Mulheres são mais chefes de família na classe C, diz Ibope

SÃO PAULO – As mulheres comandam 32% das famílias de classe C no Brasil, segundo pesquisa divulgada hoje pelo Ibope Mídia Brasil, com dados referentes ao ano de 2009. Nas camadas mais altas da população, o porcentual de mulheres que são chefes de famílias é menor: nas classes A e B, apenas 25% delas estão à frente das famílias.

“As mulheres são mais chefes de família na classe C e elas também decidem o que comprar para a casa”, destaca Dora Câmara, diretora comercial do Ibope Mídia.

A pesquisa ouviu cerca de 20 mil pessoas com mais de 12 anos nas principais regiões metropolitanas do País. Elas foram divididas por classes conforme o Critério Brasil de classificação econômica, que leva em conta a posse de bens para dividir a população em diferentes estratos. No caso da classe C – identificada pelo estudo como a nova classe média brasileira -, a renda mensal varia entre R$ 600 e R$ 2.099.

De acordo com o levantamento, a classe C também é mais jovem e composta por uma maioria de afrodescendentes (negros e herdeiros da miscigenação). Em Salvador, por exemplo, 41% da classe C é negra, enquanto em Brasília o porcentual é de 22%. A pesquisa informa ainda que quem está na classe C é geralmente mais saudável. Pela classificação utilizada, com base no Critério Brasil, 31% da classe AB1 está acima do peso – na classe C1 (uma subdivisão da classe C), este porcentual é de 27%. “Talvez porque as pessoas da classe C andem mais para ir ao trabalho ou se alimentem melhor, sem excessos, elas são mais saudáveis”, explica Dora.

Idiomas

Na área de educação, no entanto, a classe média ainda leva uma desvantagem em relação às camadas mais altas. O Ibope Mídia revelou que 23% da população de classe C fala outro idioma e apenas 7% fala o inglês. Do total da população brasileira, 12% falam inglês e, entre as pessoas da classe A, a porcentagem chega a 25%. “A maioria da classe C tem o ensino médio, mas à medida que a pessoa melhora, ela quer estudar mais”, acrescenta Dora.

Outro ponto de destaque é que, na classe C, os homens vivem menos. Os dados do Ibope Mídia revelam que, no estrato AB da população, 12% dos homens possuem entre 55 e 64 anos. Na classe C, a porcentagem de homens nesta faixa é menor, de 9%.

Consumo

A classe C também compra menos pela internet e costuma planejar bem as compras, principalmente as mais caras. “As compras são planejadas, mais que nas classes A e B”, afirma Dora. “A classe AB simplesmente compra – ela não precisa planejar tanto. Já a classe C planeja tudo”, completa.
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Rizzolo: Bem, esse dado que as mulheres da classe C são maioria como chefe de famílas não é uma novidade. A medida que a inclusão social aumenta, existe também uma predisposição da mulher ou do casal a constituirem outra família, ou seja, se divorciarem, caso o casamento não ande bem, isso é fato, e geralmente o comando da família passa a ser da mulher.

Só haverá 2º turno se rivais do PT virarem 5 milhões de votos

Análise: José Roberto de Toledo

As oscilações registradas pela pesquisa Ibope se devem principalmente à conversão dos indecisos. Eles caíram de 8% para 5% em uma semana e beneficiaram os candidatos de oposição. Com isso, a soma de brancos, nulos e indecisos chegou a 10%. Está muito próxima do que foram os brancos e nulos na eleição de 2006: 8,4%.

Logo, a fonte de votos dos indecisos está se esgotando como fator de crescimento dos oposicionistas. Na semana que falta até a eleição, José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV) precisarão, necessariamente, “roubar” eleitores de Dilma Rousseff (PT) para conseguir levar a eleição para o segundo turno.

Não é uma tarefa fácil. Dilma tem cerca de 10 milhões de votos a mais do que a soma dos adversários. Se cooptarem metade, ou seja, 5 milhões de eleitores, haveria uma boa chance de segundo turno. Isso equivale a virar 625 mil votos por dia, de hoje até a eleição.

