Reunião com aliados mostra força política da candidatura de Dilma

O PT e os partidos aliados, além de governadores, senadores e deputados reeleitos reuniram-se em Brasília nesta segunda-feira (04) e discutiram como será a atuação nos estados até 31 de outubro, data do segundo turno das eleições. A reunião mostrou a força política de Dilma e animou os participantes a recomeçar com fôlego redobrado a campanha presidencial.
Muitas avaliações foram apresentadas para explicar o bom desempenho da candidata do partido verde, Marina Silva, que acabou levando a eleição para o segundo turno.

Para o líder do PT na Câmara, deputado Fernando Ferro, reeleito por Pernambuco, a comparação entre o governo tucano e o de Lula deve ser aprofundada. “Se eles não tiraram FHC do armário nós vamos abrir a porta do armário. Temos que ir para o confronto entre os dois governos”, defendeu.

Aliados no PV

Ferro disse que integrantes do PV e do PSOL já o procuraram para conversar, após o resultados das urnas. Ele defende a aproximação com o PV e acredita que o PT “fará pontes” utilizando seus deputados e senadores.

De acordo com Fernando Ferro, Gilberto Gil, que ocupou a pasta da Cultura nos dois mandatos do governo Lula, e o deputado Zequinha Sarney, lideranças do PV com bom diálogo com o PT, devem ser procurados para essa aproximação. Além disso, o PT buscará diálogos com segmentos da sociedade ligados ao PV e à questão ambiental.

“Marina poderá manter a neutralidade por conveniência política, mas isso não impede o PT de buscar esses diálogos”, disse Ferro. “Se observarmos as propostas de Marina, vamos perceber que está muito mais próxima do PT que do PSDB”, avaliou.

Já outros aliados acreditam que a boa votação de Marina não deveu-se a preocupações ambientais dos eleitores. “Este tema não é prioridade na cabeça do eleitor que optou por Marina, e sim a proposta de ‘um novo jeito de governar’ que a candidata defendeu durante a campanha”, diz um observador da cena política aliado de Dilma e que pediu para não ser identificado.

O governador reeleito da Bahia, Jaques Wagner (PT), defendeu a aproximação dos petistas com os “eleitores apaixonados por Marina” e jogou charme para a candidatado PV. “Marina é maior do que o PV. O PV que me desculpe, mas ela é uma liderança maior. Temos que olhar os eleitores que se apaixonaram por Marina e os que se apaixonaram por Dilma”, afirmou o governador baiano, antes da reunião com o comando da campanha, em Brasília.

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB), mostrou-se bastante confiante na vitória de Dilma. “Vamos ganhar no segundo turno e daqui (da reunião) sai a estratégia da vitória”, afirmou, antes de entrar para a reunião.

O governador eleito, Eduardo Campos, no entanto, preferiu ser mais cauteloso. “Veio um recado das urnas. Temos que ouvir, ter humildade e fazer um bom segundo turno. O lado bom disso é que os dois candidatos terão mais tempo para discutirem as propostas, e acho que foi isso que levou a população a forçar um segundo turno”, afirmou.

Dilma destaca proximidades com Marina

Durante a primeira entrevista coletiva após a realização do primeiro turno das eleições, a candidata petista Dilma Rousseff reconheceu que a votação de Marina foi o principal fator que provocou o segundo turno. Dilma disse que ligou para a candidata do PV para parabenizá-la pela disputa e campanha qualificada. “Marina faturou e tirou (votos) do meu adversário”, afirmou.

Sobre o apoio de Marina nesta nova fase da campanha, Dilma afirmou que existem mais proximidades do que diferenças entre as duas, mas que a decisão é de “foro íntimo” da candidata verde e ainda não pediu apoio a ela. “Nao acho adequado especular sobre o que alguém vai fazer. Hoje liguei para cumprimenta-lá. Em um segundo momento vamos conversar”, afirmou Dilma.

A decisão oficial do PV sobre o apoio só será conhecida após uma convenção partidária que deve ser realizada em 15 dias, no máximo. O estatuto da legenda prevê a possibilidade de que aqueles que forem minoria na convenção se manifestem de maneira contrária ao que foi decidido, respeitando a posição majoritária, não sofrendo nenhum tipo de sanção por conta dessa postura.

Isso deixa aberta a possibilidade de que o posicionamento adotado por Marina seja diferente daquela tomado pela maioria. “Eu prefiro fazer uma manifestação partidária”, afirmou ela, em referência à postura de Fernando Gabeira (PV), que declarou nesta quinta apoio à candidatura de José Serra. Marina disse que a decisão de Gabeira é uma postura individual do deputado.

Marta: Serra foi rejeitado como opção

A reunião de governadores e parlamentares da base em Brasília mostra a força política da candidatura de Dilma. Todos acreditam que os votos de Marina Silva tendem a migrar para a petista. A senadora eleita Marta Suplicy (PT-SP) disse que o importante é que o eleitor votou em Marina e não no candidato tucano José Serra.

“Foram muitas coisas que se somaram para ter segundo turno. Mas as pessoas não resolveram votar no Serra. O voto foi para Marina, que é uma pessoa ética e do bem. Então isso não comprometia. E, agora, esse voto vai para Dilma”, disse Marta Suplicy.

O senador eleito Roberto Requião (PMDB-PR) disse que é amigo de Marina Silva, e, se necessário, irá procurá-la para conversar sobre segundo turno. Na mesma linha, o senador eleito do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), disse que os mais de 40% dos votos de Marina no DF vão para Dilma.

“Quase a totalidade dos votos de Marina no DF vão para Dilma, podem ficar certos”, afirmou.

Lula e Dilma convocaram pessoalmente a reunião

Foram o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a candidata Dilma Rousseff que dispararam telefonemas convocando governadores eleitos, presidentes de partidos e senadores para a reunião.

Eles planejam a formação de uma frente de atuação nos estados para o segundo turno. O objetivo é iniciar imediatamente uma ofensiva e reverter a tendência de queda nas intenções de voto observada nos últimos dias da disputa do primeiro turno.

O governador reeleito do Rio de Janeiro , Sérgio Cabral (PMDB), esteve na reunião e comentou que a população deu um recado claro nas urnas com a votação de Dilma e Marina. “A Dilma foi beneficiada por essa parceria (com o PMDB), ela foi líder no Rio. O recado das urnas é claro, o Brasil quer uma mulher para presidente. No Rio, as duas mulheres ficaram na frente, somam 65% dos votos para mulheres. É hora de eleger uma mulher”, afirmou.

Também estiveram na reunião com a candidata do PT o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), e os senadores eleitos Eduardo Braga (PMDB-AM), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Renan Calheiros (PMDB-AL), Eunício Oliveira (PMDB-CE), Delcídio Amaral (PT-MS), entre outros.

Com agências
Rizzolo: Agora o empenho deve ser total, é claro que há necessidade de demonstrar as diferenças entre os dois governos, e trazer à baila a figura de FHC, este sim deve ser o tom da campanha, a aproximação com Marina é essencial, e evidentemente, acima de tudo, fazer uma profunda reflexão sobre as falhas cometidas no primeiro turno, hora de ser humilde.

Magoado com tucanos, FHC vai à Alemanha e abandona campanha Serra

Já passava das quatro da tarde, na quarta-feira 1º, quando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso se deu conta de que estava prestes a perder o voo que o levaria para a Alemanha no início daquela noite. Correu até o escritório que mantém em seu amplo apartamento no bairro de Higienópolis, desligou o computador e colocou um moderno iPad numa pasta.

Naquele mesmo momento, tucanos de todas as plumagens alvoroçavam-se Brasil afora, revendo estratégias de uma campanha presidencial que eleva o tom a cada dia. No entanto, Fernando Henrique, o nome mais importante do partido, estava alheio a toda esta movimentação. Na verdade, estava pouco se importando com o que ocorria nos comitês eleitorais.

“Vou para a Alemanha participar de um encontro de líderes políticos europeus. Não vou ficar me acotovelando no meu partido”, disse o ex-presidente à IstoÉ pouco antes de sair de casa rumo ao aeroporto. Naquela tarde FHC abandonou a campanha à Presidência de seu ex-ministro da Saúde. Pode não ter sido definitivo, mas, sem dúvida, tratou-se de um abandono simbólico. O fato de o único ex-presidente tucano deixar a batalha eleitoral em sua reta final para tratar de assuntos particulares no Exterior expõe duas verdades inconvenientes ao PSDB.

