Bolsas de NY seguem tendência mundial e abrem em forte alta

SÃO PAULO – As bolsas de Nova York abriram em forte alta nesta segunda-feira, 13, seguindo a tendência de recuperação dos mercados em comemoração ao plano coordenado de combate à crise definido no final de semana por mais de uma dezena de governos europeus. Às 10h30, o Dow Jones subia 4,27%, o Nasdaq avançava 5,19% e o S&P 500 subia 3,72%. Por aqui, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) também abriu em forte valorização, e, às 10h45, subia 6,91%, aos 38.071 pontos. Só na semana passada, o Ibovespa teve uma desvalorização de 20%.

“Vamos matar a saudade da Bolsa em alta”, festejou um operador após ver o Ibovespa fechar em baixa os últimos sete pregões, elevando para 28% a perda acumulada no mês de outubro. Mesmo avaliando que uma alta dessa magnitude repõe só parte das perdas, analistas avaliam que o movimento pode estar sendo exacerbado. É a outra face da volatilidade.

Seria preciso pelo menos uma semana mais calma na Bolsa, de recuperação, para dizer que o mercado está tentando retornar à normalidade, de acordo com um analista. Mas os investidores amanheceram querendo acreditar que o plano de resgate europeu para deter a sangria dos mercados financeiros vai dar certo. Na Europa, a Bolsa de Londres avançava 4,58% e a de Paris 6,41%.

Mais de uma dezena de governos da Europa devem anunciar entre hoje e quarta-feira a criação de fundos nacionais de recapitalização e de garantias do sistema financeiro, nos mesmos moldes do plano anunciado pelo Reino Unido há cinco dias. A decisão foi tomada ontem em Paris, após três horas e meia de reunião entre chefes de Estado e de governo do Eurogrupo, o conjunto de países com moeda única. A ação será ao mesmo tempo nacional, já que os recursos virão do orçamento de cada país, e continental, na medida em que todos os governos obedecerão a regras unificadas para a intervenção. O valor dos planos deve se aproximar dos 300 bilhões de euro inicialmente previstos na idéia do fracassado fundo europeu contra a crise.

Para completar, o governo britânico confirmou a injeção de US$ 63,37 bilhões no Royal Bank of Scotland (RBS) e na instituição que resultará da fusão entre o Lloyds TSB e o HBOS (Halifax). E o Fed anunciou nesta segunda que proverá o que for necessário de recursos em dólar por meio de suas linhas de swap com os três principais bancos europeus.

Os sinais de que a confiança pode estar voltando e o recuo do dólar frente ao euro animam também os mercados de commodities. O petróleo se recupera do tombo da semana passada, após ter fechado a sexta-feira no menor nível em 13 meses, abaixo de US$ 78 o barril. Por volta das 10h, o barril na Nymex era negociado em alta de quase 5%, acima de US$ 82. Os metais vão pelo mesmo caminho. O contrato de cobre para três meses negociado em Londres subia 3,3% mais cedo, para US$ 4.940 a tonelada, enquanto o de alumínio avançava 2,3%, para US$ 2.266 a tonelada.

Outra boa notícia da manhã veio do pelo BC brasileiro, que anunciou um programa de liberação integral dos recolhimentos compulsórios a partir de hoje. A medida atinge os depósitos a prazo e interfinanceiros de empresas de arrendamento mercantil (leasing) e também a exigibilidade adicional, que atualmente recai sobre os depósitos à vista e a prazo. Segundo o BC, serão liberados até R$ 100 bilhões.

Ásia

Na Ásia, o principal índice de bolsa de valores subiu 5% depois de ter caído ao pior patamar em quatro anos nesta segunda-feira. Entretanto, o iene permaneceu firme ante o dólar e o ouro também se valorizou, ressaltando a precaução do investidor e pouca disposição para fazer investimentos arriscados no momento, especialmente com mercados de crédito funcionando de forma fraca.

O mercado acionário do Japão registrou queda de 24% na última semana, duas vezes mais o que perdeu na semana da crise de 1987, enquanto as bolsas dos Estados Unidos tiveram queda de 18%, o maior declínio em uma mesma semana da história.

“Os mercados estão enormemente vendidos e todos estão sedentos por boas notícias, então não irá demorar muito para começar um rali de alívio. Mas isso está longe de ser o fim da história”, disse Geoff Lewis, chefe de serviços de investimentos do JF Asset Management em Hong Kong.

“Até podermos reconhecer um retorno do apetite pelo risco, é difícil de perceber como a Ásia pode se sobressair em linha com seus fundamentos relativamente superiores”, disse Lewis, que antecipou mais pressões sobre bancos sendo gerados por unidades de empréstimos comerciais e de financiamento ao consumidor.

O índice MSCI que reúne os principais da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão disparou 7,41%, depois de chegar a cair mais de um quinto na última semana, para o nível mais baixo desde dezembro de 2004. A bolsa de Sydney teve salto de 5,5%, revertendo parte do declínio de 16% da última semana, depois que o governo australiano garantiu cobertura de todos os depósitos bancários.
O índice Hang Seng, de Hong Kong, disparou 10,24%, depois de ter perdido 16,2% na última semana. As ações da China Mobile eram as que mais se valorizaram no índice e papéis de grandes bancos tiveram rali depois de registrarem queda mais cedo na sessão.

O mercado de ações do Japão e de Treasuries dos Estados Unidos não operaram em virtude de feriados nesta segunda-feira. O mercado de Seul subiu 3,79%. Xangai avançou 3,65%, Taiwan recuou 2,15% e Cingapura disparou 6,57%.

