Indústria cresce 0,8% em outubro sobre um ano antes e fica abaixo do esperado

A produção industrial brasileira cresceu 0,8% em outubro, em relação ao mesmo mês do ano passado, informou nesta terça-feira o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

É a menor taxa desde dezembro de 2003, quando a expansão havia sido de 0,3%. Na comparação com setembro, a atividade caiu 1,7%.

Os números estão aquém do esperado por economistas, segundo pesquisa feita pela agência Reuters de informações. Analistas ouvidos pela empresa previam expansão de 2,7% em relação a outubro do ano passado e queda de 0,3% em comparação com setembro.

De janeiro a outubro, a produção teve crescimento de 5,8%; nos últimos 12 meses, de 5,9%.

Ainda, o IBGE revisou para baixo os dados de agosto e setembro. No oitavo mês do ano, a produção industrial caiu 1,5% ante julho, e não 1,2%, como informado anteriormente. Em setembro, houve aumento de 1,5% sobre agosto, em vez de 1,7%.

Bens duráveis caem mais

De setembro para outubro, a queda foi liderada pelo setor de bens de consumo duráveis, que registrou uma retração de 4,7%. Este era um dos segmentos que mais vinham crescendo ao longo de 2008. Mesmo com a queda em outubro, a alta acumulada no ano é de 10,5%.

Os bens intermediários foram o segundo item com maior recuo entre setembro e outubro (de 3%). Os bens de consumo semiduráveis e não duráveis tiveram retração de 2,2%.

Os bens de capital – aqueles usados para produção de outros bens – foram os que menos sofreram na passagem de setembro para outubro, com um recuo de apenas 0,5%. Esse item, no acumulado do ano, está disparado na frente dos demais, com crescimento de 18,4%, bem acima da média geral da indústria (5,8%).

Na comparação entre outubro de 2008 e o mesmo mês de 2007, os bens de capital registraram taxa de crescimento de dois dígitos, de 15,8%. Os bens de consumo duráveis declinaram 1,5%, menor taxa desde fevereiro de 2007 (-2,6%), mas os semi e não-duráveis subiram 0,6%. Bens intermediários apresentaram queda de 2,4% perante outubro do ano passado.

Setores
Conforme o levantamento do IBGE, 15 dos 27 ramos analisados registraram queda na produção na passagem de setembro para o mês seguinte. As categorias mais prejudicadas foram “produtos químicos” (-11,6%), “refino de petróleo e produção de álcool” (-9%) e “máquinas e equipamentos” (-5,2%).

Perante outubro de 2007, quando a atividade da indústria brasileira avançou 0,8%, 12 dos 27 segmentos estudados tiveram crescimento. Chamaram atenção “equipamentos de transporte”, com elevação de 63%, “indústria farmacêutica”, que teve expansão de 28,2%, e “máquinas e equipamentos”, com ampliação de 6,3%.

(Com informações de Reuters e Valor Online)

Rizzolo: Na realidade o que houve no mês de outubro foram muitos cancelamentos de pedidos, e a indústria naturalmente, foi obrigada a reduzir a produção. A questão da escassez de crédito atingiu a todos os segmentos. O setor de bens de capital caiu 4,7%, por exemplo. Este, é o setor justamente mais sensível às variações do dólar e ao estancamento do crédito. São bens de maior valor agregado. Quem tinha produção mensal constante foi obrigado a parar. Acredito que em novembro haverá nova retração da produção industrial, dessa feita, em escala maior.

A notícia de que os EUA estão oficialmente em recessão, contribui para que o cenário brasileiro piore. O número mais relevante de ontem nos EUA foi um indicador de que a crise talvez dure outro ano: o ISM industrial, o índice que dá a tendência de produção nas fábricas, a partir de uma pesquisa entre os encarregados de compras despencou a 36%, o pior desde 1982, final da feia recessão.

Dados mostram que a recuperação dos EUA se dará apenas no segundo semestre de 2010. Nós aqui no País da ” marolinha”, estamos nos preparando para tomar um “caldo” de uma grande que se aproxima. E tem gente que ainda acredita que não houve nada de errado no caixa da Petrobras, para ter que recorrer ao empréstimo da Caixa, uma estatal ” inchada” onde a gestão é baseada no empreguismo e no descontrole financeiro.

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‘Aura invencível’ dos principais emergentes evaporou, diz ‘FT’

LONDRES – A crise financeira está levantando questionamentos sobre a administração de recursos baseada no conceito dos Brics, grupo que inclui Brasil, Rússia, Índia e China, aponta o FT.com. As grandes diferenças existentes entre esses quatro países agora começam a ser colocadas em xeque por gestores no momento da elaboração de carteiras.