A primeira é de que o partido desistiu de atrelar a imagem de Serra à de FHC, afastando da propaganda eleitoral sua mais graduada estrela. A segunda constatação é de que FHC está magoado com essa situação. “Ele diz que entende, mas não sei no seu íntimo o que se passa. Toda vez que tocamos nesse assunto ele se fechou, preferiu não entrar nessa conversa”, diz um dos assessores mais próximos do ex-presidente nos tempos de Planalto.

Nos bastidores do partido, porém, dois dias antes de embarcar para a Alemanha, FHC cedeu às mágoas que se acumulam desde a primeira campanha de José Serra à Presidência da República, em 2002. Diante de um grupo de deputados federais do PSDB e do DEM que, como ele, discordam dos rumos da campanha tucana, desabafou: “Estou muito magoado porque o país mudou em nosso governo e agora o Serra faz uma campanha escondendo que quem mudou o Brasil fomos nós.”

O grupo de parlamentares havia ido ao apartamento de Higienópolis tentar convencer FHC a exigir um papel mais ativo na disputa à Presidência. Queriam que ele colocasse na mesa sua estatura política e forçasse Serra a aceitar a estratégia de defender que seus oito anos de governo foram o alicerce para as conquistas do governo Lula.

Os pedidos foram em vão. “Não vou insistir”, disse Fernando Henrique, encerrando o assunto. “Não há mais espaço para discutir isso, ele está chateado”, admitiu um dos deputados presentes ao encontro.

Um dos principais líderes do PSDB paulista conta que o ponto crucial da irritação de FHC foi a posição dos marqueteiros da campanha de Serra que compararam sua popularidade decrescente no final do mandato aos altos índices de aprovação do presidente Lula, para concluírem que o uso de sua imagem tiraria votos de Serra.

À IstoÉ, FHC desdenhou este tipo de pesquisa. “Sempre depende de como elas são feitas”, comentou. Na verdade, até o momento o ex-presidente pediu votos apenas para dois candidatos ao Senado: Aloysio Nunes (PSDB), em São Paulo, e Marcelo Cerqueira (PPS), no Rio.

No PSDB o tema FHC tornou-se tabu. São poucos os grão-tucanos que aceitam falar abertamente sobre seu abandono pelo partido. Uma das exceções é o senador Álvaro Dias, que chegou a ser o candidato a vice de Serra por algumas horas. “Fernando Henrique tem bons motivos para estar magoado, chateado e triste, mas sei que ele é superior a tudo isso”, afirmou.

Já nos partidos aliados o descontentamento sobre a forma de tratamento dado ao ex-presidente é mais explícito. “O Fernando Henrique tem razão para estar chateado. O governo dele simplesmente não foi citado na campanha de seu próprio partido”, diz o candidato ao Senado pelo DEM do Rio de Janeiro, Cesar Maia. O presidente do PTB, Roberto Jefferson, é mais enfático: “Infelizmente o Serra caiu nesse conto de que usar FHC seria ruim para a campanha. Errou feio.”

FHC volta da Alemanha na quarta-feira 8. Passa alguns dias em São Paulo e logo em seguida vai para a Bahia, participar de seminários. Mesmo se Serra conseguir passar para o segundo turno, ele não poderá comemorar o feito com o amigo de longa data. No início de outubro, FHC embarca novamente para o Exterior, desta vez para a Colômbia, onde participará de um encontro com 300 empresários brasileiros, do grupo Lide, de João Doria Jr., com a presença também do presidente colombiano.
vermelho

Rizzolo: Bem eleição é assim mesmo, mas a grande revelação do PSDB nestas eleições foi descobrir que não revelar FHC e “seus feitos” ajudaria Serra em sua campanha. Agora imaginem se tivessem atrelado o nome de FHC, a situação do amigo Serra estaria pior do que já está. A grande verdade, é que o PSDB está minguando, e todos já se deram conta disso inclusive FHC, portanto, não se trata de mágoa e sim de abandonar o barco enquanto é tempo, se distanciar se descolar. Acho muito difícil a situação da oposição, não encontram um discurso capaz de sensibilizar o povo brasileiro, e partem para as agressões e criação de factóides. Que fim hein !!

Sem rumo, campanha Serra aciona uma “metralhadora giratória”

Diante da possibilidade real de Dilma Rousseff, a candidata do PT à Presidência, resolver a eleição no primeiro turno, os integrantes da equipe de José Serra passaram os últimos dias tentando juntar os cacos de uma campanha que, até agora, se mostrou desastrosa. Mas as reuniões, ao longo da semana, em vez de pacificarem o já conturbado ninho tucano, contribuíram para tensionar o ambiente ainda mais.

Segundo apurou a revista IstoÉ, os encontros foram regados a críticas internas, discussões acaloradas e até ameaças de importantes caciques do PSDB de abandonar José Serra à própria sorte, caso suas exigências não fossem cumpridas. “Precisamos abrir mais a campanha. Do jeito que está não dá mais”, desabafou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em conversa com um importante dirigente do PSDB.

Emparedado pelos aliados, que cobraram uma participação mais efetiva na campanha e mudanças no programa de TV no horário eleitoral gratuito, Serra teve de ceder. Mas cobrou a liberação de recursos e o aumento da produção de material de campanha para ser remetido aos estados. “Os protestos incomodaram muito o Serra, mas a situação é tão crítica que ele não teve outra alternativa senão acatar as reivindicações”, disse um dirigente tucano.

Os novos passos foram definidos em conversas, que, dessa vez, contaram com a presença do ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves e de FHC. O político mineiro teve um encontro com Sérgio Guerra, presidente nacional do PSDB, num café nos Jardins, zona sul de São Paulo.

Já Fernando Henrique preferiu as articulações pelo telefone. “Apareço da maneira como acho que um ex-presidente deve aparecer, dando ideias, discutindo, mas não sou militante”, esclareceu. Os dois não eram consultados desde o processo de escolha de Índio da Costa (DEM) como vice na chapa tucana.

Problemas atrás de problemas

O problema é que, antes mesmo de Aécio e FHC entrarem em campo, os tucanos mais afoitos já haviam colocado em curso, no início da semana, estratégias dignas de uma campanha totalmente sem rumo, acertadas durante encontro, na noite do domingo 22, no Hotel Hyatt, em São Paulo.

Ficou decidido, por exemplo, que o PSDB iria aumentar o tom dos ataques ao PT, mas sem bater em Lula. Em campanha pelo interior, porém, um candidato a deputado federal pelo PSDB chegou a chamar Lula de embusteiro. Pelo DEM, coube ao vice Índio ser, mais uma vez, o porta-voz dos bombardeios. “Ela (Dilma) diz que lutou contra a ditadura. O que ela está oferecendo para o Brasil é uma nova ditadura”, atirou Índio.

No programa eleitoral, o PSDB associou Dilma ao ex-ministro José Dirceu. E fez troça da estreita ligação da candidata do PT com o presidente Lula. “Do jeito que ela anda pendurada em Lula, se ele se afastar, ela cai”, disse o locutor do programa.

Na trincheira política, o partido decidiu investir suas fichas na eleição de quatro estados: São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Goiás. Mas as duas apostas do PSDB foram malsucedidas. A decisão de privilegiar os quatro estados abriu uma crise entre os aliados. “Estão provocando demais nossa paciência. Se Serra despencar também em Santa Catarina, será tarde”, protestou o vice de Raimundo Colombo (DEM) na chapa ao governo de SC, Eduardo Moreira (PMDB).

E, ao tentar conquistar eleitores indecisos com ataques à candidata do PT, o comando da campanha de Serra escancarou a incongruência do seu discurso, dias depois de tentar atrelar a imagem de Serra à de Lula. A julgar pelas recentes pesquisas de opinião, que registram uma vantagem cada vez maior de Dilma, o eleitor não aprovou o comportamento tucano.

