Para CNI, decisão de taxar capital estrangeiro ‘valeu a pena’

BRASÍLIA – O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, disse nesta quarta-feira, 21, que considerou positiva a taxação da entrada de capitais estrangeiros no País. Segundo ele, o governo não dispunha de muitas alternativas para conter o fluxo de capitais e a decisão de cobrar 2% de Imposto sobre Operação Financeira (IOF) “valeu a pena”. O presidente da CNI avaliou que, se a medida não produzir uma desvalorização do real, pelo menos ela vai evitar que a moeda brasileira tenha uma supervalorização. Uma das reivindicações recorrentes da CNI é de que o governo implemente medidas para valorizar as exportações brasileiras, contendo a apreciação do real.

Ele disse que é preciso observar o resultado dessa taxação para implementar outras medidas, mas considerou que a possibilidade de se usar recursos do Fundo Soberano para comprar divisas deve ser estudada. Monteiro Neto chegou esta tarde ao Ministério da Fazenda para a reunião do Grupo de Acompanhamento do Crescimento (GAC). Ele disse que, nesse encontro, não deverá apresentar sugestões específicas sobre o câmbio. A CNI deverá enfocar, segundo ele, questões ligadas à competitividade, como tributação, custo de capital e infraestrutura, além de medidas de estímulo à exportação. Essa é a primeira reunião do antigo Grupo de Acompanhamento da Crise com a nova denominação.

agência estado

Rizzolo: Eu pessoalmente considero muito válida a decisão. O que temos que considerar é o ganho indireto com a medida. Um real não tão valorizado, benefia as nossas exportações e por conseqüência a indústria nacional, ademais, o dinheiro taxado é aquele de cunho especulativo, e a tendência de queda na Bolsa é passageiro, até porque, quem aplicar nestas empresas nas Bolsas do exterior estará fora do tributo. A idéia central é criarmos um mercado interno forte e nos posicionarmos nas exportações, principalmente de manufaturados. Na realidade, IOF é um imposto regulatório, regulando o fluxo de capital, a idéia do tributo seria para diminuir seu impacto, e não como alguns alegam qeu o objetivo principal seria arrecadação.

Crise põe em risco 60 mil empregos no setor de máquinas–Abimaq

RIBEIRÃO PRETO, SÃO PAULO, 28 DE ABRIL – A indústria de máquinas no Brasil pode cortar entre 50 mil e 60 mil trabalhadores nos próximos cinco meses, se o ritmo de queda no faturamento do setor se mantiver ou se o governo não adotar uma política de desoneração de impostos para equipamentos, afirmou nesta terça-feira o presidente da entidade que representa o setor.

Segundo, Luiz Aubert Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), desde setembro de 2008, quando a crise de crédito se aprofundou, as indústrias de equipamentos nacionais já demitiram aproximadamente 15 mil trabalhadores.

“Se continuarmos tendo quedas de 20, 30, 40 por cento (no faturamento), não tem o que fazer, teremos que cortar na carne”, afirmou Aubert, em entrevista a jornalistas durante a Agrishow, maior feira de tecnologia agrícola da América Latina.

“Corremos os risco de ter 60 mil demissões no setor se nada for feito”, declarou, apontando que essa redução no emprego pode ocorrer até setembro, se mantiver a tendência atual de redução no faturamento.

Além da crise de crédito e dos juros altos do país, o fato do Brasil taxar investimento, diferentemente de outros países, agrava o problema da indústria, afirmou Aubert, lamentando que o câmbio continua desfavorável para o setor, apesar da recente valorização do dólar frente ao real.

Os dados mais atualizados da Abimaq, até fevereiro, indicam uma queda no faturamento de 26 por cento no primeiro bimestre, em relação ao mesmo período do ano passado, para 8,09 bilhões de reais.

“Se o faturamento cai de 20 a 30 por cento, e há indicações de que isso continue, vamos chegar no mesmo nível de março de 2007, quando tínhamos 200 mil empregados”, destacou, observando que atualmente a indústria conta com aproximadamente 250 mil trabalhadores.

Entre os setores com mais demissões, Aubert aponta aqueles fabricantes de ferramentas.

Ele considerou, no entanto, a redução tributária para a indústria automotiva ou para os fabricantes de eletrodomésticos como algo importante no momento atual.

“As montadoras têm uma capilaridade em outros setores, isso é importante, mas é um antitérmico, não está atacando a doença crônica, que é a maior carga tributária do mundo.”

AGRÍCOLA MANTÉM EMPREGOS

Os fabricantes de máquinas e implementos agrícolas, que já contam com algumas desonerações tributárias, têm verificado queda expressiva no faturamento, de 44 por cento no primeiro trimestre na comparação com o mesmo mês de 2008, mas o emprego está se mantendo em torno de 43 mil trabalhadores no país, de acordo a Abimaq.

“As máquinas agrícolas têm isenção de IPI, mas isso não basta”, afirmou Celso Casale, diretor da entidade. “Quando se constrói uma máquina, há imposto em toda a cadeia de equipamentos”, destacou ele, apontando que a indústria automotiva emprega metade do número de trabalhadores do setor de máquinas.