Conforme o site do Financial Times, desde o início do ano a “aura invencível” que envolvia os quatro maiores emergentes do mundo evaporou, pois seus mercados de ações combinados tiveram desvalorização próxima a 65%. “O colapso nesses mercados, que estavam subindo dramaticamente desde que foram agrupados pela primeira vez como Brics, em 2001, pelo Goldman Sachs, fez crescer os questionamentos sobre o mérito de combinar esses países como um portfólio de investimentos”, diz o site.

Para especialistas, a queda do preço das commodities e a contração global sugerem que ficou menos útil colocar todos eles na mesma cesta. “Eu sempre achei o conceito dos Brics, apesar do ótimo marketing e de uma marca valiosa, um pouco artificial – e por uma razão óbvia: os quatro países são muito diferentes e só têm em comum a sua escala geográfica continental e o fato de serem economias grandes”, afirmou ao FT.com o chefe de mercados emergentes do Dresdner Kleinwort, Arnab Das. Segundo ele, as diferenças ficaram mais aparentes com o agravamento da crise.

Entre os quatro, a Rússia é o país que mais está sofrendo com a turbulência global. O mercado de ações passou a desabar desde meados do ano a partir do conflito com a Geórgia. Depois vieram as preocupações com a saúde do sistema bancário e a forte queda das commodities.

O Brasil, que também é produtor de matéria-prima, está vendo uma expressiva desvalorização da moeda, já que os investidores estão buscando ativos menos arriscados pelo globo, como os títulos do Tesouro norte-americano.

No caso da China e da Índia, os mercados de ações também registraram quedas fortes, mas as moedas não sofreram tanto porque passam por maior controle.

O chefe de mercados emergentes do Deutsche Bank, Dalinc Ariburnu, concorda que os Brics são “animais diferentes”. Ele acredita que os dois produtores de commodities, Brasil e Rússia, verão taxas de crescimento muito menores no próximo ano na comparação com China e Índia.

O especialista prevê que o PIB brasileiro deve crescer 2,9% em 2009, enquanto o da Rússia terá alta de 3,5%. Já para China e Índia as estimativas são de alta de crescimento de 7,6% e 6%, respectivamente.

Alexander Tarver, especialista de emergentes do HSBC Global Asset Management, acredita que os investidores devem ter uma avaliação diferente para cada país em razão da volatilidade. “Se você recuar e pensar em quatro mercados separadamente, você não pensará necessariamente em Brics.”

Já o criador da sigla, o economista do Goldman Sachs Jim O’Neill, acredita que o grupo é tão relevante agora como em novembro de 2001, quando a expressão Brics foi usada pela primeira vez. “Os Brics não possuem a mesma economia, mas eles dividem a similaridade de terem grandes populações, que estão mudando de comportamento e estilo de vida”, diz O’Neill ao FT.com. “Eles são o futuro do mundo.”

Agência Estado

Rizzolo: A economia brasileira, na verdade, está muito relacionada com o desempenho da China, o que observamos atualmente é a crise batendo de forma implacável em países que outrora pensávamos pouco afetados. A indústria chinesa de manufaturados sofre com a diminuição das exportações, de tal forma que já existe uma crise em ” cascata” nas economias emergentes que se relacionam entre si. A constatação de que o impacto da crise era nos emergentes já está se concretizando a cada dia, leva o investidor aos papéis como como os títulos do Tesouro norte-americano. É a “marolinha” se transformando numa imensa onda. Aos ingênuos que acreditam na solidez da Petrobras serve o artigo para uma reflexão.

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Pioram previsões para 2009: PIB desacelera, inflação e juros sobem

A previsão sobre o cenário da economia brasileira para o ano que vem está piorando em todas as áreas, segundo pesquisa semanal do Banco Central com analistas de mercado. Para eles, o país vai crescer menos, ter inflação mais alta e mais juros.

A economia do Brasil deve crescer menos de 3% no próximo ano, segundo o levantamento do BC. Dados da pesquisa Focus mostram que os especialistas consultados reduziram a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2009 de 3% para 2,8%.

Para 2008, os analistas mantiveram a previsão de crescimento de 5,24%.

Quanto à inflação oficial, medida pelo IPCA, os analistas elevaram a previsão de 5,20% para 5,25%.

