Conheça os vereadores acusados de campanha irregular em SP

SÃO PAULO – O Ministério Público Eleitoral acusa 28 vereadores da Câmara Municipal de São Paulo de terem sido beneficiados com doações da Associação Imobiliária Brasileira (AIB) nas eleições de 2008. Ainda há investigação das contas de 19 vereadores e do prefeito Gilberto Kassab (DEM).

Em relação aos 28 vereadores, o entendimento do Ministério Público é de que eles deveriam saber ou se informar sobre a legalidade dos repasses feitos pela entidade. “Eles não têm como alegar que não sabiam da origem dos recursos”, disse o promotor Maurício Antônio Ribeiro Lopes.

Os parlamentares condenados podem ficar inelegíveis por 4 anos e até ter os mandatos cassados. Segundo o presidente da AIB, o critério de escolha dos beneficiados com as contribuições seguiu interesses do setor imobiliário. “Privilegiamos quem historicamente conhece o assunto”, disse Sérgio Ferrador, presidente da AIB.

Veja a lista de vereadores investigados por irregularidades em campanha.

Abou Anni (PV), Adilson Amadeu (PTB), Antonio Carlos Rodrigues (PR)
Adolfo Quintas (PSDB), Arselino Tatto (PT), Floriano Pesaro (PSDB)
Carlos Alberto Bezerra Jr. (PSDB), Carlos Apolinario (DEM),Claudinho (PSDB), Dalton Silvano (PSDB), Domingos Dissei (DEM), Eliseu Gabriel (PSB), Gilson Barreto (PSDB), Ítalo Cardoso (PT), Jooji Hato (PMDB)
José Américo (PT), José Police Neto (PSDB), Juliana Cardoso (PT)
Mara Gabrilli (PSDB), Marta Costa (DEM), Natalini (PSDB), Noemi Nonato (PSB), Paulo Frange (PTB), Quito Formiga (PR), Ricardo Teixeira (PSDB), Toninho Paiva (PR), Ushitaro Kamia (DEM), Wadih Mutran (PP)

agência estado

Rizzolo: Tão importante quanto puni-los é saber quais foram os doadores, e aferir se as doações estão nas formas da Lei. Pode -se inferir que se salva muito pouco. Não é possível que no Brasil políticos façam uso de instituições duvidosas do ponto de vista legal, e recebam dinheiro de segmetos interessados em cooptá-los, oferecendo dinheiro para financiamento de suas campanhas tendo-os como guardiões de seus interesses. Como bem assinalou, o promotor Maurício Antônio Ribeiro Lopes ” eles deveriam saber ou se informar sobre a legalidade dos repasses feitos pela entidade. “Eles não têm como alegar que não sabiam da origem dos recursos”.

Resultado das eleições deixa PT sem sucessor claro, diz jornal argentino

Os resultados das eleições municipais deixaram o PT sem um sucessor claro para Lula, segundo reportagem publicada nesta terça-feira pelo jornal argentino Página 12.

O jornal afirma que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não conseguiu transferir sua popularidade para todos os seus candidatos, e avalia que a derrota da candidata do PT Marta Suplicy para a prefeitura de São Paulo “foi o golpe mais duro”.

“O triunfo da oposição em São Paulo volta a perfilar o governador José Serra como aspirante presidencial”, diz a reportagem, para quem o cenário das eleições presidenciais de 2010 “ficou complicado” para o PT.

O jornal comenta as derrotas do PT em São Paulo, Salvador e Porto Alegre, e afirma que “essas derrotas abriram uma grande interrogação sobre quem será o candidato que vai suceder Lula nas próximas eleições presidenciais”.

Na Espanha, o El País concorda que Serra saiu fortalecido como o principal candidato da oposição para as eleições de 2010.

“Serra foi derrotado por Lula nas eleições de 2002, mas as pesquisas o apontam como um dos candidatos com mais opções nas eleições presidenciais de 2010, às quais Lula não poderá concorrer, a não ser que reforme a Constituição, medida que já descartou.” O jornal ainda afirma que a eleição de Gilberto Kassab, em São Paulo, com 61% dos votos é a prova da popularidade de Serra.

BBC / Folha online

Rizzolo: Não há dúvida que a derrota do PT em cidades como São Paulo, Santo André, Salvador e Porto Alegre foram um duro golpe no PT. As análises e as probabilidades tão otimistas na capacidade de transferência de votos por parte do presidente Lula terão que ser revistas. A “mãe do Pac”, a ministra Dilma, surge agora como menos expressiva que Marta, ou seja, menos popular que Kassab, o que sem dúvida arrepia os cabelos e faz transpirar as camisetas vermelhas do PT com seus bonés.

O grande elenco dos 11 ministros que acreditavam na vitória de Marta com Lula no palanque, estão agora solitários e pensando como será a vida sem um sucessor claro. Essa reflexão nem precisava vir da Argentina ou da Espanha, é só assistir e ver o clima estrondoso da vitória de Kassab e Serra no Estado mais rico do País. Como eu sempre afirmo: quem afunda o PT são os próprios petistas radicais, cercados de stalinistas e trotskistas. Depois da vitória de Serra e Kassab vencendo o aparato petista, fico a imaginar o destino da ministra Dilma e de outros.