Segundo Aubert, o setor de fabricantes de equipamentos agrícolas no Brasil é bastante dinâmico e acaba segurando o emprego. “Mas se continuar a ter essa queda no faturamento, vai ter dispensa.”
agencia estado

Rizzolo: Bem, se em função da crise mundial todo segmento entender que tem legitimidade para requerer desoneração tributária, acaba a arrecadação do governo que já está baixa. Este blog foi um defensor do segmento do setor de máquinas, quando defendeu a não importação de máquinas usadas do exterior. Agora, desoneração tributária todos querem, e empregos ameaçados existem para todos os segmentos, cabe ao governo ser discricionário e fazer uso do bom senso. A arrecadação não pode cair, e de forma nenhuma os programas de inclusão devem estar ameaçados pela farra da desoneração sob os mais variados pretextos. Leia artigo meu; Máquinas Usadas sob velhos pretextos.

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Fiesp: indústria de SP demite 34 mil em novembro

SÃO PAULO – O nível de emprego da indústria paulista caiu 0,19% em novembro ante outubro, com ajustes sazonais, segundo dados divulgados hoje pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Sem ajuste, o indicador registrou queda de 1,46%, o segundo pior para meses de outubro desde 2003. No mês passado, a indústria paulista dispensou 34 mil trabalhadores, ante uma redução de 10 mil vagas em outubro.

Na comparação com novembro de 2007, o emprego teve alta de 2,16%, com a criação de 47 mil novas vagas. No acumulado do ano de janeiro a novembro, o indicador acumula expansão de 5,66%, o que significa a criação de 123 mil postos de trabalho.

Setores

Dos 21 setores que compõem o levantamento da indústria, 14 demitiram, cinco contrataram e dois mantiveram seus quadros estáveis. O setor que mais demitiu foi o de calçados e couro, seguido por borracha e plástico e produtos de metal.

Máquinas de escritório e equipamentos de informática; produtos químicos; indústria do álcool; papel e celulose e o segmento nomeado “outros equipamentos de transporte” contrataram no mês passado.

Pessimismo

As expectativas dos empresários paulistas nunca estiveram tão deterioradas como na primeira quinzena de dezembro. O sensor Fiesp ficou em 34,2 pontos nos primeiros quinze dias deste mês, o pior resultado da série histórica da pesquisa iniciada em junho de 2006. Foi também a primeira vez que o sensor ficou abaixo dos 40 pontos – o indicador varia de 0 a 100 pontos, sendo que números acima de 50 indicam otimismo e notas abaixo desse nível demonstram expectativas negativas.

Todos os itens que compõem o sensor apresentaram reduções. O nível relacionado às expectativas em relação ao mercado em que as empresas atuam ficou em 33 pontos. Em relação às expectativas para os estoques, o nível estava em 34,5 pontos. Investimentos ficaram com 32,6 pontos. O melhor resultado entre os itens ficou com o emprego, com 41,4, e o pior, com vendas, com 29,6 pontos.

Crédito

A Fiesp perguntou também aos empresários como avaliavam o acesso ao crédito no período. Para 64%, ele ficou mais difícil; para 9%, muito mais difícil e para 27%, igual. O custo do crédito subiu para 82% dos consultados; para 14%, ficou muito mais caro e para 5% permaneceu igual.

Na primeira quinzena de novembro, 50% responderam que o acesso ao crédito estava mais difícil, enquanto para 56%, o custo esta mais elevado.
Agência Estado

Rizzolo: Muito embora a popularidade do presidente esteja em alta, os efeitos corrosivos do desemprego já mostram o que teremos pela frente. Não basta o presidente apregoar que comprem, pois de nada resolve comprar se depois o consumidor por perder o emprego não terá condições de cumprir seus compromissos. Teremos então um mar de inadimplentes, e este é o grande perigo da investida do governo. Os dados são preocupantes, mas como a crise ainda não atingiu seu patamar mais alto a população ainda não sente seus efeitos na pele.

Inadimplência faz banco de São Paulo fechar financeira

O Banco Credibel, com sede em São Paulo, encerrou as operações de sua financeira voltada a empréstimos para as classes C e D.

Segundo a direção da instituição, a decisão foi tomada por causa da alta taxa de inadimplência e da dificuldade, com o agravamento da crise internacional, de captar novas linhas de crédito.

Foram fechadas as 15 unidades de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

De acordo com o superintendente do banco, Paulo Nogueira, os cerca de 60 mil contratos de financiamento, a maioria voltada para a aquisição de automóveis, serão absorvidos pela estrutura do próprio banco.

Segundo Nogueira, a própria instituição centralizará a negociação do pagamento com os clientes em atraso, a devolução dos veículos de quem já está sem condições de quitar o financiamento e a continuidade do recebimento do pagamento dos carnês.

Fundado em 1992 e pertencente ao grupo Splice, do setor de telefonia, o Credibel atuava na concessão de financiamentos para o setor de pessoa jurídica. Há dois anos, a instituição abriu operações para as classes C e D.

O banco não divulgou o número de demitidos. O superintendente do Credibel diz que o fechamento não afetou a “liquidez” do banco. “O banco tem uma liquidez muito boa e, além disso, tem o grupo [Splice] por trás.”

