórum. Contudo, naquele dia, algo estranho no olhar de Neusinha me chamou a atenção: os olhos marejados indicavam certa tristeza, dando ao rosto branco daquela nordestina um contorno de aflição.

Meio sem jeito, e já de saída com o paletó na mão, perguntei a Neusinha se estava tudo bem. Timidamente e num rompante de desabafo, ela se pôs a chorar. Com calma, pedi que ela me contasse o que havia acontecido, na tentativa de acalmá-la com um gesto de amizade e solidariedade.

– Sabe o que é, doutor, meu filho está envolvido com drogas; ele me contou tudo ontem à noite. Tudo começou na porta da escola pública em que ele estuda. Ele estuda no período da manhã, mas à tarde fica com más companhias.

Entre um soluço e outro, trouxe-lhe um copo com água, o qual foi levado à boca como se contivesse um doce remédio.

– Não tenho com quem deixá-lo. Preciso trabalhar e é aí que ocorre a desgraça – ela disse, olhando-me com um ar de cumplicidade, numa linguagem simples, mas carregada de uma tristeza incalculável.

Minha consciência obrigou-me a acalmá-la e a dispensá-la, pagando-lhe pelo dia de trabalho não concluído, pois seu estado emocional era péssimo. Em seguida, ainda sob o impacto daquela cena, a caminho do fórum, entre centenas de pessoas que aguardavam o metrô, pus-me a pensar no papel da escola de tempo integral e em sua importância para a formação dos jovens, em seu papel de manter o jovem ocupado, em tranquilizar as mulheres que trabalham fora e não têm com quem deixar os filhos, enfim, naquilo que chamo de “tutela educativo-protecionista”.

O que realmente vemos hoje é o descaso do poder público na implantação da verdadeira escola de tempo integral, pois o que há – e em pouquíssimo número – são escolas que disponibilizam uma espécie de duplicação de jornada, fazendo um segundo turno à imagem e semelhança do primeiro, sem dar sentido à amplitude educacional de outras disciplinas como arte, educação física, visita a museus, estímulo à leitura, enfim, mudando o projeto político-pedagógico das escolas.

Já no balanço do trem do metrô e nas paradas cansativas das estações, imaginava quantas Neusinhas pelo Brasil não sofrem por saber que seus filhos não estão protegidos pela “tutela educativo-protecionista” que as escolas de tempo integral poderiam oferecer à sua prole, quando estão trabalhando, longe de casa, sustentando seus lares. Pensei também que a miséria, as drogas, o desamparo são filhos do abandono total do Estado na área da educação, e que melhor do que as palavras de consolo, a indignação e um copo com água para abrandar o soluço de um choro profundo é oferecer uma educação cidadã a todos, com investimentos maciços num único ideal de escola pública, a escola de tempo integral. Talvez, se ela existisse, aquela quarta-feira seria diferente para todos nós, em especial para tantas Neusinhas, diaristas pobres, trabalhadoras nas fábricas, nos campos, nas grandes cidades do nosso país, que sem esperança soluçam por seus filhos perdidos.

Fernando Rizzolo

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Fernando Rizzolo candidato a Dep.Federal fala de Sonhos e Esperanças.

Fernando Rizzolo 3318 candidato a Deputado Federal por SP. Divulgue este vídeo e ajude o Rizzolo a chegar lá !!

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Produção industrial sobe 19,7% em doze meses, maior alta mensal desde 1991

RIO – A produção industrial subiu 19,7% em março na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo divulgou nesta terça-feira, 4, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O aumento representou o maior crescimento mensal desde abril de 1991 (37,2%), segundo destacou o economista da coordenação de indústria do instituto, André Macedo. As projeções dos analistas iam de 16,50% a 20%, com mediana de 18,80%. No ano, a produção acumula alta de 18,1% e em 12 meses, variação negativa de 0,3%.