Kassab vence eleição com folga em São Paulo

SÃO PAULO – As urnas confirmaram as últimas pesquisas e o prefeito Gilberto Kassab (DEM) venceu o segundo turno da capital paulista.

Com os votos de 86,57 por cento das seções totalizados, Kassab tem 61,40 por cento dos votos válidos, contra 38,60 por cento da ex-prefeita Marta Suplicy (PT).

Considerando as projeções de abstenções e de votos em branco e nulos, Marta não tem mais como alcançar o prefeito.

Agência Estado

Rizzolo: A derrotas do PT na capital paulista, Santo André e Santos, foram um forte golpe no governo Lula. As afirmações de que as “elites” se organizaram um movimento para derrotar a candidatura do PT na eleição municipal, ou que “houve uma frente das elites de São Paulo para derrotar a candidata do PT”, como afirmam alguns petistas desesperados, denota o aspecto inconformado daqueles que entendiam que o presidente Lula transferia votos.

O que ocorreu nesta eleição, foi a forte perda da substância política do PT no País de uma forma geral. Em São Paulo, a petista perdeu votos em praticamente todas as zonas eleitorais e, no total, acabou com 254.776 votos menos que na última eleição que disputou com José Serra. Isso indica já um problema real para uma eventual candidatura de Dilma. Pensar que Lula empresta seu prestígio aos seus indicados é ledo engano, portanto o PT deve esquecer essa fantasia.

É bom lembrar que Marta elegeu-se em 2004 apenas porque havia uma rejeição maior ainda à Maluf, e Mario Covas havia dado seu total apoio á candidatura petista. O povo brasileiro não aceita o monopólio partidário, mas a sim pluralidade partidos e idéias, e esta foi a resposta das urnas. Parabéns a Kassab e ao governador Serra.

Kassab criou ‘apartheid social’ nas favelas, diz Marta

SÃO PAULO – A candidata do PT à Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, afirmou hoje em seu programa eleitoral gratuito na televisão que o prefeito e candidato à reeleição, Gilberto Kassab (DEM), criou um “apartheid social” com seus projetos de urbanização de favelas. Segundo ela, os prédios dos conjuntos habitacionais não acabam com as favelas, que são separadas por muros. “A realidade é diferente da realidade mostrada na propaganda do Kassab”, disse. Em tom dramático, foram apresentadas cenas de famílias sendo despejadas e barracos derrubados por grandes tratores, com uma música triste ao fundo.

O programa da candidata da coligação “Uma Nova Atitude para São Paulo” (PT-PCdoB-PDT-PTN-PRB-PSB) também teve a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Durante um comício, ele declarou que a Marta sofre preconceito pois “embora tenha sido prefeita de todos, ela teve preferência pelo povo mais pobre dessa cidade”.

Kassab destinou grande parte de seu programa eleitoral na televisão de hoje para mostrar seus projetos de urbanização na favela de Paraisópolis, na zona sul. Os conjuntos habitacionais exibidos, pintados e decorados, contavam, segundo a campanha, até com pista de skate e quadra de futebol. Foi apresentado o depoimento de um pedreiro que trabalhou na obra de construção de sua própria casa. “Aqui não é mais favela, é um bairro”, disse o morador.

O candidato da coligação “São Paulo no Rumo Certo” (DEM-PR-PMDB-PRP-PV-PSC) aproveitou para criticar a gestão da adversária. Um locutor acusou Marta Suplicy de deixar um rombo R$ 2 bilhões na Prefeitura, além de 37 quilômetros de obras abandonadas.
Agência Estado

Rizzolo: É visível o desespero, e a decepção da equipe petista e do próprio presidente Lula, ao constatar que Marta está visivelmente se perdendo nas pobres argumentações e nas monótonas acusações à gestão Kassab. O grande fato novo imprevisto neste segundo turno, foram as insinuações de baixo nível a uma eventual postura homossexual do candidato. Kassab soube incorporar essa questão na discussão, desmoralizando ainda mais a campanha de Marta.

A triste constatação, de que Lula não é capaz de transferir votos à Marta, em São Paulo, chocou e desmoralizou os petistas e comunistas. Observa-se nos rostos dos integrantes da campanha petista, a decepção o desconforto e o peso de uma realidade: São Paulo não é uma cidade ” apreciadora de petistas”; portanto o quadro do segundo turno dificilmente ira se alterar. Dessa disputa tira-se uma lição: o eleitor paulista é diferenciado, e não aceita preconceitos e discriminações como argumentos eleitoreiros. Mais uma observação: o povo pobre não relaciona partido político e sim a pessoa, e Marta apoiou-se muito no PT partido e em Lula, que não transfere votos.

