Educação e Criminalidade

Muitos são fatores que contribuem para explicar a violência e a criminalidade, porém bem poucos se aproximam tanto de um consenso entre os especialistas como o fator educacional. Na raiz do problema da estrutura familiar, o acesso à educação como fator compensatório, minimiza a possibilidade de o jovem ingressar no universo do crime. Numa visão contratual entre a condição de pobreza instada no núcleo familiar, o componente educacional da modalidade em tempo integral, propõe ao jovem uma reflexão e a percepção das propostas de cidadania – e da falta dela –, vivenciada do outro lado dos muros da escola.

Toda mudança estrutural do universo emocional se faz entre a percepção dos conceitos educacionais com a materialidade das experiências de pobreza vivenciadas no núcleo da família e no convívio de inserção social, do meio subsistente, onde a lacuna da falta de cidadania impera e sujeita o jovem ao ingresso na criminalidade. Portanto, o grande desafio no papel da educação inclusiva dos jovens é fazê-los estar adiante dessa lacuna e transcender a realidade; e nortear uma sociedade que vive um processo de inclusão, sedimentando os efeitos da cidadania.

O jovem em uma condição educacional plena, de tempo integral, numa nova proposta, acabaria por se tornar um tutor no seio familiar, ou na comunidade, vez que estaria abstraído das condições e do meio de miséria. Tal proposta educacional, contudo, passa por outras vertentes que dariam sustentação ao ambiente interno (escola) e externo (comunidade). A primeira dessas vertentes seria a revitalização do papel dos professores, com salários dignos, e educação continuada promovida através da especialização no regime de tempo integral e suas particularidades; a segunda, a promoção de melhores condições de vida para profissionais da segurança pública, seja da polícia civil ou da polícia militar, por meio de salários condizentes com o grau de periculosidade a que eles estão submetidos.

Com efeito, qualquer tipo de intervenção educacional que vise a minimizar a exposição dos jovens ao meio hostil ou retirá-lo de lá, terá de contar com o viés repressivo constitucional atenuando a atuação do crime organizado. Será necessária também uma política sistemática na aplicação dos elementos básicos da proposta educacional de tempo integral. A composição dos três elementos, aluno, professores, e segurança pública, poderá trazer um significativo avanço na elaboração de um maciço programa da Escola de Tempo Integral direcionando os jovens à cidadania e a um referencial de inclusão.

Muito tenho me debatido nas reflexões sobre a relação entre o crime e os fatores que predispõem os jovens a ele. Percebo que qualquer tentativa de pensar o contexto educacional desprezando outros componentes dessa relação nos levará com certeza a um fracasso educacional logístico na fiel intenção da sua aplicação, que visa a combater a criminalidade que avança na nossa sociedade. Combater o crime organizado significa, portanto, “prima faccie”, compor os elementos de uma “educação organizada” para os jovens desse imenso Brasil.

Fernando Rizzolo

Dilma propõe acabar com a aprovação automática na Educação, que faz o aluno passar sem aprender

“Nós temos de romper com aquela prática da progressão automática do aluno, que vigorou em alguns estados do Brasil e que é responsável por colocar o professor num sistema sem saber se o aluno tinha aprendido ou não”, afirmou a candidata Dilma Rousseff, na terça-feira (3), ao analisar parte de seu programa na área da Educação. Um dos Estados em que a aprovação automática de aluno está mais difundida é em São Paulo.

Segundo Dilma, ponto fundamental do programa será a qualidade do ensino. E isso, ressaltou, não pode ser feito sem a valorização do professor. “A questão que nos preocupa fundamentalmente é a qualidade da educação. Do ensino básico, passando pelo ensino fundamental, até a pós-graduação. E essa questão está focada no pagamento e na valorização adequada do professor ou professora”, disse.

A candidata frisou que em seu governo “o professor vai ter acesso a uma formação universitária e a um diploma universitário”.

Dilma informou que já há um consenso entre os partidos coligados sobre a expansão da universidade pública e a interiorização dos campi pelo país; a construção de escolas técnicas nos municípios com mais de 50 mil habitantes e a ampliação do Programa Universidade para Todos (ProUni). “Tivemos um processo muito bem sucedido de interiorização [da universidade]. E eu vou continuar de forma acelerada nas cidades pólos das diferentes regiões. Nas cidades menores, vamos continuar expandindo a Universidade Aberta do Brasil”, informou, durante entrevista coletiva no escritório político da campanha, em Brasília. “Estamos falando numa expansão cujo objetivo é uma cobertura bastante grande todo país, especializando os cursos de acordo com as vocações de cada local ou de cada economia. Além disso, vamos aperfeiçoar e expandir o Prouni”.