Na comparação com fevereiro, houve alta de 2,8% em março, na série com ajuste sazonal. O resultado veio acima do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções (1% a 2,62%), com mediana de 1,85%.
agencia estado

Rizzolo: Na realidade o responsável por esse desempenho é o aumento da demanda do mercado interno, demonstrando uma expansão mais disseminada da indústria. A recuperação já demonstrada no início de 2010, aponta para um perfil generalizado do crescimento. A indústria praticamente eliminou os efeitos da crise observados nos últimos três meses de 2008. O mais interessante a notar é que boas notícias como esta, que demonstram a robustez da nossa economia, é pouco divulgada pela grande mídia. É claro, notícias que denotam a boa política desenvolvimentista do governo Lula não podem ser prestigiadas, não é?

Doleiros dizem que Igreja Universal enviou R$ 400 milhões ao exterior

Igreja Universal do Reino de Deus é acusada de ter enviado para o exterior cerca de R$ 5 milhões por mês entre 1995 e 2001 em remessas supostamente ilegais feitas por doleiros da casa de câmbio Diskline, o que faria o total chegar a cerca de R$ 400 milhões. A revelação foi feita por Cristina Marini, sócia da Diskline, que depôs ontem ao Ministério Público Estadual e confirmou o que havia dito à Justiça Federal e à Promotoria da cidade de Nova York.

O criminalista Antônio Pitombo, que defende a igreja e seus dirigentes, nega as acusações.

Cristina e seu sócio, Marcelo Birmarcker, aceitaram colaborar com as investigações nos dois países em troca de benefícios em caso de condenação, a chamada delação premiada. Cristina foi ouvida por três promotores paulistas. Ela já havia prestado o mesmo depoimento a 12 promotores de Nova York liderados por Adam Kaufmann, o mesmo que obteve a decretação da prisão do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), nos Estados Unidos – ele alega inocência.

Os doleiros resolveram colaborar depois que a Justiça americana decidiu investigar a atividade deles nos Estados Unidos com base no pedido de cooperação internacional feito em novembro de 2009 por autoridades brasileiras. Em Nova York, eles são investigados por suspeita de fraude e de desvio de recursos da igreja em território americano.

Seus depoimentos foram considerados excelente pelos investigadores. Ela afirmou aos promotores que começou a enviar dinheiro da Igreja Universal para o exterior em 1991. As operações teriam se intensificado entre 1995 e 2001, quando remetia em média R$ 5 milhões por mês, sempre pelo sistema do chamado dólar-cabo – o dono do dinheiro entrega dinheiro vivo em reais, no Brasil, ao doleiro, que faz o depósito em dólares do valor correspondente em uma conta para o cliente no exterior. Cristina disse que recebia pessoalmente o dinheiro.

Subterrâneo. Na maioria das vezes, os valores eram entregues por caminhões e chegavam em malotes. Houve ainda casos, segundo a testemunha, que ela foi apanhar o dinheiro em subterrâneos de templos no Rio.

Cristina afirmou que mantinha contato direto com Alba Maria da Silva Costa, diretora do Banco de Crédito Metropolitano e integrante da cúpula da igreja, e com uma mulher que, segundo Cristina, seria secretária particular do bispo Edir Macedo, fundador e líder da igreja.

De acordo com a testemunha, ela depositou o dinheiro nos EUA e em Portugal. Uma das contas usadas estaria nominada como “Universal Church”. Além dela, os promotores e procuradores ouviram o depoimento de Birmarcker. Ele confirmou a realização de supostas operações irregulares de câmbio para a igreja, mas não soube informar os valores.

Os doleiros Cristina e Birmarcker estão na relação de investigados no Caso Banestado (inquérito federal sobre evasão de divisas). Em 2004, foram alvo da Operação Farol da Colina – maior ofensiva da história da Polícia Federal contra crimes financeiros no País. Cristina e Birmarcker foram presos na ação e hoje respondem a processo na 2.ª Vara Federal Criminal de São Paulo.

No Brasil, Macedo e Alba estão entre os diretores do chamado Grupo Universal processados sob as acusações de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro obtido de fiéis por meio de estelionato. Alba representaria no País as empresas Investholding e Cableinvest, ambas sediadas em paraísos fiscais. A acusação sustenta que elas seriam usadas para a lavagem de dinheiro.

Provas. Os promotores brasileiros têm ainda como prova um relatório financeiro feito pelo Ministério Público Federal que relaciona algumas remessas supostamente ilegais feitas pela Diskline para a Cableinvest. A empresa teria movimentado recursos por meio da conta Beacon Hill, no JP Morgan Chase Bank, de Nova York, mantida pelos doleiros.