Folha online

Rizzolo: A situação dos bancos pequenos em termos de captação ficou complicada, além disso existe o componente inadimplência já acentuado, além da dificuldade em captar novas linhas de crédito. Na verdade não sabemos ainda a reação em termos de inadimplência nos longos financiamentos efetuados até pouco, e se, de certa forma, não haverá uma inadimplência em massa a crise agravando-se no mercado internacional. A inadimplência nas classes mais baixas pode se agravar no Brasil. Isso denota a gravidade da crise já atingindo as instituições financeiras do País. Agora, temos que agir, com rapidez, firmeza, coragem, e fazer uso dos instrumentos que temos disponíveis face a nossa condição econômica, para evitar um efeito do tipo ocorrido com devedores americanos inadimplentes. Só para se ter uma idéia, a crise financeira dos Estados Unidos já levou R$ 513 bilhões em valor de mercado das empresas brasileiras na Bolsa em 2008.

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Lula reúne ministros para discutir crise pela 3ª vez em 2 dias

SÃO PAULO – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu novamente com Henrique Meirelles, do Banco Central, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, nesta quinta-feira, 2, para avaliar a crise financeira e suas conseqüências no Brasil, segundo informou a repórter Tânia Monteiro, de O Estado de S. Paulo. O encontro é o terceiro entre o presidente e seus ministros nos últimos dois dias.

Apesar de o governo negar a criação de um pacote de medidas para combater os impactos da turbulência no Brasil, fica cada vez mais claro que Lula e os ministros estudam ações para evitar que a escassez de crédito no mercado internacional prejudique essas operações no País.

Na reunião da coordenação política, na manhã de quarta, o grupo discutiu a idéia de reduzir o depósito compulsório dos bancos para, com isso, aumentar o volume de dinheiro no mercado. O depósito compulsório é o dinheiro que os bancos recolhem diariamente ao BC. Trata-se de uma ferramenta do BC que mexe diretamente com os recursos disponíveis. Assim, quando o BC quer aumentar os recursos disponíveis nos bancos, ele reduz a parcela dos depósitos compulsórios e permite que os bancos tenham mais dinheiro para emprestar.

Lula também pediu medidas para atender às necessidades dos exportadores. Dados do Banco Central mostram a forte redução do volume de Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC) – meio de financiamento usado por exportadores – após o fim de semana de derrocada do banco de investimento Lehman Brothers.

Na reunião de quarta à noite, o presidente afirmou a Mantega e Meirelles que a crise tem origem nos Estados Unidos e que, por isso, é necessário aguardar as medidas a serem tomadas pelo governo norte-americano, segundo uma fonte do Planalto. A partir daí, afirmou o presidente conforme relato da fonte, seriam definidas as alternativas a serem seguidas pelo governo brasileiro para enfrentar os problemas. Um novo pacote de socorro às instituições financeiras, de US$ 700 bilhões, foi aprovado na quarta-feira pelo Senado dos Estados Unidos e deve ser votado na Câmara nesta sexta.

Medidas já anunciadas

O governo já tem tomado medidas pontuais e paliativas para reduzir a influência da crise econômica norte-americana sobre o Brasil. No dia 24 de setembro, o Banco Central (BC) anunciou duas medidas para aumentar a liquidez no sistema financeiro nacional – volume de dinheiro em negociação. Com elas, o BC manteve R$ 13,2 bilhões no mercado.

A primeira delas foi o adiamento do cronograma de implementação de compulsórios sobre depósitos interfinanceiros de leasing. O depósito compulsório é o dinheiro que os bancos recolhem diariamente ao BC. Trata-se de uma ferramenta do BC que mexe diretamente com os recursos disponíveis para crédito. Assim, quando o BC quer aumentar os recursos disponíveis nos bancos, ele reduz a parcela dos depósitos compulsórios. Na situação oposta, quando o objetivo é restringir o crédito, ele aumenta a participação do compulsório. Neste caso, ao adiar o recolhimento do compulsório sobre as operações de leasing, o governo pretendia aumentar a oferta de recursos ao mercado.

De acordo com a medida, o recolhimento com base na alíquota de 20% que seria feito a partir de 14 de novembro deste ano passará a vigorar apenas em 16 de janeiro de 2009. A alíquota subseqüente de 25%, que seria adotada a partir de 16 de janeiro de 2009, só entrará em vigor no dia 13 de março de 2009. Com esta medida, o BC adia o recolhimento adicional de R$ 8 bilhões nesse segmento. A criação desse compulsório sobre os depósitos de leasing foi anunciada no fim de janeiro.

A segunda medida triplica de R$ 100 milhões para R$ 300 milhões o valor a ser deduzido pelas instituições financeiras sobre os depósitos a prazo, à vista e da poupança. Apesar dessa alteração, permanecem as alíquotas usadas para o cálculo dessa exigibilidade em 8% para depósitos a prazo e à vista e 10% para a poupança. Esta medida vai evitar que bancos recolham outros R$ 5,2 bilhões ao BC, totalizando os R$ 13,2 bilhões. Esses recursos, quando recolhidos junto ao Banco Central, continuam sendo remunerados pela taxa Selic.

