Para indústria paulista, resultado do PIB foi ‘positivo’

SÃO PAULO – O diretor do departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Francini, diminuiu a importância da queda de 0,2% no PIB do País em 2009. “A rigor, esse era um jogo em que não existia uma grande animação da torcida. Já se sabia que o PIB iria ficar em torno de zero”, afirmou.

Francini destacou que menos 0,2% significa praticamente o mesmo que uma variação positiva de 0,2%. “Não dou importância ao número negativo, até porque a perspectiva no início de 2009 era muito pior”, declarou.

No início de 2009, a Fiesp esperava que o PIB caísse 1,5%. “Tudo indicava um desempenho pior que aquele que se verificou”, disse. Para Francini, o resultado do PIB pode ser avaliado de forma positiva. “Deixamos a crise para trás e tivemos um início de recuperação que vem se mantendo. Foi um bom resultado”, defendeu. A única ponderação de Francine se refere à atuação do Comitê de Política Monetária (Copom) a partir de agora. O temor é que as previsões dos analistas se confirmem e a taxa básica de juros inicie uma trajetória de alta. “Agora, é só o Banco Central não incomodar e deixar a indústria fazer seu trabalho, que é produzir. Se o BC ficar quietinho será muito bom”, ironizou.

agencia estado

Rizzolo: A verdade é que o consumo das famílias e o setor de serviços amorteceram a queda do PIB (conjunto de bens e serviços produzidos pelo país) no ano passado. Segundo dados divulgados hoje pelo IBGE, o consumo das famílias cresceu 4,1% em 2009, na comparação com o ano anterior. No quarto trimestre, esse indicador variou 1,9% em relação aos três meses anteriores. Agora, se considerado o segmento que mais emprega, o setor de serviços registrou alta de 2,6% no ano passado, enquanto a indústria e a agropecuária despencaram, respectivamente, 5,5% e 5,2%. No ano, a economia brasileira caiu 0,2%, por causa da crise, mas o resultado não é considerado negativo pelos economistas. Com isso podemos concluir que o impato da crise se deu mais no setor da indústria.

CNI: empresário está otimista com mercado interno

BRASÍLIA – Os empresários do setor industrial estão otimistas em relação ao desempenho da demanda no mercado interno para os próximos seis meses e, por isso, esperam contratar mais funcionários. Isso é o que mostra a pesquisa Sondagem Industrial, divulgada hoje pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O índice que mede a expectativa dos industriais em relação às futuras contratações de empregados subiu pelo terceiro trimestre consecutivo este ano, de acordo com a pesquisa. O índice que mede as intenções de compras de matérias-primas também subiu no terceiro trimestre, frente ao registrado no segundo trimestre deste ano.

Apesar dos resultados mais favoráveis, os empresários do setor ainda se mantiveram pessimistas quanto à recuperação das exportações brasileiras. A evolução negativa das vendas externas e a recuperação ainda lenta dos investimentos são fatores críticos, na avaliação da CNI, para que a recuperação da produção industrial se mantenha de forma sustentada no futuro. “São alertas muito importantes”, declarou o gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco. A Sondagem Industrial, realizada no período de 30 de setembro a 23 de outubro deste ano, ouviu dirigentes de 1.418 empresas.

A pesquisa mostra ainda que, apesar da cautela dos empresários em relação às exportações, são as grandes empresas – justamente as que mais exportam – que estão puxando o movimento de recuperação da produção industrial. Segundo o coordenador da pesquisa, Renato Fonseca, é normal que isso aconteça. “As grandes empresas têm mais infraestrutura e maior capacidade para suportar as adversidades”, afirmou. “Na hora da retomada, são normalmente as grandes que puxam, porque têm mais mercados e maior poder de concessão de descontos para colocar seus produtos.”
agencia estado

Rizzolo: Dois aspectos da notícia. Primeiro que confirmado aquilo que este Blog sempre disse, o caminho para o desenvolvimento é um mercado interno forte e robusto. Segundo aspecto da notícia é que as grandes empresas, principalmente as multinacionais, pouco sentem os devassos efeitos da alta do dólar por conseqüência da política de juros. Quem sofre é o pequeno e médio exportador brasileiro, que fica mais uma vez em desvantagem. Prestigiar a pequena e média empresa nacional é o que está faltando em função das altas taxas de juros reais praticadas neste país.