Agência Estado

Rizzolo: A ação coordenada dos países, em direção à superação da crise, parece de início ter surtido algum efeito. Contudo ainda é muito cedo para afirmar que a crise acabou; no Brasil há empresas com sérios problemas em operações no mercado cambial, as que já amarguram o prejuízo terão problemas, outras ainda irão enfrentar essa questão.. O grande desafio é por parte do governo, que terá que cortar gastos, a previsão super otimista de receita terá que ser revista.

Outro setor que enfrentará problemas é o imobiliário, não o popular referente aos SFH, até por que pagam TR mais a taxa de juros bancária, mas me refiro aos novos projetos que não começarão tão cedo. O que assusta os empresários, são os financiamentos mais caros, aqueles feitos diretamente com o incorporador, estes financiados por IGPM mais 12%, e como o IGPM subiu muito fala-se em 25% ano, e isso irá trazer problemas.

Publicado em últimas notícias, Brasil, cotidiano, Crise, Crise Financeira, crise imobiliária no Brasil, economia, mundo, News, notícias, Política, política internacional. Tags: , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , . Leave a Comment »

Zona do Euro decide recapitalizar bancos para evitar quebras

Paris, 12 out (EFE).- Líderes dos países da Zona do Euro reunidos neste domingo em Paris decidiram permitir um refinanciamento bancário “limitado” até o final de 2009 e de acordo com as “condições do mercado”, disse hoje o presidente francês, Nicolas Sarkozy.

“Não será um presente para os bancos”, declarou o presidente francês, que disse ainda que na cúpula realizada hoje em Paris foi decidido que os Estados-membros da eurozona “poderão reforçar o capital dos bancos de seus respectivos países”.

“O plano que aprovamos tem a vocação de ser aplicado em cada um de nossos Estados-membros com a flexibilidade que se necessite em função da diversidade de nossos sistemas financeiros e de nossas regras nacionais”, advertiu Sarkozy.

O presidente francês assegurou que “é preciso devolver aos bancos a liquidez que precisam, que possam obter financiamento a médio prazo e reforçar seus fundos próprios”.

“Os Governos da eurozona darão garantias públicas para operações de refinanciamento bancário. Este dispositivo temporário, até 31 de dezembro de 2009, será naturalmente devolvido em condições de mercado. Não se trata de dar um presente aos bancos, mas de permitir seu funcionamento”, frisou Sarkozy.

O francês, que ocupa a Presidência rotativa da União Européia, explicou que “os Estados que quiserem poderão reforçar o capital dos bancos mediante a subscrição de ações preferenciais ou com títulos similares”.

“Com uma estrutura financeira dos bancos que seja mais forte eliminaremos a pressão que pesa sobre o crédito”, afirmou Sarkozy, que disse que os governantes dos 15 Estados do Eurogrupo manifestaram sua satisfação com as decisões tomadas pelo Banco Central Europeu (BCE).

O presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, “nos comunicou sua determinação absoluta para pôr tudo que for necessário em andamento para permitir o retorno à normalidade”, assinalou Sarkozy.

Encontro dos poderosos

Os chefes de Estado e de Governo dos países do Eurogrupo, além do presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, e do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, se reuniram neste domingo em Paris para discutir medidas que tirem o sistema financeiro mundial da crise.

Entre os assuntos, discutiu-se a nacionalização parcial dos bancos, coordenação das intervenções de cada Estado, garantia de depósitos dos poupadores e controle das remunerações dos dirigentes, segundo diversos meios de imprensa.

Folha online

Rizzolo: A postura da europa é sempre diversa da forma de enfrentar as questões econômicas como os tomadas pelos EUA. A Comunidade Européia, ou os países que constituem a europa, tem uma resposta mais lenta a tudo. As discussões são mais elaboradas e colocá-las em prática. se torna mais difícil ainda em função da complexidade de cada País. De qualquer formam, tudo o que é feito na direção da solução dos problemas no tocante à crise é bem-vindo. Os EUA possuem mais comando, mais firmeza, e a confiabilidade é maior, haja vista os investimentos em T- Bonds (Treasury Bond ) e dólar, nos momentos de crise.

A pressão sobre o crédito passa pela confiança dos mercados, não só da europa, mas dos EUA, da Ásia, e dos emergentes, que terão um real esfriamento de suas economias, com inflação, escassez de crédito, e queda nos preços das commodities, o pacote da europa pode amenizar a crise num contexto geral. No Brasil o problema envolve principalmente o câmbio, que está totalmente “out of control”, reflexo da lógica das causas acima mencionadas . Por hora, pelo fato dos bancos brasileiros terem pouca alavancagem, a crise ainda não atingiu os atingiu; principalmente os grandes bancos. Até quando não sei.

A verdade, é que a especulação do dólar, ou a aposta num real valorizado, obtido nas operações pelas empresas, deu-se muito em função das altas taxas de juros, e isso ninguem fala, mas eu falo, e sempre falei, quem acompanha este Blog sabe. O cenário não é nada bom para os emergentes, enquanto as medidas não surtirem efeito real na economia americana. O resto é pura perfumaria.

Publicado em últimas notícias, Brasil, cotidiano, Crise, Crise Financeira, crise imobiliária no Brasil, cultura, economia, mundo, News, notícias, Política, política internacional. Tags: , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , . Leave a Comment »