Em 1994 e 1998, com a popularidade do Plano Real, o PT também teve dificuldade em se apresentar como alternativa ao então governo tucano. Dificuldade semelhante à que o PSDB encontra agora, no momento em que o país vive um cenário de consumo em alta e geração de empregos. A diferença é que o PT, um partido forte e orgânico, sobreviveu e chegou ao poder quatro anos depois. O que se percebe, agora, é um PSDB em frangalhos e com claros problemas internos.

A comunicação sob bombardeio

Nesse ambiente, o fogo amigo tomou conta. Além do estilo centralizador de Serra, os alvos principais da ira dos tucanos e aliados foram Luiz Gonzalez, marqueteiro e idealizador dos programas na tevê, e José Henrique Reis Lobo, responsável pela área administrativa da campanha do PSDB.

Lobo foi atacado por não querer investir de maneira pesada na mobilização de rua. “Tudo o que estamos fazendo já estava planejado e orçado. Os recursos não podem ser gastos com base em voluntarismos”, defendeu-se Lobo.

A crítica a Gonzalez deve-se ao fato de ele produzir um programa monotemático na TV, apresentando basicamente propostas para a área da saúde. Tucanos avaliaram ainda ter sido um erro mostrar Lula na inserção televisiva de Serra. Normalmente contido, Gonzalez se defende: “Traçamos uma linha e estamos nos mantendo nela. Há um tempo para que se atinja uma maturação do processo. O Lula entrando com o peso da sua popularidade é injeção na veia. Já os sucessos administrativos de Serra funcionam como comprimidos.”

Sérgio Guerra fez coro. “Os ajustes serão feitos com o tempo, de modo natural.” Mas nem os expoentes da campanha tucana acreditam mais. “Não creio mais na recuperação. A TV foi a grande responsável pela nossa fragilização”, disparou o presidente do PTB, Roberto Jefferson.

A constatação de fragilidade da campanha do PSDB rompeu fronteiras. Durante a semana, o jornal inglês Financial Times publicou que a campanha tucana está “caótica” e “praticamente baseada nos avanços na área de saúde”. O FT observou ainda que Serra nada tem a ver com o programa de governo tucano. “Ele deveria continuar a reforma do Estado iniciada na década de 90 por Fernando Henrique. Em vez disso, Serra permitiu que Dilma se posicionasse como a campeã da ortodoxia e da responsabilidade fiscal”, disse o texto.

Respirando por aparelhos, a candidatura Serra tentará, nos próximos dias, suas últimas cartadas para sair da UTI. Uma das estratégias é turbinar a campanha em São Paulo. Além de já ter estabelecido uma agenda conjunta entre Serra e Geraldo Alckmin, candidato favorito ao governo, os tucanos vão promover um evento, na quarta-feira 1º, para 450 prefeitos.

A expectativa é de que os representantes de municípios paulistas lotem o Credicard Hall, na zona sul da capital, e encampem o esforço concentrado para tentar levar a candidatura Serra pelo menos ao segundo turno. O esforço é válido. Mas pode ser tarde demais

vermelho com informações da IstoÉ

Rizzolo: Bem o maior problema da oposição não são as táticas políticas eleitorais, mas sim a essência da falta de propostas e discurso. Serra acreditava que poderia atacar Lula e Dilma na campanha, porém ao perceber que isso piorava sua situação passou então a tentar vincular a imagem de Lula à sua, o que ficou pior ainda. A grande questão é saber se com eleição a oposição na figura de Serra praticamente se reduzirá a pó, muitos analistas já apostam num triste fim para os tucanos, tudo evidentemente pelo simples fato de se tentar fazer oposição num contexto de um governo excelente como foi o do presidente Lula subestimando eles a inteligência do povo brasileiro.

Serra, o presidente da UNE que virou candidato da direita

O presidenciável tucano, José Serra, disse em entrevista nesta segunda-feira (10) à rádio CBN que, “sim”, é de esquerda. Mas deixou claro que não gostou da pergunta de Heródoto Barbeiro. Ela remexe um problema mal resolvido pelo ex-fundador da esquerdista AP e presidente da UNE em 1963-64, que, quase meio século depois, como o homem que virou suco, tornou-se o candidato da direita.

Por Bernardo Joffily

A pergunta foi: “O senhor é de esquerda?” E a resposta: “Do ponto de vista da análise convencional, do que é direita e esquerda, sim. Não é uma categoria que hoje em dia eu uso. Mas, como você me perguntou, sim.”

Um cacoete, duas consequências

É um vício da direita brasileira – e, no fundo, uma demonstração de fraqueza – a resistência em se assumir como tal. O presidente da França, Nocolas Sarkozy, não tem o menor problema em falar “nós, da direita”. Mas os direitistas tupiniquins são sempre “de esquerda” ou “centroesquerda”, no máximo “de centro”.

Uma consequência desse cacoete tem sido a preferência por ex-esquerdistas arrependidos na hora de se fazerem representar politicamente. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, exilado durante a ditadura, foi um caso clássico. O candidato a presidente José Serra não fica atrás.

Outra consequência é tentar aposentar a própria distinção entre direita e esquerda. Tal e qual fez Serra na entrevista, ao dizer que “não é uma categoria que hoje em dia eu uso”.

Direita e esquerda: a lição de Bobbio

A tentativa de desqualificação não é uma exclusivamente brasileira, como, ao que dizem, a jabuticaba. Depois da queda do Muro de Berlim e da União Soviética, houve um colossal esforço globalizado, da direita, para aposentar esta distinção surgida na Revolução Francesa e que desde então organiza o espectro político em todo o mundo.

Coube na época ao pensador italiano Norberto Bobbio (1909-2004), que não era nenhum bolchevique, refutar a tentativa de aposentadoria em um pequena grande livro, intitulado precisamente Direita e esquerda. Lançado em 1994, em poucos meses o livrinho vendeu meio milhão só na Itália, correu mundo e cortou o barato dos aposentadores.

Cheirinho de naftalina

Serra, pelo que falou na CBN, não leu o livro de Bobbio. Porém repete a tese que o intelectual italiano destroçou, enquanto, na caça de votos, tira do baú o velho figurino “de esquerda”, ainda que este exale um inconfundível cheirinho de naftalina e desde há muito não lhe caiba.

Não cabe porque, desde a Grécia antiga, a ‘politiké’, como atividade de condução da ‘polis”, só faz sentido pensada no coletivo. O coletivo que escolheu Serra como seu candidato presidencial – formado pelo bloco demo-tucano-midiático – é a direita, de Antonio Carlos Magalhães Neto a Bornhausen, filho, e Paulo Maluf. E a direita escolheu-o porque ele provou, em oito anos como ministro de FHC, um e meio como prefeito e outro tanto como governador de São Paulo, que governa para ela.

Perguntado pela CBN sobre o projeto privatista do PSDB, Serra disse na entrevista que isso “é trololó”, “é campanha eleitoral” e ele “não tem nada assim em vista”. Barbeiro esqueceu de perguntar-lhe porque privatizou a Nossa Caixa em São Paulo. Mas perguntou sobre a Telebrás assumir o projeto de universalização da banda larga; a resposta foi que “devia haver um debate maior” para “ver se realmente é a melhor opção”. Sobre a hidrelétrica de Belo Monte, Serra questionou por ser “inteiramente bancada pelo governo”. E sobre a Petro-Sal, disse que “não seria absolutamente necessário”, pois “podia ter ficado” o mesmo esquema de concessões petrolíferas montado por FHC.

Também sobre política externa o conteúdo da resposta foi o da direita. Sobre o Mercosul, disse que “foram fixadas metas muito ambiciosas” e “você tem que dar um passo atrás”: “Vamos ficar com o Mercosul como zona de livre comércio e vamos flexibilizar o resto”. Integração continental? Não, pois “é só espetáculo”.

Slogan de Serra é o do conselheiro Acácio

Percebe-se porém, na CBN e em todos os pronunciamentos do presidenciável demotucano desde seu lançamento um mês atrás, o enorme incômodo de Serra: ser um candidato da oposição ao governo Lula que não pode assumir que é oposição ao governo Lula.

O circo não veio abaixo porque, em quase uma hora de entrevista, ninguém fez esta perguntinha que não cala: Por que ser oposição ao governo Lula?

