Brasil compra US$ 10 bilhões em bônus e vira credor do FMI pela primeira vez

O Brasil se comprometeu formalmente nesta segunda-feira (5) a adquirir US$ 10 bilhões em bônus do Fundo Monetário Internacional (FMI), assumindo pela primeira vez a posição de credor desta entidade e refletindo seu crescente peso na economia mundial.

“Passamos da condição de devedores à de credores. É uma mudança radical”, declarou à imprensa o ministro da Fazenda, Guido Mantega, após entregar uma carta ao diretor-geral do FMI, Dominique Strauss-Kahn.

Mantega havia anunciado que o Brasil emprestaria US$ 10 bilhões ao FMI em junho. Em abril, quando a ideia de um eventual empréstimo ao FMI foi divulgada pela primeira vez, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva perguntou a jornalistas que cobriam o encontro do G20 em Londres: “Você não acha muito chique o Brasil emprestar dinheiro para o FMI?”

“É um momento histórico para nós. É a primeira vez na história que o Brasil empresta recursos ao FMI – e, portanto, à comunidade internacional”, destacou Mantega, que participa em Istambul da reunião anual do Fundo.

O ministro lembrou que o Brasil se beneficiou em 2002 de um pacote de US$ 30 bilhões do FMI para enfrentar as turbulências e a onda especulativa provocadas pela eleição de Luis Inácio Lula da Silva à presidência. Foi o maior valor já emprestado pelo organismo financeiro. Aplicando uma rigorosa política fiscal, Lula saldou toda a dívida no final de 2005.

O Brasil está entre os países que estão conseguindo superar bem a crise econômica mundial, após atravessar uma breve recessão. Mantega fez o anúncio três dias depois da vitória do Rio de Janeiro na disputa pela organização dos Jogos Olímpicos de 2016, ao derrotar as finalistas Chicago, Tóquio e Madri.

Na carta, entregue em mãos a Strauss-Kahn, o Brasil se compromete a “assinar um acordo de compra de bônus emitidos pelo Fundo no valor de US$ 10 bilhões de dólares, sob condições que serão estabelecidas no contrato que assinaremos”, explicou Mantega. “Faremos uma assinatura por dois anos”, indicou o ministro, acrescentando que o acordo será ratificado “nos próximos dias”.

“É importante dizer que nós estamos colocando uma parte de nossas reservas, mas isto não significa uma diminuição da disponibilidade de recursos para o Brasil. É apenas uma mudança de ativos”, ressaltou Mantega, lembrando que o país decidiu comprar bônus que podem ser vendidos a outros países, sem dar o dinheiro diretamente ao FMI.

“Com estes recursos, o FMI poderá ajudar os países que precisam de liquidez”, disse o ministro, explicando que, com esta atitude, o Brasil responde a um apelo feito por Strauss-Kahn aos membros do Fundo para que não acumulem reservas e usem parte delas para dar à instituição os recursos necessários para contribuir com a recuperação da economia.

Bric

Segundo Mantega, os países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) decidiram comprar um total de US$ 80 bilhões em bônus do fundo; US$ 50 bilhões serão adquiridos por Pequim e US$ 30 bilhões igualmente divididos por Brasília, Moscou e Nova Délhi.

Agora, os quatro países vão negociar a possibilidade de colocar seus títulos nos Novos Acordos para a Obtenção de Empréstimos (NAP), programa que permitirá ao FMI dispor de 500 bilhões de dólares para conceder empréstimos rápidos a países em dificuldades.

Os BRICs, no entanto, condicionam esta decisão a uma garantia de que seu poder de decisão seja proporcional à contribuição feita ao NAP. O Fundo, por sua vez, se comprometeu no domingo a aumentar em pelo menos 5% as cotas dos países emergentes até 2011.

Os US$ 80 bilhões dos BRICs representam 16% dos 500 bilhões previstos pelo programa, porcentagem que daria ao grupo de quatro países uma minoria de bloqueio.

No domingo, Strauss-Kahn anunciou que sua instituição necessitava de um “aumento considerável” de seus recursos para ajudar os países mais afetados pela crise, a maior desde a Grande Depressão da década de 30.
globo

Rizzolo: Parece um sonho o Brasil finalmente se tornar um credor do FMI. É bem verdade que as condições econômicas mundiais contribuíram para isso, mas por outro lado as políticas de intervenção do Estado na economia observando uma maior regulação dos meios financeiros propiciou ao Brasil um maior solidez econômica.