A ex-ministra voltou a falar sobre o investimento que tem que ser feito para a formação de atletas para as Olimpíadas de 2016. Seu programa, destacou, envolve 10 mil quadras poliesportivas: 4 mil delas receberão cobertura e serão construídas 6 mil nas escolas de ensino básico no Brasil.

Dilma falou um pouco mais sobre seu programa de governo, na quarta-feira, quando visitou uma das unidades da Rede Sarah de Hospitais, em Brasília.

Acompanhada da primeira-dama Marisa Letícia, Dilma afirmou que seu programa de governo para a área da Saúde dará atenção especial para as gestantes, as mães e as crianças. Ela defendeu ainda o fortalecimento e ampliação do Sistema Único de Saúde (SUS) e a criação de mais clínicas especializadas em algumas áreas, como o tratamento do câncer.
HP – hora do povo

Rizzolo: Concordo plenamente com Dilma, se temos avanços que levam ao desenvolvimento econômico, e que se tal desenvolvimento tem como objetivo a melhoria na educação, antes de pensarmos num novo modelo necessitamos, forçosamente, avaliar as condições de ensino que estão sendo ofertadas aos professores da rede pública, cujos baixos salários, a desmotivação e a pouca oportunidade oferecida pelo Estado no tocante ao aprimoramento profissional os fazem se sentir totalmente desprestigiados.

Uma revolução na concepção de um novo ambiente educacional passaria obrigatoriamente por uma remodelagem profissional dos professores, porque a proposta de ensino que se vê hoje nas escolas é completamente diferente da realidade vivenciada pelos alunos no dia a dia, principalmente no caso das crianças mais pobres, que faz dessa forma o aluno passar sem aprender como a tal aprovação automática instituida em alguns Estados do Brasil.

Por um novo ambiente educacional

Na evolução dos projetos de desenvolvimento e inclusão social que visam à projeção da melhoria das condições de vida e da dignidade humana, encontramos a questão da educação como fator atrelado à percepção de desenvolvimento, mas, na essência, pouco explorado do ponto de vista da aplicação pedagógica. Várias são as propostas de ascender a metodologia educacional a ser implementada no contexto de transferência de renda e de melhores condições de vida da população mais carente.

É verdade que a ideia da contraprestação educacional nos projetos de inclusão representam um grande avanço, porém o maior desafio é remodelarmos o conceito educacional atual, tornando-o adequado a esse quadro evolutivo, fazendo com que o ambiente escolar se torne cada vez mais atraente ao aluno. Para tanto, para desenvolvermos essa ideia ambiental do conhecimento, precisamos antes de tudo investir numa remodelação ideológico-pedagógica dos professores. É bem verdade que, se temos avanços que levam ao desenvolvimento econômico, e que se tal desenvolvimento tem como objetivo a melhoria na educação, antes de pensarmos num novo modelo necessitamos, forçosamente, avaliar as condições de ensino que estão sendo ofertadas aos professores da rede pública, cujos baixos salários, a desmotivação e a pouca oportunidade oferecida pelo Estado no tocante ao aprimoramento profissional os fazem se sentir totalmente desprestigiados.

Uma revolução na concepção de um novo ambiente educacional passaria obrigatoriamente por uma remodelagem profissional dos professores, porque a proposta de ensino que se vê hoje nas escolas é completamente diferente da realidade vivenciada pelos alunos no dia a dia, principalmente no caso das crianças mais pobres. Essa mudança de concepção poderia ter início, por exemplo, na proposta de incluir na pauta de ensino algo que discuta a questão do saneamento básico e da valorização da internet, coisas ainda muito distantes da realidade de boa parte da população carente.

Com essas mudanças, estaríamos dando alguns passos adiante no que diz respeito à inclusão social, construindo ali, dentro da escola, um ambiente avançado e ao mesmo tempo dissociado do que ocorre na sociedade atual, que ainda traz em si as mazelas da violência, das drogas e da miséria. A visão de escola de tempo integral vem consubstanciar essa visão entre tempo educacional futurista e realidade social, para que isso possa servir de paradigma aos alunos no que se refere a uma visão crítica da realidade lá de fora, ainda a ser construída pelos projetos desenvolvimentistas.