Assim, Serra pôde falar uma hora sem fazer uma só crítica ao presidente. Longe disso, arriscou até uns elogios. E repetiu seu provável slogan eleitoral, que é outra pérola do defensismo: “O Brasil pode mais”.

É claro que qualquer um sempre “pode mais”. Este bem poderia ter sido o lema de uma hipotética campanha presidencial do conselheiro Acácio. E São Paulo, não “pode mais”? Existiu até hoje algum governo no mundo capaz de dizer que não “pôde mais”?

Porém a direita brasileira, diante dos esmagadores, reiterados e crescentes índices de popularidade do governo, não se arrisca a afirmar que é oposição e quer mudar o rumo do país. Não se atreve a defender o seu governo, FHC, nem menos ainda compará-lo com o atual. Tenta reduzir a um concurso de biografias o que na verdade é uma disputa de projetos.

Sim, José Serra já foi de esquerda, mas isso faz quase meio século. Hoje, como em 2002, é o candidato da direita. A novidade é que, há oito anos, foi o candidato da direita na defensiva porque era da situação, devido ao desastre do governo FHC. E agora é o candidato da direita na defensiva porque é oposição, devido ao sucesso de Lula. Fará um pobre papel durante a campanha se não achar, nestes quatro meses e pouco, um discurso menos gaguejante.
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Rizzolo
: Com efeito o discurso da direita só é legitimado quando rotulado de “centro-esquerda” ou da melhor forma classificatória, dando-lhe uma veste “universalista”, desqualificando a terminologia direita e esquerda. Bem trabalhado por Bobbio, esse truque mágico da direita atual, acalenta as intenções na tomada do poder reduzindo a resistência daqueles que já descobriram o engôdo neoliberal, sempre na tentativa de se desfazer da camisa e do rótulo direitista.

Serra há muito deixou de ser desenvolvimentista, progressista ou de esquerda, representa sim a fidelidade dos grandes interesses, que confiam na sua predileção pelo privado, fazendo uso do seu antigo passado que lhe serve em última instância, para legitimar seu discurso em prol dos interesses dos grandes grupos, faz sim uso da sua antiga biografia como instrumento de rasteira ao Estado provedor, fazendo-se passar por alguém que um dia já foi, mas que apenas aos incautos é capaz de iludir…

No rádio, Serra compara Dilma ao ex-prefeito Celso Pitta

Em entrevista concedida nesta manhã à Rádio Bandeirantes, em São Paulo, o pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, negou ter tentado se descolar da imagem de FHC, disse que “não necessariamente o sucessor replica o antecessor” e citou como exemplo o ex-prefeito da capital paulista Celso Pitta, eleito com apoio do ex-governador Paulo Maluf (atual deputado pelo PP).

“Não necessariamente o sucessor replica o antecessor, mesmo se tiver sido apoiado por ele. Pode acontecer e pode não acontecer”, disse Serra, que em seguida lembrou a eleição de Pitta à Prefeitura de São Paulo. “Maluf estava bem avaliado e bancou Pitta. Pitta foi diferente de Maluf. Foi outra coisa.”

Serra negou que tente descolar a imagem da do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. “Não procurei me descolar de Fernando Henrique. Fui ministro da Saúde convidado por ele. Eu posso discutir o que eu fiz”, disse. Mesmo assim, o tucano seguiu com a estratégia de evitar comparações entre FHC e Lula. Para Serra, falar do passado nessas eleições deve ficar restrito ao currículo de cada candidato.

“Lula não é candidato, assim como não são os ex-presidentes (Fernando) Collor (atual senador pelo PTB de Alagoas), (José) Sarney (atual presidente do Congresso), Itamar Franco e Fernando Henrique. Discutir quem não é candidato não faz muito sentido”, afirmou.

Serra apontou deficiências no País nas áreas da segurança, prevenção de tragédias, infraestrutura e na questão tributária e repetiu o slogan: “O Brasil pode mais.” “Nos últimos 25 anos, o Brasil avançou. Lula também colocou muita coisa por diante. Sou de acordo com ele de que devemos dar os créditos a quem fez. E podemos fazer mais.”

Nessa linha, o tucano prometeu, mais um vez, que, se eleito, manterá o programa de transferência de renda Bolsa-Família, criado pelo governo Lula. “Eu vou manter e reforçar o Bolsa-Família porque é uma coisa que funcionou”, afirmou e gabou-se: “O programa juntou bolsas do passado. Uma delas eu criei quando era ministro da Saúde, a bolsa alimentação para mães que amamentam e para crianças pequenas.”

O presidenciável disse ainda que pretende manter o nível no debate da campanha eleitoral. “Uma coisa é responder ao que dizem a meu respeito. Outra é baixar o nível. Isso não vou fazer.”

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Rizzolo: Uma das características mais marcantes nessa eleição, é que de fato a oposição é carecedora de elencos argumentativos, ao mesmo tempo em que se vê presa à terrível imagem de FHC. Com toda cautela para que o comentário seja imparcial, muito embora como todos sabem que nesse momento apoio o governo Lula, a sutileza na insinuação de Serra na afirmação que o governo Lula foi bom , já é um reconhecimento de que de nada adianta contrapor um governo que conta com 80% de popularidade.

Agora, Serra afirmar que em termos de segurança pública falta muito a ser feito, é no mínimo hilário, pois é exatamente em São Paulo, na gestão Serra, que o PCC fez sua maior operação de guerra, colocando a população paulista em pleno terror, houve aumento da criminalidade, confronto entre Paolícia Civil e Militar, e isso o paulista o sabe. De forma que tal afirmação pode impressionar os incautos de outros locais do Brasil , por aqui não. Falta de discurso total..

Dilma: “Acabou o tempo dos exterminadores de emprego e de futuro”

A pré-candidata petista à Presidência da República, Dilma Rousseff, voltou a defender neste sábado (10), em evento realizado na sede do Sindicato dos Metalúrgicos no ABC, Grande São Paulo, um Estado forte, a serviço do “interesse nacional”. Apresentando-se como contraponto à oposição, Dilma desconstruiu o slogan da campanha de José Serra, que se lançou neste sábado como pré-candidato à presidência pelo PSDB.
“O Brasil pode mais porque nós pudemos mais”, provocou a ex-ministra. “É a diferença entre nós e eles. Eles podem e nós fazemos”, afirmou Dilma, em referência ao slogan da campanha de Serra, “O Brasil pode mais”. Sem citar nomes, Dilma disse que não pediria para as pessoas esquecer o que ela fez. “Vocês não me verão pedindo que esqueçam o que afirmei ou escrevi”, afirmou, em referência ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que teria dito a frase.

A pré-candidata também fez um ataque indireto a Serra ao dizer que pode apanhar, mas não sucumbe. “Não fujo quando a situação fica difícil. Eu não tenho medo da luta. Posso apanhar, sofrer, ser maltratada, mas estou sempre firme com minhas convicções. Em cada época da minha vida, fiz o que fiz por acreditar no que fazia. Só segui o que a minha alma e o meu coração mandavam. Nunca me submeti. Nunca abandonei o barco.”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que também participou do evento, partiu para o ataque. Mostrando-se bem informado sobre o evento realizado em Brasília para lançar a pré-candidatura de Serra, Lula disse que “o momento auspicioso foi quando o ex-governador de Minas [Aécio Neves] disse que é preciso reforçar as privatizações. Foi o momento de maior aplauso na festa dele”.

“Se não fosse o Banco do Brasil, a Caixa Econômica, o BNDES, nós teríamos sucumbido na crise”, declarou Lula. “Foi preciso um metalúrgico, socialista, para ensinar esse povo como fazer o capitalismo”.

Já Dilma referiu-se às privatizações ao afirmar que não deixaria que o patrimônio nacional “dilapidado e partido em pedaços.” “Não vou destruir o Estado, diminuindo seu papel a ponto de tornar-se omisso e inexistente”, disse, voltando a chamar a oposição de “viúvas da estagnação”.