A grande verdade é que tudo na sua maior parcela se deve ao desenvolvimento do mercado chinês e seu aumento de consumo pelas commodities brasileiras. O povo chinês passou a consumir mais e o Brasil por ser um parceiro mais integrado à economia chinesa do que aos EUA, se beneficiou desse desenvolvimento.

Os recursos que estão sendo emprestados pelo Brasil e outros países, como China e Rússia, ajudarão o Fundo a socorrer países que estão em mais dificuldade por conta da crise, ajudando a retomar o comércio mundial e viabilizando um recuperação mais rápida da economia mundial. Agora, como diz o presidente Lula, “isso é muito chique”, o Brasil ficar credor do FMI. Parabéns ao Brasil e ao governo Lula. Tem seu mérito, ou não tem ? Tem que reconhecer, só bater, não dá, não é ?

Mantega: recursos para FMI não reduzirão as reservas

BRASÍLIA – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, explicou hoje que o aporte de US$ 10 bilhões ao Fundo Monetário Internacional (FMI) não reduzirá as reservas internacionais brasileiras e será realizado assim que a diretoria do fundo concluir a emissão do bônus que será subscrito não só pelo Brasil, mas também pela China (US$ 50 bilhões), pela Rússia (US$ 10 bilhões) e pela Índia, que ainda não anunciou o valor do aporte. Mantega destacou que, dessa forma, os Brics (sigla para Brasil, Rússia, Índia e China) vão colaborar para reduzir a vulnerabilidade internacional.

Mantega explicou que a emissão do bônus é, na verdade, uma aplicação financeira dos recursos das reservas internacionais brasileiras. Ele disse que a maior parte dos recursos das reservas estão aplicados em títulos do Tesouro norte-americano, que estão rendendo pouco. E, o restante, está alocado em outras aplicações sólidas, como esta que será feita com o FMI. Mantega disse que a vantagem do financiamento ao FMI é que esses recursos ajudarão os países emergentes que estão com escassez de capital neste momento de crise. Mantega destacou que é a primeira vez que o Brasil emprestará recursos ao FMI. “O Brasil está encontrando condições de solidez para emprestar ao FMI. No passado, era o contrário”, destacou Mantega, lembrando o período em que o Brasil teve de recorrer ao fundo para sair de outras crises.

O ministro destacou o fluxo de capital positivo no Brasil e o aumento das reservas internacionais. “Por isso, poderemos fazer essa transação com o FMI com tranquilidade”, disse o ministro. Ele disse que esse é o segundo passo importante tomado pelo Brasil ao decidir tornar-se credor do FMI. Ele lembrou que o convite foi feito no ano passado e que o Brasil aceitou por ter solidez econômica e recursos suficientes para fazer esses aportes. “Esses aportes são importantes para ajudar a encurtar a crise”, disse. Ele lembrou que alguns países estão reduzindo seus investimentos e o comércio exterior em função da retração econômica e por falta de recursos. Para Mantega, a ajuda brasileira poderá contribuir para a retomada do comércio mundial, com o que o Brasil também se beneficiará.
agencia estado

Rizzolo: Parece um sonho o Brasil finalmente se tornar um credor do FMI. É bem verdade que as condições econômicas mundiais contribuíram para isso, mas por outro lado as políticas de intervenção do Estado na economia observando uma maior regulação dos meios financeiros propiciou ao Brasil um maior solidez econômica. A grande verdade é que tudo na sua maior parcela se deve ao desenvolvimento do mercado chinês e seu aumento de consumo pelas commodities brasileiras. O povo chinês passou a consumir mais e o Brasil por ser um parceiro mais integrado à economia chinesa do que aos EUA, se beneficiou desse desenvolvimento.

Os recursos que estão sendo emprestados pelo Brasil e outros países, como China e Rússia, ajudarão o Fundo a socorrer países que estão em mais dificuldade por conta da crise, ajudando a retomar o comércio mundial e viabilizando um recuperação mais rápida da economia mundial. Agora, como diz o presidente Lula, “isso é muito chique”, o Brasil ficar credor do FMI. Parabéns ao Brasil e ao governo Lula. Tem seu mérito, ou não tem ? Tem que reconhecer, só bater, não dá, não é ?

Indústria cresce 0,8% em outubro sobre um ano antes e fica abaixo do esperado

A produção industrial brasileira cresceu 0,8% em outubro, em relação ao mesmo mês do ano passado, informou nesta terça-feira o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

É a menor taxa desde dezembro de 2003, quando a expansão havia sido de 0,3%. Na comparação com setembro, a atividade caiu 1,7%.