Lula diz que Serra deveria lhe pedir desculpas por acusar PT

São Paulo – Em sua última participação na campanha da ex-ministra Marta Suplicy (PT) à Prefeitura de São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste sábado, dia 18, que o governador José Serra (PSDB) deveria lhe pedir desculpas por ter acusado o PT e os movimentos sindicais de insuflarem o protesto de policiais na cidade, na quinta-feira. A uma semana do segundo turno, Lula defendeu a petista, que, na sua avaliação, é vítima de preconceito “raivoso e rançoso”. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou na manhã deste sábado de ato de campanha da candidata do PT à prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy. O encontro aconteceu na Casa de Portugal, na Liberdade.

O encontro do presidente e de Marta com representantes de movimentos sociais e sindicalistas transformou-se em uma manifestação de desagravo à campanha da petista. Lula disse ter comido “o pão que o diabo amassou” em 2005, mas advertiu que, em nenhum momento, jogou a culpa por suas dificuldades nas costas dos outros. “Quem não quer ser cobrado que não seja governo”, afirmou.

Na platéia, formada por cerca de 1.700 militantes, havia policiais civis. O presidente disse que sempre recebe reivindicações de trabalhadores. “Isso é democracia. Por que vou ficar nervoso quando um sindicalista vai a Brasília fazer passeata?”

Na quinta-feira, Serra acusou o PT, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), de incentivar o protesto de policiais com o objetivo de influenciar o segundo turno da eleição, no dia 26. Disse não ter dúvidas de que a manifestação, que terminou em conflito entre policiais civis e militares nas proximidades do Palácio Bandeirantes, tinha participação ativa de petistas e das duas centrais, que apóiam Marta.

Na avaliação do presidente, o governador não mediu as palavras e agiu de forma “insensata”. Um dia antes, o chefe de gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho, chegou a dizer que se sentiu “ofendido” com o ataque desferido pelo governador. “Lamento que ele não devolva com a mesma generosidade o carinho com que tem sido tratado pelo Palácio do Planalto”, comentou Carvalho.

Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, presente ao evento de Marta, interveio para evitar que um grupo de policiais entregasse um documento ao presidente. “Se trouxéssemos esse assunto para o Lula hoje, politizaríamos a greve. É tudo o que o Serra quer”, afirmou.

PRECONCEITO

Em tom veemente, Lula afirmou que nunca viu alguém sofrer tanto preconceito quanto Marta e, de forma indireta, mencionou a propaganda eleitoral do PT que perguntava se o prefeito Gilberto Kassab (DEM), candidato à reeleição, era casado e tinha filhos.

“Dizem agora que essa mulher é contra os homossexuais, justamente ela, que, quando havia preconceito, estava na TV Mulher defendendo as minorias”, insistiu o presidente. Lula disse ainda que transformaram “uma guerreira defensora das minorias em acusadora”. “Eu ainda vou criar o Dia da Hipocrisia neste país”, afirmou.

O presidente lembrou que repassa recursos federais para São Paulo independentemente dos partidos dos governantes e lamentou que Marta tenha administrado a cidade em uma época de penúria financeira. Foi nesse momento que ele criticou o governador tucano.

Em conversas reservadas, Lula afirmou que Kassab só pode apresentar à cidade vistosas obras nas áreas de transporte e saneamento porque recebeu “generosos” recursos federais.

O discurso de Lula marcou sua última participação na campanha de Marta. Desde o primeiro turno, o presidente subiu no palanque da petista em outras duas ocasiões: em São Miguel Paulista (zona leste), onde desfilou em carro aberto ao lado da candidata, e num comício em Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte.

Afilhado político de Serra, Kassab desdenhou do apoio de Lula a Marta: afirmou que, embora o aval do presidente tenha peso, “não é novidade” para os eleitores e, portanto, pode não se transformar em novos votos. (Colaborou José Maria Tomazela)
Agência Estado

Rizzolo: Primeiramente o PT e outros partidos, contribuíram sim e muito para o desfecho da crise; isso todo mundo sabe, e quem estava lá, pode constatar. Agora Serra errou, conduziu de forma errada as negociações, não recebeu os líderes, e isso é imperdoável. Agora afirmar que a Marta é vítima de preconceito isso já é demais; a dinâmica petista de se fazer propaganda política, ferindo e constrangendo as pessoas, a privacidade, com argumentos insinuadores é lamentável. Infelizmente, se PT acreditava na capacidade do presidente Lula em transferir votos, se enganaram redondamente. Lula é a estrela, só ele; os outros por ele indicados, são apenas referências, o povo não se impressiona com as recomendações de Lula. É uma realidade que o PT não sabia e descobriu.

Cabos do PT levam às ruas questionamento sobre vida de Kassab

SÃO PAULO – O tiroteio da campanha de Marta Suplicy, do PT, sobre a vida pessoal de seu adversário do DEM, o atual prefeito Gilberto Kassab, saiu da campanha na televisão e foi para as ruas. Em atividades de campanha nesta manhã, tanto na zona Sul quanto na Leste, cabos eleitorais da petista passaram a hostilizar Kassab e a questionar sua vida pessoal.

