Muitas vezes penso – e tempo tive de sobra para refletir neste Yom Kipur – sobre a palavra que todos mais falam em momentos crise: volatilidade. Em ciências como a química e física, o termo volatilidade se refere a uma grandeza que está relacionada à facilidade de uma substância passar da fase líquida à fase vapor. Já em economia, volatilidade está associado ao preço de uma mercadoria é a variação de preço referente a um desvio padrão, expresso em porcentagem, ao fim de um período de tempo.
Mas porque pensar em volatilidade no aspecto espiritual? Existiria uma volatilidade no nosso ser interior? É interessante notar que a própria vida nos impõe situações em que em determinados momentos, nos inclinamos mais ao mundo material, ao egoísmo, ao lucro, sem pensar que aquele ato em si nos forçará a fazer um caminho de volta à nossa espiritualidade. Aqueles que se perderam apenas ao enxergar a vida com uma oportunidade de viver o luxo, o lucro, o dinheiro fácil especulado, se viram de um momento para outro sem nada, perderam milhões de dólares, pelo simples fato de que o dinheiro quando manipulado pelo prisma da especulação, geralmente se perde, é de essência volátil.
Assim como o dinheiro, nossa relação com a vida não deve se pautar no material, temos sim que dominar a essência da terra, mas nos aprofundando no estudo da Torá, no espiritual, até porque isso servirá de subsídio, para fortalecermos na queda e para que, de forma hábil, possamos reverter o momento crucial da crise material. A volatilidade das coisas materiais são quase intransponíveis, quando não temos a estabilidade emocional, ou quando sofremos de volatilidade de cunho espiritual.
Como entender as perdas na vida, quando estamos longe da conexão divina? No mundo de hoje, a palavra conexão tem um sentido primordial no nosso dia-a-dia, estamos sempre conectados com nossos amigos, nossa família, nosso trabalho; a velocidade dos efeitos de estarmos ligados uns aos outros, é extremamente rápida; assim como o impacto das informações recebidas. Não estarmos nessa mesma intensidade conectados a Deus, significa estaremos susceptíveis a amargurar um desespero profundo, como quem perdido numa selva não consegue acessar seu celular, para se comunicar, desprovido de sinal, sem nenhum apoio.
Uma das frases que mais me impressiona nas orações, é aquela quando pedimos a Deus “que nunca se oculte de nós”, que jamais tenhamos o nosso sinal de conectividade divina interrompido. Com efeito, são em momentos de crise no mundo, como a que vivemos, que a força interior de cada um se refaz, se renova. A crise em si, nos leva a refletir sobre a fragilidade e a volatilidade das coisas materiais, que se vão com o vento que leva a areia da praia.
No mundo dos negócios é importante participar, vivenciar a essência do mercado, entender como se ganha e como se perde, mas jamais perder-se no materialismo e se tornar volátil aos olhos de Deus. É preciso estar conectado espiritualmente, e saber acionar quando preciso, o nosso “circuit braker” interior, o da nossa consciência, impedindo desse modo, que o desejo de lucrar se sobreponha ao de simplesmente viver uma vida plena e pensar naqueles que nada possuem, e que mais sofrerão pela ganância dos outros, ou de nós mesmos.
Fernando Rizzolo
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