O general Luiz Cesário da Silveira Filho despediu-se do Comando Militar do Leste no Rio de Janeiro com um discurso que exaltou o golpe militar de 1964 que, segundo ele, foi um “memorável acontecimento” e uma “revolução democrática”. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
O comandante do Exército, Enzo Peri, afirmou que Cesário “manifestou a participação dele como cadete”. Cesário ainda narrou a sua participação no golpe. “Participei ativamente da revolução democrática de 31 de março de 64, ocupando posição de combate no Vale do Paraíba”, disse. O general completou ainda ao afirmar que atuou sob “a incontestável liderança do general-de-brigada Emílio Garrastazu Médici, de patriótica atuação posteriormente na Presidência”.
Segundo o general, o golpe militar, que chamou de “revolução democrática”, impediu um golpe preparado pelo próprio governo contra as instituições democráticas.
Rizzolo: A exaltação do golpe militar de 1964 não é algo preconizável nos dias de hoje, mesmo porque remete a uma época triste em que o Brasil foi entregue a um regime de exceção. É bem verdade que muitos entendem que essa democracia que aí está, corrupta, politiqueira, onde grande parte dos membros do cenário político estão mais interessados em proveitos próprios, carece do patriotismo que de certa forma permeava o regime militar.
Alegar que não houve avanços no regime militar, é ascender ao plano tacanho ideológico tão nefasto quanto o regime de exceção. Entendo que os jovens militares querem se ver livre deste passado triste, querem participar da democracia, querem dar sua contribuição ao Brasil, e exaltações como está, sublinham o estereótipo do militar autoritário, e acabam servindo aqueles que querem a opinião militar amordaçada e circunscrita à caserna.