As provas sobre essas remessas foram encontradas em um CD apreendido na sede da casa de cambio pela PF. Uma tabela descreve remessas que totalizam R$ 7,5 milhões (em valores da época) feitas entre agosto de 1995 e fevereiro de 1996.

Na esfera estadual, as investigações seguem em duas frentes – uma comandada pela Promotoria do Patrimônio Público e Social e outra pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A primeira pode levar ao bloqueio e à perda dos bens dos diretores da igreja no Brasil. A segunda investigação pode levar à condenação criminal dos acusados.
agencia estado

Rizzolo: Bem, esta não é a primeira vez que surgem acusações contra a Igreja Universal, que evidentemente devem ser apuradas com o rigor apropriado. Contudo, ao que parece, existe em determinados segmentos da mídia uma verdadeira cruzada contra as atividades da referida Igreja, e aos evangélicos de uma forma geral, o que leva por certo à conclusão de que sempre há um componente político por trás de todas as acusações. A delação premiada é controversa, e na minha opinião pessoal, extremamente perigosa para a devida instrução criminal, portanto delação premiada, componentes políticos religiosos, conflitos de mídia, tudo pode levar à devida suspeição. Enfim apurar é o papel do Ministério Público.

China e Índia compram mais do Brasil em 2009

As exportações brasileiras encerraram o ano de 2009 com uma receita de US$ 152,2 bilhões, valor 22% menor do que o registrado em 2008, informou nesta segunda-feira o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

Como reflexo da crise financeira internacional, as vendas caíram para diversos países e regiões, entre eles Estados Unidos (-42,4%), Argentina (-30,9%) e União Europeia (-25,8%).

Considerando os 15 principais destinos dos produtos brasileiros, apenas China e Índia compraram mais do Brasil no ano passado.

As vendas para a China, principal comprador de bens fabricados no Brasil, cresceram 23%, chegando a US$ 20 bilhões.

Já as vendas para a Índia, historicamente na casa dos milhões de dólares anuais, chegaram aos bilhões em 2009. No ano passado, o país comprou cerca de US$ 3 bilhões do Brasil, com um crescimento superior a 200% em receita.

Com esse resultado, os dois países melhoraram sua posição no ranking dos principais destinos das exportações brasileiras.

A China, que há um ano ocupava a terceira posição, passou a ser a primeira da lista. Já a Índia saiu do 39º lugar para encerrar 2009 entre os 10 maiores destinos.

Retomada

Tanto China como Índia conseguiram atravessar a turbulência financeira sem entrar em recessão, sobretudo em função do aquecimento de seus mercados consumidores.

Dois dos principais países emergentes e com uma participação significativa no comércio mundial, China e Índia acabaram contribuindo para a recuperação de outras economias.

O PIB chinês cresceu 8,9% no 3º trimestre em comparação ao mesmo período em 2008, enquanto o da Índia cresceu 7,9%.

Nos Estados Unidos, segundo principal destino das exportações brasileiras, o crescimento econômico foi de 2,2% no 3º trimestre de 2009.

Minério e çúcar

Enquanto os parceiros comerciais do Brasil reduziram em 22% as encomendas de minério de ferro no período de janeiro a novembro, a China ampliou suas compras em 37%.

Com isso, as exportações desse produto para o país asiático chegaram a US$ 6,2 bilhões no período.

Outro produto que contribuiu para o incremento das exportações para a China foi a soja. De janeiro a novembro, a receita brasileira nesse item cresceu 19,5%.

No caso da Índia, o produto brasileiro mais exportado para o país em 2009 foi o açúcar, que gerou uma receita aproximada de US$ 1,2 bilhão, contra os US$ 8,8 milhões no ano anterior.

O aumento está relacionado à seca que afetou o país asiático no primeiro semestre do ano, prejudicando a safra nacional de cana-de-açúcar e diversos outros alimentos.

Além disso, a quebra da safra indiana contribuiu para a elevação do preço do produto, o que beneficiou outros fornecedores, entre eles o Brasil.

