Lula nega risco, mas articula “flerte” com a Bolívia para evitar falta de gás

Depois do racionamento temporário na distribuição de gás nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo na semana passada para garantir a não interrupção da produção de energia em usinas termoelétricas, a Petrobras e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva apelaram para a Bolívia para tentar evitar novos cortes e também a falta do combustível no Brasil.

Em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, Lula admitiu que o país não tem condições de atender à demanda com a produção interna e agendou dois encontros com o presidente boliviano Evo Morales para tentar solucionar o problema e fechar acordos para incentivar o processo de industrialização do gás boliviano. A primeira reunião entre os dois presidentes está agendada para acontecer no Chile, sexta ou sábado desta semana, durante a 17ª Cúpula Ibero-Americana.

O presidente brasileiro pretende ainda viajar para a Bolívia no dia 12 de dezembro com uma comitiva de empresários. Lula telefonou para Morales nesta segunda. O presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, já viajou para a Bolívia para tratar do assunto. Há a possibilidade de a Petrobras ampliar os investimentos no país vizinho, que foram afetados depois que Morales decretou a nacionalização do gás boliviano.

Apesar da aparente preocupação com a falta de gás, Lula descartou a possibilidade de desabastecimento.

“Não corre risco [de desabastecimento]. Obviamente temos que ter prioridade para alguma coisa. À medida que o Brasil não tem gás dentro de seu território, nós temos de importar. O Brasil vai ter que garantir o funcionamento das termelétricas para produzir energia para sociedade brasileira”, disse.

“Eu marquei com Evo Morales uma viagem no dia 12 e vai acontecer aquilo que nós queremos que aconteça. Que o Brasil fique tranqüilo em sua relação com a Bolívia, e a Bolívia fique tranqüila com o Brasil”, afirmou o presidente.

Lula lembrou ainda que o país negocia a construção de um gasoduto com a Venezuela para buscar medidas de abastecimento a longo prazo.

“Ninguém colocou um tamborzinho de gás no seu carro porque quis. Houve um incentivo para que se fizesse aquilo. Portanto, para as pessoas que já têm, nós vamos garantir a tranqüilidade. Vamos ter que trabalhar para importar mais gás. É preciso encontrar navios, e a Petrobras vem investindo muito”.

(com informações da Folha Online)

Rizzolo: O fato de Lula recorrer a Bolívia para dar prosseguimento as negociações com intuito de incentivar o processo de industrialização do gás boliviano, é muito proveitoso. Na verdade, a importância do dialogo visando o comercio bilateral entre os dois países é fundamental, respeitando, evidentemente, a condução política e ideológica de cada um. Não há duvida que diante de Morales, o presidente Lula é um neoliberal com “embalagem de socialista”, e isso todo mundo sabe, apenas o “coitadinho” que lhe confiou o voto e que não lê jornal, ainda não descobriu. O empresário nacional, esse esquecido e tímido na própria casa, sente na pele o descaso, e a todos saltam aos olhos os privilégios que as transnacionais aqui possuem. Não é o caso da Bolívia de Morales, é claro, e a partir do momento que Morales e Chavez sabem que Lula é apenas uma “embalagem socialista” muito embora a simpatia entre eles reine, no fundo pensam que “todo cuidado é pouco”. A esquerda da América Latina tem Lula como sendo aquele que fala com os pobres e defende os banqueiros, Bolsa Família só não é o suficiente, hein! Temos que fazer o Brasil crescer e a indústria nacional ser prestigiada.

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