Para isso ocorrer, é necessário um fato novo. As denúncias apresentadas até aqui contra a candidatura da petista parecem estar perto do limite de seu impacto eleitoral.

A queda da ministra Erenice Guerra, da Casa Civil, teve um impacto limitado sobre a eleição. Apenas 27% dos eleitores souberam da demissão, tomaram conhecimento que a causa foi a acusação de que filhos da ministra intermediaram negócios com o governo e acham que isso é verdadeiro em algum grau. Mas 1 em cada 3 desses ainda vota em Dilma.

Na prática, apenas 9% dos eleitores admitem que o caso influenciou ou pode influenciá-los: 4% dizem que já mudaram de candidato e 5% afirmam que estão repensando seu voto. Porém, os percentuais são iguais para os eleitores de Dilma e de Serra. Logo, eventuais mudanças podem anular umas às outras.

A exigência de dois documentos para poder votar (título de eleitor e um documento com foto) não parece ser um fator decisivo no resultado da eleição. Nada menos do que 95% sabem da exigência e estão preparados para levá-los à urna. Não há diferença nisso entre os eleitores de Dilma e de seus adversários.

Rizzolo: No tocante a vantagem de Dilma , isso me parece já consolidado, já em relação aos documentos exigidos para o voto, entendo que essa exigência de dois documentos é um exagero burocrático, ao meu ver isso só dificultará o exercício da democracia. Fica claro que nos lugares mais distantes desse imenso Brasil, isso poderá afetar a população mais pobre que não possui toda a documentação exigida. O PT entrou com um pedido para que seja revista essa exigência vamos aguardar.

Pesquisa revela queda na popularidade da Prefeitura de SP

SÃO PAULO – Uma pesquisa encomendada pelo Movimento Nossa São Paulo ao Ibope revelou que o índice de satisfação da população de São Paulo com a atual administração municipal caiu bruscamente de 2008 para 2009.

De novembro de 2008 a dezembro de 2009, o percentual de paulistanos que considera a administração da Prefeitura boa ou ótima caiu de 46% para 28%. Já o percentual dos que consideram a administração municipal ruim ou péssima subiu de 12% para 26%.

A avaliação foi feita com base no IRBEM (Indicadores de Referência de bem-estar no Município), que compreende aspectos como transparência e participação política, saúde, transporte, habitação, meio ambiente, trabalho, espiritualidade, sexualidade, entre outros.

A nota média de São Paulo foi de 4,8 pontos numa escala de 1 a 10. A nota 1 significa estar totalmente insatisfeito; a nota 10, totalmente satisfeito.

A pesquisa foi feita pelo Ibope, com 1.512 entrevistados, entre 2 e 16 de dezembro. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.
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Rizzolo: Bem , é claro que com o distanciamento de Kassab da população, o abandono da questão das enchentes, e outros problemas, a popularidade do prefeito despencou. Essa queda já se vinha observando de forma não oficial, pelas opiniões, pelo descontentamento do povo nas ruas. A pesquisa apenas corrobora uma situação que já existia.

Lula mantém índice de aprovação acima de 80%, diz pesquisa

A aprovação dos brasileiros à maneira como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva administra o país manteve índice elevado, superior a 80%, no terceiro trimestre de 2009, segundo pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta terça-feira.

A pesquisa indica que 81% dos entrevistados aprovam a forma como o país está sendo administrado e 17% desaprovam. No levantamento anterior, de junho, esses percentuais eram de 80% e 16%.

Esta é a 27ª pesquisa CNI/Ibope realizada desde o início do governo Lula, em janeiro de 2003. Segundo os autores, o novo levantamento confirma o movimento de melhora de expectativa da população em relação à economia, já observado ao longo do ano.

Há duas semanas, uma pesquisa realizada por outro instituto – CNT/Sensus – havia apontado queda de 4,7 pontos percentuais na popularidade do presidente. Segundo a CNT/Sensus, a queda foi resultado principalmente da má percepção da população sobre o sistema de saúde, diante da disseminação da gripe suína.