Até então, esta questão não era discutida nas ruas. Entretanto, o foco do debate mudou logo após a veiculação de uma inserção – que já foi retirada do ar por ordem do comando da campanha – que questionava a vida pessoal do prefeito. A peça publicitária exibia uma foto de Kassab em branco e preto, enquanto o locutor fazia indagações sobre o seu passado. As últimas perguntas eram: “É casado? Tem filhos?” E concluía: “Para decidir certo é preciso conhecer bem.”

Marta tentou encerrar a discussão. “Não tenho mais nada a dizer sobre esse assunto”, disse, categórica. O clima acirrado nas ruas também provocou o início de um tumulto com um casal, que foi hostilizado por cabos eleitorais petistas, por defender a candidatura Kassab. O incidente ocorreu após o ato de apoio organizado por frentistas em um posto de saúde no bairro da Aclimação, na zona Sul. Marta já havia deixado o local, quando o casal passou e gritou: “Kassab! Kassab!” Ao ser informada sobre o ocorrido, Marta disse: “Grosseria e baixaria eu acho um horror, e se isso ocorreu, eu peço desculpas ao casal.”

Pouco depois, enquanto Marta fazia corpo-a-corpo no bairro de Ermelino Matarazzo, na zona Leste, cabos eleitorais que a acompanhavam continuaram a desferir ataques à vida pessoal de Gilberto Kassab, inclusive com xingamentos.

Agência Estado

Rizzolo: O comportamento da militância petista é lamentável, o pior é que parece haver uma aceitação de forma velada para os insultos à vida pessoal de Kassab. De nada adianta os dirigentes petistas reprovarem esse problema criado, vez que todos já sabiam de antemão e haviam previamente aprovado esse tipo de “approach” político. Com isso, quem ganha a simpatia do povo é o candidato Kassab, que passa a ter por parte da população, uma visão paternal e protetora em relação a ele, e isso não é bom, até porque esvazia o debate, as idéias. Alckmin já integrou a campanha de Kassab, é ao que parece, Marta está se isolando na campanha experimentando o veneno criado pelo próprio PT. O ideal seria ela desculpar-se publicamente admitindo o erro, mas acho que isso é muito para ela.

Lula reprova comportamento de Marta em ataques a Kassab

BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reprovou o comportamento agressivo da candidata petista à prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, que fez insinuações de ordem pessoal na propaganda eleitoral gratuita ao adversário e atual prefeito Gilberto Kassab (DEM).

Um dia após o locutor do programa dela questionar o estado civil de Kassab, o Palácio do Planalto desvinculou qualquer participação na nova fase de campanha da candidata. O ataque de Marta a Kassab ocorreu depois do ingresso oficial de Lula na campanha da petista, na última sexta-feira.

Em viagem ao exterior, Lula avaliou em conversas por telefone com assessores que a candidata errou no tom dos ataques. No Planalto, a preocupação é dissociar a entrada na campanha de Marta do chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, à nova fase de ataques a Kassab. Eles observaram que Gilberto entrou oficialmente ontem na campanha e os ataques foram definidos por marqueteiros dias antes. Tanto Gilberto, um ex-seminarista reconhecido no Planalto pela gentileza e simpatia, quanto o presidente mantêm relações de respeito com Kassab.

Antes de embarcar para a Espanha, Lula já havia se queixado do temperamento “difícil” de Marta. Numa conversa no final de semana com o vice-presidente José Alencar e duas pessoas próximas, Lula considerou que a disputa em São Paulo está perdida e ressaltou que Kassab soube fazer política, segundo um dos participantes do encontro.

Lula citou uma polêmica recente de Marta com o pastor Samuel Ferreira, da Assembléia de Deus do Brás. Ela entrou com um processo contra ele, porque não teria tido direito de resposta numa enquete promovida por uma rádio ligada à igreja.

“Perguntaram se eleita ela iria continuar processando as pessoas. Ela respondeu que se errassem, iria. Eu disse: ‘Marta, não faça isso'”, relatou o presidente.

Em junho, numa conferência de homossexuais em Brasília, Lula fez discurso contra o preconceito, pediu que as pessoas “arejassem a cabeça” e propôs o “Dia Nacional da Hipocrisia”, numa crítica a políticos “conservadores”.

No último dia 19 de setembro, em entrevista à TV Brasil, ele defendeu o casamento de pessoas do mesmo sexo.

“Tem homem morando com homem, mulher morando com mulher e muitas vezes vivem bem, de forma extraordinária. Constróem uma vida juntos, trabalham juntos e por isso eu sou favorável”, disse na entrevista.

Pessoas próximas do presidente observaram ontem as “contradições” da política. Enquanto Lula se esforçou para mudar o discurso, deixando de lado as piadas com conotação homossexual, mesmo nas conversas reservadas, a socióloga Marta Suplicy e seu marqueteiro João Santana se desesperaram e recorreram a afirmações preconceituosas de adversários de projetos dela na área das minorias.