Ter os professores a tarefa de construir um ambiente educacional agradável, num contexto de escola de tempo integral, numa nova perspectiva de formação ideológica dos educadores, com novas opções de disciplinas e formação cultural geral, trará ao ambiente escolar a possibilidade de as escolas se tornarem células vivas da formação cívica, levando muito mais que informação disciplinar e dando a possibilidade de o aluno se tornar um difusor crítico daquilo que ainda está se construindo na sociedade, que, além dos muros da escola, se expressa no abandono do Estado, na desagregação familiar e na miséria. A escola a um passo à frente significa reconhecer os avanços e, acima de tudo, criar um ambiente de luta na perpetuação dos ideais de cidadania.

Fernando Rizzolo

As Mães e a Escola de Tempo Integral

Era assim toda quarta-feira: ela chegava pela manhã com uma pequena sacola, no mesmo ritmo de quem acabara de descer de um ônibus vindo da periferia de São Paulo. Havia anos trabalhava na limpeza do meu escritório e de tantos outros no mesmo prédio. O olhar sofrido e as mãos cansadas faziam-na parecer muito mais velha do que realmente era. Neusinha, a minha diarista, era mãe solteira e cuidava sozinha de um menino de 11 anos.

Nosso contato era pouco, até porque, para não atrapalhar o andamento da limpeza geral, eu aproveitava aquelas quartas-feiras para ir ao fórum. Contudo, naquele dia, algo estranho no olhar de Neusinha me chamou a atenção: os olhos marejados indicavam certa tristeza, dando ao rosto branco daquela nordestina um contorno de aflição.

Meio sem jeito, e já de saída com o paletó na mão, perguntei a Neusinha se estava tudo bem. Timidamente e num rompante de desabafo, ela se pôs a chorar. Com calma, pedi que ela me contasse o que havia acontecido, na tentativa de acalmá-la com um gesto de amizade e solidariedade.

– Sabe o que é, doutor, meu filho está envolvido com drogas; ele me contou tudo ontem à noite. Tudo começou na porta da escola pública em que ele estuda. Ele estuda no período da manhã, mas à tarde fica com más companhias.

Entre um soluço e outro, trouxe-lhe um copo com água, o qual foi levado à boca como se contivesse um doce remédio.

– Não tenho com quem deixá-lo. Preciso trabalhar e é aí que ocorre a desgraça – ela disse, olhando-me com um ar de cumplicidade, numa linguagem simples, mas carregada de uma tristeza incalculável.

Minha consciência obrigou-me a acalmá-la e a dispensá-la, pagando-lhe pelo dia de trabalho não concluído, pois seu estado emocional era péssimo. Em seguida, ainda sob o impacto daquela cena, a caminho do fórum, entre centenas de pessoas que aguardavam o metrô, pus-me a pensar no papel da escola de tempo integral e em sua importância para a formação dos jovens, em seu papel de manter o jovem ocupado, em tranquilizar as mulheres que trabalham fora e não têm com quem deixar os filhos, enfim, naquilo que chamo de “tutela educativo-protecionista”.

O que realmente vemos hoje é o descaso do poder público na implantação da verdadeira escola de tempo integral, pois o que há – e em pouquíssimo número – são escolas que disponibilizam uma espécie de duplicação de jornada, fazendo um segundo turno à imagem e semelhança do primeiro, sem dar sentido à amplitude educacional de outras disciplinas como arte, educação física, visita a museus, estímulo à leitura, enfim, mudando o projeto político-pedagógico das escolas.

Já no balanço do trem do metrô e nas paradas cansativas das estações, imaginava quantas Neusinhas pelo Brasil não sofrem por saber que seus filhos não estão protegidos pela “tutela educativo-protecionista” que as escolas de tempo integral poderiam oferecer à sua prole, quando estão trabalhando, longe de casa, sustentando seus lares. Pensei também que a miséria, as drogas, o desamparo são filhos do abandono total do Estado na área da educação, e que melhor do que as palavras de consolo, a indignação e um copo com água para abrandar o soluço de um choro profundo é oferecer uma educação cidadã a todos, com investimentos maciços num único ideal de escola pública, a escola de tempo integral. Talvez, se ela existisse, aquela quarta-feira seria diferente para todos nós, em especial para tantas Neusinhas, diaristas pobres, trabalhadoras nas fábricas, nos campos, nas grandes cidades do nosso país, que sem esperança soluçam por seus filhos perdidos.

Fernando Rizzolo

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Educação, criatividade e a cultura

Numa sociedade em que os moldes de ensino sempre vieram formatados, prontos para serem seguidos, pouco espaço foi reservado ao valor do desenvolvimento da capacidade criativa dos alunos, quer nas escolas públicas, quer nas escolas particulares, no nosso país. O padrão pedagógico repressor sempre foi um segmento de continuidade de uma formação rígida que tem origem e fundamento nos conceitos cristãos de educação.