Avaliação positiva

A nova pesquisa CNI/Ibope também indica que a avaliação do governo do presidente Lula se manteve elevada. De acordo com o levantamento, 69% dos entrevistados avaliam o governo como ótimo ou bom, o segundo melhor resultado da série de pesquisas do instituto.

Na pesquisa anterior, divulgada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) no final de junho, esse percentual era de 68%. A pesquisa ouviu 2.002 pessoas em 142 municípios brasileiros entre os dias 11 e 14 de setembro.

Segundo o levantamento, a avaliação do governo Lula oscilou positivamente dentro da margem de erro, que é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e retornou ao mesmo patamar de setembro do ano passado.

O saldo de avaliação permaneceu em 60 pontos percentuais, mesmo nível da rodada anterior. Isso ocorreu porque a avaliação negativa também subiu um ponto, passando de 8% para 9%.

A pesquisa aponta ainda que a nota média (em uma escala de zero a dez) atribuída pela população ao governo do presidente Lula é de 7,6 – no levantamento anterior, era de 7,5.

Crise e pré-sal

A pesquisa CNI/Ibope desta terça-feira indica que a percepção de gravidade da crise econômica vem perdendo força gradativamente.

No período de seis meses, o percentual de entrevistados que consideram a crise muito grave caiu de 37% para 20%.

Nesse mesmo período, passou de 11% para 23% o percentual dos que consideram a crise pouco ou nada grave.

A CNI/Ibope também avaliou o conhecimento dos entrevistados sobre a exploração de petróleo na camada pré-sal. Segundo o levantamento, 39% dos brasileiros ainda não conhecem ou não ouviram falar do assunto.
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Rizzolo: A popularidade e a aprovação do governo Lula continuam nas alturas. Na realidade não há muito a criticar, tirando é claro algumas questões nas relações internacionais. Mas do ponto de vista macroecômico, do mercado interno, e no abrandamento da crise, o País caminha bem. A grande diferença hoje é que temos a China como grande consumidor das commodities e isso, nos impulsiona a crescer, gerando empregos indiretos, e obviamente trazendo dividendos políticos que se expressam em popularidade ao presidente.

Ibope de Lula oscila de 50% para 48%

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A aprovação do governo Luiz Inácio Lula da Silva oscilou 2 pontos para baixo, dentro da margem de erro, segundo a pesquisa CNTI-Ibope divulgada nesta quinta-feira (20). Os entrevistados que consideram o governo ”bom” ou ”ótimo” passaram de 50% para 48% em relação a junho. Os que responderam ”ruim” ou ”péssimo” foram de 16% para 18%. Conforme o levantamento, 36% acham que o segundo governo de Lula está melhor que o primeiro, 40% responderam que está igual e 22% que está pior.

Esta foi a 20ª pesquisa CNI-Ibope sobre a imagem do governo Lula na opinião pública e a sexta mais favorável ao governo em percentual de avaliações positivas. Veja o gráfico ao lado: nas cinco últimas pesquisas da série, os números oscilaram dentro da margem de erro, exceto a sondagem de desembro passado, a primeira desde as eleições de 2006, quando o governo atingiu o seu pico de aprovação, 57% de ”bom” e ”ótimo”.

”Popularidade permanece em patamar elevado”

A aprovação pessoal do presidente também oscilou negativamente. Dos entrevistados, 63% disseram aprovar a maneira como Lula governa, queda de 3 pontos percentuais, e 33% desaprovam, alta de 3 pontos na comparação com a pesquisa de junho.

A parcela dos que dizem confiar em Lula saiu de 61% em junho para 60% agora. Já a proporção dos que não confiam subiu de 35% para 37%.

Questionados sobre que nota dariam ao trabalho do governo, os entrevistados atribuíram em média 6,6. Em junho, a média era de 6,7.