O presidente aproveitou para se queixar do compromisso político com o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), que pediu a ele gravar para o programa do candidato à prefeitura carioca Eduardo Paes, um dos mais ferrenhos críticos do Planalto durante a crise política de 2005. “Eu gravei o programa, mas disse para o Sérgio que o (Fernando) Gabeira vai desmontar facilmente o meu depoimento”, avaliou. “Gravei porque me pediu.”
Agência Estado

Rizzolo: Lula continua sendo um grande estadista, todos sabem das minhas críticas em relação à condução da política econômica, agora, em termos de percepção e sensibilidade Lula surpreende. Já disse várias vezes que o problema de Lula é o PT, sua gente, o rancor da luta de classes, o baixo nível, e o despreparo. Realmente me decepcionei com a Marta, apesar de conhecê-la pessoalmente e saber de seu gênio, não imaginava que fosse tão longe.

O fato dela chancelar os ataques petistas de insinuação homossexual à Kassab, são lamentáveis, e preconceituosos. Não é possível que se faça uma campanha baseado em ataques pessoais, constrangendo o adversário, e sem prova de absolutamente nada, apenas isinuando. E com essas e aquelas, quem sabe um dia Lula se descola dessa turma petista, e fique para a posteridade. Leia artigo meu: Disputa eleitoral em SP: observações pouco éticas

Disputa eleitoral em SP: observações pouco éticas

Não tenho formação em marketing, muito menos entendo de marketing político, área por sinal, que vem se desenvolvendo muito no Brasil; contudo no seu conteúdo argumentativo, ela tem se deteriorado de forma assustadora. O que observamos na campanha eleitoral do PT em São Paulo, salta aos olhos; as insinuações em relação à vida pessoal do prefeito Gilberto Kassab, nas alusões de cunho interpretativo, semeando dúvidas à população em relação à sua “condição civil” – se ele é casado ou tem filhos -, joga a discussão política e a ética, na lama da pobreza preconceituosa tão perigosa quanto preocupante.

No mesmo esteio pouco ético, reportagens em jornais de grande circulação, exortam os conservadores, exalando puro preconceito, nas manifestações tendenciosas e opiniões sobre Luis Favre, marido da candidata à prefeita Marta Suplicy. O primeiro estaria elaborado com endereço certo; desqualificar Gilberto Kassab através de sua vida pessoal, insinuando pertencer Kassab a uma minoria. O outro via indireta, ao comentar o jornal, a vida amorosa da candidata, sua separação, sua moral, e a nacionalidade de seu marido.

É claro que no tocante à Gilberto Kassab, o PT pode, por questões éticas, e a pedido da candidata, realmente rever esse ponto pobre da forma de se fazer o marketing político. Já em relação ao jornal, cabe a seu marido e a Marta demonstrarem suas insatisfações, rechaçando o artigo, publicamente; caso as informações não procedam.

Contudo, antes de qualquer medida do casal, é de bom alvitre, até pelo incômodo vivenciado pela invasão da vida pessoal de ambos, Marta Suplicy recriminar a atitude da propaganda preconceituosa petista em relação a Kassab, por conta que seria um contra senso, aquiescer sobre esse ataque publicitário ao prefeito, e lamentar os comentários do jornal.

Só para terminar, ao ser indagada sobre o teor da propaganda eleitoral petista, Marta disse acreditar que não há insinuações de homossexualismo na campanha na TV. “É uma pergunta como outra qualquer”. A que ponto chegamos, hein !

Fernando Rizzolo

PT usará projetos de Lula como arma no segundo turno

O Diretório Nacional do PT preparou munição para os 15 candidatos do partido que disputam o segundo turno das eleições municipais. Eles e os cabos eleitorais petistas receberam um dossiê com todos os investimentos feitos e a fazer, até 2010, pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas cidades brasileiras, particularmente naquelas em brigam pela vitória no dia 26. Só o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) tem obras no valor total de R$ 503,9 bilhões.

O mesmo documento preparado pelo PT mostra a distribuição das bolsas do Universidade para Todos (ProUni), por município, onde estão os 10 milhões de empregos criados desde a primeira posse de Lula, em janeiro de 2003, o número de beneficiados pelo Bolsa Família, em cada município, repasses para saneamento básico, educação, dragagem de rios e assinatura de convênios que envolvem a construção de pequenos ginásios de esportes e centros de saúde nos mais longínquos lugares. O forte, mesmo, são as obras do PAC. Elas estão nos 15 municípios em que o PT disputa a reeleição.

De acordo com um petista que atua no Diretório Nacional, a idéia de fazer o resumo de todos os investimentos do governo nos municípios surgiu ainda no primeiro turno e foi reforçada agora no segundo. Havia, de acordo com ele, queixas de petistas de que não conseguiam levar para suas campanhas as bondades feitas pelo governo federal. O material foi então resumido e posto à disposição dos petistas, na página do partido na internet. Mas, para acessá-lo, é preciso que a pessoa seja filiada ao PT, pois exige senha e o número do documento de filiação.