Foi com base nessa opinião e a preocupação em desenvolver a sensibilidade no ensino que o filósofo, educador e artista Rudolf Steiner (1861-1925) criou uma linha de pensamento que enxerga o homem além do material. Trata-se da Antroposofia, que prega o conhecimento do ser humano aliando fé e ciência. Sua pedagogia é um reflexo dessa forma de pensar, que sobrevive há um século. Na educação infantil, Steiner via a importância de estimular a imaginação das crianças e dizia que não se deviam oferecer brinquedos industrializados a elas, que já vêm prontos, pois a ideia era construir no imaginário infantil a progressão dos conceitos de educação, de acordo com a compreensão da criança.

Ainda lembro quando, certa vez, uma professora repreendeu um coleguinha do primário, num colégio estadual no qual eu estudava, apenas pelo fato de ele estar na aula de português escrevendo num diário como havia sido seu final de semana na praia. Aquela atitude, na realidade, agrediu a imaginação daquele pequeno aluno de 7 anos, que se viu humilhado durante a aula em função de um ato literário, criativo, da maior relevância.

Os mecanismos de sublimação da imaginação e da criatividade devem ser rechaçados, dando lugar aos estímulos que propiciam a construção de mentes criativas ligadas à arte, às reflexões sociais, às soluções de problemas contemporâneos que constroem o exercício da compreensão da diversidade e do multiculturalismo. Educar nos moldes atuais significa oferecer instrumentos que despertem o vivenciar criativo em bases sólidas, aportando conceitos suplementares e experimentais, enriquecendo o aprendizado e estimulando os alunos a fazerem uso da criatividade para resolver problemas pessoais e até mesmo interpessoais no decorrer da vida.

Talvez meu colega de primário, se estimulado, pudesse se tornar um escritor, um jornalista, assim como tantos outros anônimos que cantam no centro cidade, artistas que saltam nas praças públicas, crianças nos faróis com seus malabares poderiam, enfim, sentir-se realizados e recompensados, empregados, se tivéssemos criado uma formação educacional cultural em que a arte e a criatividade fossem a mola propulsora do ensino – um ensino baseado no enlace entre a formação tradicional e o despertar da arte e da sensibilidade, com um novo olhar do educador ao prestigiar as manifestações criativas dos alunos ou, quem sabe, destes aplaudindo a leitura, feita pelo professor, das partes do diário de um menino criativo, pouco interessado numa aula de português.

Fernando Rizzolo

Apenas metade das escolas no Brasil oferece acesso à internet para alunos

GENEBRA – Apenas metade das escolas brasileiras tem acesso à internet. Os dados foram publicados nesta terça-feira, 25, pela União Internacional de Telecomunicações (UIT), que indica que a taxa brasileira é bem inferior à média dos países ricos. O acesso de escolas brasileira à internet é ainda inferior às taxas de Omã, Chile, Arábia Saudita, Tunísia e Turquia. Na Jordânia, 80% das escolas estão conectadas.

Nos países ricos, praticamente 100% das escolas estão conectadas à internet e a maioria à banda larga. Na Croácia, Suécia e Reino Unido, todas as escolas já contam com a internet de alta velocidade. Já em 2004, 97% dos colégios canadenses estavam conectados.

No caso do Brasil, a taxa ao final de 2009 seria de 56%. No Chile, a taxa é de mais de 65%. No Uruguai, o governo conseguiu garantir que 100% das escolas tenham acesso à internet de alta velocidade.

Outra constatação é de que menos de 10% das bibliotecas brasileiras fornecem acesso à internet aos visitantes. No México, a taxa é de 40%.

Língua

Apesar da baixa presença em escolas brasileiras, a internet vem observando um aumento importante no uso do português na rede. Hoje, a língua de Camões é a 6a mais usada no mundo virtual. No total, 73 milhões de internautas usam o português para se comunicar, um número superior aos usuários em alemão ou árabe. O português já rivaliza com o francês, que tem 74 milhões de usuários na rede.

A lingual mais usada na internet é o inglês, com quase 464 milhões de usuários adotando o idioma como ferramenta principal de comunicação. Mas a língua de americanos, britânicos e australianos vem perdendo espaço. Em 1996, 80% dos usuários da internet eram anglófonos. Essa taxa caiu para 30% em 2007 e hoje é de apenas 15%. Na prática, isso reflete o fato de que um número cada vez maior de usuários que não falam inglês estão ganhando acesso â rede.