No dia 29 de setembro, outra medida sinaliza a intenção do governo em melhorar as condições econômicas no Brasil, frente aos problemas nos EUA. Trata-se da manutenção da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) em 6,25% para o último trimestre do ano, no mesmo momento em que a taxa básica de juros (Selic) está subindo. Ao adotar esta medida, o governo passa a subsidiar parte dos recursos emprestados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), já que a cobrança das empresas é feita por uma taxa menor, sem aumentos, a TJLP.

Agência Estado

Rizzolo: Para quem não estava preocupado com a crise, e se referia a ela ” como sendo problema do Bush” as coisas estão mudando. Mas vamos nos ater as medidas; entendo que aumentar os recursos disponíveis nos bancos através da redução dos depósitos compulsórios é uma medida interessante e digamos ” mais à mão” para que os bancos tenham mais dinheiro para empréstimos. Medidas que visam aliviar o impacto da crise no sistema financeiro brasileiro devem ser tomadas com urgência, observem que as medidas giram em torno do sistema bancário brasileiro, visando com isso fluir nas instituições mais dinheiro como forma de atenuar a escassez de crédito. Hoje o dólar comercial disparou para R$ 2,0010, em alta de 4,33%. O pior desta crise me parece o fato de que as medidas efetuadas pelos EUA não surtiram o efeito ” confiança no mercado”, gerando grande instabilidade. E Lula dizia que nada nos atingiria, hein !! Conclusão: (o plano) só evitou o abismo, mas não evitou a recessão, e medidas econômicas se resolve agindo do ponto de vista pró-ativo econômico, não político.

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Bovespa opera em forte queda após aprovação de pacote dos EUA

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) vai despencando nesta quinta-feira, um dia depois de o Senado dos Estados Unidos aprovar um pacote de socorro financeiro que custará até US$ 850 bilhões.

O texto terá que passar pela Câmara, que na segunda-feira havia rejeitado uma primeira versão. Analistas também não estão certos sobre até que ponto o pacote será capaz de amenizar a crise.

Por volta das 11h desta quinta-feira, o Ibovespa, principal indicador do mercado brasileiro de ações, caía 4,35%, a 47.630,54 pontos (acompanhe gráfico da Bovespa com atualização constante).

O dólar avançava 2,96%, a R$ 1,982 na venda (veja quadro com a cotação do dólar atualizada).

“Na Câmara é mais difícil (aprovar o pacote) e seguem as incertezas sobre isso. Ontem, o mercado já tinha meio que certeza de que o Senado aprovaria, mas agora restam outras dúvidas. Também resta saber se isso vai resolver o problema da economia”, disse um consultor de investimentos de uma corretora que preferiu não ser identificado.

As Bolsas da Ásia também caíram após a aprovação do pacote financeiro americano. A de Tóquio recuou 1,9%. Os mercados da Europa, diferentemente, registravam alta. A Holanda propôs um fundo de ajuda a bancos europeus afetados pela crise.

A disparada do dólar nesse período de turbulência tem sido especulativa, não encontrando fundamento nos números relativos ao fluxo cambial, segundo análise de Luiz Sérgio Guimarães, do jornal “Valor Econômico”.

Com informações de AFP, Reuters e Valor Online

Rizzolo: As baixas na Bolsa da Ásia, significa claramente que a aprovação do pacote pouco amenizará a crise. Na realidade o Brasil já sente os efeitos sérios que a crise americana vem provocando nas economias. O discurso ” otimista” do presidente Lula cedeu lugar para uma visão mais realista do problema. O Brasil precisa agir rápido em relação ao ” sufoco da restrição ao crédito” principalmente em relação aos exportadores e à agricultura (crédito rural). Não temos tempo para negociar com a natureza, ou se planta na época devida, ou não se planta. Não acredito que a reação das baixas nas bolsas tenham relação com o receio à aprovação do pacote na Câmara dos Representantes, nos EUA, o que está ocorrendo agora, é uma clara percepção da gravidade da crise e num âmbito geral.

Saiba quais os setores da economia brasileira que mais sentem os efeitos da crise

O governo brasileiro vem afirmando que o país está preparado para lidar com a crise que tomou conta do sistema bancário americano. É tido com certo, porém, que nenhum país não está imune. Saiba quais são os principais setores da economia brasileira que já sentem os efeitos da turbulência nos mercados.

Bolsa
A Bolsa de Valores de São Paulo foi a primeira a sentir os impactos da crise. Na segunda-feira, 29 de setembro, auge do nervosismo, o índice da Bovespa (Ibovespa) chegou a cair 10,2%, uma das maiores quedas de sua história.

A Bolsa brasileira acaba sendo ainda mais castigada pelo fato de estar baseada em um país emergente, o que, aos olhos do investidor estrangeiro, significa maior risco. Alguns analistas acreditam, porém, que a queda acentuada da Bovespa não é apenas reflexo da crise americana.

Segundo esses especialistas, a Bolsa brasileira está, na realidade, voltando a um patamar de normalidade, depois de alguns meses de euforia.

O ápice foi em maio desse ano, quando a Bolsa chegou a seu recorde, com 73 mil pontos. Apesar de acumular uma queda de 22% no ano, o volume de negócios atual não chega a ser ruim: cerca de 43 mil pontos, mesmo patamar de março do ano passado.