De acordo com o trabalho de orientação para os candidatos petistas, o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) passou de R$ 19,3 bilhões em 2003 para R$ 33,9 bilhões em 2007; a partilha da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (imposto do combustível) passou de R$ 322,1 milhões em 2004 para R$ 465,4 milhões em 2007; os recursos para a saúde saíram de R$ 13 bilhões em 2003 para R$ 19 bilhões em 2007; o salário-educação, de R$ 1,6 bilhão em 2004 para R$ 2,3 bilhões em 2007. No transporte escolar, os investimentos eram de R$ 241,9 milhões em 2004, e passaram para R$ 291,9 milhões em 2007.
Agência Estado

Rizzolo: Bem, os projetos elencados na “propaganda política”, na verdade, exceto os que já foram concluídos, são apenas “projeções”, até porque com a crise em que estamos vivenciando, é de bom alvitre a redução dos gastos públicos, o que na verdade influenciará em toda planificação orçamentária. O que precisamos insistir, é no fato real de revermos a nossa condição de investimentos face à crise; não fazer de conta que ela não nos atingiu, e “panfletar” projetos que com certeza serão à frente reconsiderados do ponto de vista orçamentário.

Se o governo não fizer a devida contenção imediata dos gastos públicos, obrigará o setor privado a fazer um ajuste ainda mais severo. Se pretendemos reduzir o impacto da crise sobre o bem-estar social, o aumento da poupança pública é um dos poucos instrumentos de suma importância, pois reduz o custo do ajuste, além de auxiliar a política monetária. Não há como evitar a escassez externa, mas o governo pode, ao menos, poupar para que a população não tenha de fazê-lo em seu lugar. Infelizmente essa é a realidade, prometer o chamado ” pé no acelerador” nessa crise imensa é no minimo ” propaganda enganosa”.

Lula e o efeito placebo

Quando todos imaginavam que poderiam contar com um “maná” vindo dos céus, como o ocorrido no deserto relatado pelo Antigo Testamento, ao receberem os resultados das urnas, tristemente constataram os apadrinhados que, posar ao lado do presidente, pouco efeito produz de concreto ao candidato apoiado; porém por outro lado, muito resultado é auferido ao próprio presidente, que com isso, acaba ganhando de certa forma mais popularidade.

Aliás num exercício de analogia, de nada adianta um cantor popular de música sertaneja se postar à platéia, e ao invés de cantar, pedir ao público que se encantem com seu outro amigo cantante; o público quer sim ouvir o cantor principal, não o recomendado. A transferência de votos tão apregoada e tão temida, perdeu-se na realidade das urnas. A condição dos indicados de Lula no palanque, indica também a derrota na emprestabilidade de seu prestígio a outros. Constata-se que a popularidade de Lula é sim de caráter personalíssimo.

O imaginário do eleitor em relação à popularidade de Lula, não se mistura com um outro candidato apoiado pelo presidente. Como que reconhecesse que estaria Lula prestando apenas uma deferência, ou um reconhecimento pessoal, o eleitor rechaça a transferência de voto e faz uma leitura pequena do gesto em si. Uma prova disso é o fato de o presidente ter tido pouca influência na eleição do Rio de Janeiro, assim como no resultado da candidatura de Marta, em São Paulo, bem como com Luiz Marinho em São Bernardo; embora tenha havido todos os esforços empreendidos, constatou-se um resultado muito abaixo do que o próprio presidente previa.

A análise de que as eleições municipais estão mais ligadas aos problemas do dia-a-dia do município, é procedente; contudo a pauta das propostas dos candidatos apoiados por Lula, eram centradas na essência do pensamento petista de desenvolvimento dos municípios, e nem assim essa combinação entre a proposta e a imagem, sensibilizou os eleitores. O melhor exemplo ocorreu em Natal, onde a adversária do PT foi eleita já no primeiro turno, o que foi uma derrota para Lula.

Da forma em que foram constatados os resultados das eleições municipais no país, e a participação da presença de Lula no palanque como fator de transferância de votos, podemos já prever que Dilma Roussef enfrentará problemas; talvez menores do que a decepção petista em São Paulo, ou em outras capitais. A lição do palanque sugere um remédio talvez na verdade, bem mais forte do que aquele experimentado e vivenciado pela mágica de Lula em gerar votos aos seus apadrinhados.

Fernando Rizzolo

As discussões políticas e as intrigas pessoais

Mal a disputa eleitoral começa, e já se nota o tom da campanha que se aproxima. A arte da política é na sua essência, a contraposição das idéias, o debate sobre os programas passados, implementados, e os que poderiam ser mais bem investidos, programas em que a população mais carente poderia se beneficiar. Esse é o debate.

Contudo, infelizmente no Brasil, já não bastasse o desprestígio dos políticos, e a desmoralização do Congresso Nacional, tido como uma das instituições, segundo pesquisa, de menor credibilidade junto ao povo brasileiro, surgem as modalidades de ataques pessoais envolvendo candidatos ou pessoas ligadas aos candidatos.