Importações

De acordo com o Ministério, as importações caíram 25% no ano passado, também em decorrência da crise financeira internacional. O montante foi de USS 127,6 bilhões.

Com menos acesso ao crédito e menos dinheiro em caixa, as empresas brasileiras reduziram as compras, sobretudo de máquinas e equipamentos.

Entre os produtos mais importados pelo Brasil no ano passado estão petróleo, automóveis e medicamentos.

Diante da possibilidade de um crescimento acelerado da economia no próximo ano, economistas preveem que o país irá acelerar a compra de produtos no exterior.

A expectativa é de que o saldo comercial, que no ano passado foi de US$ 24,6 bilhões, caia para cerca de US$ 12 bilhões em 2010.
agencia estado

Rizzolo: Na verdade a China e a Índia acabaram sendo menos afetados pela crise em função de seu potencial do mercado interno. As medidas promovidas no âmbito financeiro na China conseguiram seus efeitos realizadores. A característica do mercado chinês é ser poupador assim sendo as medidas de desenvolvimento do mercado interno levam mais tempo do que as implementadas em outros países. De qualquer forma é uma excelente notícia mesmo com os problemas cambiais que afetam nossas exportações, principalmente as de manufaturados.

Otimismo, o PIB e o Câmbio

Quando todos, já embalados pelo otimismo do governo, concordavam com o presidente que a crise econômica que assolou o país neste ano não passava de uma simples “marolinha”, a notícia sobre o aumento do PIB no terceiro trimestre intensificou ainda mais esse sentimento de otimismo no povo brasileiro, pois, de acordo com o governo, tal aumento deveria superar as expectativas. Contudo, segundo a revisão de dados do IBGE, foi apontada uma queda de 2,1%, em lugar de 1,8%, do PIB no primeiro trimestre e de 1,6%, em vez de 1,2%, no segundo, o que gerou uma frustração geral.

A primeira delas porque ficou comprovado que o empresariado, os economistas e os analistas se renderam muito mais aos impulsos otimistas da era Lula do que aos números reais da economia, os quais podem ser revistos de uma hora para outra e nos levar a uma triste realidade econômica. A segunda frustração – esta já tão contestada por parte de muitos empresários e especialistas – foi que as altas taxas de juros – o grande vilão da história – realmente contribuíram para o resultado obtido, freando o desenvolvimento do mercado interno e prejudicando nossa capacidade de exportação.

Muito embora o desempenho da nossa indústria tenha sido o mais forte entre os setores de produção (2,9% ou 12,1% anualizados), o triste resultado da agropecuária colaborou para o menor crescimento do PIB, em função da valorização do real, que está diretamente relacionado às altas taxas de juros reais, e da queda dos preços no mercado internacional, o que, de certa forma, potencializou o baixo desempenho desse importante setor.

Com efeito, o PIB de 2009 vai depender do resultado do quarto trimestre, mas com certeza será ligeiramente inferior a 1%. Diante desse quadro, só nos resta confirmar que a política macroeconômica que culminou com a valorização de 100,64% do real na era Lula, em função das altas taxas de juros, prejudicando o consumo interno e essencialmente as exportações, deverá ser revista. A pretensa acomodação e a argumentação de que mesmo com os juros no atual patamar a economia deslanchava de vento em popa caíram por terra.

Portanto, resta-nos agora não só rever os valores do PIB, mas também visualizarmos uma nova concepção monetária que priorize as exportações, principalmente as do setor agropecuário, setor este mais afetado, de maior risco e que sempre contou com diversos fatores do otimismo: o realismo, o fatalismo climático, as chuvas, o investimento de risco e a sorte. Otimismo em excesso e números reais que surgem da noite para o dia causam, da mesma forma, os efeitos devastadores a que os agricultores estão habituados: a perda da colheita ou a perda da esperança.

Fernando Rizzolo

Os Jovens do Morro e os do Asfalto

Sempre ficamos indignados quando surgem conflitos nos morros, principalmente no Rio de Janeiro, mas a verdade é que refletimos muito pouco sobre por que atingimos este estado mórbido social e sobre suas causas. Muito já se falou da falta de permeabilidade do Estado nas comunidades, da injustiça social que reina nos morros e da omissão do Poder Público em assistir aos pobres. Com efeito, o somatório de todos esses fatores contribuiu para que atingíssemos tais níveis de violência.

