Serra recorre a petista para provar que se formou em Economia

Sem sono, como sempre, ligado na internet na madrugada desta segunda-feira, o presidenciável José Serra enfrentou um questionamento que deixa seu humor mais avinagrado do que de costume. Uma possível eleitora, identificada em seu microblog como Fada Carmin, que mora no Guarujá (SP), fez um pedido ao ex-governador paulista:

“José Serra, não aguento mais ouvir dizer que você não é formado! Por favor, passe dados de sua formação para eu poder rebater! Obrigada!”.

Em sua defesa, Serra respondeu à eleitora: “O Guido Mantega escreveu sobre a minha formação acadêmica no livro Conversas com Economistas Brasileiros”

Na página em que se encontra o documento, editada em 12 de março de 1999, há uma entrevista do tucano ao hoje ministro da Fazenda, extraído de um livro da Editora 34, editado em1999: Conversas com Economistas Brasileiros II, de autoria do ministro Mantega em parceria com o economista José Marcio Rego. Além da entrevista, há também um resumo do curriculo do presidenciável, o qual informa que Serra “entrou para o curso de engenharia na Escola Politécnica da USP, onde começou sua militância política no movimento estudantil”.

Em seguida, cita-o como um dos fundadores da Ação Popular (AP), ex-presidente da UNE em 1964 e explica que ele estava com 21 anos quando teve de deixar o país, “perseguido pelos militares”. Ato seguinte, conta que ele “começou um longo período de exílio pela América Latina e Estados Unidos, onde Serra completaria sua formação”, mas omite o nome da faculdade e o ano em que teria, realmente, concluído o bacharelado em Economia. Ele teria uma passagem pela Escolatina, no Chile, acrescenta o curriculo.

“A essa altura, Serra já se distanciara da engenharia e trilhava os caminhos da economia”, acrescenta, para adiante informar que ele também teria feito um mestrado naquele país, de onde seguiu para os EUA, onde teria ido fazer um doutorado na universidade de Cornell.

“Em 1976 já era membro-visitante do Institute of Advanced Study em Princenton, onde ficou dois anos (…)”, diz o livro de Mantega.
correio do Brasil

Rizzolo: Bem, entendo que numa democracia as coisas devem estar claras, nome da Universidade, a data, e a inscrição. Serra deve sim, provar através de um diploma e de uma inscrição em órgão competente se é ou não é economista, pois assim como candidato à presidente da república se auto denomina economista. Se isso ocorresse nos EUA já seria um escândalo, acho uma questão primordial dizer e provar. Não é possível legitimar uma formação através de uma opinião de terceiro, acho isso preocupante do ponto de vista político.

Brasil compra US$ 10 bilhões em bônus e vira credor do FMI pela primeira vez

O Brasil se comprometeu formalmente nesta segunda-feira (5) a adquirir US$ 10 bilhões em bônus do Fundo Monetário Internacional (FMI), assumindo pela primeira vez a posição de credor desta entidade e refletindo seu crescente peso na economia mundial.

“Passamos da condição de devedores à de credores. É uma mudança radical”, declarou à imprensa o ministro da Fazenda, Guido Mantega, após entregar uma carta ao diretor-geral do FMI, Dominique Strauss-Kahn.

Mantega havia anunciado que o Brasil emprestaria US$ 10 bilhões ao FMI em junho. Em abril, quando a ideia de um eventual empréstimo ao FMI foi divulgada pela primeira vez, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva perguntou a jornalistas que cobriam o encontro do G20 em Londres: “Você não acha muito chique o Brasil emprestar dinheiro para o FMI?”

“É um momento histórico para nós. É a primeira vez na história que o Brasil empresta recursos ao FMI – e, portanto, à comunidade internacional”, destacou Mantega, que participa em Istambul da reunião anual do Fundo.

O ministro lembrou que o Brasil se beneficiou em 2002 de um pacote de US$ 30 bilhões do FMI para enfrentar as turbulências e a onda especulativa provocadas pela eleição de Luis Inácio Lula da Silva à presidência. Foi o maior valor já emprestado pelo organismo financeiro. Aplicando uma rigorosa política fiscal, Lula saldou toda a dívida no final de 2005.

O Brasil está entre os países que estão conseguindo superar bem a crise econômica mundial, após atravessar uma breve recessão. Mantega fez o anúncio três dias depois da vitória do Rio de Janeiro na disputa pela organização dos Jogos Olímpicos de 2016, ao derrotar as finalistas Chicago, Tóquio e Madri.

Na carta, entregue em mãos a Strauss-Kahn, o Brasil se compromete a “assinar um acordo de compra de bônus emitidos pelo Fundo no valor de US$ 10 bilhões de dólares, sob condições que serão estabelecidas no contrato que assinaremos”, explicou Mantega. “Faremos uma assinatura por dois anos”, indicou o ministro, acrescentando que o acordo será ratificado “nos próximos dias”.

“É importante dizer que nós estamos colocando uma parte de nossas reservas, mas isto não significa uma diminuição da disponibilidade de recursos para o Brasil. É apenas uma mudança de ativos”, ressaltou Mantega, lembrando que o país decidiu comprar bônus que podem ser vendidos a outros países, sem dar o dinheiro diretamente ao FMI.

“Com estes recursos, o FMI poderá ajudar os países que precisam de liquidez”, disse o ministro, explicando que, com esta atitude, o Brasil responde a um apelo feito por Strauss-Kahn aos membros do Fundo para que não acumulem reservas e usem parte delas para dar à instituição os recursos necessários para contribuir com a recuperação da economia.

Bric

Segundo Mantega, os países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) decidiram comprar um total de US$ 80 bilhões em bônus do fundo; US$ 50 bilhões serão adquiridos por Pequim e US$ 30 bilhões igualmente divididos por Brasília, Moscou e Nova Délhi.

Agora, os quatro países vão negociar a possibilidade de colocar seus títulos nos Novos Acordos para a Obtenção de Empréstimos (NAP), programa que permitirá ao FMI dispor de 500 bilhões de dólares para conceder empréstimos rápidos a países em dificuldades.

Os BRICs, no entanto, condicionam esta decisão a uma garantia de que seu poder de decisão seja proporcional à contribuição feita ao NAP. O Fundo, por sua vez, se comprometeu no domingo a aumentar em pelo menos 5% as cotas dos países emergentes até 2011.

Os US$ 80 bilhões dos BRICs representam 16% dos 500 bilhões previstos pelo programa, porcentagem que daria ao grupo de quatro países uma minoria de bloqueio.

No domingo, Strauss-Kahn anunciou que sua instituição necessitava de um “aumento considerável” de seus recursos para ajudar os países mais afetados pela crise, a maior desde a Grande Depressão da década de 30.
globo

Rizzolo: Parece um sonho o Brasil finalmente se tornar um credor do FMI. É bem verdade que as condições econômicas mundiais contribuíram para isso, mas por outro lado as políticas de intervenção do Estado na economia observando uma maior regulação dos meios financeiros propiciou ao Brasil um maior solidez econômica.

A grande verdade é que tudo na sua maior parcela se deve ao desenvolvimento do mercado chinês e seu aumento de consumo pelas commodities brasileiras. O povo chinês passou a consumir mais e o Brasil por ser um parceiro mais integrado à economia chinesa do que aos EUA, se beneficiou desse desenvolvimento.

Os recursos que estão sendo emprestados pelo Brasil e outros países, como China e Rússia, ajudarão o Fundo a socorrer países que estão em mais dificuldade por conta da crise, ajudando a retomar o comércio mundial e viabilizando um recuperação mais rápida da economia mundial. Agora, como diz o presidente Lula, “isso é muito chique”, o Brasil ficar credor do FMI. Parabéns ao Brasil e ao governo Lula. Tem seu mérito, ou não tem ? Tem que reconhecer, só bater, não dá, não é ?