Dólar
O agravamento da crise fez com que a moeda americana chegasse ao patamar de R$ 1,90, enquanto em maio a moeda podia ser negociada na faixa de R$ 1,65.

Dólar mais caro é prejudicial para os importadores e também para brasileiros que pretendem viajar para o exterior. Há, ainda, um efeito indireto sobre a inflação, já que o dólar mais caro acaba encarecendo diversos produtos, pressionando a inflação para cima.

O Banco Central deu sinais de que, se dólar continuar nesse nível, será obrigado a dar continuidade ao aumento dos juros, apesar da crise.

Crédito
As empresas brasileiras, principalmente as exportadoras, vêm sentindo as conseqüências da escassez de crédito no mercado bancário internacional. O fato preocupa o governo, já que metade das exportações brasileiras – o equivalente a US$ 100 bilhões – é financiada por bancos no exterior.

Em agosto, o volume de crédito para exportação revelou-se 32% menor do observado em abril do ano passado, antes da crise. O governo brasileiro afirmou que está formulando um plano para ampliar as linhas de financiamento ao exportador.

Crescimento
Ainda é cedo para mensurar o impacto da crise no crescimento econômico, mas há estimativas de desaquecimento para 2009. A pesquisa semanal do Banco Central do Brasil com analistas revela que a expectativa de crescimento é de 3,5% para o próximo ano.

Há cinco meses, essa mesma previsão era de 4%. O governo também já admite uma freada no PIB (Produto Interno Bruto), prevendo algo em torno de 3% e 3,5%. Ao preparar o orçamento de 2009, em agosto, o governo havia previsto um PIB 4,5% maior.

Bancos
Até o momento, nenhum banco brasileiro foi afetado pela crise. Um dos motivos para essa maior blindagem está na legislação bancária local, mais restrita quanto à terceirização dos chamados créditos podres.

Além disso, os bancos brasileiros vêm registrando resultados financeiros extremamente positivos nos últimos anos, o que lhes permitiu criar um colchão para momentos de maior turbulência.

De qualquer forma, o Banco Central do Brasil, por precaução, adotou medidas para aumentar a liquidez do sistema bancário, como leilões de dólar e diminuição do compulsório (espécie de garantia que precisa ser depositada no BC).
BBC Brasil

Rizzolo: Não há dúvida que existem setores da economia mais vulneráveis, mas como podemos inferir no texto, a abrangência é ampla. Com efeito os exportadores são os que primeiramente sofrem o impacto, a linha de financiamento do exterior ” secou”, há que se ter um socorro do governo federal para que as exportações não sejam comprometidas. Outro setor estratégico atingido é a agricultura, e esse não pode esperar pelo crédito difícil, não há como negociar com a natureza, por isso, mais uma vez, as medidas de socorro devem vir com urgência por parte do governo federal. A aprovação do pacote de ontem, é um paliativo, não resolverá o problema do rombo em si, prova disso é o mercado asiático que pouco reagiu à nova proposta americana. Ainda em termos de mercado interno os projetos como o PAC ficarão sim comprometidos, veja artigo meu sobre o assunto: Liberalismo Financeiro e o PAC

Senado dos EUA aprova plano de socorro a Wall Street

WASHINGTON, 1O – O Senado dos Estados Unidos aprovou na noite desta quarta-feira, por 74 votos a 25, uma nova versão do pacote de 700 bilhões de dólares para sanear o setor financeiro, após ter incluído na lei cortes de impostos e a expansão da garantia federal a depósitos bancários.

As emendas ao controverso plano de resgate de Wall Street têm como objetivo atrair os votos de mais membros da Câmara dos Deputados, que deve votar o projeto na sexta-feira.

Na nova versão do projeto, a garantia dada aos correntistas dos bancos norte-americanos subiu de 100 mil para 250 mil dólares.
Agência Estado

Rizzolo: Os pontos básicos do novo plano de resgate finaceiro: Aumento de US$ 100 mil para US$ 250 mil na garantia de depósitos dos clientes bancários. Ampliação da isenção da “Taxa Mínima Alternativa”, o que acarreta menos impostos ao contribuinte. Vantagens fiscais e outros incentivos para empresas ou pessoas que invistam em energias renováveis (usinas solares ou compra de carros elétricos). Isenções fiscais para empresas que investirem em pesquisa e para pequenas lojas e restaurantes que gastarem em melhorias. A Comissão de Valores Mobiliários americana (SEC) pode proibir o “mark to market” (marcar a mercado), que permite dar a um ativo o preço atual de mercado. Contribuintes receberão direitos de compra de ações e se beneficiarão se as empresas ajudadas se recuperarem. Ganhos dos diretores das companhias participantes do programa serão limitados. Os dirigentes não poderão receber bônus milionários quando forem demitidos. Empresas que remunerem diretores com mais de US$ 500 mil ao ano pagarão mais imposto. Criação de um conselho de supervisão do programa.

