CÂMBIO-Dólar sobe quase 3%, na esteira do pessimismo global

SÃO PAULO – Apesar das atuações do Banco Central, o dólar subiu quase 3 por cento frente ao real nesta quarta-feira, acompanhando o forte pessimismo dos mercados acionários globais.

A moeda norte-americana fechou a 2,289 reais, em alta de 2,88 por cento.

“Lá fora, o medo (da recessão) continua… Isso pesou muito no mercado financeiro em nível mundial hoje”, avaliou Tarcísio Rodrigues, diretor de câmbio do banco Paulista.

O principal índice da Bovespa despencava mais de 7 por cento no final da tarde, enquanto as bolsas de valores norte-americanas recuavam mais de 3 por cento.

Com esse mau humor que se estendeu para o mercado de câmbio, o Banco Central realizou, além de um leilão venda de dólares no mercado à vista, dois leilões de swap cambial tradicional. Foram vendidos todos os contratos ofertados, em um volume equivalente a quase 1 bilhão de dólares.

Rodrigues observou que a grande procura por esses contratos de swap cambial, em que o mercado ganha quando a variação do dólar supera a do juro, pode refletir uma zeragem de posições vendidas que algumas empresas ainda sustentavam no mercado futuro de dólar.

Nesta quarta-feira, o BC divulgou que o fluxo cambial ficou negativo em 656 milhões de dólares no início de novembro.

O diretor de câmbio de uma corretora em São Paulo que preferiu não ser identificado avaliou que esse novo dado também contribuiu para o avanço do dólar. Ele também apontou o baixo volume de negócios no mercado de câmbio pela terceira sessão consecutiva.

Segundo operadores, o volume negociado no mercado à vista foi de 1,56 bilhão de dólares, abaixo da média diária de cerca de 3 bilhões de dólares.

Agência Estado

Rizzolo: O resultado da Petrobrás realmente foi um ” banho de água fria” na expectativa dos investidores, alem disso, as ações negociadas no mercado europeu fecharam em queda nesta quarta-feira, puxadas por papéis do setor bancário e petrolífero, que caíram com preocupações de mais perdas e piora do cenário econômico. O índice das principais ações européias FTSEurofirst 300 fechou em queda de 3,4%, a 853 pontos.

A situação no mercado internacional é crítica, e o Brasil parece agora cair na realidade, e o consumidor precavido não deve gastar seu 13º salário integralmente e aproveitá-lo para quitar dívidas como as do cartão e outras. Aqui na Europa só se fala nos cortes e demissões, ontem eram nas montadoras, hoje se fala nos Bancos. A ” marolinha” de Lula parece estar se transformando numa “onda do Havaí”. Não há porque estar entusiasmado, o melhor é enfrentar a realidade com firmeza e determinação sem se preocupar com ” popularidade. Quem puxou a quedas das Bolsas aqui na Europa foi o Credit Suisse, levando um tombo de 8,8% com conversas sobre uma grande perda de negócios.

O banco se recusou a comentar. O banco francês Natixis mergulhou 13,5%, depois de ter informado que sua unidade de núcleo de investimentos bancários teve grandes problemas no último mês, enquanto Barclays, Standard Chartered, Deutsche Bank e Société Générale também registraram perdas. Hoje um grupo de anarquistas foi preso aqui na França, depois de sabotarem linhas de trens, causando um tremendo transtorno. Uma vergonha.