Mantega: recursos para FMI não reduzirão as reservas

BRASÍLIA – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, explicou hoje que o aporte de US$ 10 bilhões ao Fundo Monetário Internacional (FMI) não reduzirá as reservas internacionais brasileiras e será realizado assim que a diretoria do fundo concluir a emissão do bônus que será subscrito não só pelo Brasil, mas também pela China (US$ 50 bilhões), pela Rússia (US$ 10 bilhões) e pela Índia, que ainda não anunciou o valor do aporte. Mantega destacou que, dessa forma, os Brics (sigla para Brasil, Rússia, Índia e China) vão colaborar para reduzir a vulnerabilidade internacional.

Mantega explicou que a emissão do bônus é, na verdade, uma aplicação financeira dos recursos das reservas internacionais brasileiras. Ele disse que a maior parte dos recursos das reservas estão aplicados em títulos do Tesouro norte-americano, que estão rendendo pouco. E, o restante, está alocado em outras aplicações sólidas, como esta que será feita com o FMI. Mantega disse que a vantagem do financiamento ao FMI é que esses recursos ajudarão os países emergentes que estão com escassez de capital neste momento de crise. Mantega destacou que é a primeira vez que o Brasil emprestará recursos ao FMI. “O Brasil está encontrando condições de solidez para emprestar ao FMI. No passado, era o contrário”, destacou Mantega, lembrando o período em que o Brasil teve de recorrer ao fundo para sair de outras crises.

O ministro destacou o fluxo de capital positivo no Brasil e o aumento das reservas internacionais. “Por isso, poderemos fazer essa transação com o FMI com tranquilidade”, disse o ministro. Ele disse que esse é o segundo passo importante tomado pelo Brasil ao decidir tornar-se credor do FMI. Ele lembrou que o convite foi feito no ano passado e que o Brasil aceitou por ter solidez econômica e recursos suficientes para fazer esses aportes. “Esses aportes são importantes para ajudar a encurtar a crise”, disse. Ele lembrou que alguns países estão reduzindo seus investimentos e o comércio exterior em função da retração econômica e por falta de recursos. Para Mantega, a ajuda brasileira poderá contribuir para a retomada do comércio mundial, com o que o Brasil também se beneficiará.
agencia estado

Rizzolo: Parece um sonho o Brasil finalmente se tornar um credor do FMI. É bem verdade que as condições econômicas mundiais contribuíram para isso, mas por outro lado as políticas de intervenção do Estado na economia observando uma maior regulação dos meios financeiros propiciou ao Brasil um maior solidez econômica. A grande verdade é que tudo na sua maior parcela se deve ao desenvolvimento do mercado chinês e seu aumento de consumo pelas commodities brasileiras. O povo chinês passou a consumir mais e o Brasil por ser um parceiro mais integrado à economia chinesa do que aos EUA, se beneficiou desse desenvolvimento.

Os recursos que estão sendo emprestados pelo Brasil e outros países, como China e Rússia, ajudarão o Fundo a socorrer países que estão em mais dificuldade por conta da crise, ajudando a retomar o comércio mundial e viabilizando um recuperação mais rápida da economia mundial. Agora, como diz o presidente Lula, “isso é muito chique”, o Brasil ficar credor do FMI. Parabéns ao Brasil e ao governo Lula. Tem seu mérito, ou não tem ? Tem que reconhecer, só bater, não dá, não é ?

Poupança acima de R$ 50 mil vai pagar imposto em 2010, anuncia governo

As cadernetas de poupança com saldo acima de R$ 50 mil vão passar a pagar Imposto de Renda em 2010. O anúncio foi feito nesta quarta-feira pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.

O imposto só será cobrado se a taxa básica de juros (Selic) cair abaixo de 10,5% (que é o valor atual dela).

Se a poupança for a única renda da pessoa, haverá isenção de imposto até R$ 850 mil. O IR só será cobrado acima desse valor. Além disso, o imposto será menor que o de outros aplicadores.

O imposto a ser pago por quem tem mais de R$ 50 mil em poupança vai variar conforme a taxa Selic. Quanto mais baixa a Selic, maior será a taxação.

O imposto será cobrado sobre um percentual do rendimento. Se a Selic ficar entre 10% e 10,5%, vai ser cobrado imposto sobre 20% do rendimento. Se a Selic cair a 7,25%, será tributado 100% do rendimento. As alíquotas de tributação serão as mesmas do IR normal (7,5%, 15%, 22,5% e 27,5%). Veja como fica na tabela ao lado.

A incidência de imposto só começa a contar a partir do saldo de R$ 50 mil. Se alguém tem R$ 70 mil na poupança (R$ 20 mil a mais que os R$ 50 mil isentos), só os R$ 20 mil acima da faixa de isenção entram na nova regra.

Segundo o analista de investimentos Raphael Cordeiro, quem tivesse R$ 100 mil na poupança, com Selic entre 10% e 10,5%, pagaria R$ 192,50 de imposto no ano. A rentabilidade da poupança, que hoje está em torno de 7% ao ano, cairia para 6,6%.

As mudanças são somente para o próximo ano. “Em 2009, não acontece nada. Todos os poupadores terão o mesmo rendimento”, afirmou Mantega.

“Hoje, 99% das cadernetas de poupança no Brasil são de aplicações que vão de R$ 100 a R$ 50 mil”, disse o ministro em entrevista coletiva.

“As mudanças estão sendo feitas para garantir que a poupança continue sendo o investimento mais importante e seguro para o grosso da população brasileira. Queremos impedir que grandes investidores migrem para a poupança causando uma distorção em um instrumento tradicional da economia brasileira e que a poupança se transforme em um instrumento de especulação financeira”, disse Mantega.

O ministro confirmou, ainda, que para este ano, caso a taxa Selic seja menor que 10,25% ao ano, o governo reduzirá a cobrança do Imposto de Renda nos fundos de investimento.

“Neste ano de 2009, caso a Selic caia abaixo de 10,25%, para impedir que haja essa migração de grandes investidores para a poupança, estaremos reduzindo a tributação do IR para os investimentos que não são caderneta da poupança. Esses investidores perdem o rendimento da Selic, e a gente atenua com a dimunição do IR.”

O governo também vai reduzir o Imposto de Renda dos fundos de investimento -que atualmente estão em 22%. Deverá ser editada uma medida provisória, antes da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. “Vamos ter de estudar a forma legal para essa mudança. É como se fosse um desconto, que depois se recompõe, caso haja uma nova alta da taxa Selic acima de 10,25%”, disse Mantega.

“A tendência é que os administradores tenham de baixar a taxa de administração dos fundos de investimento, caso contrário, eles vão perder clientes porque não serão competitivos”, disse Mantega.

Razões da mudança
Os primeiros rumores de que poderiam haver alterações na caderneta de poupança ocorreram em março e diziam respeito ao cálculo do rendimento do investimento.

A principal preocupação seria por conta dos cortes promovidos na taxa Selic, que fez com que a modalidade tivesse juros mais atrativos do que os dos títulos públicos, o que poderia levar a uma migração de dinheiro dos fundos de investimento.

A ideia do governo com a cobrança de imposto sobre os ganhos das aplicações em poupança de valor mais elevado é inibir a especulação com a caderneta.

Com a tendência de queda da taxa básica de juros (Selic), a rentabilidade da poupança, formada pela variação da Taxa Referencial (TR) mais 6,17% ao ano, se torna uma opção mais interessante que fundos ou CDBs. A aplicação dos fundos é importante porque é uma fonte para os programas monetários do governo, que vende títulos ao mercado para captar recursos.

Simulação feita por um banco a pedido do jornal “Valor Econômico” mostra que se o juro cair para 8,5% ao ano, e considerando que a caderneta renda apenas os juros de 6,17% ao ano, somente fundos de renda fixa ou DI com taxa de administração igual ou inferior a 1% conseguiriam empatar ou ganhar da poupança por prazos mais longos de aplicação.