A nova versão do pacote manteve o ponto central do anterior, que prevê a autorização para que o Tesouro dos EUA use até US$ 700 bilhões para comprar títulos podres lastreados em hipotecas e que estão na carteira de bancos, seguradoras e fundos de pensão. O projeto prevê ainda que a Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), entidade responsável por essas garantias, não terá limites para tomar recursos emprestados do Departamento do Tesouro para assegurar os pagamentos. Vamos agora esperar a reação dos mercados.

Empresários bolivianos lamentam restrições dos EUA

LA PAZ – A crise financeira internacional atingirá a Bolívia em dobro, após os Estados Unidos decidirem fechar seu mercado para os têxteis e manufaturas bolivianos, em meio à crise política do país sul-americano. O governo norte-americano iniciou um processo para suspender a Bolívia do Sistema de Preferências Tarifárias (ATPDEA), sob a alegação de que o governo boliviano não colabora na luta antidrogas. “É uma lástima que a Bolívia perca o ATPDEA, justamente quando devia assegurar o maior mercado do mundo, na ante-sala de uma crise financeira de escala mundial”, disse o presidente do Instituto Boliviano de Comércio Exterior (IBCE), Ernesto Antelo, ligado ao empresariado.

Há quase três semanas o presidente Evo Morales expulsou o embaixador dos EUA, Philip Goldberg, o que piorou a relação entre os países. Morales acusou o representante norte-americano de ingerência na política boliviana. O governo dos Estados Unidos, que nega a acusação, respondeu expulsando o embaixador boliviano de Washington.

La Paz minimizou a perda, prevista para começar no fim de outubro. Segundo o ministro de Relações Exteriores, David Choquehuanca, essas preferências responderam em 2007 por apenas 17% das vendas do país aos EUA. O ministro da Fazenda, Luis Alberto Arce, afirmou que a crise no sistema financeiro dos Estados Unidos terá efeito “mínimo” sobre a economia boliviana.
Agência Estado

Rizzolo: Engraçado, a turma do socialismo bolivariano, ” pinta e borda”, pincelam o ódio em relação aos EUA de todas as formas, expulsam o embaixador americano, gritam e xingam os EUA e ainda querem receber as benesses tarifárias. Os maiores prejudicados infelizmente, são os empresários exportadores. O governo boliviano, enfrentará dificuldades em relação a nova Constituição que o presidente Evo Morales pretende levar a referendo, haverá resistência por parte do empresariado.

O índio Morales, que de índio no meu entender nada tem, está se complicando cada vez mais. Aliás, por falar em índio, a moda de ” virar índio” pegou na América Latina, no Brasil por exemplo, muitos descobriram que virar índio é um bom negócio, o problema é que para tirar fotos eles precisam se vestir de “índio”, colocar aquele bermudão, e um penacho que geralmente é comprado na Rua 25 de março, em São Paulo. O que tem de “índio” comprando pena na Rua 25 de março não é brincadeira. Nada contra se vestir de “índio”, o problema é que no frio pode-se pegar pneumonia, principalmente na Raposa Serra do Sol. Nada contra os índios de verdade, só em relação aos ” covers”. Só um pouquinho de humor judaico, vai.. (risos..)

Crédito para exportador cai pela metade após piora da crise

SÃO PAULO – O Banco Central (BC) divulgou nesta quarta-feira, 1, dados que mostram uma forte redução do volume de Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC) após o fim de semana de derrocada do banco de investimento Lehman Brothers. Essa linha de crédito é usada para financiar a produção de boa parte das empresas que vendem ao exterior. A média diária de contratos desse tipo fechados nas duas semanas seguintes à piora da crise foi 51,7% menor que a registrada na primeira quinzena do mês.

Os dados revelam que os empréstimos para as empresas que vendem ao exterior estão mais difíceis, com juros maiores e prazos menores. A combinação faz com que bancos emprestem cada vez menos.

O levantamento do BC mostra que a média diária de contratos de ACC entre 15 e 26 de setembro foi de US$ 164,9 milhões. A cifra é 51,77% menor que a média de US$ 342 milhões verificada nas duas primeiras semanas do mês, entre os dias 1º e 12. A mudança de patamar dos números coincide com a última tentativa de socorro ao Lehman Brothers e a piora do cenário global que ocorreu exatamente no fim de semana entre os dois períodos, entre os dias 13 e 14 de setembro.

O pior dia do mês foi a segunda-feira, dia 22, em que apenas US$ 117 milhões em contratos de ACC foram fechados. O melhor dia foi a quarta-feira, 10, quando contratos somaram US$ 457 milhões.

Além de mais difícil e caro, o prazo das operações de ACC caiu. Em agosto, o estoque dos empréstimos para exportação tinha, na média, 130 dias, número que tem oscilado pouco nas últimas semanas. Há poucos meses, em abril, o prazo era maior: estava em 141 dias.

Agência Estado

Rizzolo: Muito embora o presidente Lula negue que seu governo esteja preparando um pacote de medidas para amenizar os efeitos da crise financeira internacional no Brasil, entendo que seria sim interessante não só um pacote de medidas, mas uma visão mais acentuada da gravidade da situação, principalmente no que diz respeito as linhas de créditos usadas para financiar a produção das empresas que vendem ao exterior.

