Rio de Janeiro – A confiança do consumidor sofreu uma forte queda em outubro, influenciada pelo pessimismo das respostas do brasileiro quanto à situação econômica em sua cidade. É o que revelou o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), que caiu 10% esse mês, após registrar alta de 4,2%, em setembro. O dado foi divulgado nesta quinta-feira, 23, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O índice é composto por cinco quesitos da “Sondagem das Expectativas do Consumidor”, apurada desde outubro de 2002 (com periodicidade trimestral, até julho de 2004, quando passou a ser mensal).
A parcela dos entrevistados que avaliam, atualmente, a situação econômica local como boa caiu de 16,9% para 10,1%, de setembro para outubro, segundo a FGV. No mesmo período, o porcentual dos pesquisados para cálculo do ICC que avaliam a situação como ruim subiu de 34,2% para 48,2%.
A FGV também destacou que, em outubro, houve piora das expectativas em relação aos próximos seis meses. O porcentual de entrevistados que esperam melhora da situação econômica local caiu de 31,3% para 23,1%, de setembro para outubro. A dos que projetam piora, para os próximos meses, subiu de 13,1% para 30,6%, no mesmo período.
Na comparação com outubro do ano passado, o ICC caiu 10,1%. Em setembro, o ICC havia subido 3,4% na comparação com igual período de 2007. Com o resultado, o desempenho do indicador, que é calculado com base em uma escala de pontuação entre 0 e 200 pontos (sendo que, quando mais próximo de 200, maior o nível de confiança do consumidor), passou de 112,7 pontos em setembro para 101,4 pontos em outubro. Esse foi o menor nível para o índice desde junho de 2006 (101,0 pontos).
Futuro
Na avaliação da FGV, houve piora tanto na avaliação atual do consumidor sobre o cenário de hoje, como em suas projeções para o futuro. O ICC é dividido em dois indicadores: o Índice de Situação Atual (ISA), que caiu 12,7% em outubro ante setembro após elevar-se 7,9% no mês passado, e o Índice de Expectativas (IE), que apurou taxa negativa de 8,5% em outubro, após registrar avanço de 2,1% em setembro. No caso do ISA, em termos de pontuação, o índice passou de 119,3 pontos em setembro para 104,2 pontos em outubro. Já o IE caiu de 109,2 pontos em setembro para 99,9 pontos em outubro.
Ainda segundo a FGV, na comparação com outubro do ano passado, os dois índices componentes do ICC também apresentaram quedas, em outubro deste ano, de 2,3% para o indicador de situação atual; e de 14% para o de expectativas. O levantamento abrange amostra de mais de 2.000 domicílios, em sete capitais, com entrevistas entre os dias 1 e 20 de outubro. Às 11 horas a FGV concede coletiva de imprensa sobre o indicador.
Agência Estado
Rizzolo: É natural que a confiança do consumidor caia em função desta forte crise. O pior desta falta de confiança em relação ao futuro, é que o consumidor não mais investe e tenta se resguardar da crise consumindo menos, o que por conseqüência, acaba gerando mais crise. O temor de recessão segue cada vez maior entre os investidores e contribuiu para o avanço do dólar e o desabamento das Bolsas, nesta quinta-feira, a moeda americana avançou 6,01%, cotada a R$ 2,524 na venda pela manhã.
A grande discussão hoje é a Medida Provisória, as construtoras temem que o governo passe a controlar parte do setor. O que elas querem para passarem bem pela crise é financiamento; bem isso aí todos querem, o setor imobiliário não está por hora em situações de exigir nada, e sim deixar o governo fazer sua parte, como os outros países assim o fizeram, até para evitar um mal maior, e restituir a confiança do investidor.