Os números estão aquém do esperado por economistas, segundo pesquisa feita pela agência Reuters de informações. Analistas ouvidos pela empresa previam expansão de 2,7% em relação a outubro do ano passado e queda de 0,3% em comparação com setembro.

De janeiro a outubro, a produção teve crescimento de 5,8%; nos últimos 12 meses, de 5,9%.

Ainda, o IBGE revisou para baixo os dados de agosto e setembro. No oitavo mês do ano, a produção industrial caiu 1,5% ante julho, e não 1,2%, como informado anteriormente. Em setembro, houve aumento de 1,5% sobre agosto, em vez de 1,7%.

Bens duráveis caem mais

De setembro para outubro, a queda foi liderada pelo setor de bens de consumo duráveis, que registrou uma retração de 4,7%. Este era um dos segmentos que mais vinham crescendo ao longo de 2008. Mesmo com a queda em outubro, a alta acumulada no ano é de 10,5%.

Os bens intermediários foram o segundo item com maior recuo entre setembro e outubro (de 3%). Os bens de consumo semiduráveis e não duráveis tiveram retração de 2,2%.

Os bens de capital – aqueles usados para produção de outros bens – foram os que menos sofreram na passagem de setembro para outubro, com um recuo de apenas 0,5%. Esse item, no acumulado do ano, está disparado na frente dos demais, com crescimento de 18,4%, bem acima da média geral da indústria (5,8%).

Na comparação entre outubro de 2008 e o mesmo mês de 2007, os bens de capital registraram taxa de crescimento de dois dígitos, de 15,8%. Os bens de consumo duráveis declinaram 1,5%, menor taxa desde fevereiro de 2007 (-2,6%), mas os semi e não-duráveis subiram 0,6%. Bens intermediários apresentaram queda de 2,4% perante outubro do ano passado.

Setores
Conforme o levantamento do IBGE, 15 dos 27 ramos analisados registraram queda na produção na passagem de setembro para o mês seguinte. As categorias mais prejudicadas foram “produtos químicos” (-11,6%), “refino de petróleo e produção de álcool” (-9%) e “máquinas e equipamentos” (-5,2%).

Perante outubro de 2007, quando a atividade da indústria brasileira avançou 0,8%, 12 dos 27 segmentos estudados tiveram crescimento. Chamaram atenção “equipamentos de transporte”, com elevação de 63%, “indústria farmacêutica”, que teve expansão de 28,2%, e “máquinas e equipamentos”, com ampliação de 6,3%.

(Com informações de Reuters e Valor Online)

Rizzolo: Na realidade o que houve no mês de outubro foram muitos cancelamentos de pedidos, e a indústria naturalmente, foi obrigada a reduzir a produção. A questão da escassez de crédito atingiu a todos os segmentos. O setor de bens de capital caiu 4,7%, por exemplo. Este, é o setor justamente mais sensível às variações do dólar e ao estancamento do crédito. São bens de maior valor agregado. Quem tinha produção mensal constante foi obrigado a parar. Acredito que em novembro haverá nova retração da produção industrial, dessa feita, em escala maior.

A notícia de que os EUA estão oficialmente em recessão, contribui para que o cenário brasileiro piore. O número mais relevante de ontem nos EUA foi um indicador de que a crise talvez dure outro ano: o ISM industrial, o índice que dá a tendência de produção nas fábricas, a partir de uma pesquisa entre os encarregados de compras despencou a 36%, o pior desde 1982, final da feia recessão.

Dados mostram que a recuperação dos EUA se dará apenas no segundo semestre de 2010. Nós aqui no País da ” marolinha”, estamos nos preparando para tomar um “caldo” de uma grande que se aproxima. E tem gente que ainda acredita que não houve nada de errado no caixa da Petrobras, para ter que recorrer ao empréstimo da Caixa, uma estatal ” inchada” onde a gestão é baseada no empreguismo e no descontrole financeiro.

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‘Aura invencível’ dos principais emergentes evaporou, diz ‘FT’

LONDRES – A crise financeira está levantando questionamentos sobre a administração de recursos baseada no conceito dos Brics, grupo que inclui Brasil, Rússia, Índia e China, aponta o FT.com. As grandes diferenças existentes entre esses quatro países agora começam a ser colocadas em xeque por gestores no momento da elaboração de carteiras.

