Com crise, vale tudo para vender um imóvel

Empresas do setor imobiliário dão carros, eletrodomésticos e móveis; abatimento de impostos e descontos no valor do apartamento .

Portal EXAME Não está fácil vender imóvel nos grandes centros do país. Ainda há crédito disponível nos maiores bancos, mas a crise internacional alimenta o temor de crescimento do desemprego no Brasil daqui a alguns meses – e torna os potenciais compradores mais cautelosos. Até agora o setor imobiliário tem sido o mais afetado pela turbulência financeira. No terceiro trimestre, quando ainda não havia a percepção de que a crise seria tão grave, foi observada uma redução de 24% nas vendas contratadas pelas 21 empresas do setor com ações negociadas na Bovespa.

A inesperada redução de demanda pegou no contrapé as incorporadoras, que se prepararam para um boom imobiliário. Em 2007, enquanto o movimento era de queda das taxas de juros e de fartura do crédito, as empresas foram à bolsa e venderam papéis de dívida para viabilizar lançamentos futuros. Houve corrida para a compra dos melhores terrenos. Mas, agora, falta caixa para tornar realidade os empreendimentos planejados.

Muitas incorporadoras decidiram cortar despesas para tentar manter o fôlego financeiro. A Abyara, umas das empresas em situação mais delicada, suspendeu novos lançamentos e analisa formas de se desfazer de terrenos e ativos. Outra iniciativa, adotada pela Abyara e por várias outras incorporadoras, é demitir funcionários e adequar o quadro de pessoal ao cenário de crise. Muitas empresas, entretanto, apostaram no reforço do investimento em marketing e em promoções para aumentar as vendas. Hoje em dia o interessado em comprar um apartamento pode conseguir uma série de vantagens da imobiliária ou incorporadora. Ao assinar um contrato para a aquisição de um imóvel, o comprador pode levar de graça presentes como carros 0 km e eletrodomésticos, negociar o abatimento de impostos ou da taxa da escritura e também obter descontos no valor do bem. “Estamos vivendo a hora do comprador, e não a do vendedor. Quem tem dinheiro para adquirir, dita as regras da negociação”, diz o diretor da imobiliária carioca Basimóvel, Alexandre Fonseca.

É aconselhável, no entanto, não se deixar levar por promoções na hora de fechar um negócio. Comprar na planta só é vantajoso se houver expectativa de valorização do bem até a entrega das chaves. Antes de fechar o negócio, é imperativo pesquisar se a demanda por imóveis em determinada região segue firme. Caso a compra seja financiada, o mais importante é se certificar de que a prestação caberá no orçamento familiar, já que a legislação brasileira permite ao banco, em muitos casos, retomar o imóvel após apenas três meses de inadimplência do mutuário. Essa preocupação é compartilhada até pelas construtoras. “Temos uma postura mais conservadora porque queremos clientes bons, que fiquem conosco até o final de empreendimento”, afirma o diretor de incorporações da Brascan/Company, José de Albuquerque. “Não queremos atrair clientes a qualquer custo.”

Apesar de cuidados serem necessários, o mercado está recheado de boas oportunidades. O Portal EXAME procurou mais de uma dezena de construtoras e imobiliárias para saber quais são as melhores promoções. Abaixo seguem as respostas obtidas:

Goldfarb: dará um Renault Clio 0 km para os 150 primeiros clientes que comprarem um imóvel do empreendimento Alphaview, em Barueri (região metropolitana de São Paulo). Os apartamentos têm entre 72 e 80 metros quadrados, dois ou três dormitórios e custam em média 160 mil reais. O empreendimento está na fase de pré-venda e será lançado no início de dezembro. A entrega do carro será junto com a das chaves, prevista para o final de 2010. Para atrair compradores, a incorporadora promove passeios de balão, feijoada e shows musicais. Já para conquistar a confiança dos consumidores, a construtora dá ao comprador a garantia de recompra do imóvel em troca da devolução do dinheiro pago caso ele seja demitido. Além disso, o comprador pode suspender o pagamento de até quatro prestações mensais caso passe por alguma dificuldade financeira.

