Educação, Corrupção e Democracia

Durante a ditadura militar, um dos argumentos dos conservadores era de que no Brasil “os pobres, o povo brasileiro, não estava preparado para votar”. Argumentava-se que não havia racionalidade ao outorgar o direito ao voto àqueles que mal sabiam ler ou escrever. Com efeito, após a abertura política e vencidos na sua proposta original, os apregoadores desta teoria silenciaram; até porque, a esquerda os sentenciavam se por ventura esse perjúrio, viesse à baila das discussões democráticas.

Os tempos mudaram e hoje, no universo democrático que vivemos, ninguém mais questiona o voto daqueles que pouca cultura obtiveram; questiona-se sim os efeitos das liberdades democráticas nos moldes em que foi concebida, expressa nos horrores corruptórios que permeiam nossas atuais instituições políticas. Jarbas Vasconcelos denunciando a corrupção partidária, Protógenes na berlinda tentando legitimar o papel da Polícia Federal – muitos o enxergando como uma ameaça -, Gilmar Mendes estrelando o bom senso nas suas críticas ao MST, todos de uma forma ou de outra, questionam e denunciam a má qualidade da democracia que foi instituída no País.

Não resta a menor dúvida que a educação tem seu valor não só no desenvolvimento pessoal, mas como também no produto final do exercício democrático. Alegar que os pobres, os incultos, os que mal sabem ler, não são de forma alguma manipulados, quer pelo assistencialismo, quer pelo populismo, é atentar contra a sinceridade política, dando lugar a um vácuo ideológico esquerdista a serviço daqueles com propósitos autoritários e antidemocráticos.

O brasileiro está aprendo a exercitar a democracia, mas só através da educação e da cultura, poderemos um dia nos curar da indução populista que muitas vezes alimenta a formação de maus políticos, que não hesitam er lançam mão dos pobres incautos iletrados, lhes prometendo assistencialismo em troca daquilo que mais nobre existe nas relações democráticas: o voto.

A corrupção no Brasil que permeia o cenário político, nada mais é do que o extrato do pobre exercício democrático, onde a distinção entre o ético e o amoral se turva pelo pouco discernimento, produto da miséria e da escassez cultural. Fato determinante na predisposição a exploração daqueles que sonham por uma vida melhor, golpeando os pobres que ainda aprendem o difícil exercício da democracia, muito embora com a pouca cultura que dispõem.

Fernando Rizzolo

Provador de café faz seguro da língua por R$ 34 milhões

Um dos principais provadores de café da cadeia de lojas Costa Coffee teve a língua segurada em 10 milhões de libras (cerca de R$ 34 milhões) por uma corretora britânica.

Gennaro Pelliccia prova uma amostra de cada leva de grãos crus de café na usina processadora de Londres, antes que elas sejam torradas e enviadas para as lojas.

“Meus 18 anos de experiência me permitem distinguir entre milhares de sabores”, afirma ele.

A cadeia da Costa Coffee, que vende 108 milhões de xícaras de café por ano, em vários países, pretende dobrar o número de lojas.

“As papilas gustativas de um provador de café são tão importantes quanto as cordas vocais de um cantor ou as pernas de uma top model, e esta é uma das maiores apólices de seguro feitas por um indivíduo”, disse um porta-voz da corretora Glencairn Limited, do banco Lloyds, que negociou a apólice.

“Na minha profissão, minhas papilas gustativas e habilidades sensoriais são essenciais… e me permitem distinguir qualquer defeito”, disse Pelliccia. BBC Brasil / agência Estado

Rizzolo: Conheço o Café Costa em Londres, é uma grande rede de café, aliás o mercado de Café na Inglaterra cresce espantosamente. Esta notícia é curiosa porque reune uma gama de particularidades. Uma é questão do café como mercado na Europa, outra é observarmos que o mercado securitário é amplo segura até lingua, outra é que no Brasil os políticos querem também que alguns segurem a lingua, como a do Jarbas Vasconcelos.

‘Lula tem sido conivente com a corrupção’, diz Jarbas

BRASÍLIA – Depois de atacar seu próprio partido, o senador peemedebista Jarbas Vasconcelos (PE) mirou o Planalto. Ele acusou hoje o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ser conivente com a corrupção que, segundo ele, está impregnada em todos os partidos, “sobretudo no PMDB”. “Não é de hoje que o PMDB tem sido corrupto. Mas o Lula tem sido conivente com a corrupção. Lula e o PT não inventaram a corrupção, mas ela tem sido a marca do governo dele. É o governo do toma-lá-dá-cá”, disse.

Ao reforçar os ataques a seu partido, Jarbas afirmou que a corrupção aumentou no PMDB na última década. “O descaminho do PMDB é de dez anos para cá. O que tem motivado o gigantismo do PMDB é o fisiologismo”, afirmou. Apesar de insistir nas denúncias, Jarbas se recusou a apontar nomes de peemedebistas que praticam atos de irregularidade. “Todo mundo sabe da corrupção do PMDB. Estou combatendo práticas, e não vou ficar puxando listas. Seria muito volumoso. Para que isso seja investigado deve haver uma pressão. Não sou eu quem vai comandar esse processo, eu apenas abri o debate dando o pontapé inicial”, disse.

Jarbas procurou desvincular sua atitude com a eventual candidatura como vice-presidente na chapa do tucano José Serra (SP), governador de São Paulo, na eleição para o Planalto em 2010. “Meu candidato é Serra, mas não quero ser vice. Não tenho condições, mesmo porque não vou sair do PMDB”, afirmou. Jarbas não acredita que o PMDB vá lançar candidato próprio à sucessão de Lula. “O PMDB é uma confederação de interesses regionais. Não tem uma liderança nacional para disputar, não tem um líder para empolgar o partido.”

Agência Estado

Rizzolo: É muito simples, se o PMDB é um partido corrupto o senador peemedebista Jarbas Vasconcelos (PE) deveria no mínimo dar ” nomes aos bois” e num rompante de ética, sair do partido. No Brasil tão comum quanto a corrupção, são as alegações sem as devidas provas.

Na verdade entendo que Jarbas quer mesmo aparecer, se o PMDB não presta, se o PT não presta , se Lula é conivente segundo ele, e após todas as alegações ele se declara apoiar Serra, tudo não passa de jogo político, sem a menor importância, não vale a pena nem perder tempo, aliás, dar ouvidos a quem considera o Bolsa Família um ” compra de votos”, é ouvir quem não sabe o que passar fome, e faz apenas o jogo político e o da pior espécie.