Bienal Internacional do Livro em SP terá lançamento de 4,2 mil publicações

A 21ª Bienal Internacional de São Paulo será aberta na próxima segunda-feira, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, na zona norte da cidade, com a participação de 350 expositores entre os quais estão editoras que representam 900 selos editoriais. Eles devem apresentar, no período de 12 a 22 de agosto, 2,2 milhões de exemplares e 220 mil títulos diferentes.

Os organizadores esperam receber um público superior a 700 mil pessoas que poderão acompanhar os lançamentos de 4,2 mil publicações. Para isso, o número de horas de atividades aumentou em comparação com a edição anterior, passando de 700 para 1.100 horas.

O anúncio foi feitonesta segunda-feira pela presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL), Rosely Boschini. A feira é um dos maiores eventos intelectuais da América Latina. É realizada pela CBL e organizada pela Reed Exhibitions Alcantara Machado. Por meio de um comunicado, a CBL disse esperar que haja um diferencial nessa edição em relação às demais, com a adoção de medidas para democratizar o acesso ao livro.

Os preços dos ingressos foram fixados em R$ 10,00 valor cobrado desde a edição de 2006. Além disso, haverá entrada gratuita para professores, estudantes, profissionais do livro e bibliotecários, pessoas maiores de 60 anos e crianças com até 12 anos.
corrio do Brasil

Rizzolo: Estarei quase que diariamente na Bienal Internacional do Livro, no estande da Editora Scortecci, lançando o meu novo livro “ Construindo a Inclusão”, seria um prazer e uma enorme satisfação encontrar com vocês todos leitores do Blog do Rizzolo para nos conhecermos e falarmos sobre literatura, política, e Brasil. Aguardo vocês lá no estande !!

Incêndio no Butantan é exemplo do descaso do Poder Público

A destruição da maior coleção científica de cobras do mundo – durante o incêndio que atingiu o Instituto Butantan, na manhã do último sábado (15) – foi definida como uma perda incalculável do ponto de vista histórico e científico por pesquisadores de todo país. Mas segundo alerta o diretor do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP), Hussam Zaher, o acervo pode ter sido negligenciado pelo Poder Público. “A ciência foi deixada de lado”, criticou nesta segunda-feira (17).

O pesquisador denuncia que o Prédio das Coleções do instituto não possuía um sistema adequado de combate ao fogo. A construção do galpão que abrigava os espécimes também era imprópria para o acervo que guardava.

“A coleção era muito bem curada. O que faltou aí foi gestão do Poder Público, entender a real dimensão da importância daquilo que ele tinha e colocar à disposição os recursos necessários para proteger esse patrimônio”, afirmou Zaher, à Agência Brasil.

Zaher alerta que teme que o mesmo possa ocorrer no museu que dirige, na USP. “Espero que isso sirva de lição. Sou diretor de um museu que é o maior do Brasil e o maior da América Latina. No Museu de Zoologia, temos 10 milhões de exemplares preservados. Se esse museu queimar, não sei o que dizer”, lamentou. “Há anos estamos pedindo um prédio novo. Estamos esgotados. Não há mais espaço. Há anos clamamos por condições melhores. Estamos em condições precárias”, queixou-se.

A perda do material do Butantan, segundo Zaher, não foi financeiro, mas científico. “O prejuízo foi do conhecimento, da perda de um patrimônio científico inestimável. Isso é uma perda que não se recupera mais. Não temos como recuperar esse acervo que foi construído ao longo de 100 anos de pesquisa, em muitas áreas que não existem mais. Durante esse período, exemplares foram coletados em regiões que, agora, são estacionamentos, cidades, fazendas ou que foram totalmente destruídas. Essa história não pode ser refeita”, explicou.

Antes mesmo da conclusão do inquérito policial que investiga as causas do incêndio, é possível afirmar que o grande responsável pelas perdas irreparáveis dos mais de 500 mil espécimes do acervo foi o despreparo e a inexistência de Políticas Públicas efetivamente comprometidas com as pesquisas científicas em nosso país.

vermelho
Rizzolo: Como tudo o que é científico, histórico, o exemplo do incêndio no Butantan mostra o descaso do Poder Público com a memória, com o conhecimento em todas as áreas. Existe uma tendência a se privatizar tudo que tradicional e humano. E isso não ocorre só nesse fato, a privatização das salas da Faculdade de Direito da USP são um exemplo claro dessa aberração privatista do governo do Estado. Concordo plenamente com os estudantes de Direito da USP em preservar as Arcadas dessa intervenção privada e descabida. Pior do que um incêndio que queima um acervo, é o abandono e a insensibilidade do Estado com aqueles que realmente fizeram a história e contribuíram para o aprimoramento cultural desse país.