Basimóvel: a imobiliária vai mobiliar o apartamento de quem comprar uma unidade no Barra Mais, um conjunto residencial com dois prédios na Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. O cliente vai ganhar geladeira, TV LCD, DVD, máquina de lavar, fogão, microondas e armário embutido. “No dia do lançamento, há um mês, vendemos 102 das 200 unidades”, afirma o diretor da imobiliária, Alexandre Fonseca. Os apartamentos oferecidos medem 68 e 83 metros quadrados, tem dois ou três quartos e preços que variam de 185 mil a 315 mil reais.

João Fortes Engenharia: os compradores ganham descontos de até 10% no preço de aquisição, armários de cozinha da marca Todeschini e a escritura gratuita. A empresa também vai premiar os corretores que venderem unidades com dinheiro ou carros.

MRV Engenharia: até o final de dezembro, a empresa oferece aos compradores zero de sinal, 100% do valor financiado pela Caixa Econômica Federal e parcelas fixas durante o período de obras. Para as unidades que serão entregues até março no Rio de Janeiro, a empresa também arca com o pagamento do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) e da escritura. O ITBI corresponde a 2% do valor do imóvel.

Del Forte & I.Price, imobiliária do grupo Brasil Brokers: oferece de três a seis prestações grátis, isenção de ITBI, assume o custo da escritura e sorteia prêmios em dinheiro aos compradores. Para os empreendimentos de baixo padrão, paga a cozinha planejada com armários embutidos. Já os empreendimentos de alto padrão terão descontos de até 12%, de acordo com o valor da entrada.

Brascan/Company: O cliente que indicar um comprador pode ganhar de eletrodomésticos a viagens ao exterior, dependendo do empreendimento. Os prêmios são pagos somente no momento da entrega do imóvel. Outra iniciativa são descontos em pagamentos à vista ou em caso de adiantamento de parcelas.

Tenda: a construtora oferece um notebook e um micro system aos compradores de imóveis.
Portal Exame

Rizzolo: De todos os investimentos, deixando a bolsa, é claro, os imóveis são os que tem menos liquidez. Como se pode inferir no artigo, o desespero do setor leva o investidor perder a confiabilidade; mormente sabendo que o segmento é um dos mais afetados pela crise. Hoje adquirir um imóvel, é uma “aventura financeira”, não preconizada a ninguém de bom senso. Fica patente que as construtoras, muitas com problemas de caixa, de tudo fazem para ” seduzir” o comprador. O conselho é: cuidado. A hora é de observar, não de comprar, até porque um “efeito Incol” poderá surgir, e aí, os dos brindes oferecidos pelo setor imobiliário, não compensarão os antidepressivos e ansiolíticos que os compradores irão ingerir, amargando o prejuízo. Sugestão: guarde seu dinheiro, cuidado com ” recheio de boas oportunidades ” !

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Construção: criatividade para acalmar a crise

A hora do aperto é o momento das estratégias de venda criativas. O blog recebeu hoje e-mail da assessoria de imprensa de uma construtora que está oferecendo um notebook e um aparelho de som para quem comprar um imóvel até o dia 16 deste mês. Para isso, basta dar uma entrada de R$ 5 mil e ter o crédito aprovado para o financiamento bancário. Os clientes receberão os aparelhos, garante a construtora, após a entrega das chaves.

O setor da construção civil está sentindo os efeitos da crise. Com a falta de crédito para empresas e consumidores, as construtoras e entidades do setor estão prevendo já menos lançamentos para este ano e números ainda menores em 2009. Aí, usam a criatividade para vender.

E você, já viu alguma promoção criativa, não só na construção civil, mas em outros setores, desde que se instalou a crise?

do blog Miriam Leitão

Rizzolo: Imagine a que ponto chegou a crise imobiliária, uma assessoria de imprensa enviou uma proposta ao blog da Miriam Leitão para informar sua promoção ! Como venho afirmando desde o início da crise, o setor imobiliário brasileiro será um dos mais atingidos. Na verdade não precisa ser economista para saber que várias construtoras podem sofrer o ” efeito Incol”. Ademais, da forma em que está o mercado, ninguém de bom senso irá investir em imóveis com esta crise, ativo este cuja liquidez é baixíssima. Por mais que os ” marqueteiros” tentem induzir o investidor a comprar um imóvel, o crédito escasso, e as taxas de juros nas alturas, de pronto fazem o investidor incauto e entusiasmado a não cometer este engano, por hora. O momento como já disse anteriormente, é de apenas observar, não de comprar. Está aí a Miriam Leitão que não me deixa omitir.