Ou seja, apenas aplicações sujeitas à alíquota de 15% seriam competitivas. Mas carteiras com taxas maiores ou aplicações por prazos inferiores a dois anos já perderiam para a caderneta. Isso significaria a maior parte dos fundos de varejo, que hoje cobram mais de 1% ao ano de taxa de administração.

TR fica como está
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse que o governo não quis alterar a TR. “Não se mexe na TR e isso é para simplificar todo o processo. Existiriam algumas razoes técnicas para mudar, mas a conclusão que se chegou é de que, de fato, não se justifica em função de que uma mudança desta magnitude deve prevalecer e, portanto, não é necessário mexer na TR neste momento”, afirmou Meirelles

Meirelles afirmou que as mudanças anunciadas eliminam um “limite institucional” para eventuais quedas na taxa básica de juros. “Não estamos aqui dizendo que a Selic vai cair. Mas estamos dizendo que não é razoável ter um limite institucional para impedir a queda da Selic caso seja necessário.”

(Com informações do Valor Online)

Rizzolo: O grande problema, é que a medida não resolve a questão de forma definitiva. Se o novo piso para os juros agora é 7,25%, como ficaria se a Selic precisar cair abaixo disso? O governo vai fazer novas medidas pontuais? De qualquer forma o objetivo é válido, ou seja abrir espaço para queda da taxa de juros de forma duradoura no Brasil

Lula confirma demissão de presidente do Banco do Brasil

SÃO PAULO – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou nesta quarta-feira, 8, a demissão do principal executivo do Banco do Brasil, Antonio Francisco de Lima Neto. O motivo, segundo fontes, seria as altas taxas de juros e spread bancário cobrados pela instituição. Em entrevista ao deixar o 1º Encontro Nacional de Comunicadores, em Brasília, porém, Lula evitou comentar as razões do afastamento e disse que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, dará esclarecimentos ainda hoje sobre o assunto, às 13 horas.

A princípio, Lula chegou a dizer que soube, por intermédio de Mantega, que Lima Neto manifestou interesse em deixar o cargo. “Ele queria sair”, disse o presidente. “Eu não trabalho diretamente com essas coisas. Eu soube que ele teria dito que gostaria de sair”, afirmou. Na sequência, diante das insistências de jornalistas em busca de mais detalhes sobre se a saída era motivada pelos spreads bancários cobrados pelo banco, Lula respondeu: “a redução do spread bancário neste momento é uma obsessão minha.”

“Nós precisamos fazer o spread voltar à normalidade no País. Este é um dado. O Guido sabe disso; o BB sabe disso; a Caixa sabe disso e o BC sabe disso”, completou . “Não há nenhuma necessidade de o spread bancário ter subido tanto no País de julho até agora”, afirmou. O presidente disse que “obviamente, que quem tem bancos públicos, como o Brasil, pode começar a fazer a tarefa de reduzir o spread bancário”.

Sobre se a declaração era um recado a outros dirigentes de bancos federais, Lula sorriu e disse: “eu criei um grupo de trabalho para me apresentar uma proposta de spread bancário.”

Lula não citou quem seria o substituto de Lima Neto. Uma fonte do governo, porém, afirmou à Agência Estado que o vice-presidente de Cartões e Novos Negócios de varejo do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, assumirá a presidência da instituição. Bendine é funcionário de carreira do banco e, segundo a fonte, ligado ao PT.

As ações do BB desabavam na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) desde o início da manhã, reagindo aos rumores sobre a demissão. Às 11h41, a ação do BB caía 8,52%, para R$ 17,28.
agencia estado

Rizzolo: Entendo a demissão como algo bom do ponto de vista econômico e didático. Todos sabemos que os bancos auferiram enormes margens de lucros no decorrer do governo Lula. Ora, se já foi detectado que um dos problemas principais do crédito atualmente é a alta taxa de juros, e aumento dos spreds, não é possível que um Banco como o Banco do Brasil, muito embora seja uma empresa de capital aberto, pratique a política de spreads de um banco privado.

É bom lembrar que, muito embora o governo não seja em si o dono do Banco, é sim o maior acionista, desta forma, a natureza administrativa operacional da instituição, tem que ser de um banco público, a serviço do povo brasileiro. Se os acionistas privados querem lucro nos termos de um banco privado, dirijam-se e invistam nos bancos privados.

O maior acionista – o governo – tem que ter uma políica desenvolvimentista, e o banco público é um dos seus instrumentos. Vamos fazer os bancos estatais serem estatais, a serviço do desenvolvimento do Brasil, oferecendo crédito ao pequeno empresário brasileiro, ao trabalhador pobre, sem nenhum vinculo com a especulação.

O Brasil precisa ter uma nova concepção de bancos, bancos comunitários como existem nos Estados Unidos e Alemanha, por exemplo, isso ajudaria não apenas a difundir o crédito, mas torná-lo mais acessível à população que se encontra fora do sistema bancário. Leia artigo meu da Agência Estado: As palavras do presidente e o aumento dos spreads

Desconfiança do empresário no mercado X Desconfiança do governo no empresário

Existe um desânimo econômico que ultrapassa o otimismo do presidente Lula. Fica evidente que os informados sabem que a crise internacional, principalmente com o aumento da desconfiança sobre os bancos americanos e ingleses, é capaza de derrubar as bolsas aqui dentro e fora, e aumenta a percepção de que o primeiro trimestre não será o único a amargar o gosto do desequilíbrio macroeconômico.

O desespero é tanto, que decidiu-se transferir R$ 100 bilhões do Tesouro Nacional para as arcas do BNDES, mas vinculando o empréstimo a “um juízo de admimissibilidade “. O crédito será, agora, condicionado à manutenção e geração de empregos. Segundo Mantega, vai-se exigir a “explicitação” do volume de empregos de cada empreendimento financiado com verbas públicas. Uma verdadeira ingerência na atividade privada, típica do modelo petista que prioriza um Estado forte e um empresário fraco.

Fernando Rizzolo

Mantega admite que crise já mexe com arrecadação do governo

Rizzolo: É para quem incentiva os gastos, e não tem o devido controle com os gastos públicos, agora está chegando a vez de repensar sua próprias contas. Nada melhor do que a falta de dinheiro para disciplinar a turma da gastança. Agora achar que a alta dólar da forma em que se deu foi boa, é demais, hein! ! Leia mais na Agência Estado.

Crise financeira mundial ‘esfria’ a febre da casa própria no Brasil

Grandes bancos elevaram taxas de juros para financiamento.
Crise de crédito também afeta a capitalização de construtoras

Ainda não é o fim da festa, mas os brigadeiros em cima da mesa podem estar escasseando. Em 2007, o financiamento imobiliário com recursos da poupança cresceu quase 100% frente ao ano anterior, levando o setor à sua maior expansão em décadas. Agora, a crise financeira mundial ameaça transformar esses bons ventos em brisa.

O responsável pela piora no cenário é o aperto no crédito que o país tem começado a sentir: com o dinheiro em falta lá fora, os bancos tendem a proteger mais seus próprios recursos.

Nessa tendência, três grandes bancos brasileiros aumentaram no início do mês a taxa de juros para o financiamento da casa própria. O Bradesco mudou a taxa de 9% para 10,5% ao ano para imóveis até R$ 120 mil. O Itaú reajustou o teto dos juros cobrados para 12%. No Unibanco, a taxa passou de 11% para 12%.

“Isso é o teto. Se o banco fazia (o financiamento) a 9%, não quer dizer que vai fazer a 12%, mas que se sente livre para variar mais as taxas. Agora eles vão estudar muito bem quem são os tomadores de crédito e dar taxas melhores àqueles clientes em que têm mais confiança”, diz João Crestana, Secovi-SP, sindicato do setor imobiliário.

No bolso do consumidor

Para o consumidor, a mudança se traduz em mais gastos. Em um financiamento em 20 anos, o preço final do imóvel pode ficar até 29% mais caro, segundo um levantamento da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac).

