BB reduz taxa de juros de algumas linhas de crédito

BRASÍLIA – O Banco do Brasil anunciou hoje a redução de taxas de juros para algumas modalidades de crédito para pessoas físicas e jurídicas. O governo está preocupado com a elevação nas taxas de juros do crédito no sistema financeiro e, por isso, quer que seus bancos atuem para direcionar o mercado a cortar suas taxas. Ontem, os dados do Banco Central mostraram uma forte elevação dos juros ao consumidor, tanto pessoa física como empresarial, por conta do aumento nos spreads bancários.

As novas taxas de juros do BB terão validade a partir de amanhã. Entre as principais reduções estão operações como Conta Garantida (espécie de cheque especial das empresas), cuja taxa passou de 2,62% ao mês para 2,25%, desconto de cheques (de 2,32% para 1,98% mensais) e desconto de títulos (de 1,95% para 1,70% ao mês). Operações de Capital de Giro tiveram ligeira redução, de 2% para 1,96% ao mês. O adiantamento de crédito ao lojista teve a taxa reduzida de 1,79% para 1,61% e aquisição de recebíveis de 1,95% para 1,69% mensais.

Os cartões de crédito também terão redução dos juros, de 4,23% para 3,79% na taxa mínima do crédito rotativo e de 4,99% para 2,92% ao mês nas compras parceladas.O BB também vai reduzir os juros nas operações de financiamento às exportações, mas não divulgou ainda quais serão as novas taxas.
Agência Estado

Rizzolo: Bem, estava na hora do BB atuar no mercado financeiro visando atender às necessidades do crédito, aliás é uma vergonha um Banco estatal, que tem como finalidade atender à população e as empresas, manter taxas de bancos privados. Com muita propriedade o presidente Lula advertiu o BB sobre as taxas do banco. Os juros do cartão de crédito gerido pelo banco (Ourocard) foram podados de 4,23% para 3,79%, e isso é muito pouco abrangente. Não é só o BB, a Caixa Econômica Federal também não está fazendo seu papel de Banco Estatal, o que é uma verdadeira aberração numa época de crise em que o crédito está escasso. A verdade é que o lucro tanto dos bancos privados como estatais no governo Lula salta aos olhos de qualquer cidadão de bom senso. Coitado do pobre empresário brasileiro, do pequeno comerciante, e do pobre que necessita de um empréstimo, e nem sequer pode contar com os Bancos Estatais, que deveriam ter sua função social. Isso é o PT no governo.

Governistas encontram brecha legal para recriar CPMF na Câmara

Líderes da base aliada encontraram uma brecha constitucional para permitir a recriação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) com alíquota de 0,10% por meio de lei complementar de iniciativa do Congresso. Os parlamentares argumentam que, apesar de a Constituição Federal vetar ao Congresso a criação de novos impostos por considerar que é uma atribuição do Executivo, existe uma jurisprudência do STF (Supremo Tribunal Federal) que abre caminho para a recriação da CPMF por meio de lei complementar de iniciativa da Câmara.

Os governistas pretendem incluir a criação do novo imposto paralelamente à votação da emenda 29 (que destina mais recursos para a saúde), marcada para a semana que vem no plenário da Câmara.

“O consenso é que não há qualquer impedimento jurídico para a criação de um tributo por meio de lei complementar destinada exclusivamente à saúde. Há jurisprudência do STF [Supremo Tribunal Federal] que confirmam a tese de que o Congresso pode criar imposto por meio de leis complementares”, afirmou o líder do PT na Câmara, deputado Maurício Rands (PE).

Os governistas vão trabalhar até terça-feira para sustentar juridicamente a brecha que permite a recriação da CPMF –uma vez que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva repassou ao Congresso a determinação para que a contribuição seja reativada. A base aliada argumenta que, como o Senado aprovou a emenda 29, a Câmara precisa encontrar fontes que garantam a vinculação de recursos para a saúde –o que ocorreria por meio da CPMF.

A lei complementar é a alternativa mais “simpática” aos governistas porque precisa de maioria absoluta no plenário para ser aprovada. Os governistas não querem recorrer a uma PEC (proposta de emenda constitucional) que, para ser aprovada, precisa de pelo menos 308 votos de deputados e 49 de senadores. A idéia é apoiar uma contribuição nos moldes da extinta CPMF, com alíquota de 0,1% e permanente.

Rands argumentou que o presidente Lula precisa de recursos para viabilizar a emenda 29, que obriga o governo a ampliar o repasse de verbas para a área da saúde. “O presidente tem que cumprir a Constituição. Não podemos ficar liberando créditos extraordinários para garantir os repasses, temos que ter uma fonte permanente”, afirmou.

De acordo com cálculos feitos pelos líderes governistas, o imposto de 0,1% sobre a movimentação financeira geraria cerca de R$ 10 bilhões extras para a saúde. Rands não descarta também aumentar a taxação de impostos sobre bebidas e cigarros, mas disse que isoladamente a medida não é suficiente para assegurar os recursos da emenda 29.