Iochpe confirma demissão de 1.100 na divisão ferroviária

O diretor de Finanças e de Relações com Investidores da Iochpe Maxion, Oscar Becker, confirmou hoje que a empresa iniciou um processo de ajustes no quadro de pessoal que deverá demitir 1,1 mil funcionários da divisão de vagões ferroviários, que tem atualmente 4 mil empregados. Considerando a divisão de produtos automotivos, a companhia emprega cerca de 10 mil funcionários. Segundo o executivo, a empresa, que tem capacidade para produzir 10 mil vagões por ano, concedeu férias coletivas de 30 dias para os funcionários em meados de dezembro para adequar a produção à redução do mercado brasileiro, onde os principais clientes são a Vale, MRS e ALL. A companhia encerrou 2008 com 4.615 entregas realizadas e mantém em carteira pedidos para 446 vagões para 2009. “Esperamos que até o final de março já possamos ter uma visão melhor de como deverá ficar esse mercado neste ano”, disse.

Agência Estado

Rizzolo: A Iochpe-Maxion afirma que motivo é a crise que afeta o setor siderúrgico. Segundo a empresa, a situação será muito ruim, com uma queda estimada na produção de 60%. A Iochpe-Maxion produz vagões comerciais do Brasil e seus principais clientes são a Vale e as empresas de siderurgia, que estão enfrentando queda forte de produção. Isso vem de encontro aos prognósticos, na verdade a produção industrial em novembro, divulgada ontem pelo IBGE, foi de 5,2%. O número de outubro foi revisto e, por isso, a queda em dois meses foi de 7,8%: uma queda do mesmo tamanho da que aconteceu em nove meses no ano de 2003. Vai mal não é ?

Produção industrial tem maior queda em 13 anos, aponta IBGE

RIO – A produção de veículos automotores no País caiu fortemente em novembro e puxou a atividade da indústria brasileira para baixo no mês. De acordo com dados divulgados nesta terça-feira, 6, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial caiu 5,2% em novembro ante outubro, a maior queda desde maio de 1995. Em outubro, a produção já havia recuado 2,8%, segundo dados revisados pelo IBGE.

O setor de veículos foi afetado pelo agravamento da crise financeira mundial, que gerou uma escassez de crédito no mercado internacional e afetou o consumo de bens duráveis. Para ajustar os estoques à nova demanda – menor que a registrada até setembro -, a indústria teve que diminuir o ritmo. Muitas montadoras concederam férias coletivas para seus funcionários, tanto no Brasil quanto em diversos outros países do mundo.

A produção do setor caiu 22,6% em novembro ante outubro e recuou 18,3% na comparação com novembro do ano passado, representando o principal impacto negativo para a produção industrial em todas as bases de comparação.

Outros impactos negativos importantes, em novembro ante outubro, vieram de máquinas e equipamentos (-11,9%), edição e impressão (-14,8%), indústrias extrativas (-10,9%) e metalurgia básica (-10,2%). Na comparação com novembro de 2007, outros impactos importantes foram dados por produtos químicos (-13,0%), material eletrônico e equipamentos de comunicações (-20,5%) e máquinas para escritório e equipamentos de informática (-29,7%).

Categorias

Com um tombo expressivo de 20,4% no segmento de bens de consumo duráveis, todas as categorias de uso pesquisadas pelo IBGE registraram queda na produção em novembro, na comparação com o mês anterior.

Entre os bens de capital – que sinalizam os investimentos -, o recuo foi de 4,0%, enquanto houve declínio de 3,9% em bens intermediários. Em bens de consumo, a queda foi de 4,9% e em bens de consumo semi e não duráveis, de -0,7%.