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Rizzolo:O interessante é que a oposição não consegue esconder seu jogo, onde o objetivo principal é privilegiar o capital, as privatizações, o fim do Estado desenvolvimentista. Não há dúvida que quando a candidata Dilma diz “ eles podem , nós fazemos” está se referindo à determinação do governo na implementação dos programas sociais, sem restrições, coisa que a oposição já acena ou sinaliza que quer acabar. E é disso que os pobres tem medo, do retrocesso, do egoísmo social, da desesperança. É bem verdade que a oposição necessitar adequar o discurso de forma a não falar claramente suas intenções neoliberais, mas foi-se o tempo em que o povo comprava conversa mole. Num contexto maior, envolvendo a figura de Serra, nos dá impressão que ele sai candidato com resignação, consciente que é sua ultima oportunidade, mas que sabe que vai para o matadouro, para a derrota inevitável.

A Oposição e a Estabilidade Política

Muito embora a janela do escritório fosse do tipo “antirruído”, naquela tarde de 1998 o carro de som e as palavras de ordem tiravam minha concentração ao elaborar uma contestação judicial que deveria ser entregue no fórum, no dia subsequente. Como quem já soubesse que se tratava de uma passeata sindical, fui até a janela e olhei a multidão que caminhava com cartazes na avenida Paulista, centro financeiro de São Paulo.

Os sons do microfone, a voz estridente, o volume nas alturas já faziam parte do cenário do segundo mandato do governo do tucano Fernando Henrique Cardoso (1998-2002) As greves e a instabilidade política sindical eram corriqueiras e exigiam uma nova postura do governo. Hoje, ao olharmos para trás e observarmos a calmaria reivindicatória que nos envolve, vemos que o Brasil realmente mudou.

Os sindicatos, apesar de estarem muito mais estruturados, fortes e segmentados, parecem estar sofrendo de determinada “dormência reivindicatória” e pactuados com o governo federal do ponto de vista ideológico. Em contrapartida, alegar que essa condição não produz certo bem-estar e real estabilidade política ao país é não reconhecer os avanços do governo Lula no que diz respeito ao diálogo em relação à flexibilização das ideias, na construção de uma sociedade representativa e mais justa.

A grande questão que devemos analisar nas eleições de 2010 é a objetiva capacidade da oposição, se vencedora, de se alinhar aos anseios sindicais, de ter verdadeira postura à dignidade do trabalhador e, principalmente, de ser capaz de fazer o que o governo Lula fez nas relações de trabalho. Todos sabemos que a maioria das grandes centrais sindicais deverá apoiar a ministra Dilma, que representa a continuidade desse entendimento.

Portanto, talvez devêssemos analisar até que ponto a oposição do país será capaz de ter a devida governabilidade social, hábil em nos proporcionar a tranquilidade sindical tão necessária, expressa na calmaria e na estabilidade política, para que possamos perpetuar esse gosto pelo desenvolvimento, sem as turbulências e violências reivindicatórias tão comuns na era FHC. As conquistas dos trabalhadores não possuem caminho de volta, e com certeza um retorno ao passado, pela falta de diálogo, influenciaria a economia, a vida e os ouvidos da população e principalmente as antigas janelas antirruído, que já algum tempo atrás se tornaram desnecessárias para esse tipo de barulho popular.

Fernando Rizzolo

Com polarização, pesquisas devem selar futuro de Serra

SÃO PAULO – Na opinião de interlocutores, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB) – que ontem anunciou a renúncia à disputa da pré-candidatura ao Planalto contra o governador paulista, José Serra -, admitiu que no atual cenário não teria chances de ser escolhido como candidato do PSDB à Presidência da República. Saindo da disputa, automaticamente cria a polarização entre Serra e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT). Se a ministra crescer, o paulista poderá acabar preferindo a confortável candidatura à reeleição em São Paulo. Assim, estaria criada a oportunidade para que Aécio fosse chamado de volta para a corrida sucessória.

A desistência foi vista pelos aliados dos tucanos como “investimento futuro” de Aécio: o governador de Minas empurrou Serra para a condição de candidato de facto do PSDB contra Dilma. Agora, as pesquisas não terão mais de um nome tucano na lista e dirão quem, entre Serra e Dilma, está subindo ou descendo nas intenções de voto.

Na pior das hipóteses, Aécio ganhou tempo para coordenar a campanha em Minas e forçou Serra a assumir a montagem das alianças nacionais em torno de sua candidatura presidencial. “Aécio jogou com as brancas. Fez o movimento de ataque. Agora, começou o jogo”, diz um de seus principais aliados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
agencia estado

Rizzolo: Entendi como sábia a decisão do governador Aécio. De qualquer forma, a polarização irá beneficiar o PT que terá o desenvolvimentismo versos o atraso e o neoliberalismo, sendo que tampouco terá a seu favor os argumentos de ética e probidade, até porque seus aliados como DEM, estão mergulhados na lama com Arruda. Agora, Serra é competente, obstinado, tem experiência, mas carrega consigo alguns defeitos como o exclusivismo, o poder centralizador, e pouco carisma; aliás entre Serra e Dilma é difícil distinguir quem é mais ” carismático”. Vai valer a leitura que povo irá fazer da administração petista; o grande perigo é o PT acreditar na transferência de votos. Por final entendo que Dilma terá que se transformar em popular, visitar mais São Paulo e Minas, e tentar ser tudo o que o Serra já foi num curto espaço de tempo. Vamos ver.

Lula ganha de ‘400 a zero’ do governo FHC, diz Dilma

RIO DE JANEIRO – A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) afirmou nesta terça-feira que o governo Lula ganha “de 400 a zero” do governo de Fernando Henrique Cardoso, em resposta a críticas feitas pelo ex-presidente e pelo governador de Minas Gerais, Aécio Neves.

Segundo ela, até 2002 o Brasil estava estagnado e é uma covardia comparar o governo FHC com o de Lula.

“Tudo o que a oposição não quer é que nós comparemos o governo do presidente Lula com o governo anterior, porque o governo anterior perde de 400 a zero. Na crise, eles aumentavam tributo, juros, reduziam investimento e deprimiam o Brasil. Nós diminuímos juros, tributos e aumentamos investimentos”, disse a jornalistas na cerimônia de batismo de um navio em Niterói.

A ministra e pré-candidata do PT à Presidência da República afirmou que o atual governo pegou o gosto de fazer analogias com a gestão tucana.

“Eu entendo perfeitamente o nervosismo da oposição… Agora pegamos o gosto da comparação. Tudo o que nós queremos é comparar. O nosso povo sabe comparar na própria carne, no testemunho da sua vida cotidiana.”

Dilma também disse que o avanço do país depende da continuidade do governo Lula. “Juntos vamos mudar a trajetória do nosso país. O presidente Lula já começou a mudar. Para nós, a continuidade do governo do presidente Lula significa avançar cada vez mais”, disse.

“O pré-sal abre uma perspectiva muito grande para o Brasil e vai gerar milhões de empregos”.

agência estado

Rizzolo: A grande dúvida entre o povo, é o fato de que a oposição no governo não dará continuidade aos avanços sociais. Existe uma lógica para tal receio, vez que na época de FHC jamais houve um verdadeiro compromisso como os pobres, com os esquecidos, com os jovens; havia sim uma disposição ao capital, à privatização, às prioridades dos interesses internacionais.

Por tal motivo é claro, que não fica difícil a comparação, posto que as diferenças sempre foram gritantes. A política desenvolvimentista, aliada ao capital, fazendo com que o Estado dirija os investimentos dando o tom nas prioridades sóciais, é a marca diferencial do governo Lula. É isso aí ” 400 a zero”, concordo com Dilma.

Bate-boca no Senado é de ‘envergonhar’, diz FHC

SÃO PAULO – O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse estar envergonhado pelo bate-boca ocorrido ontem no Senado entre aliados e opositores do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP). “Os diálogos são de arrepiar, de envergonhar”, disse, após participar de um evento da revista Seleções na capital paulista. “Para a população fica como uma troca de desaforos e dá a sensação de que todos são iguais, todos são ruins”.

FHC apontou como responsáveis para dar um fim à crise os líderes partidários e o próprio presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. “Alguém tem de ter uma postura separada do dia a dia e apontar o caminho da solução.” Apesar disso, Fernando Henrique condenou as interferências feitas até aqui por Lula no Congresso. “Ele que faça como queira, eu não interferiria dessa maneira. Acho errado.”