Com efeito essa postura não é saudável para a democracia brasileira, até porque o que importa são os programas de governo, sua viabilidade, e a aprovação da população em relação a eles. Tenho observado que a candidata Marta Suplicy tem sido o alvo preferido de uma campanha nada ética por parte de seus opositores, o que nos leva a uma direção contrária ao debate sadio, empobrecendo a discussão democrática, e tornando-a pobre do ponto de vista da contraposição das idéias, na realização da transparência programática dos candidatos.

Afinal como dizia Henri Béraud ( 1885-1958), jornalista francês, ” Na política é difícil distinguir os homens capazes dos homens capazes de tudo “. A nós nos resta observarmos a postura ética dos candidatos nos debates, mesmo porque, a personalidade de cada um é fator agregado à forma de governar.

Fernando Rizzolo

PT busca um empresário para ser o vice de Marta

O PT tenta transformar infortúnio em vantagem política. Como não conseguiu atrair nenhum partido de relevo para a campanha de Marta Suplicy, o petismo ficou livre para escolher o companheiro de chapa que bem entender.

A solução mais simples seria pinçar um vice dos quadros do PT. O partido decidiu, porém, fugir do convencional.

Tenta acomodar na cédula, ao lado de Marta, um nome que traga enganchado na biografia algo além da militância política.

Discute-se nos subterrâneos a hipótese de convidar para o posto de vice de Marta um empresário. Os operadores políticos do PT voltam os olhos para o “Comitê pró-Lula”.

Trata-se de um grupo de empresários que apoiou Lula nas campanhas de 2002 e de 2006. Na primeira campanha, somavam 30. Na segunda, reduziram-se a menos de duas dezenas.

Soprada nos ouvidos de petistas que assessoram Lula, no Planalto, a idéia foi bem recebida. Foi vista como chance de transformar limão da falta de alianças em limonada.

Um auxiliar do presidente citou ao blog um nome que reuniria os predicados que freqüentam os sonhos do PT de São Paulo: Lawrense Pih.

É dono do maior moinho de trigo da América Latina: o Moinho Pacífico. Funcionou como espécie de coordenador do Comitê pró-Lula.

Mal comparando, tenta-se repetir com Marta uma fórmula adotada por Lula. Foi ao Planalto, em 2002, tendo o dono da Coteminas, José Alencar. Repetiu a dose em 2006.

Na seara paulistana, a escolha do vice ganha relevo especial. Embora não admita, Marta deseja voar alto em 2010. Mira o governo de São Paulo. Cultiva ambições presidenciais.

Ou seja, se for eleita, Marta, hoje a mais bem-posta nas pesquisas de São Paulo, dificilmente exercerá o mandato de prefeita até o final, em 2012.

De resto, se tiver êxito na estratégia de acomodar um “nomão” ao lado de Marta, o PT imagina que oferecerá aos eleitores um diferencial que seus adversários não terão como igualar.

Geraldo Alckmin (PSDB) e Gilberto Kassab (DEM) estão amarrados em costuras tradicionais.

Alckmin deve ter como vice o deputado estadual Campos Machado, presidente do PTB em São Paulo. Kassab terá de absorver um indicado de Orestes Quércia, mandachuva do PMDB.

Resta agora saber se, uma vez convidado, um empresário vai topar a troca dos rigores da atmosfera privada .
Blog do Josias

Rizzolo: Marta fez uma ótima administração quando esteve à frente da prefeitura de São Paulo, é competente muito embora tenha um gênio extravagante. A proposta em ter como vice um empresário é excelente, até porque é extremamente saudável para a imagem de Marta se descolar do PT, ou seja, da matéria-prima humana petista que como todos já sabem é problemática. Até mesmo Lula prefere nomes que não tenham participação política petista, como Dilma Roussef, enfim Marta deve seguir o exemplo e ficar o máximo possível longe dos políticos de carteirinha do partido. Marta está caminhando bem, deve-se aproveitar a máquina petista, o prestígio de Lula, e distância dos petistas. Apenas o lado bom, no fundo é a operação ” despetizar “, agrega-se empresários ligados ao PT e não petistas.

Minas Gerais, Aécio e o PT

O Partido dos Trabalhadores surgiu envolto a uma densidade ideológica sindical, onde a indignação operária da época tentava por meios da negociação e das greves promovidas, um avanço do operariado nas conquistas sociais. Esse ideal foi propagado por Lula , um de seus maiores expoentes culminando com a sua vitória eleito como Presidente da República.

Lula e seu partido que ganharam expressão no Brasil, nasceram em São Paulo. Mas a questão principal no atual cenário político brasileiro, é talvez algo que não transpareça de forma explícita, mas que ocorre de forma velada nas esquinas, nas cidades históricas, e na capital mineira. A continuidade do sonho de Tancredo Neves. Após um período negro e violento na História do Brasil, Tancredo foi eleito o primeiro presidente civil em mais de 20 anos. A ansiedade de todo o país pela sua posse e por uma reorganização da sociedade, ainda amedrontada pelo regime militar, era nítida. Apesar de indireta a eleição de Tancredo foi recebida com grande entusiasmo pela maioria dos brasileiros, mas infelizmente essa trajetória foi interrompida.