Comparação anual

Na comparação com o mesmo período de 2007, o quadro foi ainda pior. A produção de novembro ficou 6,2% abaixo do verificado em novembro de 2007. Essa foi a queda mais acentuada, neste tipo de comparação, desde os 6,4% de retração registrados em dezembro de 2001, “evidenciando um aprofundamento do ritmo de queda da atividade e um alargamento do conjunto de segmentos com decréscimo de produção”, afirmou o IBGE.

Avaliando o comportamento da indústria por categorias de uso, apenas os bens de capital sustentaram um ritmo de expansão na comparação anual, com alta de 3,6%. A produção de bens de consumo duráveis caiu 22,1%, seguida por bens intermediários, com queda de 7,5%, e bens de consumo semi e não-duráveis, com retração de 2,8%.

Apesar dos fracos números, a indústria brasileira ainda acumula de janeiro a novembro um avanço de 4,7% na produção. Nos últimos 12 meses, a alta acumulada foi de 4,8%, acrescentou o IBGE.

Agência Estado

Rizzolo: Os dados do IBGE não mentem, a economia brasileira está sendo afetada de forma nada branda como alguns insistem em dizer. A queda na produção industrial de 5,2% em novembro ante outubro, denota a dimensão da retração. A política de juros, a escassez de crédito e a falta de confiabilidade são os fatores que contribuem para este quadro.

O cenário para este ano não é nada animador, as commodities ainda serão maioria nas exportações, mesmo com a queda das cotações. Mas esta queda nas cotações vai reduzir as exportações dos países da América do Sul e, em consequência, vai provocar uma redução de 15% nas exportações do Brasil para a região.

Haverá também uma queda na corrente de comércio de 16,7%, passando de US$ 371 bilhões em 2008, o equivalente a 29,5% do PIB, para US$ 309 bilhões em 2009, representando 24,8% do PIB. Realmente não dá para ser otimista.

Fiesp: indústria de SP demite 34 mil em novembro

SÃO PAULO – O nível de emprego da indústria paulista caiu 0,19% em novembro ante outubro, com ajustes sazonais, segundo dados divulgados hoje pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Sem ajuste, o indicador registrou queda de 1,46%, o segundo pior para meses de outubro desde 2003. No mês passado, a indústria paulista dispensou 34 mil trabalhadores, ante uma redução de 10 mil vagas em outubro.

Na comparação com novembro de 2007, o emprego teve alta de 2,16%, com a criação de 47 mil novas vagas. No acumulado do ano de janeiro a novembro, o indicador acumula expansão de 5,66%, o que significa a criação de 123 mil postos de trabalho.

Setores

Dos 21 setores que compõem o levantamento da indústria, 14 demitiram, cinco contrataram e dois mantiveram seus quadros estáveis. O setor que mais demitiu foi o de calçados e couro, seguido por borracha e plástico e produtos de metal.

Máquinas de escritório e equipamentos de informática; produtos químicos; indústria do álcool; papel e celulose e o segmento nomeado “outros equipamentos de transporte” contrataram no mês passado.

Pessimismo

As expectativas dos empresários paulistas nunca estiveram tão deterioradas como na primeira quinzena de dezembro. O sensor Fiesp ficou em 34,2 pontos nos primeiros quinze dias deste mês, o pior resultado da série histórica da pesquisa iniciada em junho de 2006. Foi também a primeira vez que o sensor ficou abaixo dos 40 pontos – o indicador varia de 0 a 100 pontos, sendo que números acima de 50 indicam otimismo e notas abaixo desse nível demonstram expectativas negativas.

Todos os itens que compõem o sensor apresentaram reduções. O nível relacionado às expectativas em relação ao mercado em que as empresas atuam ficou em 33 pontos. Em relação às expectativas para os estoques, o nível estava em 34,5 pontos. Investimentos ficaram com 32,6 pontos. O melhor resultado entre os itens ficou com o emprego, com 41,4, e o pior, com vendas, com 29,6 pontos.