O ex-presidente evitou tomar posição contra ou a favor da renúncia de Sarney, que vem sendo pedida pelos líderes do PSDB no Senado. “Não vou entrar nessa questão, pois é um problema que eles precisam resolver”, disse. “É preciso um esforço para acabar com essa crise. Se isso for a custa de renúncia, as pessoas devem entender.”
agência estado

Rizzolo: Só não entendi porque FHC não foi mais conclusivo em relação à renúncia de Sarney. Ser reticente a esta questão demonstra o quanto este país não tem oposição. O bate boca com direito ao espetáculo de ” caras e bocas” de Collor, não impressiona mais ninguém ao revés, nos leva a uma maior indignação em relação à classe política brasileira. Tanta luta pela democracia, para termos isso ?

Publicado em últimas notícia, banqueiro Joseph Safra e Sarney, Blog do Rizzolo, Brasil, comportamento, Conselho de Ética já tem 11 pedidos, corrupção, cotidiano, CPI da Petrobras, Crise do Senado e Sarney, crise moral atinge o Senado, crise moral no Congresso, economia, eleições 2010, fora Sarney twitter, geral, licenciamento de Sarney, Lula 'quer distância' de Sarney, Lula defende Sarney, Lula fecha olhos para escândalos quando lhe convém, maçonaria, News, notícias, OAB/RJ contra Sarney, Política, Popularidade 'medíocre' de Dilma, Principal, Sarney, Sarney anula o 663 atos secretos, Sarney anula os atos secretos, Sarney autoriza Ministério Público a investigar, Sarney denuncia da Veja, Sarney e o equívoco do contador, Sarney eo Senado, Sarney oculta casa da Justiça Eleitoral, Sarney tinha conta no exterior. Tags: , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , . Leave a Comment »

Lula ‘atropelou’ o PT para indicar Dilma, diz FHC

SÃO PAULO – O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou nesta quinta-feira, 7, que o PT foi “atropelado” pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na definição da candidatura à sua sucessão. Em entrevista concedida à Agência Estado, antes de participar da Conferência do Estoril sobre globalização, em Portugal, FHC exemplificou com o que ocorreu com o Partido Revolucionário Institucional (PRI), do México, vencedor da revolução de 1917 e que durante dezenas de anos foi hegemônico no país. “Não foi o PT quem decidiu o candidato. Foi o Lula que decidiu quem é o candidato. Nós voltamos a uma situação como no México, que é o destapar o tapado. Foi o presidente que atropelou o PT e colocou a Dilma (ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff) como candidata”, afirmou.

Ainda nas críticas ao PT, FHC disse que falta uma mensagem política para o PT. “Num País como o nosso, com 100 milhões de eleitores, com partidos que não são muito organizados, a eleição depende muito da mensagem do candidato. Hoje, a mensagem do candidato do presidente Lula é o Lula”. Ele considera que a popularidade do presidente Lula não é fundamental nas eleições de 2010. “É uma questão que vai depender da transferência (dessa popularidade). Depende também de saber se vai durar, o que está relacionado com a situação econômica. E, pelos dados que nós temos até hoje, não há transferência. Nas municipais não ajudou muito.

Fernando Henrique acredita que a definição dos candidatos para a Presidência só vai ocorrer a partir do começo de 2010. “Acho que o jogo político não está montado ainda, o povo ainda não está alerta para a eleição. Acho que a situação só vai ficar clara no ano que vem e vamos ver quais potenciais candidatos terão realmente uma mensagem para o País”, afirmou.

Tucanos

Sem tomar um partido na disputa entre os governadores de São Paulo, José Serra e de Minas Gerais, Aécio Neves, FHC salientou que o governador mineiro tem de ser levado em conta. “Nós temos que entender que Minas tem uma reivindicação importante. Você não pode simplesmente dizer que vamos dispensar Minas. Não é só o Aécio, é Minas. Então tem que chegar a uma solução com o apoio efetivo de Minas e de São Paulo”.

Questionado se acreditava numa chapa ”puro-sangue” do PSDB (Serra e Aécio), respondeu: “Não é questão de acreditar. Temos de ver se é possível. Primeiro, não sei se interessa a um dos dois ser vice. Não sei se não existem mais vices que poderiam dar mais força. Não é uma coisa que assuste a mim. O Brasil está de tal maneira que as pessoas não vão votar por partidos, vão votar por pessoas. E o presidente Lula transformou mais ainda o jogo político brasileiro numa coisa personalista.”

A respeito do apoio do PMDB, disputado pelo PT e pelo PSDB, Fernando Henrique explicou a discussão dentro desse partido. “O PMDB é um partido amplo, de enraizamento local e que vai ter que discutir muito as questões locais para poder ver com quem ele se alia. Além disso, o PMDB é um partido sensível às pressões do governo federal, até porque está muito entrosado. Não sei para qual dos dois desses polos ele vai pender mais fortemente”, afirmou FHC. “Provavelmente, o que vai acontecer é o que acontece sempre: vai se dividir. Uma parte apoia um setor e outra parte apoia outro setor. Acho que a decisão vai ser em função de dois fatores: a força do governo federal, para oferecer mais, e os interesses eleitorais dos Estados, para saber que aliança é mais vantajosa”, completou o ex-presidente.
agência estado

Rizzolo: Bem, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso assinala que Lula atropelou o PT na escolha de Dilma. Pessoalmente, entendo que assim o fez, em função da sua popularidade. Com efeito, no final o PT resignado em alguns setores, achou por bem aceitar a candidatura de Dilma como a ideal. Ocorre que agora, com a doença da ministra tudo pode se inverter, inclusive a volta de uma corrente petista que insiste na reeleição, através de uma emenda constitucional.

É verdade também, que o personalismo impera na política brasileira, e a que ainda existem dúvidas sobre a real capacidade de Lula transferir votos. Diria que Lula atropelou o PT, mas o PT o perdoou em função da falta de opção e pela sua enorme popularidade, mas isso pode mudar. Talvez com esta afirmação FHC quer atrair a simpatia de petistas desgostosos. Difícil empreitada, hein .

FHC diz que Lula já faz campanha e ameaça ir ao TSE

RIO – O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou nesta quarta-feira, 11, que o presidente Lula está em campanha e o PSDB estuda pedir uma autorização ao Tribunal Superior Eleitoral para o partido entrar na campanha pela presidência da República em 2010. “O presidente já está com a candidata andando pelo Brasil todo, mas a legislação não permite. Ele faz o que quer. Nós, se lançarmos candidato agora, vem processo em cima”, declarou Fernando Henrique, na abertura da 3ª Reunião da Comissão Latino-americana sobre Drogas e Democracia.

Indagado se o PSDB estaria demorando a definir a candidatura, o ex-presidente disse que Lula “é que está se precipitando”. “O presidente da República está em campanha, acho que não está na hora. Não quero entrar em campanha, quero respeitar a lei. Existe um calendário”, disse. “Se o presidente Lula continuar forçando antecipar a eleição, vamos ter que pedir uma autorização ao Tribunal”.

Agência Estado

Rizzolo: Primeiro o PSDB deveria antes de mais nada definir um candidato. O PT já o tem, Dilma Roussef. Lula é o presidente da república, e como presidente pode transitar no território nacional, inaugurar obras, e apontar quem será seu sucessor. Concordo que há exageros por parte do PT, tenho críticas, restrições, mas Lula é sem dúvida, um grande estadista. Lula já se descolou do ponto de vista partidário do PT, e seu prestígio, sua popularidade, é personalíssima; não é o PT, ou partido, o povo enxerga Lula, como comandante da nação.

Só para concluir, FHC deveria fazer sim um mea – culpa, por ter prejudicado tantos aposentados no Brasil com perverso fator previdenciário por ele criado. O fator previdenciário, como todos sabem, foi o principal ponto da reforma da Previdência feita pelo governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Isso sim deveria ele comentar .

FHC cobra postura externa mais ousada do Brasil

RIO – O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu hoje que o Brasil assuma posições mais ousadas na política exterior com ambições além de uma potencia regional. No seminário “Os desafios da Política Externa Brasileira”, comemorativo dos 10 anos do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), Fernando Henrique disse que o Brasil precisa deixar de lado “as calças curtas” e se preparar para atuar como adulto nas relações internacionais.