A par desses fatores, a falta de uma política coordenada e sistemática de combate ao crime concorreu para que a delinquência organizada formasse um Estado paralelo de difícil controle. Temos que admitir que os órgãos de repressão agem e atuam de acordo com a lei, em respeito aos dizeres da nossa Constituição, e tornam, de certa forma, o Estado repressor limitado e incapaz de combater a criminalidade na nossa sociedade, em face da ousadia dos marginais.

O ponto central desta questão está, de um lado, no Estado Democrático de Direito, nas garantias individuais da pessoa humana, na democracia em si, e, de outro, na atuação da polícia, sempre focada no ponto de vista legal. Assim, as únicas medidas possíveis de acabarmos de vez com a criminalidade passam a ser de longo prazo, como o aumento da participação do Estado nas comunidades carentes, a promoção da inclusão social dos jovens da periferia e a conscientização de que, quando acompanhadas da real oportunidade de emprego e do desenvolvimento pessoal, a cultura e a educação são mais vantajosas que adentrar para o mundo do crime.

Diante dos fatos, é essencial acreditar que uma educação fundamental, composta de valores cívicos e religiosos, aliada à participação maciça do Estado na erradicação da miséria, poderá fazer com que a repressão, nos limites da lei, seja o suficiente. Desse modo, talvez alguns pobres jovens dos morros e dos asfaltos não desistam do bom caminho com tanta facilidade, rechaçando os fuzis e abraçando os livros, contribuindo, assim, para um Brasil melhor, que dependa, é claro, muito mais da boa vontade de um Estado justo e provedor do que da nossa omissa indignação diante das notícias.

Fernando Rizzolo

“Chega de corrupção e rolo, para deputado federal Fernando Rizzolo- PMN 3318”

Recuperação brasileira é gradual, mas consistente, diz Meirelles

LONDRES – O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou que a recuperação da economia brasileira tem sido gradual, mas é consistente. Para uma plateia de cerca de 150 pessoas na Universidade de Oxford, na Inglaterra, ele avaliou que as medidas adotadas durante a crise para injetar liquidez nos mercados financeiros funcionaram e possibilitaram a retomada, com a criação de empregos e a recuperação das vendas de veículos, que devem ser recorde neste ano.

Conforme Meirelles, o desempenho brasileiro está trazendo de volta a teoria do descolamento, que havia sido demolida após o colapso do Lehman Brothers, em setembro do ano passado. Ele lembrou que alguns setores, como as vendas no varejo, não chegaram a ser afetados, pela sustentação fornecida pela demanda doméstica. “A crise foi muito menos severa no Brasil, durou três meses.”

O presidente do BC explicou o processo de estabilização econômica em curso no Brasil desde 1999 e os sistemas de responsabilidade fiscal e metas de inflação, que permitiram a solidificação dos fundamentos e uma posição favorável em meio à crise internacional. “No passado, (a crise) teria sido um desastre”, disse.

Para Meirelles, a atual situação do Brasil torna algumas vantagens do País mais evidentes neste momento, como a democracia já estabelecida, as garantias para os investimentos privados, a estabilidade das regras e a liberdade de imprensa.

Ele avalia, no entanto, que há desafios importantes, como estimular a formalização dos negócios, melhorar as condições sociais, manter a responsabilidade fiscal e monetária e administrar o papel de exportador de commodities, especialmente com o desenvolvimento dos grandes campos de petróleo.

Meirelles citou que as principais fontes de entrada de recursos no País hoje são os investimentos externos diretos e o mercado de ações. Meirelles faz neste momento palestra na Universidade de Oxford, durante evento do Global Economic Governance Program 2009-10.
agencia estado

Rizzolo: Meirelles só não comentou a errada política macroeconômica onde as elevadas taxas de juros fazem com o fluxo de dólares aumente forçando uma valorização do real e inviabilizando as exportações de manufaturados, onde quem mais sofre é o pequeno e médio exportador. Impostos como IOF, mesmo que mais elevado não são suficientes para barrar o fluxo de dólares de caráter especulativo no país.