Hoje, a segunda língua mais “falada” na rede é o chinês, diante do tamanho da China e do número crescente de internautas. No total, são 321 milhões de internautas que usam prioritariamente o chinês como língua. O espanhol vem na terceira posição, com 131 milhões de usuários.

Outra indicação da proliferação de outras línguas na rede é o número de sites registrados como .in (Índia), .ru (Rússia) e .cn (China). Mais da metade dos usuários de Internet hoje ainda usam alfabetos não-latinos, o que também exigiu a adequação dos caracteres. Hoje, a Google já reconhece 41 línguas e o Windows 7 deve anunciar sua versão 2011 em 160 idiomas, 59 a mais que em 2009.
agencia estado
Rizzolo: Bem, pode ser que ainda não tenhamos todas as escolas integradas na rede, mas o governo federal tem se esforçado para isso. O grande problema é que uma política de banda larga não se faz da noite para o dia, lançado em abril de 2008 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o programa Banda Larga nas Escolas completa agora dois anos bem perto da meta de equipar todas as 64.879 escolas públicas urbanas do país com computadores de acesso rápido à internet. A expectativa é que isso ocorra até o fim deste ano, beneficiando 37 milhões de estudantes, de acordo com os responsáveis pela sua implantação, no Ministério da Educação e na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Esperem que chegaremos lá.

Banda larga em todas as escolas públicas até fim de 2010

Lançado em abril de 2008 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o programa Banda Larga nas Escolas completa agora dois anos bem perto da meta de equipar todas as 64.879 escolas públicas urbanas do país com computadores de acesso rápido à internet.

A expectativa é que isso ocorra até o fim deste ano, beneficiando 37 milhões de estudantes, de acordo com os responsáveis pela sua implantação, no Ministério da Educação e na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

A previsão é baseada no balanço do programa feito pela Anatel no final do ano passado: em 2009 25.331 instituições de ensino público em municípios de quase todo o país foram conectadas à rede mundial de computadores e em 2008, ano de lançamento do programa, esse número foi de 17.681 escolas. Ou seja, ao entrar no segundo ano, o programa já alcançava 66% – 45.192 – do total de estabelecimentos de ensino a serem equipados.

Os números da Anatel, na época do balanço, mostravam que os estados com mais escolas conectadas à internet por meio do Banda Larga nas Escolas eram os de maior densidade demográfica: Minas Gerais (4.962), São Paulo (4.842), Rio de Janeiro (4.080) e Bahia (4.026). Já Roraima (68), Amapá (131) e Acre (187) foram os que tiveram menor número de escolas informatizadas, embora devam estar completamente atendidos até o fim de 2010, quando o programa termina.

O programa se tornou possível graças a um acordo firmado pelo governo com operadoras de telefonia fixa, por meio da Anatel, para a implantação da banda larga nas escolas indicadas pelo Ministério da Educação, sem nenhum custo para os cofres públicos, como contrapartida pelos serviços que elas exploram comercialmente no país.

Esse compromisso foi firmado com o Ministério das Comunicações, quando da mudança do Plano Geral de Metas para a Universalização (PGMU) do Serviço Telefônico Fixo Consultado (STFC). As cinco concessionárias concordaram em trocar a obrigatoriedade de instalar Postos de Serviços de Telecomunicações em todos os municípios, até o fim de 2010, pelo compromisso de instalar o chamado backhaul, a rede de telecomunicações de alta velocidade (banda larga) capaz chegar a todos os pontos do país.

Isso foi feito por meio da assinatura de aditivos contratuais com a Anatel, o que permitiu a conexão das escolas públicas urbanas à rede. Por ocasião da assinatura dos termos aditivos com as concessionárias, em 2008, havia cerca de 56 mil escolas públicas urbanas cadastradas pelo MEC, e desde então mais 8 mil foram implantadas, o que elevou o total para 64.879 instituições a serem conectadas à banda alarga até o fim de 2010. Aí estão incluídas todas as escolas públicas de ensino fundamental (municipais) e médio (estaduais), conforme o secretário de Educação a Distância do Ministério da Educação, Carlos Eduardo Bielschowsky.

Fonte: Agência Brasil

Rizzolo: O Projeto Banda Larga nas Escolas é de suma importância, todos sabem que hoje a Internet é um meio de inclusão, de pesquisa, de informação, e as escolas públicas sem exceção devem ter acesso à Internet, oferecendo aos seus alunos a inclusão digital. Há poucos dias escrevi um artigo sobre a Banda Larga nas periferias das grandes capitais, sem dúvida nenhuma o caminho para o desenvolvimento passa pela informação digital que será a maior fonte de distribuição de conhecimento a todos.