Desde o início da crise este blog vem alertando em relação às dificuldades que as empresas terão ao Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC). Com efeito o governo deve elaborar um ” socorro” urgente a essa captação. Existe um receio político por parte do governo em não enxergar a realidade dos fatos, no meu ponto de vista, um receio que beira a imprudência.

Hoje, além da questão americana, existe o componente europeu da crise. Os bancos europeus têm uma alavancagem gigante e são imensos. Além disso, os políticos são muito confusos e as questões não são tratadas de forma organizada. Alguns bancos grandes ficaram muito maior que o país onde estão instalados. No Brasil, da forma em que as coisas caminham, haverá um aperto no crédito muito forte, que deve reduzir muito o crescimento econômico.

O maior risco agora são os possíveis problemas com os bancos europeus. “Politicamente lá as coisas são muito mais lentas, muito mais complicadas. Lá os bancos têm uma alavancagem gigante e são imensos. Além disso, os políticos são muito mais atrapalhados e as questões não são tratadas de forma organizada. Alguns bancos grandes ficaram muito maior que o país onde estão instalados”,

Crise nos EUA aprofunda divisões na América do Sul, diz jornal

Na América Latina há uma crescente divisão entre países que abraçam certas políticas de livre mercado americanas e os que as rejeitam, segundo uma reportagem publicada nesta quarta-feira no jornal americano Washington Post.

“O porta-voz líder do lado anti-americano é Hugo Chávez, que viajou ao Brasil na terça-feira e pediu aos países vizinhos que continuem a se desconectar da economia americana, classificada por ele como ‘vagão de morte'”, diz o jornal, no artigo intitulado “Crise nos EUA aprofunda divisões na América do Sul”.

“Na Bolívia, Evo Morales disse que as empresas estão sendo nacionalizadas para que as pessoas tenham dinheiro, enquanto nos Estados Unidos querem nacionalizar dívidas e a crise das pessoas que já têm dinheiro”.
Segundo o Washington Post, alguns analistas e economistas estão receosos de que países que expressam seu antagonismo aos Estados Unidos –Venezuela, Bolívia, Equador e em certa parte a Argentina– explorem a crise para tirar “benefícios políticos”.

“Ganância sem limites”

O jornal diz que a crise financeira mundial fez o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, mudar o discurso e subir o tom em relação aos Estados Unidos e destaca as declarações de Lula durante a abertura da reunião da Assembléia Geral da ONU em Nova York, na semana passada.

“Lula enfatizou que ‘a ganância sem limites’ de poucos não poderia ser carregada por todos, e que as economias emergentes haviam feito seu melhor para seguir boas políticas fiscais, não podendo ser vítimas do cassino erguido pela economia americana”.

Segundo o diário americano, a crise no setor financeiro americano “picou” os mercados emergentes e enfureceu líderes que “engoliram” durante anos os conselhos americanos sobre responsabilidade fiscal.

“Na América Latina, onde vários líderes fizeram de suas diferenças ideológicas com os Estados Unidos uma parte central de sua retórica, a crise parece ter degradado ainda mais a credibilidade americana”.

Sobre os efeitos da crise no Brasil, o diário destaca que o destino da China terá importância mais imediata sobre as exportações brasileiras do que o que acontecer nos Estados Unidos.

“Ainda assim, alguns economistas prevêem que a taxa de crescimento do Brasil, projetada para 5% este ano, poderá cair para apenas 2% em 2009 se os Estados Unidos forem dominados por uma recessão”.
Folha online

Rizzolo: Já comentei várias vezes o fato de que não podemos nos igualar do ponto de vista político com o chavismo, e seus discípulos. Mas ao que parece de nada adianta apregoarmos no Brasil uma política internacional menos populista e mais realista. É impressionante como ao se virem juntos, Chavez, Morales, Correa, e Lula compactuam eles irmanamente das mesmas idéias, e dos discursos quase imperceptíveis do ponto de vista ideológico em relação aos EUA. Amaldiçoar os EUA, como um ” grande satã”, ou amaldiçoar o capitalismo se referindo aos banqueiros e ao sistema financeiro americano como culpado, não vai resolver o problema, em si, a não ser a popularidade daqueles que se utilizam da crise para alavancar prestígio, blindar-se, e ao mesmo tempo jogar a culpa no mercado americano.

É claro que houve sim uma falta de regulação financeira, isso todos sabem, mas é o regime capitalista, é o sistema capitalista. Ora, não vamos conseguir mudar o mercado financeiro americano e mundial, ou o capitalismo, portanto, discursos de Chavez, Lula, Morales, ou seja, essa retórica que os petistas e a esquerda tanto gosta, serve apenas para se eximir de uma eventual queda de popularidade. É a tal mania que persiste na esquerda da América Latina de sempre culpar os EUA. Aliás por culpar os EUA, será que o presidente Lula tirou satisfação de Chavez em relação às manobras no Caribe com os russos? Ah! Provavelmente, os russos podem não é, agora a Quarta Frota pertence ao grande satã… Eh! Brasil…..Os discos de Mercedes Sosa ainda fazem sucesso por aqui…

Risco de contágio da economia real já mobiliza governo

Da BBC Brasil em São Paulo – Um dia após o agravamento da crise nos mercados, o governo brasileiro negou a existência de um pacote, mas admitiu que estuda formas de evitar um primeiro risco de contágio à economia real: a redução de crédito para empresas exportadoras.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Miguel Jorge, disse que o governo apresentará, até a semana que vem, um plano cujo objetivo é ampliar as fontes de crédito para essas empresas.