USP decide não usar a nota do Enem na Fuvest 2010

A Universidade de São Paulo (USP) decidiu nesta quarta-feira (7) não usar a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no vestibular da Fuvest 2010. Segundo a instituição, a aplicação do exame nos dias 5 e 6 de dezembro inviabiliza o seu uso por “razões operacionais”. A prova representaria um acréscimo de até 20% na nota final do candidato.

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) também já havia informado que não utilizaria o Enem neste ano pelos mesmos motivos. O Ministério da Educação (MEC) adiou o Enem na quinta-feira (1º), após o vazamento da prova.

A nota da primeira fase da Fuvest será, então, exatamente o número de pontos que o candidato tirar no exame, que acontece no dia 22 de novembro.

Para os candidatos que optaram por participar do Programa de Inclusão Social (Inclusp), o cálculo do bônus correspondente ao Enem será feito com base no desempenho do candidato no exame da primeira fase da Fuvest.

O calendário e as demais regras do edital 2010 permanecem inalterados. As provas da segunda fase acontecerão de 3 a 5 de janeiro.

No total, 128.144 candidatos se inscreveram na Fuvest. Desse número, 10.989 são treineiros. Estão em disputa 10.812 vagas: 10.622 na USP, cem na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e 90 na Academia de Polícia Militar do Barro Branco.

No próximo vestibular, o processo seletivo terá um novo formato. Com a mudança, a nota da primeira fase, com 90 questões, não será mais computada na pontuação final do vestibular. As provas da segunda fase, assim como as disciplinas específicas, foram alteradas.
Globo

Rizzolo: Sinceramente entendo que estão utilizando de forma política esse vazamento. Estranho me parece as duas Universidades Estaduais decidindo não utilizar a nota por “razões operacionais”. Quem sofre é o aluno pobre, que tem menos tempo para se preparar, já que a prova representaria um acréscimo de até 20% na nota final do candidato. Se a prova da Fuvest fosse totalmente substituída pela do Enem, a porcentagem de alunos de escolas públicas na USP pularia para de 22% para 27%.

Esperando pelo Perdão

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Cena de Yom Kippur numa Sinagoga na época medieval

Neste domingo, ao final da tarde, se dará o início ao Yom Kipur. Portanto, retornarei nesta segunda-feira após 21 horas, pois ainda pretendo passar, após a quebra do jejum, na casa de um rabino amigo meu para tomar um “lechayim”, (geralmente vodka).

Como meu jejum é completo, sem água inclusive -iniciando-se domingo às 18:00 – espero novamente estar ao lado de vocês, bem disposto, após o horário referido (21:00 de segunda). A todos os meus leitores, que são meus amigos invisíveis, saibam da minha mais profunda admiração, carinho e respeito que tenho por todos, por este Brasil imenso.

Obrigado por me acompanharem nas minhas reflexões, nos meus pensamentos, no ano que passou. Continuem divulgando o Blog do Rizzolo, prestigiando este humilde espaço, minha mídia é apenas você, meu leitor e amigo, mais ninguém !

Tenho tentado nos meus escritos externar o que eu penso, sob uma visão ética, na defesa dos mais pobres, dos esquecidos, dos desvalidos, defendendo meu ponto de vista sem uma conotação ideológica marxista, ateista ultrapassada, mas numa visão humana, religiosa, firme e de bom senso. Até mais queridos amigos !

Fernando Rizzolo

Um pouco da história

O nome Yom Kipur – Dia do Perdão – nos informa de um aspecto apenas de sua significação. “Porque neste dia se fará expiação por vós para purificar-vos de todos os vossos pecados; Perante Ad-nai ficareis purificados (Lev.XVI,30).

Isso é Yom Kipur, perdão e purificação, esquecimento dos erros e extirpação das impurezas da alma. Nobres conceitos que se tomam em sua acepção mais ampla. Não se trata unicamente do perdão Divino, que se invoca mediante a confissão das faltas e as práticas de abstinência, mas, também, do perdão humano, que exige o desprendimento da vaidade e contribui para a elevação moral. Quando chega Yom Kipur, cada judeu deve estender ao seu inimigo uma mão de reconciliação, deve esquecer as ofensas recebidas e desculpar-se pelas feitas aos outros, pois, limpo de todas as suas escórias físicas e morais, deve comparecer perante o Tribunal de D`us.