Segundo o autor do estudo, Miguel de Oliveira, antes da alta dos juros o consumidor pagava por um imóvel de R$ 120 mil, em média, 240 prestações de R$ 966,74, em um total de R$ 232.017,60. Agora, o valor final soma R$ 299.455,20.

“Com o aumento dos juros, você afeta a prestação. E a prestação aumentando, começa a criar problemas no bolso de uma fatia dos potenciais compradores. Em determinado segmento, pode até inviabilizar a compra”, avalia Luiz Paulo Pompéia, presidente da Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp).

Brasil X EUA

Embora seja reflexo da crise no exterior, a restrição do crédito no Brasil tem natureza diferente da que ocorre lá fora. Nos Estados Unidos e na Europa, os bancos vêm sofrendo prejuízos enormes, que têm origem no não pagamento de hipotecas imobiliárias. Sem recursos, o crédito some.

Já os bancos brasileiros estão em situação diferente: sem créditos podres em carteira, gozam de boa saúde financeira. Ocorre que muitos deles se financiam com recursos do exterior – e com o dinheiro lá fora escasso, evitam correr riscos, já que não teriam a quem recorrer em caso de problemas.

Efeitos para as construtoras

Essa restrição de crédito também afeta as construtoras. “Os bancos estão pedindo mais garantias e vão injetar menos dinheiro no setor. Alguns segmentos podem sentir, por não conseguirem produzir com um custo tão elevado. O reflexo é que alguns empreendedores vão reduzir seu ritmo de lançamentos. Não há uma suspensão, mas uma redução do ritmo alucinado de montagem de estandes de venda que era no passado”, diz Pompéia, da Embraesp.

“É a hora da seletividade. Em vez de fazer 20 empreendimentos, (a empresa) vai fazer 16, e quatro vai deixar na gaveta para 2010, 2011”, acrescenta Crestana, do Secovi.

As construtoras e incorporadoras também estão entre as que mais sofrem com o “tombo” das bolsas de valores nas últimas semanas. De olho nos problemas do setor, o governo federal autorizou, nesta semana, a Caixa Econômica Federal a comprar participação acionária em construtoras.

Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o objetivo é evitar que haja uma interrupção dos projetos por falta de recursos. “É uma resposta para dar continuidade aos projetos de construção habitacional”, disse ele.

Cuidados na hora da compra

Para o consumidor, a recomendação dos especialistas é redobrar a prudência na hora da compra. Embora alguns bancos tenham elevado as taxas de juros, outros ainda mantêm a cobrança no mesmo patamar.

“Quem pretende financiar um imóvel pode procurar um dos bancos em que é cliente e negociar para manter a taxa. Para quem é bom cliente, o banco pode manter (a taxa antiga)”, diz Crestana. “Mas o comprador vai ser um pouco mais cauteloso agora, vai selecionar os melhores juros, não vai querer comprometer tanto da renda.”

“A recomendação é prudência, paciência e pechinchar muito. E, se puder esperar, para evitar riscos desnecessários. Eu acredito que em três ou quatro meses já vamos estar com uma situação mais estável, mais clara”, afirma Pompéia.

Para uma fatia dos compradores, no entanto, a recomendação do presidente da Embraesp é diferente: “Quem tem aqueles contratos já prontos, com a situação de antes da crise, é bom aproveitar. Porque dificilmente voltaremos a uma situação tão privilegiada quanto a de seis meses atrás.”
G1 Globo

Rizzolo: A crise que atingiu o mercado imobiliário brasileiro, mais precisamente as construtoras, é sério e podemos estar vivenciando no futuro um “efeito Incol”. O pacote do governo muda um pouca a participação da Caixa Econômica Federal que sempre financiou a construção imobiliária. Para salvar o mercado, agora a construtora poderá pegar adiantadamente na caixa as prestações que os compradores vão pagar no futuro, os chamados recebíveis.

Se houver calote quem paga é o Tesouro. Mas é claro, se a quebradeira for grande, será isso acontecerá? Hoje o mercado imobiliário, como todos os outros segmentos, vive um problema de confiança, e especificamente, o imobiliário, pela pouca liquidez que oferece, e pelas taxas exorbitantes de financiamento, é um investimento não aconselhável, por hora. Para se ter um idéia do problema, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta quinta-feira que o governo federal editará uma medida provisória (MP) para socorrer o setor da construção civil.

Durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), ele afirmou que a MP tem o objetivo de viabilizar parte das medidas divulgadas na quarta-feira, as quais, por sua vez, visam fornecer capital de giro às empresas do setor. Ou seja, aquele que pretende comprar um imóvel deve pensar muito antes da decisão, e em momentos de crise o melhor é apenas observar, não comprar.

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Mantega: crise é sistêmica, ninguém escapa dessa crise

BRASÍLIA – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou hoje que a atual crise financeira internacional, diferentemente das vivenciadas na década de 90, tem caráter sistêmico, porque atinge os países desenvolvidos. “Esta é uma crise sistêmica. Ninguém escapa desta crise. Mas os países avançados são mais atingidos”, afirmou Mantega, na audiência pública da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

O ministro voltou a dizer que essa crise é, provavelmente, a maior que sua geração já assistiu e destacou que envolve trilhões de dólares, ao contrário das vivenciadas na década de 90, em que as perdas eram de dezenas de bilhões de dólares.

Mantega destacou que os países avançados estão com mais problemas, “porque não têm fundamentos tão sólidos quanto os nossos”. Ele citou os Estados Unidos, especificamente, que têm déficits fiscal e comercial e ainda convivem com inflação. “É verdade que eles têm a maquininha de fazer dinheiro, mas eles têm a fragilidade fiscal e a inflação em alta”, disse Mantega, lembrando ainda que as instituições financeiras mais atingidas pela crise são as dos países desenvolvidos.

De outro lado, Mantega destacou que os emergentes dinâmicos, ou seja, que têm maior crescimento econômico, são menos atingidos pela crise, porque têm fundamentos mais sólidos, como reservas internacionais elevadas e o sistema financeiro foi pouco atingido. No caso do Brasil, ele disse que o mercado financeiro não tem problemas com os ativos tóxicos americanos. Ele destacou que é importante ter um crescimento maior para enfrentar a atual crise internacional.

Pacto

O presidente da CAE do Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), defendeu o entendimento maduro e um pacto do Congresso Nacional para minimizar os efeitos da crise financeira internacional na economia brasileira.

Ao abrir a audiência pública da CAE, o senador disse que a crise é sem precedentes e, por isso, vai exigir também respostas sem precedentes. “Não podemos esconder nada. Temos que ter transparência”, disse.

Mercadante destacou que a crise está levando à maior coordenação internacional já vista na história entre os países.

Ufanismo

A oposição vai pedir mais cautela ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, e ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), disse que pedirá as duas autoridades para “conterem o ufanismo” quando falarem da crise financeira. “Vamos pedir para parar com o ufanismo, com as declarações exageradas”, disse o senador, ao chegar à CAE, onde é realizada audiência pública com Mantega e Meirelles.

Virgílio também adiantou que outro tema que deverá pautar as discussões na audiência é a Medida Provisória (MP) 443, aprovada esta semana na Câmara, que abre à Caixa Econômica Federal e ao Banco do Brasil a possibilidade de adquirir o controle acionário de outras instituições financeiras.

Agência Estado

Rizzolo: A crise é de fato sistêmica, e a grande diferença desta em relação às outras, é que dessa feita ele ocorre no coração da maior potência econômica, os EUA. Os 30 bilhões de dólares que estarão à disposição do Brasil ofertados pelo FED, são na verdade um empréstimo, e denota o interesse dos EUA em controlar a economia de alguns países emergentes com boa estrutura e pouco atingidos pelos derivativos tóxicos.