O mercado também aumentou a expectativa para os juros no ano que vem. Antes os especialistas previam que a taxa básica de juros (a Selic) iria terminar 2009 a 13,31%. Agora, subiram para 13,5%.

No Boletim Focus apresentado nesta segunda-feira, consta ainda dólar a R$ 2,20 no fechamento deste calendário e a R$ 2,15 no término do ano que vem. As taxas superam aquelas apresentadas no relatório passado, de R$ 2,10 para ambos períodos.

Em dezembro, o dólar deve ficar em R$ 2,20, superior aos R$ 2,10 projetados antes.

Para a balança comercial, os analistas mantiveram a expectativa de saldo positivo de US$ 23,6 bilhões em 2008, mas revisaram para baixo o prognóstico para o ano seguinte, de superávit de US$ 13,71 bilhões para US$ 13,66 bilhões.

Sobre a conta corrente, os agentes repetiram a projeção contemplada no documento passado, de déficit de US$ 30 bilhões em 2008. Quanto os 12 meses à frente, prevêem resultado negativo de US$ 30 bilhões e não de US$ 30,03 bilhões.

Foi conservada mais uma vez a expectativa de ingresso de US$ 35 bilhões em investimento estrangeiro direto neste ano e de US$ 25 bilhões em 2009.

Para a produção industrial, a previsão é de ampliação de 5,76% neste calendário e de 3,10% nos 12 meses seguintes.
Folha online

Rizzolo: Bem até aí nada de novo, a perspectiva para 2009 em relação à economia brasileira, acompanha o cenário internacional. O interessante a observar, é que no início da crise, acreditava-se que os emergentes estariam imunes à uma recessão, alguns diziam até em ” marolinha”. Agora com uma visão econômica mais realista, acredita-se que os efeitos da crise na economia real irão se aprofundar no próximo ano. O pior para o Brasil, é que precisamos criar 5 milhões de empregos por ano, para absorver a mão-de-obra disponível, e num cenário como este é difícil concretizarmos esta meta. Hoje no Brasil, o mais importante é o governo reduzir os gastos públicos, ter uma visão da crise real sem se preocupar com os aspectos políticos que dela poderão surgir, e isso o PT não sabe fazer.

BC: projeção do FMI para PIB do Brasil é conservadora

BRASÍLIA – O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, classificou hoje como “conservadora” a projeção do Fundo Monetário Internacional (FMI) de que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro crescerá 3% em 2009. Meirelles, que participa neste momento de audiência pública no Congresso para prestação bimestral de contas do BC, lembrou que a projeção atual do governo brasileiro é de uma expansão da economia de 4% no ano que vem. Segundo ele, uma projeção atualizada deverá ser anunciada no fim deste ano.

Meirelles não deu pistas sobre qual deverá ser a nova previsão, mas repetiu pelo menos três vezes que os 3% do FMI são conservadores. Em certo momento, o presidente do BC chegou a classificar a projeção do FMI como “bem conservadora”. Mesmo assim, Meirelles expôs aos parlamentares que a previsão do FMI para o Brasil é bem melhor do que a previsão do órgão para outros países. Segundo ele, o FMI estima que a economia mundial se expandirá 2,2% em 2009. Para os Estados Unidos, o FMI prevê um encolhimento de 0,7% do PIB e, para o Reino Unido, uma retração de 1,3% no próximo ano.

Veículos

Meirelles disse mais de uma vez que o Brasil entra na crise em uma situação melhor do que a de outros países e também melhor do que a do próprio Brasil em crises anteriores. Ele, entretanto, demonstrou preocupação sobre a situação da demanda interna por bens de alto valor agregado, como automóveis.

O presidente do BC disse que o governo tem agido para manter a oferta de crédito para a compra de automóveis e disse que está em permanente contato com as montadoras.

Segundo ele, o que está havendo atualmente é a preocupação dos consumidores em assumir dívidas. “Isso é natural”, disse. Ele lembrou que “há semanas” que a palavra crise não sai das manchetes dos jornais.

Agência Estado

Rizzolo: O Brasil como emergente tem uma situação relativamente boa, e a projeção do FMI de que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro crescerá 3% em 2009, entendo como sendo de bom tamanho, e não entendendo conservadora a projeção, como afirma o ministro, mas sim realista. Se o Brasil crescer 3% no ano que vem será um excelente cenário, e, mesmo assim, porque haverá um crescimento estatístico de 1%. Na verdade, poderá até haver um crescimento maior em função à desvalorização cambial, muito embora este fato esteja ocorrendo ao mesmo tempo em que o preço das commodities que o Brasil exporta está em queda.