Para líder do PT, não há necessidade de afastar Dilma

BRASÍLIA – O líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP), disse não ver necessidade de afastamento da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, do governo, enquanto ela estiver sob tratamento de quimioterapia para enfrentar um câncer linfático. “O principal é a ministra tratar de sua saúde. O tratamento é um sucesso quase absoluto. Não tem sentido se afastar. É uma decisão técnica, dos médicos, não é uma decisão política. Ela está no meio do tratamento, que tem mais dois meses”, afirmou. A ministra está internada em São Paulo para tratar de fortes dores nas pernas decorrentes da quimioterapia.

Já o ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, afirmou que torce para que a ministra não precise reduzir a jornada de trabalho por causa de tratamento. Segundo ele, só os médicos vão poder dizer se Dilma precisa ou não diminuir sua carga de trabalho. “Nós torcemos para que isso não seja necessário pois é bom para o País que ela trabalhe muito”, disse. Ele lembrou que os próprios médicos disseram no início do tratamento que era bom para a recuperação da ministra que ela continuasse dedicada ao trabalho.
agência estado

Rizzolo: Entendo que o principal é a saúde da ministra. É claro que quem vai determinar o rítmo, são os médicos, e não a classe política. Só faltava, não é ? O câncer atualmente tem tratamento, e as chances de cura são altas, como no caso da ministra. Vamos trocer para que ministra vença a doença. Hoje, a presidente da Casa Hope, Claudia Bonfiglioli esteve no Hospital Sírio Libanês, onde entregou uma carta de soledariedade da Casa Hope, em nome da presidência e das crianças, desejando uma breve recuperação à ministra.

Cezar Britto defende punição em caso de grampo ilegal

SÃO PAULO – O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, defendeu hoje (4) que a realização de escutas telefônicas sem autorização legal seja punida severamente. “Se começarmos a dar validade ao que é ilegal, o crime venceu, inclusive o crime praticado por autoridades”, afirmou. “O (grampo) ilegal tem de ser severamente punido.”

Após participar do debate “O Brasil e o Estado de Direito”, realizado no auditório do Grupo Estado, Britto enfatizou a importância de discutir uma nova lei de abuso de autoridade. “A lei de abuso atual foi feita para proteger o Estado e não para proteger o cidadão. É preciso mudar o foco. Como também é preciso mudar no que se refere à responsabilização civil do Estado por um abuso”, declarou. Britto disse que “hoje é muito fácil para o Estado cometer abuso”, devido ao tempo que uma ação judicial leva para ser concluída.

Questionado sobre a existência de um estado policialesco no País, Britto comentou: “O ministro da Justiça (Tarso Genro) e o ministro de Relações Institucionais (José Múcio) já disseram que não se sentem seguros quando conversam ao telefone. Se autoridades da República não se sentem, imagina o cidadão comum.”

Com relação a abusos por parte de advogados, Britto foi enfático. “Quando se comete um crime, se é criminoso independentemente da profissão do criminoso. A atividade criminosa é incompatível com a advocacia”, disse. Ele acrescentou que a OAB tem punido advogados em processos disciplinares e que a Ordem sabe “separar o joio do trigo”. Em sua visão, esta postura dá “credibilidade” à OAB para apoiar o projeto de lei sobre a inviolabilidade da defesa.
Agência Estado

Rizzolo: É óbvio que a escuta de forma ilegal tem que ser punida com rigor, como bem afirmou o presidente da OAB Federal. Agora o que observamos nesse governo é ai inversão de valores em relação ao direito de defesa. Não é possível coexistirmos com conceitos de defesa baseados em argumentações que contradizem o amplo direito do contraditório. Não podemos coibir a amplitude da defesa e das prerrogativas do advogado baseado na eventual possibilidade de maus profissionais se beneficiarem das prerrogativas.

O ministro Tarso Genro tem sido infeliz em suas postulações, que em relação à Lei de Anistia, quer em relação ao pleno Estado de Direito no que se refere às garantias individuais; para coroar suas declarações a afirmativa de que nem ele se sente seguro quando conversa ao telefone chega a ser hilário e denota a que nível chegamos.