“O Brasil não pode ter medo de assumir posições por causa da solidariedade com outros países”, afirmou o ex-presidente. Um dos campos em que o País deve ser mais ambicioso, segundo Fernando Henrique Cardoso, é o do meio ambiente. No evento, o ex-presidente se recusou a dar declarações sobre a política interna brasileira.
Agência Estado

Rizzolo: Bem quem acompanha este Blog sabe que tenho dito há muito tempo com insistência, que essa política de ” solidariedade latino americana ” está custando caro ao Brasil. Não podemos nos assemelhar aos discursos Chavistas, apoiando inconteste a esquerda latino americana. O que ocorre hoje é que o Brasil, capitaneado por segmentos da esquerda petista e outras esquerdas retrógradas, amarram o Brasil. Fazem com que a política externa se torne tímida, policiada, até porque, na visão deles, ” não podemos magoar Chavez “. Imaginem, o que o socialismo bolivariano, as esquerdas pensariam de nós.

O que FHC diz, quando se refere ao ” medo de assumir posições por causa da solidariedade com outros países” é exatamente isso. A ousadia na postura externa é termos desenvoltura, firmeza,
coragem na defesa dos nossos interesses. Agora se você diz isso a alguns segmentos da esquerda, você é um ” serviçal do império”, ou você tem “contradições”, ou um “judeu imperialista”, é aquela coisa antiga, dos anos 50, meio Che Guevara, ao som de Chico.

A última agora é cumprimentar mal, estive num evento outro dia, num sindicato, – não vou citar qual e aonde – e dois representantes famosos, mas muito famosos, de um segmento da esquerda petista brasileira, me cumprimentaram mal, meio que dizendo. Ah! É você o Rizzolo é? Só não gostaram quando a pessoa mais importante do evento, citou minha presença na tribuna, alto e em bom som. Problema deles, pelo menos ela é educada, fina, e um dia ainda pode vir a ser Presidente da República.

FHC compara caso Yeda à denúncia contra Lula

O FHC compara caso Yeda à denúncia contra Lulacomparou a investigação sobre a evolução patrimonial da governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), a denúncias feitas contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a campanha eleitoral de 1994.

“Quando o presidente Lula [era candidato] em 1994, fizeram uma denúncia sobre o apartamento. Eu não acho que o presidente Lula seja uma pessoa que não tenha uma vida correta. A mesma coisa eu digo da governadora Yeda. Agora, os fatos têm que ser apurados”, disse FHC, em Porto Alegre, após receber uma comenda do governo gaúcho.

Entre 1989 e 1997, Lula morou em uma casa em São Bernardo do Campo emprestada pelo advogado Roberto Teixeira. O advogado, que é compadre do presidente, foi investigado nos anos 90 por uma sindicância do PT sobre a acusação de que usava a relação com o petista para conseguir contratos com prefeituras do partido.

Este ano, seu nome apareceu em um suposto caso de tráfico de influência na venda da Varig e da VarigLog para o fundo americano Matlin Patterson.

Yeda está sendo investigada pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) do Rio Grande do Sul por ter comprado em 2006 a casa onde vive por R$ 750 mil _valor superior à declaração de bens apresentada antes da campanha (R$ 674 mil). Yeda nega irregularidades.

Pré-sal

FHC disse que seria “colocar o carro na frente dos bois” a criação de uma nova estatal para cuidar apenas das reservas de petróleo da camada do pré-sal. Segundo ele, o governo deveria se concentrar em promover mudanças no marco regulatório da exploração de petróleo.

“Não sei se devia fazer outra empresa para explorar. Precisa modificar e adaptar a legislação às novas circunstâncias porque é uma riqueza muito grande, não adianta colocar o carro na frente dos bois”, afirmou.

Eleição

O ex-presidente disse que evitaria fazer campanha nas eleições deste ano, exceto em São Paulo, sua base eleitoral. Sobre 2010, FHC disse que atuaria como “pacificador” na disputa entre os governadores José Serra (SP) e Aécio Neves (MG) pela indicação do presidenciável tucano em 2010.

Folha online

Rizzolo: Bom, no que diz respeito a Yeda o caso tem que ser apurado com o devido rigor. A verdade é que a classe política no Brasil seja ela do PT, PSDB, ou de qualquer outro partido está por demais comprometida pela má formação moral da maioria dos políticos. Temos que recompor o Congresso com novos políticos, novos ideais, com fortes conceitos de ética. Mas o que me atem à matéria é o posicionamento coerente de FHC em relação à questão de uma nova estatal. O bom senso nos leva a não criar outra empresa, vez que há possibilidade, de modificar e adaptar a legislação às novas circunstâncias. Neste esteio de pensamento, no qual comungo com a posição de FHC, escrevi um artigo na Agência Estado sobre o Pré – sal e uma eventual nova estatal. Leia: “ Esvaziando os barris da Petrobras “.

Aliado de Dirceu foi quem vazou o dossiê FHC

A Polícia Federal e a sindicância interna da Casa Civil identificaram o secretário de Controle Interno do órgão, José Aparecido Nunes Pires, como o vazador do dossiê elaborado no Palácio do Planalto com gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
As duas investigações descobriram que houve uma troca de e-mails entre José Aparecido e o servidor do Senado André Fernandes, assessor do tucano Álvaro Dias (PSDB-PR).

Aparecido é militante histórico do PT. Foi levado para a Casa Civil por José Dirceu, o antecessor da ministra Dilma Rousseff. Funcionário de carreira do Tribunal de Contas da União, assessorou vários deputados petistas em CPIs, entre eles Dirceu, cassado em 2005 no escândalo do mensalão.

Os e-mails entre Aparecido e o assessor do senador tucano trazem conversas de natureza pessoal. Não fazem menção ao dossiê confeccionado dentro do Planalto ou ao levantamento das contas do governo passado. Mas, segundo a Folha apurou, tanto a PF como a sindicância interna têm provas de que foi anexada em uma dessas mensagens, datada de 20 de fevereiro, a planilha em Excel de 28 páginas com gastos editados e comentados de FHC, Ruth Cardoso e ex-ministros.

Na semana anterior ao vazamento, havia sido iniciada a montagem do dossiê por ordem de Erenice Guerra, secretária-executiva da Casa Civil e braço direito da ministra Dilma.

Leia a matéria completa, com extratos dos e-mails e entrevistas com os envolvidos na edição impressa da Folha desta sexta-feira, dia 9.

Outro lado

Procurada pela reportagem da Folha Online, a Casa Civil informou que não vai se manifestar sobre o caso. A pasta aguarda o final das investigações da PF e da sindicância interna sobre o caso para se pronunciar.

Dirceu informou por meio de sua assessoria que não vai comentar o caso. Álvaro Dias não foi localizado para falar sobre o vazamento.
Folha online

Rizzolo: Novamente José Dirceu volta à cena; os personagens dessa história já são bem conhecidos pelo povo brasileiro, e como não poderia deixa de ser petistas. O que precisamos refletir é a questão moral que assola o partido dos trabalhadores que é na realidade o governo. Por outro lado, como sempre digo, o pobre povo brasileiro, aquele trabalhador que em virtude do melhor desempenho econômico do País se encontra com maior poder aquisitivo, não lê jornais, não sabe o que é o dossiê, não entende o que significa a Casa Civil, mas sabe sim que Lula melhorou sua vida, e apóia o governo porque desconhece na sua ingenuidade o bem e o mal

A democracia é sagrada e só através da educação é que podemos transformar esse trabalhador em alguém crítico, com discernimento. Enquanto isso os personagens José Dirceu, o PT, e outros voltam à cena fazendo com que a crise moral continue assolando o País, ao mesmo tempo em que o povo humilde aplaude o presidente Lula. Tenho pena do povo brasileiro.

Na íntegra, o dossiê contra o casal FHC

A VEJA revelou há duas semanas a existência de um dossiê montado pelo governo sobre despesas sigilosas do casal Fernando Henrique e Ruth Cardoso na época em que ele morava no Palácio da Alvorada.