Uma reportagem publicada hoje no jornal Valor Econômico mostra a confusão que a crise está provocando na bolsa de valores. Um levantamento feito pela Valor Data com 282 empresas mostra que 31 delas estão com valor de mercado mais barato do que os recursos em caixa e estoques que possuem. A verdade contudo, é que o Brasil não escapa da crise, não com uma depressão mas com uma retração ou recessão, e o que aponta para isso é o comportamento do mercado americano. A prévia do terceiro trimestre do PIB americano apontou uma retração de 0,30%, menor que os 0,50% esperados com projeções de até 1,9% de queda.

O consumo retraiu mais do que o esperado. Assim sendo, podemos imaginar os reflexos por aqui, o consumidor deverá tomar todo o cuidado, principalmente em relação às altas taxas dos financiamentos. Como já alertei não é hora de se contrair nenhum compromisso, muito menos carros, ou imóveis.

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Uma bolha chinesa nos aguarda ?

Recentes dados demonstram que o ritmo de crescimento da economia chinesa desacelerou para 9% no terceiro trimestre de 2008 em relação a igual período de 2007, o menor patamar em cinco anos, em razão da crise financeira internacional e da política monetária restritiva em vigor até o mês passado, ou seja, depois de crescer 12% em 2007, o país caminha para fechar o ano com expansão em torno de 9%, índice semelhante ao registrado em 2002.

O governo chinês está diante do desafio de gerar empregos para uma população equivalente à do Canadá todo ano. Como a economia mundial está ruim, suas exportações começam a cair; conseqüentemente, o país precisa estimular a demanda interna. Na verdade, isso não é fácil empreender numa economia como a chinesa, onde as pessoas têm o hábito de poupar 50% da sua renda. Outro aspecto dessa questão, é que surgiu uma nova classe média na China, cujas expectativas precisam ser correspondidas nessa nova fase da economia.

A alta da inflação na primeira metade do ano, levou o Banco do Povo da China a aumentar a taxa de juros e a reduzir o volume de dinheiro à disposição dos bancos para concessão de empréstimos. Além da restrição ao crédito, os exportadores enfrentaram a valorização do Yuan em relação ao dólar e o aumento dos custos trabalhistas decorrente da Lei do Contrato de Trabalho, que entrou em vigor em janeiro. A cotação da moeda chinesa teve alta de 6,5% em 2007 e de 6,8% em 2008.

O problema se agrava quando sabemos que a China não tem um monitoramento econômico de qualidade, não havendo um acompanhamento minucioso e transparente dos resultados domésticos. Esta ausência de medidores com maior precisão faz com que a incerteza seja maior. Com a diminuição de suas exportações, a China se verá forçada a dirigir sua produção para o mercado interno pouco consumidor, e não capaz de absorver sua total produção.

Os efeitos no exterior com uma recessão da China são devastadores. A China é o maior comprador de minério de ferro e soja exportados pelo Brasil e está prestes a substituir a Argentina no posto de segundo maior mercado para as vendas brasileiras ao exterior. Com um crescimento menor, a China vai reduzir a demanda por matérias-primas para sua indústria, o que vai afetar as exportações do Brasil.

Além de uma preocupação econômica, existe um componente político a ser analisado na China; haverá com certeza num cenário recessivo, pressões políticas internas de grande proporção, que poderão desencadear processos de endurecimento ainda mais do regime chinês. O grande desafio chinês será estimular a demanda interna, com aumento de investimentos e do consumo, para contrabalançar a queda nas exportações; da mesma forma, teremos que conduzir nossa política macroeconômica no Brasil, dentre outras medidas, fortalecendo e aumentando o nosso mercado interno; muito embora a exegese do nosso problema, esteja muito mais focada na questão cambial e na escassez de crédito.

Exportando menos para a China, e vivenciando um quadro recessivo global, teremos que rever os investimentos, os gastos públicos, e torcer para que a China contorne os efeitos recessivos de sua crise. Na verdade uma bolha chinesa seria capaz de nos afetar muito mais do que as desventuras econômicas dos EUA, devido aos irresponsáveis derivativos tóxicos; que acabaram por assim, intoxicando a esperança de consumo e de desenvolvimento dos países emergentes.

Fernando Rizzolo

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Recessão nos EUA fecha duas fábricas de brinquedo na China

PEQUIM – Duas grandes fábricas de brinquedos no sul da China fecharam suas portas nesta semana em razão da crise nos Estados Unidos, o principal destino de suas exportações, deixando 6.500 pessoas desempregadas. As falências são as maiores registradas em um setor que enfrenta dificuldades desde o primeiro semestre do ano, quando metade de seus pequenos exportadores fecharam as portas.

Centenas de trabalhadores realizaram protestos nesta sexta-feira, 17, na cidade de Dongguan, onde estão as duas fábricas da Smart Union que deixaram de funcionar. Os operários exigiam explicações e o pagamento dos salários de setembro e outubro.

Além da turbulência global, as empresas chinesas enfrentaram uma série de problemas domésticos no primeiro semestre, o que provocou desaceleração do crescimento do país.

Na segunda-feira, o governo chinês anuncia o resultado do PIB do período de julho a setembro, que deverá ser o quarto trimestre consecutivo de queda do ritmo de expansão da economia. Na primeira metade do ano, o crescimento foi de 10,4%, abaixo dos 12% de 2008.

A China produz cerca de 80% dos brinquedos consumidos em todo o mundo e a maioria de suas fábricas trabalha como subcontratadas das grandes marcas mundiais, como Disney e Mattel.

Segundo representantes da Smart Union, a principal razão para o fechamento das duas unidades é a grande dependência em relação ao mercado dos Estados Unidos, país imerso na mais grave crise financeira desde o crash da Bolsa de 1929.

As margens de lucro dos exportadores chineses encolheram a partir do início do ano, em razão da alta dos juros, da apreciação do yuan em relação ao dólar e do aumento dos custos trabalhistas.

Na avaliação da Smart Union, o custo por empregado subiu 12% quando entrou em vigor a nova Lei de Contrato de Trabalho, em janeiro.

Estatísticas oficiais indicam que 3.631 exportadores de brinquedos do sul da China fecharam suas portas no primeiro semestre, o equivalente a 52,7% do total. A grande maioria era de pequenas e médias empresas, com volume de vendas ao exterior inferior a US$ 100 mil ao ano.

No início de outubro, o governo de Dongguan criou um fundo de 1 bilhão de yuans (US$ 147 milhões) para socorrer as pequenas e médias empresas em dificuldades.

As autoridades de Pequim abandonaram em julho a política de valorização do yuan, enquanto os juros começaram a cair em setembro, com o agravamento da crise internacional.

O sul da China é a principal base de produção de bens de exportações intensivos em mão-de-obra, como brinquedos, calçados e têxteis. Também é o local da Feira de Cantão, o principal evento de exportações do país, que teve início nesta semana com uma brutal queda de visitantes.

O vice-ministro da Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento, Du Ying, afirmou na quinta-feira que o governo deverá anunciar em breve uma série de medidas para amenizar o impacto da crise mundial e estimular a atividade econômica.

De acordo com Du, o pacote deverá incluir o aumento do crédito para o setor imobiliário e o fim das restrições para compra de um segundo imóvel.
Agência stado

Rizzolo: Em mais de uma ocasião, este Blog chegou a comentar a possibilidade de uma eventual ” bolha chinesa”; e a plausibilidade desta hipótese agora é robusta. Todos sabem que os ” derivativos tóxicos” estão espalhados pelo mundo, e que a China por sua economia estar muito atrelada a dos EUA e dos países desenvolvidos, enfrentará uma diminuição de suas exportações.

O excedente desta produção deverá ser direcionada para o mercado interno chinês, que é altamente poupador, e que não tem a característica de consumo, muito embora a economia chinesa seja mais planificada em função do regime. A recessão diminuirá o consumo interno, que por sua vez derrubará os preços das commodities ainda mais. Isso afetará principalmente os emergentes que em razão da demanda asiática, conseguiram os superávits na balança comercial, dentre eles o Brasil. Quando observamos uma eventual ” bolha chinesa”, fica evidenciado o caráter endógeno de geração de crises do capitalismo, até nas economias mais planificadas do planeta.