O que observamos hoje na aproximação entre o PT e o PSDB mineiro, nada mais é do que uma articulação bem do “tipo mineira”, discreta, de boca em boca, mas instrumentalmente eficaz. Na capital mineira, o prefeito petista Fernando Pimentel deu as mãos ao governador tucano Aécio Neves. Ambos anunciaram a intenção de apoiar a pré-candidatura de Márcio Lacerda, do PSB de Ciro Gomes (CE). O caso mineiro não é único. O petismo está próximo do tucanato também em capitais do relevo de Salvador e Sergipe. Por trás, Lula emite sinais de que é simpático à aproximação, sobretudo à que juntou Pimentel e Aécio.

Já maior parte do PT não aceita a aproximação. Prova disso é a reunião do diretório nacional na segunda-feira (24) sob a presidência de Ricardo Berzoini; no encontro, os dirigentes petistas vão fixar as balizas da política de alianças que o partido de Lula adotará nas eleições municipais de 2008. Sob o ponto de vista político, a aliança do PT com o PSDB é estratégica e visa os interesses de Aécio, que quer sim, de qualquer forma, resgatar a influência mineira na política brasileira dando continuidade ao legado de Tancredo Neves.

Não há dúvida que em termos de articulação, Aécio Neves tem uma flexibilidade e uma visão política aguçada, move-se da direta para a esquerda com facilidade, se despoja de princípios partidários ideológicos, e analisa a proposta eleitoral num prisma de correlação de forças que enaltece seu desiderato político.

A crise no PSDB paulista está se agravando. O que é ótimo para o discurso de conciliação nacional do governador de Minas. Para Serra, uma vitória de Alckmin seria inconveniente. Ela fortaleceria a eventual candidatura de Aécio. Mas uma derrota de Alckmin poderá se transformar num negócio ainda pior, a depender dos termos em que ela venha a ocorrer.

Talvez no fundo, no conflito entre Serra e Alckmin esteja o oculto desejo da volta de Minas no cenário político nacional, talvez muito embora suposição, e exercício de reflexão política, o alinhamento PT e PSDB seja o início de uma incursão política não ideológica, mas saudosista em dar a Minas Gerais a continuidade em ocupar o lugar que de mérito era de Tancredo Neves na antiga alternância de poder entre São Paulo e Minas Gerais. Quem sabe ?

Fernando Rizzolo

Alckmin X Kassab

No Brasil, a medida que o panorama político se define, os traços da personalidade política de cada um acaba aflorando. O que seria lógico em qualquer partido político, tornou-se uma celeuma, surgiram e ainda surgem situações políticas constrangedoras num partido que até há pouco tempo era o mais ” certinho”. Não há dúvida que Geraldo Alckim é o homem do PSDB, jamais deveria se cogitar, em se tratando de um partido sério e que no decorrer dos anos se propôs a ser um paradigma ideológico neoliberal, em conceber uma articulação com outro partido sem antes analisar profundamente suas conseqüências, até do ponto de vista do constrangimento.

O que ocorre agora, é uma eventual debandada do tucanato que está na prefeitura de Kassab, caso venha a se confirmar a oficialização da candidatura de Geraldo Alckmin. Alguns mais apressadinhos como Andréa Matarazzo já tencionam deixar o cargo, até por uma questão de lógica; se não houver aliança com DEM, seria no mínimo constrangedor a um tucano que se preze ficar no cargo. Mas o mais intrigante nessa história, é que algo na essência ideológica do PSDB está ocorrendo. As manobras ficam mais claras, quando se observa que o conteúdo partidário de união em torno do partido e de sua estrutura ideológica, dá lugar a uma aliança onde na mistura PSDB e DEM nada se encontra de cunho ideológico, tampouco se observa, algo que poderia trazer um benefício direto ao partido PSDB em São Paulo. Tenta-se misturar dois partidos dando-lhe legitimidade em função de uma aliança, que nada tem de partidária e sim de pessoal, entre Serra e Kassab. Puro exercício de poder interno.

Kassab é um bom nome, porem para o PSDB, Alckmin tem o perfil de um candidato paulista, alem disso, possui densidade eleitoral na Capital. Estranho são membros de um partido virarem as costas para um candidato natural e original desse mesmo partido, se colocando de forma inversa numa frontal falta de fidelidade partidária. O PSDB paulista, deve rever seus conceitos partidários e advertir aqueles que tentaram e tentam em nome de uma ” aliança”, virar as costas para a sigla que um dia optaram em fileiras cerrar. Observação: não sou tucano, nem tenho ” ligações” com o PSDB. Ainda bem….( risos..)..

Fernando Rizzolo