Durante um dia inteiro ele permanece diante desse Tribunal numa ampla confissão de suas culpas, em humildade e arrependimento, não com o fim de rebaixar sua dignidade humana, mas para elevar-se acima de suas misérias morais e apagar toda sombra de pecado em seu interior. E assim, depurado, vislumbrar com mais claridade os caminhos do bem.

Yom Kipur é data de jejum absoluto que se interpreta não somente como uma evasão do terreno, mas como uma prova de nossa força de vontade sobre os apetites materiais que tantas vezes conduzem ao pecado. Por último, o jejum nos faz sentir na própria carne os padecimentos de tantos seres humanos que, por falta de meios, sofrem fome, sede, fraqueza, vítimas da mais profunda miséria.

por Isaac Dahan

Veja Também: Silvio Santos fala sobre o Yom Kippur

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A CSS e os Notívagos Sofredores

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Realmente o melhor horário para se refletir sobre questões polêmicas é de madrugada, na turbulência de uma insônia. Pelo menos para mim, é o momento em que escrever, torna-se algo obrigatório. Mas como na vida nada é por acaso – e isso é um provérbio judaico – passei momentos na noite passada, refletindo sobre quantos notívagos sofredores – não com a falta de sono, mas a procura de um socorro médico – poderiam estar naquele momento, de madrugada, nos corredores dos hospitais públicos, como no Hospital das Clínicas de São Paulo, ao lado de minha casa.

É bem verdade que as grandes injustiças na humanidade sempre foram cometidas quando uma pretensa legitimidade a serve como esteio argumentativo. Assim foi durante toda a história, nas Cruzadas, no nazi- fascismo, nos regimes de exceção, quando, enfim, identificavam um inimigo comum. A partir daí era fácil; tudo estava chancelado em nome de um falso bem comum e a insensibilidade era justificada.

Interessante é notar como ainda no Brasil alguns insistem em anestesiar a solidariedade, a generosidade, o amor ao próximo, sob justificativas técnicas, insensíveis, para não dizermos egoístas. Todos sabem que o Brasil é um país pobre, que a maior parte da nossa população não possui sequer um plano de saúde privado e que a maioria das nossas crianças, carente e idosos, vivem do sistema público de saúde.

Justificar um não na aplicação dos recursos advindos da nova CPMF ou CSS, Contribuição Social para a Saúde, sob alegação de que o governo “têm dinheiro de sobra”, que se voltar o tributo irá “ser mal aplicado”, ou queo problema é” falta capacidade de gestão”, é o mesmo que virar as costas aqueles que necessitam de ajuda e justificar o auxílio, afirmando que os pobres com o que têm hoje, a eles bastam, o que é uma grande e desumana inverdade.

Mais intrigante ainda, é a falta de coragem daqueles que se dizem ao lado do povo, da esquerda, e numa atitude omissa, fogem do debate. A oposição que rechaça a contribuição, por bem deseja a continuidade da imutabilidade tributária do setor financeiro; rechaçam a CSS pois é um tributo de difícil sonegação e atinge em cheio o chamado ” caixa dois”. Poucos como o ex-ministro da saúde Adib Jatene, possuíram a determinação e coragem de apontar o dedo ao espírito egoísta dos que insistem em serem insensíveis a um problema de tal magnitude.

A saúde pública precisa de muito recurso, sim. Os pobres, as crianças carentes, os moradores da periferia, merecem ter uma medicina digna, um atendimento humano, um sofrimento amenizado nos abarrotados corredores dos hospitais públicos e um maior número de médicos. Nada justifica um não, numa atitude pouco cristã,sob argumentos “pseudo técnicos e frios”, como arma para justificar a falta de generosidade e o amor ao próximo.

Escrever à noite, nos faz pensar, nos torna mais humanos, e nos remete a refletir que intervir em causas justas, mesmo que seja de madrugada, é exercitar a abrangência do que chamamos de Direitos essenciais do ser humano. Direito à saúde, também é uma prerrogativa dos Direitos Humanos ou de uma vida mais digna a todos.

Fernando Rizzolo

*Artigo publicado no BLOG DA DILMA