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Dólar em alta leva Klabin a ter prejuízo no 3o tri

SÃO PAULO – A valorização de 20 por cento do dólar contra o real no terceiro trimestre do ano fez a fabricante de papéis Klabin sofrer uma pesada perda com câmbio no período, o que derrubou o resultado da empresa para um prejuízo de 253 milhões de reais.

A companhia informou que a valorização da moeda norte-americana gerou uma perda de variação cambial líquida, sem efeito caixa, de 381 milhões de reais, contra efeito positivo de 67,9 milhões de reais um ano antes e de 167 milhões de reais no segundo trimestre.

No total, as despesas financeiras da companhia nos três meses encerrados em setembro somaram 447,1 milhões de reais contra receitas de 101,2 milhões de reais um ano antes e 174 milhões de reais no segundo trimestre.

A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebtida, na sigla em inglês) ficou em 155 milhões de reais, um recuo de 22,8 por cento em relação ao Ebtida registrado no mesmo período do ano passado. A margem Ebtida caiu de 28 para 20 por cento.

A Klabin produziu 417 mil toneladas de papéis e cartões revestidos no terceiro trimestre, 11 por cento acima do registrado um ano antes, apesar de uma parada na fábrica de Monte Alegre entre o final de julho e o início de agosto.

O volume de vendas somou 388 mil toneladas de papéis e embalagens, alta de 7,7 por cento em relação as vendas de 360 mil toneladas no terceiro trimestre de 2007. Do total vendido, 36 por cento foi destinado ao exterior, queda ante a fatia de 37 por cento verificada no mesmo período do ano passado.

Com isso, a receita líquida no trimestre passado foi de 770 milhões de reais, avanço de 6,6 por cento na mesma comparação.

A empresa não fez previsões para o ano no resultado, mas informou que “diante do quadro atual de escassez de crédito e alta dos juros decorrentes das instabilidades do mercado financeiro mundial, deverá preservar o seu capital de giro, seu perfil de endividamento e, o mais importante, seu caixa disponível”.

A Klabin informou que nos próximos 15 meses o comprometimento com operações de financiamento (trade finance) corresponderá a 18 por cento dos valores a serem exportados. A empresa estima que a desvalorização do real deve gerar receita adicional com exportações de 201 milhões de reais.

Agência Estado

Rizzolo: Depois de a Votorantim declarar seu prejuízo, dessa feita, a Klabin, uma potência na fabricação de papéis amargam prejuízo de um prejuízo de 253 milhões de reais. Na realidade por hora estamos falando de empresas de porte, imaginem as pequenas e médias empresas, que pelo fato da alta do dólar e a escassez de crédito estão se deparando com uma perspectiva realmente problemática O mercado está parado, o empresariado está em compasso de espera até para saber quais serão as medidas do BC em relação às taxas de juros.

Ontem nas declarações do presidente Lula, visivelmente irritado, pode-se constatar que os grandes bancos querem sim resolver seus problemas liquidez às custas da liberalidade dos débitos compulsórios. Ora, não é possível que o governo acreditaria que toda essa dinheirama fosso drenado ” para empréstimos às empresas “, isso é pura ingenuidade, num mercado onde todos querem destravancar, é claro que os bancos também o desejam fazer, e o pobre empresariado fica a ver navios. Além disso, os bancos passaram a vida toda dizendo que os juros bancários eram altos demais, entre outras razões, porque o compulsório é alto. Agora que o compulsório foi liberado, os juros estão aumentando na ponta.

Ademais, aumentou muito o redesconto por parte das autoridades financeiras e isso é péssimo. (O redesconto é um tipo de crédito concedido pela autoridade monetária às instituições financeiras em caso falta de recursos disponíveis em caixa para cumprir os compromissos do banco).

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Lula defende ‘revolta dos bagrinhos’ para mudar sistema

NOVA DÉLHI – No trecho de improviso do discurso que fez hoje na reunião principal do encontro entre governantes do Brasil, Índia e África do Sul, em Nova Délhi, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou uma metáfora para defender a necessidade de união dos países menores. Ao reafirmar sua convicção de que os países desenvolvidos foram incompetentes para resolver a crise financeira, ele disse que é necessária uma “revolta dos bagrinhos”, na qual os países menos desenvolvidos se unam para fortalecer suas posições e conseguir mudanças no sistema financeiro internacional.

“É como se fosse a revolta dos bagrinhos”, brincou Lula, citando uma expressão usada no PT em referência a um episódio de 1994, quando os grupos minoritários do partido se uniram e passaram a comandá-lo, substituindo a moderada corrente Articulação, à qual pertencia o próprio Lula.

O presidente chegou a contar ao colega sul-africano, Kgalema Motlanthe, e ao primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, que bagre é um peixe brasileiro pequeno que freqüentemente é devorado por um grande, o jaú. Só que, de vez em quando, os bagrinhos se revoltam e se juntam para comer o jaú.

No mesmo discurso, o presidente Lula disse que é preciso repensar o modelo mundial de produção e abastecimento de alimentos e passou a defender a conclusão da Rodada Doha. “É inadmissível que os subsídios agrícolas dos países ricos continuem a causar fome e destruir vocações agrícolas”, declarou, acentuando que esta é uma luta que o G-20 tem de continuar.

“Nossos três países devem continuar liderando esforços pela conclusão da Rodada Doha, sob pena de frustrarmos as legítimas expectativas de milhões e milhões de produtores agrícolas dos países pobres”, afirmou, acentuando: “A crise financeira que se abateu sobre os mercados é uma razão a mais para os nossos países tomarem a dianteira e exigirem um esforço de coordenação internacional para reverter este quadro.”

O presidente brasileiro reafirmou seu discurso de que “não é justo que as perdas decorrentes dessa crise sejam hoje socializadas, quando os lucros de ontem só alimentaram os poucos donos do sistema financeiro internacional.”

Na avaliação de Lula, não faz sentido que o comércio entre países como os emergentes sejam afetados por problemas financeiros oriundos dos países ricos. “Devemos colocar nossa vontade política e nossa imaginação criadora a serviço das relações que nos protejam da volatilidade gerada pela especulação”, afirmou, defendendo a transação com moedas locais entre os países.

Depois da cerimônia, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, anunciou a criação de uma comissão de monitoramento de comércio, como existe em relação à China, Uruguai e Argentina, para evitar que problemas específicos impeçam o comércio bilateral entre Brasil e Índia.
Agência Estado

Rizzolo: Olha, eu não sei quem escreve os discursos do presidente, ou se essas reflexões partem da inocência de Lula ao afirmar que uma união dos países menos desenvolvidos seria possível e viável para fortalecer suas posições e principalmente conseguir mudanças no sistema financeiro internaciona”. Essa proposta, com a outra de dois dias atrás, quando o presidente apregoava o fim do dólar na América Latina como moeda de referência, fazem parte de um elenco folclórico econômico.

Não há como numa economia globalizada, onde a vinculação e a inter- relação dos mercados é extremamente acentuada, pensar numa hipótese desta. Analisar as questões internacionais através de um prisma sindicalista, onde o discurso entre ricos e pobres ou patrões e empregados marca e empolga os ” bagrinhos “, não funciona neste caso. Temos sim que enfrentar os problemas internacionais do ponto de vista macroeconômico, e seguir a cartilha da boa gestão, principalmente no que toca aos gastos públicos. O resto é discurso para impressionar os “bagrinhos da intelectalidade”.

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Mesmo com 3 leilões, dólar sobe e fecha em R$ 2,164

Num dia de pessimismo nos mercados, com paralisação na Bovespa e queda forte também em outras Bolsas do mundo, o dólar comercial fechou em alta expressiva de 3,29%, vendido a R$ 2,164. A cotação acompanhou os temores de uma recessão econômica mundial.