Crise já afeta mercado imobiliário do Brasil

Os primeiros efeitos da crise financeira mundial já começam a ser sentidos no Brasil. Um dos afetados é o mercado da construção civil: as vendas de imóveis usados já caíram quase 20% e os bancos estão mais exigentes para conceder o crédito imobiliário.

As empresas de construção, por sua vez, procuram alternativas para fugir dos gastos excessivos com a compra de terrenos. Muitas delas têm ações negociadas em bolsa de valores e, com as recentes quedas, têm bem menos dinheiro em caixa.

“O mercado financeiro ora está otimista demais, ora pessimista demais. Isso decorre exatamente de uma falta de visão do futuro. Como o futuro está turvo, na bola de cristal do mercado financeiro também não se enxerga nada”, comenta o economista da Global Financial Advisor, Miguel Daoud.

As ações de empresas do setor de construção na Bovespa oscilaram novamente diante da insegurança dos investidores. No cálculo feito por uma empresa de informação financeira, o valor de mercado de 28 empresas de construção com ações na Bolsa caiu mais de R$ 29 milhões este ano.

Juro e inadimplência

Trata-se de um desaquecimento inspirado nas altas na taxa de juros determinada pelo Banco Central e no nível de inadimplência, que subiu a 7,5% em agosto, o maior índice desde fevereiro de 2007. “Não é momento de tomar grandes decisões. Olhar para o futuro hoje é uma atividade de alto risco. Portanto, cautela é a melhor palavra”, orienta o economista Roberto Padovani.

“Antes da crise americana, se pediam muitos documentos, alguns deles que se sobrepunham uns aos outros. Nós até dizíamos que era um pouco de burocracia excessiva. Hoje nós dizemos o seguinte: num momento como hoje, estas duplicidades de garantia são boas. Acho que isso evita compra por impulso e evita que sejam emitidos créditos ruins”, acredita João Crestana, presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi-SP).

O maior banco a conceder financiamento imobiliário, a Caixa Econômica, diz que ainda não sentiu redução no ritmo dos negócios. Este ano foram comprados 330 mil imóveis com verbas da Caixa. o total liberado passa de R$ 15 bilhões. Grande parte desse dinheiro vem da velha caderneta de poupança, que hoje virou um investimento bastante seguro.

Globo

Rizzolo: Um das características desta crise, é estar relacionada com o mercado imobiliário americano, contudo a situação nossa difere da causa em si, mas absorve muito os efeitos da mesma. Os investidores estão cada vez mais preocupados com a liquidez, e imóveis sejam eles novos ou usados, não possuem a liquidez necessária em momentos de crise. As ações de empresas do setor de construção na Bovespa estão tendo forte queda diante da insegurança dos investidores.

É claro que numa crise como esta, imóveis como investimento, ficam como a última opção face a sua pouca liquidez. Algumas construtoras depois de amargar quedas seguidas na Bovespa, já encontram dificuldades para obter crédito e cumprir seu cronograma de investimentos, segundo analistas do mercado. Segundo pesquisa feita com 430 imobiliárias, pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo, as vendas de imóveis usados na cidade de São Paulo caíram 19,18% apenas entre o mês de agosto em relação a julho. As altas taxas de juros, a seletividade e o temor do efeito ” Incol”, afasta os investidores.

Alem disso, o PNBE (Pensamento Nacional das Bases Empresariais), avalia que o mercado imobiliário será o mais afetado pela crise internacional. Uma notícia nada boa para um setor que ora estava aquecido e agora sente o forte impacto. O alerta é preocupante, e o momento não é bom para se investir no segmento. Veja também Portal Exame