A briga entre uma professora e uma aluna em sala de aula do curso de direito da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), uma das faculdades mais caras de São Paulo, foi tema das conversas dos estudantes nesta sexta-feira (27) na instituição. Os alunos se dividem entre críticas e elogios à aluna que tornou pública a confusão. Na quarta-feira (25), a estudante de direito contou ao G1 sobre a discussão.
Segundo uma estudante de 21 anos, ela e a professora brigaram na manhã de segunda-feira (23) por causa de um celular. A professora teria pensado que a aluna estava colando por meio do celular durante a aplicação da prova. A docente, segundo relato da estudante, pegou seu celular – blackberry – e começou a mexer no aparelho.
A aluna reclamou, tentou pegar o celular da mão da professora e as duas ficaram disputando o aparelho, uma puxando de cada lado, ainda conforme contou a aluna. Na confusão, a garota diz que se desequilibrou e caiu em cima de uma cadeira, machucando o joelho. Ela também afirmou que, durante a disputa pelo aparelho, a professora acabou arranhando seu braço.
A Faap anunciou na quinta-feira (26) ter aberto sindicância administrativa para apurar o caso e disse que não comentaria o fato até a conclusão da sindicância. Em contato com o G1 nesta sexta-feira, a aluna confirmou que havia sido ouvida pela sindicância que apura o fato na quinta e disse que não vai mais se manifestar sobre o caso até que faculdade conclua as apurações.
“Essa professora trata todo mundo mal, ninguém gosta dela. Já fizeram dois abaixo-assinados para ela sair da faculdade”, contou uma estudante de 20 anos, que cursa o quarto semestre, que pediu para não ser identificada por ter medo de represália da faculdade. Ela disse ter assinado os dois abaixo-assinados. “Se ela saísse, eu acharia ótimo. Ela é a única professora que trata mal os alunos”, acrescentou. Segundo ela, no ano passado, essa professora ridicularizou uma aluna por ter ido à aula com um caderno prateado.
“Teve uma vez que a gente apresentou um trabalho e ela deu a entender que o trabalho estava um lixo”, disse outra estudante de 19 anos, também do quarto semestre. De acordo com ela, a professora fala de uma forma que humilha os alunos. “A gente já reclamou dela até para a coordenação do curso, mas não deu em nada”, afirmou.
O estudante de direito Lucas Duarte Machado, de 26 anos, que disse cursar o quinto semestre reclamou da exposição da faculdade na mídia. “Isso denigre a imagem da faculdade, que é uma faculdade de qualidade”, opinou ele. Machado diz que não presenciou a confusão, mas que soube diferentes versões da história, umas favoráveis à estudante e outras à docente. “Ela é uma boa professora, competente. Já tive problemas de nota com ela, mas nunca vi esse tipo de confusão”, disse.
Estudantes do curso de relações internacionais afirmaram que o assunto chegou a ser abordado por uma professora em sala de aula. “Um aluno perguntou e a professora falou sobre o assunto e disse que a professora tem direito de pegar o celular [se está ligado na hora da prova]”, afirmou uma garota de 19 anos do segundo semestre de relações internacionais.
Ela e outras duas colegas de sala, ambas de 18 anos, disseram acreditar que houve um bate-boca entre a estudante e a professora, mas não agressão física. “Na prova vem escrito que o celular tem que ficar desligado e guardado na bolsa”, disse a aluna de 18 anos. Elas preferiram não se identificar.
A estudante que se diz vítima da confusão com a professora afirmou que não estava colando com o celular e só deixou ele ao seu lado porque os pais moram em Brasília e poderiam precisar falar com ela urgentemente. Procurado pelo G1, o diretório acadêmico do curso de direito diz que não se pronunciaria sobre o caso. Questionada sobre os abaixo-assinados contra a professora, a Faap não respondeu até a publicação desta reportagem.
globo
Rizzolo: Bem, é lastimável que uma Universidade mantenha professores cujos alunos conforme o texto , já a tinham como problemática. Posturas como esta, de autoritarismo, não coadunam-se com o ensino do Direito. Ademais conforme a notícia, os alunos já haviam reclamado das atitudes da professora e a coordenação nada fez. Lamentável ocorrer isso numa Universidade das mais caras, situada numa cidade como São Paulo. O abaixo assinado contra o docente procede, não é dessa forma que se coibi eventuais colas.