O avanço na cotação do dólar ocorreu apesar de o Banco Central ter feito três leilões da moeda no mercado no dia. A ação do BC, no entanto, conseguiu reduzir um pouco a alta. Durante o dia, o dólar chegou a disparar mais de 5%.

Na Bovespa, foi a quinta vez em 17 dias que foi acionado o sistema de parada dos negócios na Bovespa, chamado de “circuit breaker”. Num dos dias, houve duas paradas.

As paradas anteriores aconteceram nos dias 29 de setembro, 6 de outubro (com duas quedas, uma no início do pregão, outra logo depois) e 10 de outubro.

A desconfiança sobre a saúde da economia dos Estados Unidose aumentou depois que a presidente da unidade de San Francisco do Federal Reserve (banco central americano), Janet Yellen, afirmou que seu país entrou em uma recessão.

Ela considera que não houve “nenhum crescimento” econômico no terceiro trimestre e que deve ocorrer uma contração nos últimos três meses do ano.

“É o início do fim da crise financeira, mas mais além está se revelando a recessão global”, disse Emmanuel Morano, diretor de administração de ativos na La Francaise des Placements, em Paris.

“Os temores de uma recessão global são justificados e têm sido precificados muito rapidamente. Os valores de mercado das empresas no setor de matérias-primas são apocalípticos.”

Também contribuiu para aumentar as preocupações a informação de que as vendas no comércio varejista dos Estados Unidos encolheram 1,2% em setembro no confronto com um mês antes.

Mais ajuda
Depois dos pacotes anunciados pelos governos dos Estados Unidos e de países da Europa para socorrer o sistema financeiro, governos asiáticos decidiram, nesta quarta-feira, criar um fundo conjunto para lidar com a crise. Japão, China e Coréia do Sul participam do acordo.

O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, e o presidente da Comissão Européia (CE), José Manuel Durão Barroso, defenderam uma reforma do sistema financeiro global.

(Com informações de AFP, Efe e Reuters)

Rizzolo: A reação da Bolsa e dólar nesta quarta-feira, denotam claramente que a crise de confiança ainda está longe de ser dissipada. As intervenções do BC já não parecem mais surtir o efeito desejado, e como já disse em outros comentários, a queima de reservas cambiais na sustentabilidade de manter o dólar sob um patamar viável, deve esbarra por uma crítica mais aguçada. Na verdade as intervenções visam manter a integridade dos bancos. Mas isso é válido até que patamar?

Todos sabem que a causa principal do aumento do dólar está na impossibilidade do financiamento do capital de giro, via operações de venda antecipada de exportação, como ocorria anteriormente, situação esta, criada e proporcionada pela própria política do BC nó seu contexto macroeconômico. O cenário de hoje mostra, que a despeito do pacote do final de semana, o mercado não conseguiu dissipar o sentimento de pânico. A aversão ao risco continua forte.

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Aceleração do Crescimento e o Freio da Crise

É verdade que o jogo político e a retórica, bem como as condições de se criar um ambiente estável no País, fazem parte do que chamamos de condições de governabilidade. Também é verdade que a criação de frases e siglas, desde o início, tem sido utilizada pelo governo para publicitar seus feitos, dando uma maior visão, e fazendo com que os projetos anunciados e não materializados, se revistam de uma atitude pró ativa de empenho na sua execução. Foi nesse esteio de pensamento que surgiram as siglas PAC, Bolsa-Família, ProUni, Pronasci, e muitos outros, não só neste governo.

Os projetos quando bem aderentes, e já sedimentados na visão popular, se tornam um grande problema político quando o governo se defronta com crises financeiras de grande proporção, como a que estamos presenciando no mundo. A interrupção ou o adiamento dos projetos sociais, já propalados, causam um desgaste político imenso; até porque a justificativa do governo em adiá-las, geralmente é má recebida pela população carente, e justificada pela oposição, como um problema de incapacidade de gestão dos gastos; ou seja, não concluíram, ou adiaram, porque possuem gestão prodiga em relação ao erário público.

O presidente Lula e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, sob orientação partidária, afirmam categoricamente que ” tudo vai continuar acontecendo neste País, nada vai parar”, ou que os recursos do PAC serão garantidos. É compreensível do ponto de vista político, a postura refratária de governo Lula em admitir que se uma forte recessão nos atingir, teremos sim que rever tudo, mesmo porque a receita tributária despencará.

Com efeito, os indicadores não são nada bons; a escassez de crédito já assola fortemente o País, e crédito significa o oxigênio da economia. As empresas brasileiras estão enfrentando vários problemas: prejuízos na operação com o dólar no mercado futuro; falta de capacidade de financiar suas exportações; cancelamento de investimentos; suspensão de negócios; crise no mercado de imóveis, até aspectos contenciosos comerciais pela redução de preços já registrados em contrato.

Não há dúvida que o empresariado, além do problema de captação de crédito, enfrenta uma questão de confiança e expectativa, e todos no momento estão revendo os investimentos. A visão repentina da impossibilidade do financiamento do capital de giro, via operações de venda antecipada de exportação, surpreendeu o empresariado que se beneficiava das altas taxas de juros, aliás, situação criada e proporcionada pela própria política do BC nó seu contexto macroeconômico. A fonte secou, mas o governo ainda insiste em não admitir redução dos gastos públicos, evitando desta forma o gasto político que queimará sua propaganda em 2010.

A frase ” tudo irá continuar acontecendo neste País ” nos leva a refletir se na administração da crise, o governo fará a sua parte na contenção dos gastos públicos, ao contar com uma menor receita tributária; ou se então a frase, será válida para chancelar apenas os grandes projetos políticos congregados e definidos pelas siglas como o PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) e outros. Na rodovia dos investimentos, o empresariado já sentiu o freio da incerteza e da falta de crédito, agora será a vez de o governo fazê-lo, sob pena de estar trafegando na contramão do bom senso, com a justificativa de permanecer com popularidade acelerada.

Fernando Rizzolo

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Governo dos EUA deve gastar US$ 125 bi na compra de ações de nove bancos

O Departamento do Tesouro dos EUA anunciou nesta terça-feira que os nove grandes bancos que aceitaram vender ações para o governo absorverão US$ 125 bilhões, metade do valor oferecido pelas autoridades para o sistema financeiro nesta primeira etapa, segundo fontes ouvidas pela agência de notícias France Presse.

O governo americano anunciou hoje o desbloqueio de US$ 250 bilhões –do total de US$ 700 bilhões para entrar no capital de instituições em dificuldades que aceitarem entrar no programa. “Nove grandes instituições financeiras já anunciaram sua intenção de fazer parte do programa, no valor total de US$ 125 bilhões”, informou o Tesouro em um comunicado.

Os nove grupos seriam: Goldman Sachs, Morgan Stanley, JP Morgan Chase, Bank of America, Citigroup, Wells Fargo, Bank of New York Mellon, State Street e Merrill Lynch (vendido ao Bank of America no mês passado).

O anúncio da compra das ações preferenciais de bancos pelo governo foi feito hoje pelo presidente americano, George W. Bush. Ele disse que essa medida e outras, como garantias a empréstimos bancários, “são ações inteligentes e têm todo o apoio dos EUA”.

O novo capital a ser injetado nos bancos “vai ajudar a que os bancos façam empréstimos a empresas e pessoas e a compensar as perdas ocorridas durante a crise financeira”, disse Bush.

Já o secretário do Tesouro, Henry Paulson, confirmou o plano, mas disse lamentar ter de tomar ações que levem à intervenção do governo no setor financeiro, mesmo considerando que essas medidas “são o que precisamos para restaurar a confiança em nosso sistema financeiro”.