Na semana passada, a Folha de S. Paulo publicou que o dossiê foi produzido por auxiliares da ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil.

Tanto a VEJA quanto a Folha citaram algumas informações reunidas no dossiê. Mas nenhum veículo até hoje o publicou na íntegra – sequer parcialmente.

É o que faz agora este blog ( Noblat). Clicando no pé desta nota, você poderá conhecer na íntegra o dossiê que circulou no Congresso e que foi vazado pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR).

Limitei-me a escanear o dossiê. E a inserir o logotipo deste blog entre cada uma de suas páginas.

O dossiê lista 35 despesas feitas pela ex-primeira-dama Ruth Cardoso. Elas ultrapassam por pouco a casa dos R$ 53 mil.

Por sinal, dona Ruth é o nome mais ilustre citado nas 13 páginas de planilhas com gastos dos anos de 1998, 1999 e 2001. Não aparecem gastos referentes a 2000 e 2002.

Com exceção de um porta-retrato no valor de 100 dólares dado de presente a um oficial colombiano, as demais despesas de dona Ruth têm a ver com o aluguel de carros.

Como adiantou, ontem, o blog, existe uma parte do dossiê que permanece inédita.

Segue, aqui, a íntegra do dossiê que tem causado tanto barulho dentro e fora do Congresso. Duas das 13 páginas foram reunidas em uma só.

Você poderá abrir o arquivo só para ler ou baixá-lo se preferir. Aumente o tamanho das letras para ler melhor.

Fonte: Blog do Noblat

Rizzolo: Olha, tirando o Mercadinho La Palma , e os Cafés Finos, esse dossiê não diz muita. Contudo acredito que como base para criar um clima intimidatório serviu. A teoria de que foi elaborado pela oposição é uma balela, agora o importante, não é saber que foi o ” espião”, mas quem o elaborou, e a mando de quem. De qualquer forma, é triste saber que no cerne da questão ninguém sequer ainda chegou, ou seja, abrir as contas da atual Presidência da República. O pior dessa amoralidade toda, é a baixeza política de cunho constrangedor. Com efeito, isso me parece uma manobra diversionista petista, para voltar a atenção ao passado, tirando do foco o que realmente deveria se apurar, ou seja, a presente gestão petista. A questão principal é a seguinte: A mando de quem foi elaborada essa peça constrangedora ? Eu desconfio de um pessoa, de uma “mãe”. E você ?

FHC diz que Lula deve seguir seu exemplo e divulgar gastos

Ex-presidente chama de ‘guerra suja’ acusação de que seus gastos têm irregularidades e quebra próprio sigilo.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso aconselhou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a seguir o seu exemplo e divulgar os gastos da Presidência, em entrevista à rádio CBN nesta quarta-feira, 26, e chamou de “guerra suja” as acusações de que os gastos à época em que foi presidente teriam irregularidades. Na última terça à noite, FHC autorizou a quebra do seu próprio sigilo.

A decisão foi tomada após reportagem da revista Veja desta semana, segundo a qual o governo teria preparado um dossiê sobre gastos do ex-presidente para intimidar tucanos na CPI dos Cartões. A denúncia provocou uma série de negativas do Planalto e acirrou os ânimos na comissão, que agora cobra a quebra de sigilo de Lula e planeja convocar a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, para falar sobre o suposto dossiê.

Segundo FHC, a quebra de seu próprio sigilo é para “acabar com essa sensação de que tem algo de podre no reino da Dinamarca”. Se teve algo de podre, é longe de mim”, disse. O ex-presidente defendeu ainda punição caso seja comprovada alguma irregularidade. “Que se puna, mas não se pode fazer guerra suja. Por isso, pedi para abrir tudo de uma vez”.

FHC disse ainda na entrevista não considerar “violação de privacidade” a divulgação de seus gastos, mas chamou de “calúnia” reportagem da revista Veja que cita gastos com garrafas de champagne no início do segundo mandato. “Nem sei quem comprou (as garrafas) nem vi a ordem. Talvez tenha sido para a festa de posse da reeleição. Confundir isso como gasto pessoal é uma calúnia, dizer que fulano gastou para o seu bel prazer é errado”, afirmou.

Agência Estado

Rizzolo: Realmente essa postura do governo de insinuar gastos irregulares no governo FHC para que lá frente se negocie a não abertura das contas dos gastos pessoais de Lula, é no mínimo um ato deplorável. Com efeito, o fato de FHC ter autorizado a quebra de seu próprio sigilo, induz ao presidente Lula que se faça o mesmo, até porque essa postura de Lula justificar o seu sigilo através de argumentos constitucionais injustificáveis e não cabíveis de ” segurança nacional”, é extremamente antiético, amoral, e não condizente a um homem público. Concordo plenamente com FHC, que se escancare as contas pessoais do presidente Lula, e que de uma vez por todas se dê abrigo a uma postura ética e de trnsparência comum nas melhores democracias.

Lula diz que dossiê contra FHC é ‘mentira’; Dilma liga para Ruth

Denúncia da ‘Veja’ diz que ex-presidente e sua mulher tiveram gastos bisbilhotados nos anos de 1998, 2000 e 2001

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira, 24, que “é uma mentira” a reportagem da revista Veja segundo a qual o Palácio do Planalto teria elaborado um dossiê sobre os gastos com cartões corporativos feitos no governo Fernando Henrique Cardoso (FHC). “Se não fiz dossiês em 2005, na época em que precisava fazer enfrentamentos, por que os faria agora. A quem pode interessar isso agora?”, disse Lula. As declarações do presidente foram feitas na reunião desta segunda do Conselho Político, no Palácio do Planalto, segundo o senador Renato Casagrande (PSB-ES) e o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS).

Ainda no esforço para desmentir a história, a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, telefonou também nesta segunda para a mulher do ex-presidente, a antropóloga Ruth Cardoso, assegurando que o governo não montou dossiê sobre despesas dela, à época em que era primeira-dama (1995-2002), com cartões corporativos. Foi o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quem informou sobre as explicações de Dilma a Ruth. Na reportagem da Veja, o ex-presidente e sua mulher tiveram os gastos bisbilhotados nos anos de 1998, 2000 e 2001, todos efetuados com a chamada conta B, um fundo de despesas que antecedeu a criação dos cartões corporativos.

Lula afirmou que o governo vai se dedicar “muito” para saber quem vazou documentos sigilosos citados na reportagem da revista. Ainda foi lida, durante o encontro, uma nota divulgada no sábado pela Casa Civil, em que o Planalto nega a autoria do suposto dossiê. Diante da ameaça de integrantes da oposição de abandonar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Cartões, caso os governistas insistam em manobras que impeçam a votação de requerimentos que pedem a quebra de sigilo, o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) disse que se afastar das investigações é “legitimar a farsa”. “Se o governo deixar claro que não quer investigar, o PSDB tem de estar vigilante na CPI para denunciar a operação. Abandonar a comissão vai nos colocar na posição de coadjuvantes da farsa”, disse.

Agência Estado

Rizzolo: Essa questão do dossiê é séria. Prova disso é que o presidente Lula chegou ao ponto de pedir para que a ” mãe do Pac” telefonasse para a antropóloga Ruth Cardoso. Ora, ninguém vai chegar às raias de pegar um telefone e dar explicações sobre algo que sabe não ter existido. Na minha opinião há sim um dossiê intimidatório. Para casos como este em questão, a oposição deve ir às últimas conseqüências, sair à frente e abrir as contas de FHC com intuito de fazer com que Lula se sinta constrangido e passe a aceitar a investigação sobre seus gastos.. Agora, ” se dedicar muito para saber quem vazou as informações ” como afirma Lula, é no mínimo ser réu confesso. Não há outra saída para a oposição a não ser em insistir para que as contas sejam abertas.

O próprio ministro Tarso Genro admitiu que existe um levantamento minucioso dos gastos do governo Luiz Inácio Lula da Silva e do anterior, mas por razões de Estado, não para chantagear a oposição. “O objetivo é levantar dados universais que estejam disponíveis para o Congresso, o Judiciário e os órgãos de fiscalização do Estado.” Por favor ! Depois alega que não há dossiê, isso só pode ser uma brincadeira petista, não é?