Crédito

A Fiesp perguntou também aos empresários como avaliavam o acesso ao crédito no período. Para 64%, ele ficou mais difícil; para 9%, muito mais difícil e para 27%, igual. O custo do crédito subiu para 82% dos consultados; para 14%, ficou muito mais caro e para 5% permaneceu igual.

Na primeira quinzena de novembro, 50% responderam que o acesso ao crédito estava mais difícil, enquanto para 56%, o custo esta mais elevado.
Agência Estado

Rizzolo: Muito embora a popularidade do presidente esteja em alta, os efeitos corrosivos do desemprego já mostram o que teremos pela frente. Não basta o presidente apregoar que comprem, pois de nada resolve comprar se depois o consumidor por perder o emprego não terá condições de cumprir seus compromissos. Teremos então um mar de inadimplentes, e este é o grande perigo da investida do governo. Os dados são preocupantes, mas como a crise ainda não atingiu seu patamar mais alto a população ainda não sente seus efeitos na pele.

Crise já afeta emprego da indústria paulista em outubro

SÃO PAULO – Preocupada com os efeitos da crise financeira internacional sobre a economia brasileira, a indústria paulista antecipou um movimento esperado só para os meses de novembro e dezembro: começou a diminuir os turnos de produção e a dispensar empregados contratados de forma temporária.

A percepção dos empresários é a de que a produção direcionada para atender as vendas de fim de ano já se esgotou, e como a expectativa é a de que 2009 será um ano de demanda mais fraca e crescimento econômico menor que o deste ano, é preciso se adaptar a uma produção menor, que exigirá, portanto, menos trabalhadores.

Em outubro, a queda do nível de emprego na indústria paulista foi de 0,41% em relação a setembro, sem ajuste sazonal, e de 0,13% com ajuste sazonal, segundo dados divulgados esta manhã pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Foi a primeira queda do indicador para um mês de outubro desde 2003, quando o emprego caiu 0,63%. Dos 21 segmentos que compõem a indústria paulista, dez, praticamente metade, registraram demissões em outubro, número que só costuma aparecer nos dois últimos meses do ano, quando se encerra a safra da indústria sucroalcooleira.

Embora os números não sejam considerados trágicos, eles traduzem uma tendência que preocupa a indústria paulista, que é a redução do emprego de forma disseminada. “O emprego em outubro não foi bom como nos meses anteriores nem terrível como alguns analistas esperavam”, disse o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, Paulo Francini. “Mais do que o valor numérico, a importância do resultado fica realmente na alteração do padrão do comportamento do emprego. Temos agora uma tendência de queda no nível de emprego, uma inflexão na curva”, acrescentou.

Francini explicou que ainda não é possível prever em que padrão a produção industrial vai se estabilizar, mas a demissão de trabalhadores desde já traduz o início de uma fase de transição “conturbada”, que inclui reprogramação de produção e administração de estoques. O último resultado do Indicador do Nível de Atividade (INA) da indústria paulista, de setembro, não apresentou redução, e a prévia de outubro indica estabilidade.

Dólar

Nem mesmo a desvalorização do real ante o dólar nos últimos dois meses justificou a manutenção dos empregos da indústria no Estado. A Fiesp admitiu que a indústria será beneficiada por um câmbio mais competitivo, mas a volatilidade cambial permanece, o que dificulta o planejamento dos empresários. Além disso, o real desvalorizado não alivia a expectativa de um ano com menor demanda.

Agência Estado

Rizzolo: As notícias que circulam na Europa em relação aos emergentes, e aos empregos não são nada boas. Podemos já inferir os efeitos na indústria paulista, e a tendência é piorar em 2009. Não há como o Brasil ficar imune a uma crise de cunho internacional, a demanda externa e interna irá diminuir e os empresários terão forçosamente de promover demissões.

O crédito está cada vez mais escasso e mais caro, segundo pesquisa da Fundação Procon de São Paulo (Procon-SP) divulgada hoje a taxa de juros registrada em novembro é a mais elevada desde 2003. Com isso, o órgão, vinculado à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado, recomenda ao consumidor cautela ao contratar empréstimos. A taxa de juros mais alta para empréstimo pessoal foi registrada no Banco Real, de 8,15% mensais. A mais baixa, na Caixa, de 4,49%. No cheque especial, os juros mais altos, de 12,30% ao mês, estão no Safra e os mais baixos, de 7,98%, também na Caixa.