Conforme o site do Financial Times, desde o início do ano a “aura invencível” que envolvia os quatro maiores emergentes do mundo evaporou, pois seus mercados de ações combinados tiveram desvalorização próxima a 65%. “O colapso nesses mercados, que estavam subindo dramaticamente desde que foram agrupados pela primeira vez como Brics, em 2001, pelo Goldman Sachs, fez crescer os questionamentos sobre o mérito de combinar esses países como um portfólio de investimentos”, diz o site.

Para especialistas, a queda do preço das commodities e a contração global sugerem que ficou menos útil colocar todos eles na mesma cesta. “Eu sempre achei o conceito dos Brics, apesar do ótimo marketing e de uma marca valiosa, um pouco artificial – e por uma razão óbvia: os quatro países são muito diferentes e só têm em comum a sua escala geográfica continental e o fato de serem economias grandes”, afirmou ao FT.com o chefe de mercados emergentes do Dresdner Kleinwort, Arnab Das. Segundo ele, as diferenças ficaram mais aparentes com o agravamento da crise.

Entre os quatro, a Rússia é o país que mais está sofrendo com a turbulência global. O mercado de ações passou a desabar desde meados do ano a partir do conflito com a Geórgia. Depois vieram as preocupações com a saúde do sistema bancário e a forte queda das commodities.

O Brasil, que também é produtor de matéria-prima, está vendo uma expressiva desvalorização da moeda, já que os investidores estão buscando ativos menos arriscados pelo globo, como os títulos do Tesouro norte-americano.

No caso da China e da Índia, os mercados de ações também registraram quedas fortes, mas as moedas não sofreram tanto porque passam por maior controle.

O chefe de mercados emergentes do Deutsche Bank, Dalinc Ariburnu, concorda que os Brics são “animais diferentes”. Ele acredita que os dois produtores de commodities, Brasil e Rússia, verão taxas de crescimento muito menores no próximo ano na comparação com China e Índia.

O especialista prevê que o PIB brasileiro deve crescer 2,9% em 2009, enquanto o da Rússia terá alta de 3,5%. Já para China e Índia as estimativas são de alta de crescimento de 7,6% e 6%, respectivamente.

Alexander Tarver, especialista de emergentes do HSBC Global Asset Management, acredita que os investidores devem ter uma avaliação diferente para cada país em razão da volatilidade. “Se você recuar e pensar em quatro mercados separadamente, você não pensará necessariamente em Brics.”

Já o criador da sigla, o economista do Goldman Sachs Jim O’Neill, acredita que o grupo é tão relevante agora como em novembro de 2001, quando a expressão Brics foi usada pela primeira vez. “Os Brics não possuem a mesma economia, mas eles dividem a similaridade de terem grandes populações, que estão mudando de comportamento e estilo de vida”, diz O’Neill ao FT.com. “Eles são o futuro do mundo.”

Agência Estado

Rizzolo: A economia brasileira, na verdade, está muito relacionada com o desempenho da China, o que observamos atualmente é a crise batendo de forma implacável em países que outrora pensávamos pouco afetados. A indústria chinesa de manufaturados sofre com a diminuição das exportações, de tal forma que já existe uma crise em ” cascata” nas economias emergentes que se relacionam entre si. A constatação de que o impacto da crise era nos emergentes já está se concretizando a cada dia, leva o investidor aos papéis como como os títulos do Tesouro norte-americano. É a “marolinha” se transformando numa imensa onda. Aos ingênuos que acreditam na solidez da Petrobras serve o artigo para uma reflexão.

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Após recorde em 2007, investimentos podem desabar com crise

GENEBRA – Depois de atingir um recorde histórico em 2007, os investimentos podem desabar no mundo diante da crise financeira em 2008 e multinacionais já refazem seus planos. As projeções indicam que os países emergentes sofrerão menos, mas não devem ficar imunes ao choque. Um relatório divulgado nesta quarta-feira, 24, pela ONU aponta que os investimentos no mundo devem cair em pelo menos US$ 200 bilhões em 2008, em comparação aos dados de 2007. O Brasil é, para as maiores multinacionais, o quinto destino preferido de seus investimentos até 2010 e voltou a ser o maior receptor da América Latina.

A avaliação foi feita antes da crise que eclodiu na semana passada e, para os especialistas, tudo indica que o cenário deva ser ainda mais negativo diante das falências. A projeção inicial era de que os investimentos no mundo seriam cortados em 10%, “Acho que a queda será bem maior”, afirmou o secretário-geral da Conferência da ONU para o Desenvolvimento e Comércio, Supachai Panitchpakdi.

