Para agradar empresários do Lide, Serra acirra críticas ao MST

Diferentemente do que foi o discurso da petista Dilma Rousseff sobre o MST, o candidato do PSDB à presidência da República, José Serra, fez declarações na medida para tentar agradar o empresariado reunido no almoço organizado para os associados do Grupo de Líderes Empresariais (Lide) nesta segunda-feira (26), em São Paulo. O tucano não poupou ataques ao MST e vinculou o movimento ao PT durante seu discurso e em coletiva.

Serra voltou a afirmar que o movimento não existe com fins de reforma agrária: “não é para a reforma agrária que o MST existe. O MST é um movimento, um partido revolucionário. Seria uma versão bolivariana da extrema esquerda (…) eu defendo o direito de eles defenderem os seus ideais. O que sou contra é o fato de o governo dar dinheiro para isso”.

Dilma no Lide
Após a passagem da candidata do PT à presidência, Dilma Rousseff, pelo Lide, o empresário João Dória, presidente do Lide, afirmou que sentiu dúvidas dos empresários em relação à posição da petista sobre o MST. “Senti entre os empresários que ficou um pouco de dúvida se ela defende algum tipo de invasão ou se rechaça qualquer invasão. Como um debate exige tempo, talvez ela esclareça posteriormente”, avaliou o presidente do Lide ao Terra .

Em entrevista à Agência Reuters , o presidente do MST, João Pedro Stedile, afirmou no dia 10 de julho que “com Dilma, nossa base social perceberá que vale a pena se mobilizar, que poderemos avançar, fazendo mais ocupações e mais greves”.

Terra

Rizzolo: Sinceramente acho que Serra continua trilhando um caminho errado. É sabido que as técnicas que levam ao totalitarismo, se baseiam num discurso do terror. Hanna Arendt já em seu livro “ As Origens do Totalitarismo” afirmava que a mobilização dos piores movimentos da história da humanidade se davam por conta do semear do terror. Ora, todos sabem que o MST é um movimento que sempre foi controlável, e que a essência é a reforma agrária. Jogar dúvidas, sobre o movimento, aclamar pelo medo, aterrorizar os empresários, são técnicas ultrapassadas e que pouco sensibilizam a grande maioria do empresariado brasileiro, isso apenas soma-se à uma demonstração de falta de discurso. Fazer a diferença não é semear o medo é sim oferecer propostas. Acho que Serra podia mais, não é ?