Quem apostava na ” marolinha” já está vendo os efeitos desse vendaval. Como não estou no momento no Brasil, não tenho a noção exata do que está ocorrendo nos bastidores da economia, porem amigos me afirmam que coisa por aí está ficando preta, informam que o Banco Central voltou ao mercado de câmbio e operou, com diferentes instrumentos, em quatro oportunidades. No fechamento da quarta-feira (12), o dólar estava cotado em R$ 2,29 – que já era a maior taxa dos últimos 20 dias. Um absurdo, hein !!

Copom aumenta taxa de juros pela 3ª reunião seguida

O Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central (BC) foi em linha com a previsão do mercado e anunciou nesta quarta-feira o terceiro aumento consecutivo na taxa básica de juros (Selic). O aumento desta vez foi de 0,75 ponto percentual, o que fez a Selic saltar de 12,25% ao ano para 13%.

Em breve comunicado, o Copom afirmou que aumentou o juro básico “avaliando o cenário macroeconômico e com vistas a promover tempestivamente a convergência da inflação para a trajetória das metas”.

Pesquisa da Reuters mostrou na semana passada que 24 de 37 instituições financeiras projetavam aumento de 0,50 ponto percentual. Os demais previam 0,75 ponto.

Na última reunião, em junho, o Copom já havia aumentado a Selic em 0,5 ponto percentual. Na penúltima reunião, em abril, o aumento também foi de 0,5 ponto percentual, após quase três anos sem elevação.

Para o economista do ABN Amro Cristiano Souza, a alta de 0,75 ponto foi tomada pensando em um problema externo, que foge do controle do BC.

“Uma alta de 0,75 ponto é melhor para trazer as expectativas de inflação para baixo, que é um problema grande. A hipótese de quem pensava em 0,50 ponto é que as commodities deixariam de crescer tanto e quem pensava 0,75 ponto achava que o BC não poderia contar com isso, por ser algo externo, ou seja, ele tem que ser um pouco mais conservador e atuar com uma política monetária mais intensa.”

Ele acredita em nova alta na próxima reunião do Copom. “A princípio, para a próxima reunião, espera-se nova alta de 0,75 ponto. É muito difícil o BC mudar o ritmo só em uma reunião.”

Já Flávio Serrano, economista sênior do BES Investimentos, acredita que a decisão pela alta de 0,75 ponto foi em função de uma ação rápida contra a inflação.

“Tinha motivos para tomar essa decisão. A decisão foi incisiva para garantir a convergência mais rápida da inflação às metas. Foi também uma forma de responder à deterioração muito grande das expectativas de inflação nas últimas semanas”.

A alta da inflação, puxada principalmente pelo preço dos alimentos, é o principal motivo alegado pelo BC para subir a taxa básica de juros. Este movimento faz com que o crédito fique mais caro para consumidores e empresas, o que seguraria o consumo e reduziria parte da pressão sobre o preço dos produtos.

Dados recentes de inflação mostraram algum desaquecimento, mas continuaram em patamar considerado desconfortável por muitos economistas. As principais pressões vieram dos custos dos alimentos.

O último relatório Focus apontou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acima do teto da meta deste ano, de 6,5%, pela primeira vez. As instituições financeiras consultadas pelo próprio BC elevaram a estimativa pela 17ª vez e agora esperam que a inflação “oficial” feche 2008 em 6,53%.

Para o ano que vem, a perspectiva é de 5%.

A próxima reunião do Copom acontece nos dias 9 e 10 de setembro.

Portal Terra

Rizzolo: Como sempre digo,o Copom vai na contra mão do desenvolvimento do País. Fica patente o exagero da medida, face ao nível da inflação brasileira que não é acentuado como alguns insistem em afirmar. A lógica dessa política já foi exaustivamente comentada neste Blog; a decisão, aumentará a volatilidade, a enxurrada de dólares inviabilizará ainda mais as nossas exportações, e deixaremos de gerar empregos.