Antes da semana negra, a previsão era de que o Brasil poderia repetir e até superar o volume de investimentos de 2007, quando atingiu US$ 35 bilhões. A América do Sul foi ainda a região que registrou o maior incremento de investimentos em um só ano. A alta foi de 66% entre 2006 e 2007, puxada pelo Brasil. Para a ONU, a região se mostrou resistente aos choques e à desaceleração já apresentada na economia americana em 2007.

Por isso, há ainda uma certa esperança de que a queda em 2008 não seja tão pronunciada na região e no Brasil. Até agosto deste ano, o ritmo de crescimento dos investimentos era acelerado e o País já havia recebido US$ 25 bilhões.

A previsão falava de um novo recorde para o País e para a América Latina. Mas, com a turbulência, ninguém ousa por enquanto dizer qual será o novo volume de investimentos no País. O certo, segundo uma pesquisa com 300 multinacionais, é que os temores de uma desaceleração da economia já estavam fazendo os executivos repensar seus investimentos. A pesquisa mostra que o número de empresa que irá rever os planos aumentou de forma significativa.

Mesmo assim, o Brasil aparece como o quinto destino preferido entre as empresas pesquisadas. Em 2007, 12% dos executivos colocaram o Brasil como um dos destinos. Neste ano, 22% indicaram o País. Graças ao fluxo do primeiro semestre, o ano fechará com uma alta nos investimentos em relação a 2006, quando o fluxo atingiu US$ 19 bilhões. Para 2009, a ONU admite que o cenário pode ser pior.

O levantamento também confirma o interesse das multinacionais pelos Brics (Brasil, Rússia, Índia e China) que ocupam quatro das cinco primeiras posições. A liderança da China, porém, é ampla e o Brasil é apenas o último entre os quatro países do bloco.

Recorde

2007 ainda registrou um volume recorde de investimentos no mundo, chegando a US$ 1,8 trilhão. O volume foi 30% superior ao de 2006 e US$ 400 bilhões superior ao recorde anterior, registrado no ano 2000. Com isso, os estoques de investimento no mundo chegaram a US$ 15 trilhões.

Os países ricos ficaram com grande parte dos fluxos, cerca de US$ 1,2 trilhão, 33% acima do ano anterior. Até o ano passado, os americanos eram os líderes em termos de destino, com US$ 232 bilhões, seguido pelo Reino Unido e França. Os americanos também foram os maiores investidores do mundo no ano passado, com US$ 313 bilhões. Os fluxos para a Europa totalizaram US$ 804 bilhões em 2007, 43% acima do valor do ano anterior. Mas o volume para os emergentes atingiu seu recorde também em 2007, com US$ 500 bilhões. Metade desses recursos foi para a Ásia.

Cenário

Para 2008, a melhor das hipóteses é uma queda de 10% no total dos investimentos. Mas a própria ONU admite que a queda será bem maior. Apenas no primeiro semestre, o número de aquisições no mercado mundial despencou em 29%. “Está claro que haverá uma queda diante da crise”, afirmou o secretário-geral da Unctad, Supachai Panitchpakdi.

O impacto mais pronunciado será nos países ricos e a resistência dos países emergentes pode ajudar. Mas os economistas admitem que, na melhor das hipóteses, o crescimento dos fluxos de investimento para os países emergentes ficará estagnado. “Obviamente que se a crise continuar, os emergentes também serão afetados”, afirmou Panitchpakdi.

Para ele, não é de hoje que a ONU pede que o mundo debata um novo marco regulatório para o setor financeiro. “Precisa haver transparência. É inevitável que o estado tenha de voltar a ter um papel mais pronunciado nesse setor”, disse.
Agência Estado

Rizzolo: Particularmente eu acredito que vai haver uma retração nos investimentos de uma forma geral, contudo, no que diz respeito ao Brasil, acredito que um maior impacto surgiria se a economia da China sofresse um maior abalo, vez que nossas exportações de produtos primários constantes nas commodities, estão muito vinculadas aos países emergentes, e em especial à China.

Com efeito a melhor saída é ainda o fortalecimento do mercado interno, a vinculação dos recursos públicos nos financiamentos em substituição aos empréstimos no exterior, e desenvolvermos a indústria de manufaturados. Hoje as nossas exportações estão muito concentradas nos produtos primários, e urge a necessidade de desenvolvermos os manufaturados, agregando dessa forma valor aos nossos produtos. Além disso não podemos deixar de investir na infra-estrutura, a base de sustentação para o crescimento.

Obs. Leitores, agora temos domínio próprio: http://www.blogdorizzolo.com.br