“Lamentamos ter de tomar essas ações. As medidas de hoje são o que jamais quisemos fazer –mas elas são o que precisamos fazer para restaurar a confiança em nosso sistema financeiro”, disse o secretário, em um pronunciamento no qual foi acompanhado pelo presidente do Federal Reserve (Fed, o BC americano), Ben Bernanke, e pela presidente da FDIC (Corporação Federal de Seguro de Depósito, na sigla em inglês), órgão do governo que garante operações do setor bancário americano, Sheila Bair.
Agência Estado

Rizzolo: Bem, lamentar que há se ter uma intervenção do governo, é ainda não estar convencido de que não há outro remédio. Entendo que essas intervenções, ou declarações só tendem a atrapalhar o fator confiabilidade. Melhor fez a Europa em comprar ações dos bancos e ter em alguns casos o controle das instituições, já os EUA, em sua postura menos intervencionista resolverá com o dinheiro do contribuinte.

Nesse aspecto entendo que o momento é de regulação profunda, até porque a dinâmica regulatória, através dos anos – de 80 para cá não – acompanhou as ” inovações ” do mercado promovendo o surgimento desses ” derivativos tóxicos “. Chegou a hora da limpeza, tem muito CDS ( Credit Default Swap) voando pelo mundo. Prova de que quanto maior a regulação nesse momento é melhor, são as declarações de Soros na Bloomberg.

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Ajuste cambial fará bem ao Brasil, diz Lula

Madri – Ignorando a bolha cambial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o “ajuste do dólar fará bem” para a economia brasileira. Com a crise tendo levado o dólar de R$ 1,56 para R$ 2,34 em uma semana, o próprio governo estima que 200 empresas sofrerão com a diferença em suas operações e há quem alerte que o câmbio possa ser o “subprime” brasileiro.

“O dólar vai achar seu ponto de equilíbrio conforme a economia encontre seu ponto certo. Essa é a vantagem de um câmbio flexível”, disse Lula. Ele, ainda assim, admite que a subida do dólar “foi positiva” para a economia de um modo geral, e principalmente para as exportações. Ele lembrou da época em que era oposição e que pedia que o dólar ficasse num patamar específico. “Isso eu sei que não dá mais”, afirmou.

“Vamos continuar com nossas previsões de que exportaremos mais de US$ 200 bilhões neste ano”, afirmou. A crise teria afetado a capacidade de crédito para as exportações. Ele ainda destacou que o aumento das importações não devem ser considerados como um problema. “Estamos importando máquinas. Isso significa que estamos comprando para produzir mais”, disse. Nos últimos meses, o superávit comercial do Brasil vem caindo e a Organizacao Mundial do Comércio (OMC) já estima que será dificil sua manutenção se os preços das commodities sofrer uma queda importante.

Fim do Dólar – Lula ainda afirmou que estava na hora de países emergentes pararem de usar o dólar como forma de garantir o intercâmbio entre suas economias. “POrque é que Brasil e Índia precisam usar o dólar? Porque é que não podemos converter as nossas moedas diretamente? Vamos começar a discutir essa possibilidade com vários governos”, disse.

Ele apontou para o exemplo do Brasil e Argentina, que abriram a possibilidade para que empresas possam usar as moedas dos dois países para pagar por exportaçoes e importações. “Levamos mais de um ano para chegar a isso. Mas vamos agora começar a discutir a possibilidade de levar isso também ao resto do Mercosul, primeiro. Depois, a idéia é de que seja usada em toda a América do Sul”, afirmou.

Ele não descarta que será um trabalho “difícil”. “Mas o nosso Banco Central vai ter de ser usado para ajudar nesse sentido”.
Agência Estado

Rizzolo: Contrariando o comentário do presidente, a desvalorização do dólar não é nada bom para a economia, é um componente inflacionário perigoso. Se por um lado existe um alívio da taxa a favor das exportações, isso é neutralizado pela falta de crédito, e pelo alto custo financeiro que será embutido nos preços. Hoje existe um problema de liquidez no País, e o dólar no patamar que está já preocupa os analistas. Outra questão, é saber se os bancos realmente irão emprestar o dinheiro do compulsório, porque queimar as reservas para preservá-los e até que patamar, é discutível.

Agora, a proposta do presidente em acabar com dólar nos emergentes, só pode ser uma brincadeira; o lastro da moeda americana é tão forte que o problema é exatamente tê-lo em suficiência, a visão latino americana de que os emergentes são autos suficientes faz parte da cartilha petista romântica. A trégua nos mercados veio da Inglaterra na disposição de resolver os problemas de forma mais simples. No Brasil o juro médio do empréstimo pessoal subiu para 6,04% ao mês em outubro, a maior taxa média desde junho de 2003 (6,22%). Na Europa, os ganhos também são menores: Londres, 0,65%; Alemanha, 1,04%; e França, 1,36%. Coincidentemente, as quedas aconteceram justamente após as falas de Bush, Bernanke e Paulson.

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Em novo dia de otimismo, Bovespa dispara e dólar tem forte queda

Os mercados de ações e câmbio continuam nesta terça-feira no clima de otimismo iniciado ontem, quando diferentes países europeus anunciaram planos bilionários de socorro ao setor financeiro.

Na segunda-feira, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) deu um salto de mais de 14%, enquanto o dólar comercial tombou quase 8%.

Às 10h20, o Ibovespa, principal indicador do mercado brasileiro de ações, subia 5,12%, a 42.920,84 pontos (acompanhe gráfico da Bovespa com atualização constante).

A moeda americana caía 4,85%, a R$ 2,042 na venda (veja quadro com a cotação do dólar atualizada).

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse que o governo destinará até US$ 250 bilhões para comprar ações de bancos privados em dificuldade e garantirá a nova dívida emitida por essas instituições. A medida, assim com o valor, já era de conhecimento do mercado. O diário nova-iorquino “Wall Street Journal” havia antecipado a notícia.

Investidores têm esperança de que governos de todo o mundo, ao assumirem parte de bancos, estabilizem o sistema financeiro global e marquem o fim do pior da crise financeira.

“Parece que a maré virou e um derretimento completo dos mercados e uma depressão foram evitados. Investidores podem agora focar, novamente, em fundamentos mais que no grau de pânico do mercado”, escreveu Dariusz Kowalczyk, estrategista chefe de investimento do CFC Seymour em Hong Kong, em uma nota a clientes.

As Bolsas européias mantinham nesta terça-feira a recuperação iniciada na segunda-feira.

O Banco Central Europeu injetou quase US$ 100 bilhões no mercado nesta terça.

Na Ásia, a maior parte das Bolsas fechou em alta. A de Tóquio, que não havia operado ontem devido a um feriado local, bateu recorde ao subir mais de 14%.

O banco central japonês anunciou novas medidas de combate à crise financeira.

Recessão
O otimismo dos investidores não foi abalado por avaliações negativas sobre a economia européia. Institutos econômicos disseram que a Alemanha está à beira da recessão; o banco central da França disse que seu país já está em uma.

No Reino Unido, a inflação atingiu 5,6% em setembro na taxa anualizada, maior percentual em 16 anos.
Folha on line
Rizzolo: A reação do mercado se deve ao primeiro-ministro inglês, Gordon Brown. O plano de Brown é bem mais simples, parece que nesta confusão de planos a Inglaterra conseguiu acalmar os mercados. Já no Brasil, a manobra para conter a crise é usar uma ferramenta clássica de política monetária: liberar compulsório. Lá eles usam dinheiro do contribuinte, que sai dos cofres do Tesouro.

Com isso o BC quer que os bancos emprestem dinheiro, mas não bem assim. O fator confiança é essencial, até porque se os bancos não sentirem a devida confiança no mercado, poderão usar o dinheiro e comprar títulos do governo ” empoçando o mercado de liquidez” e isso é péssimo. O problema hoje é de liquidez, e o empresariado está receoso e aguarda como ficara a questão dos juros, que tem é claro, uma relação com um aumento da inflação que por sua vez está atrelada ao aumento do dólar e a queda das commodities.

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