Do lado do governo, temos uma política fiscal expansionista caracterizada pelo crescimento continuado do gasto público que, neste ano, deve aumentar 15% incentivando a demanda interna. De outro, uma política monetária restritiva que adota alta seqüencial na taxa de juros – que já é uma das mais elevadas do planeta. Temos que combater a inflação, mas sem lançar mão desse remédio amargo, vez que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) desacelerou mais que o esperado em julho . Deve-se combater a inflação, sim, mas com o aumento da produção, da oferta, do desenvolvimento, e não sacrificando empregos, prejudicando a indústria e as exportações e transformando o País num verdadeiro cassino. Uma vergonha.

Indústria registra o maior crescimento desde 2004

A produção industrial brasileira cresceu no ano passado no maior ritmo desde 2004, estimulada principalmente pela força da demanda interna, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (8).

O crescimento de 6% da produção industrial ano ano passado foi o maior desde os 8,3% registrados em 2004. Contudo, a comparação entre os dois anos mostra uma base de crescimento mais sólida em 2007. O coordenador de indústria do IBGE, Silvio Sales, lembra que o avanço de 2004 se deu após um ano de estabilidade, enquanto só em 2007 a produção industrial avançou o equivalente ao verificado em 2005 (3,1%) e 2006 (2,8%) em conjunto.

“O desempenho industrial de 2007 foi apoiado principalmente no aquecimento da demanda doméstica, por conta da manutenção da expansão do crédito, do aumento da ocupação e da renda, e da ampliação dos investimentos”, disse o IBGE em nota.

A indústria registrou expansão nos últimos nove trimestres até dezembro de 2007, período em que acumulou alta de 12%. O resultado foi puxado pelos bens de capital, que cresceram 33,9% no intervalo, seguido pelos 18,4% dos bens de consumo duráveis. A seguir vieram os bens intermediários, com 9,2%, e os bens de consumo semi e não-duráveis, com 7,1%.

Carro dispara, fumo despenca

Houve aumento em 21 tipos de atividade, sobressaindo-se os ramos de veículos automotores (15,2%) e de máquinas e equipamentos (17,7%). Neste segundo segmento, as maiores altas foram de centros de usinagem, fornos de microondas, refrigeradores.

O pior desempenho ficou com o setor de fumo, com recuo de 8,1% no ano passado. Em seguida vieram as indústrias de madeira (-3,2%) e calçados e artigos de couro (-2,2%). Materiais eletrônicos e outros e equipamentos de comunicação também recuaram (-1,1%). O setor de edição e impressão caiu 0,2%.

Vendas

Em relação às vendas, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) havia divulgado na quinta-feira (dia 8) que houve um crescimento de 5,1% em 2007, em comparação com o ano anterior, sendo o melhor desempenho desde 2004.

A perspectiva, segundo a CNI, é de que a expansão continue em 2008, mesmo com a crise externa. “Os fatores que sustentaram a indústria em 2007 devem continuar a sustentá-la em 2008, pelo menos nos primeiros meses do ano”, afirmou a jornalistas o economista da CNI Paulo Mól.

Da redação, com agências
Site do PC do B

Rizzolo: A notícia é muito boa, vez que se nota um diferencial no modo pelo qual o crescimento se deu em relação ao período de 2004. Não há dúvida que o essencial é o aquecimento do mercado interno, segundo dados, em 2007 o crescimento foi devido a uma expansão do crédito, do aumento da ocupação e da renda. Temos que ter como prioridade um mercado interno forte, para que possamos ficar menos vulneráveis às crises do exterior. Agora, o desafio é manter o crescimento com uma política de sustentação ao crédito na compatibilização dos níveis das taxas de juros, transformando a política financista perversa do governo, baseada nas altas taxas de juros, em investimentos na produção logicamente beneficiando o mercado interno. Essa tem sido a política atual adotada pelo Banco Central, infelizmente.