O relatório CNI-Ibope sintetiza: ”Os principais itens de imagem (avaliação do governo, maneira do presidente Lula governar e confiança no presidente) registram leve queda, enquanto a maioria das avaliações das áreas específicas de atuação do governo sofre variação negativa mais expressiva. De maneira geral, a popularidade do governo Lula permanece em patamar elevado, mas várias de suas ações sofrem, neste momento, uma avaliação mais crítica.”

Mulheres passaram a ser mais pró-Lula

A segmentação dos resultados mostra que Lula perdeu terreno entre os homens e ganhou (4 pontos) entre as mulheres. Pela primeira vez Lula tem uma imagem mais positiva entre as eleitoras: 48% de ”bom” e ”ótimo” contra 18% de ”ruim” e ”péssimo”, enquanto os eleitores lhe deram 47% e 19% respectivamente.

Na segmentação por faixas de renda, a pesquisa mostra que a perda de popularidade de Lula se concentrou fortemente na camada mais pobre, com renda inferior a um salário mínimo: houve aí um recuo de 12 pontos, enquanto nas outras faixas os resultados foram -2, +1, +1 e -4 respectivamente.

Mesmo assim o governo Lula mantém sua popularidade rigorosamente concentrada entre os mais pobres, reduzindo-se à medida que sobe a renda, embora mantenha em todas as faixas uma imagem predominantemente favorável. O saldo positivo (”ótimo” e ”bom” menos ”ruim” e ”péssimo”) por faixa de renda, segundo a CNI-Ibope, é:

Menos de 1 salário mínimo – 42 pontos positivos;
Mais de 1 a 2 mínimos – 37 pontos positivos;
Mais de 2 a 5 mínimos – 28 pontos positivos;
Mais de 5 a 10 mínimos – 19 pontos positivos;
Mais de 10 mínimos – 8 pontos positivos.
Os fatores Renan Calheiros e CPMF

A pesquisa foi realizada entre os dias 13 e 18 de setembro, logo em seguida à votação no Senado que absolveu Renan Calheiros. O relatório da pesquisa admite que o episódio não tem relação com a atividade do governo, mas influiu negativamente sobre os resultados das entrevistas. O Caso Renan foi o mais citado (34%) entre as ”notícias sobre o governo do presidente Lula”. Seguiram-se a crise nos aeroportos (9%) e as viagens de Lula (7%).

O noticiário da mídia foi avaliado como desfavorável ao governo por 39% dos entrevistados, contra 19% que o consideraram favorável. O noticiário predominantemente negativo na mídia contrasta fortemente com a avaliação positiva feita pelos cidadãos.

Esta edição da pesquisa CNI-Ibope perguntou também sobre a CPMF, já que a prorrogação do chamado Imposto do Cheque até 2011 está tramitando no Congresso Nacional. Dos entrevistados, 54% acham que a CPMF deve ser extinta em dezembro, como prevê a legislação atual; 12% acham que deve ser prorrogada mas com valor menor que o atual; outros 12% que deve ser extinta gradativamente; e apenas 5% que deve ser prorrogada com o valor atual (0,38%), conforme propõe o governo. Os que não sabem ou não opinaram somaram 18%.

O Ibope fez 2.002 entrevistas em 142 municípios, contratado pela Confederação Nacional da Indústria. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.
Com CNI-Ibope
Site do PC do B

Rizzolo:É claro que com um trabalho mais acirrado, e orquestrado da mídia contra o governo, o resultado não poderia ser diferente, a “impregnação” vem dos meios de comunicação. Agora, na medida em que a oposição dificulta a implementação dos programas, a popularidade também é afetada. Já disse várias vezes que existe uma certa passividade de Lula contra a mídia golpista, a esquerda toda junta “não dá conta” de pontuar os ataques, o governo deve abandonar a idéia de conciliação típica de sindicalista, no poder muitas vezes não há como conciliar vez que a parte adversa não quer o acordo e sim a derrubada. Mesmo assim a popularidade de Lula é muito alta, e a resposta aos ataques deve também seguir esse patamar, deve ser à altura.