“Em nenhuma hora um tributo pode ser visto como uma medida simpática. Mas não se pode deixar os hospitais na situação em que estão. A receita brasileira é muito vinculada. Queremos apresentar uma boa idéia de recursos para a saúde”, argumentou.

O líder do PTB na Câmara, deputado Jovair Arantes (GO), argumentou que a recriação da CPMF não é ‘impopular’, uma vez que a extinção da contribuição pelo Senado, no final do ano passado, não resultou na redução de preços de medicamentos e produtos hospitalares no país.

“A população não sentiu a diferença da queda da CPMF. Produto nenhum caiu o preço. O contribuinte paga o mesmo imposto e não vê nenhuma vantagem nisso”, afirmou.

Folha online

Rizzolo: Gerar 10 bilhões extras de receita para a saúde representa muito à sociedade brasileira, e pouco ao contribuinte, as pessoas comuns, ao trabalhador. O argumento de que a oposição faz uso, em recriminar o que ela entende como ” gastança” é mero argumento para não recriar um imposto odiado pelos que gostam de sonegar. Sim, sonegar, porque a CPMF é e sempre foi um tributo de difícil sonegação, por isso tão combatido pelos fortes grupos. Sempre me coloquei contra o governo em muitas questões, quem me acompanha sabe disso, agora, não é possível implementar a emenda 29 sem os devidos recursos. A forma jurídica de se encaminhar isso é outro assunto.

Se existe ” gastança”, há que se promover a oposição meios para coibi-la, mas em primeiro lugar vem o direito do povo brasileiro em ter hospitais dignos, de ter sua saúde tutelada pelo Estado, e não virar as costas a oposição inviabilizando receita para a saúde do pobre trabalhador que não pode esperar. Os bancos, e os empresários nunca tiveram tanto lucro, mas também nunca demonstraram através da oposição que financiam, a dureza de seus corações. Nesse ponto cerro fileira com o governo.

Muito dirão, ah! mas o Rizzolo não é de confiança, agora está a apoiar Lula. A esses eu diria que em primeiro lugar existe a ética para com os pobres. Você já precisou um dia de um hospital público ? Leia artigo meu sobre a CPMF antes de ser extinta: A quem interessa o fim da CPMF

Uma apologia ao lucro do Bancos

No artigo da Folha de domingo só para assinantes “Os bancos e a Crise”, o Presidente da Febrabam, Fabio C Barbosa, faz uma verdadeira apologia sobre o lucro dos Bancos, insinua ele que uma economia para estar blindada tem que prestigiar acima de tudo a rentabilidade e o lucro dos Bancos. Ora, isso é uma piada, no Brasil os bancos lucram mais que nos EUA, somos um país pobre, o capital financeiro em face aos juros estratosféricos não é permeado à produção, e sim é a especulação, o Presidente afirma que “Daí os governos, em todos os países do mundo, se preocuparem em preservar sistemas bancários saudáveis, hígidos, rentáveis”, numa colocação defensiva dos lucros, da internacionalização financeira, e da especulação, mas o que não se fala é que o pobre agricultor, o pequeno empresário que via num Banco Estatal como o Banespa e outros um parceiro, isso já não existe mais, a pilhagem dos Bancos Estatais e a entrega dos mesmos aos internacionais, foi uma afronta ao pequeno comerciante, ao pequeno industrial que era contemplado com uma política bancária de empréstimo baseada no desenvolvimento da média e pequena indústria.

Itaú, Bradesco, Unibanco e Banco do Brasil são mais rentáveis que os maiores bancos dos Estados Unidos. Em um cálculo realizado pela consultoria Economática, esses quatro bancos ocupam os primeiros lugares em um ranking de rentabilidade que compara bancos dos EUA e do Brasil. O cálculo, realizado pelo economista Einar Rivero, mostra que a rentabilidade desses quatro bancos brasileiros no primeiro semestre de 2007 é quase o dobro dos norte-americanos no mesmo período. Enquanto os brasileiros tiveram, entre janeiro e junho, uma rentabilidade mediana de 14,55%, os americanos ficaram com 7,36%.

Cada vez mais os bancos estão lucrando às custas da escravidão do povo, que fica acorrentado pelos pés, mãos e pescoço às taxas de juros absurdas, caindo na ciranda do endividamento, da qual não consegue mais sair, pois em uma análise simples, é óbvio chegar a conclusão que ninguém consegue vencer um empréstimo de 24 meses com taxas anuais de 300% de juros, quando seu salário tem aumento real (quando tem) de menos de 10% ao ano. É triste, mas é a realidade, estamos presenciando o enriquecimento exagerado de alguns poucos a custa do empobrecimento exagerado de dezenas de milhões. Nas afirmações do Presidente podemos inferir que o importante para que a economia siga “em paz e blindada” é termos sim que prestigiar o lucro imoral dos Bancos no Brasil; é como se dissesse que se não for assim, garantindo o lucro dos banqueiros, os pobres sucumbirão.

Fernando Rizzolo