Já o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse em entrevista à Globonews que existe uma determinação do presidente Lula no sentido de evitar que a economia brasileira seja contaminada. A prioridade é garantir a oferta de crédito às empresas, sobretudo às exportadoras.

Estima-se que metade das exportações brasileiras sejam financiadas por bancos no exterior. Isso porque o crédito no Brasil, baseado na Selic (13,75%), chega a ser o dobro do que é cobrado lá fora. Somente duas instituições no país, que são o BNDES e o Banco do Brasil, conseguem oferecer financiamentos com valores no padrão internacional, mas seu caixa é restrito.

O crédito é essencial para as empresas que trabalham com comércio exterior, pois em geral o pagamento é efetuado meses após o embarque do produto. Quem não tem capital de giro suficiente para arcar com esse custo é obrigado a procurar um financiamento bancário.

A avaliação do professor do Ibmec São Paulo, Ricardo José Almeida, é de que o plano do governo para ampliar as fontes existentes de financiamento é válida, mas não é suficiente.

“O setor precisa de um plano mais abrangente, que crie condições, por exemplo, de que parte da exportação seja voltada para o mercado interno”, diz.

Uma forma seria identificar setores onde há espaço para se estimular o consumo doméstico, como o de construção civil. “Existem segmentos com demanda reprimida”, afirma. Ele lembra que o mundo irá consumir menos nos próximos meses, até anos, e que os exportadores brasileiros precisam trabalhar com esse cenário.

Segundo o presidente da Associação de Comercio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, algumas empresas vêm preferindo aguardar antes de fechar novos contratos de exportação. Para ele, a recente alta do dólar, ao contrário do que se imagina, não chega a ser uma boa notícia. “O ganho com a alta do câmbio nem de longe compensa a elevação do custo do crédito”, explica.

A preocupação do governo é de que as empresas passem a congelar os contratos, deixando de exportar. “A paralisia atual, se persistir, pode ter impactos ainda mais desagradáveis na economia, como demissões”, afirma Almeida.

As exportações são responsáveis por 14% do PIB no Brasil, pouco quando comparado a outros países emergentes. No entanto, seu papel na economia é relevante para as contas externas, por representar o principal canal de entrada de dólares no país. BBC Brasil

Agência Estado

Rizzolo: O pior problema é em relação ao crédito às empresas exportadoras. Não acredito que o governo supra ao contento a falta de crédito que ora existia. O pior dessa questão das restrições e da dificuldade de captação de recursos, é que com isso os juros irão aumentar e logicamente esses custos financeiros serão repassados ao produto final gerando como efeito uma inflação, o que por conseqüência, irá gerar mais alta de juros. A dificuldade de crédito já é uma realidade no mercado, e a situação é extremamente séria para as empresas. Os bancos captadores de recursos já encontram dificuldade, e o ” dinheiro ficará mais caro”.

O setor de embalagens por exemplo ” travou” ontem, e na realidade é o primeiro segmento a sentir o impacto da crise. A saída é o fortalecimento do mercado interno, mas que também de certa forma está atrelado ao patamar de juros aplicado. Acho que a estas alturas ” caiu a ficha” do presidente Lula, ao afirmar que isso era um problema de Bush. Mas o presidente fala cada coisa, hein !!! E a popularidade sobe, não é ? !! Só aqui..mesmo…É que o pobre coitadinho que trabalha e ganha pouco, nem tem bem noção da crise, não sabe o que ” subprime”, commodities, plano para salvar a economia americana, etc.., sabe que tem emprego e dinheiro no bolso, por isso Lula é bom, e com certeza o é para ele. Mas a crise está por perto, e esse pobre trabalhador também não vai entender quando chegar o dia que porventura perder seu emprego. Já viu né !

Serra critica ação do governo federal na crise financeira

RECIFE – “Não somos uma ilha de tranqüilidade num mar de turbulência.” A declaração foi feita hoje pelo governador de São Paulo, José Serra (PSDB), ao destacar que o Brasil tende a ser atingido pela crise internacional, e contradiz a avaliação feita nos últimos dias pelo governo federal. “Não sabemos em que proporção, mas o Brasil tem duas vulnerabilidades, o déficit em conta corrente ascendente e a expansão exagerada dos gastos correntes”, afirmou ele, no Recife.

“Para dar conta dos aumentos que se estão dando agora e se programando para o futuro, a receita real tributária no Brasil teria que crescer 9% ao ano, real”, afirmou. “O quadro fiscal é complexo, não tem Lei de Responsabilidade Fiscal na esfera federal.” De acordo com o governador paulista, estas fragilidades da economia se destacam quando comparadas com outros países emergentes.

Hoje, porém, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em entrevista à imprensa, que a crise financeira é “muito séria” e pode ter impacto no País. “Poderemos correr riscos porque é uma recessão em caráter mundial e pode trazer prejuízos para todos nós.” Mesmo assim, o presidente disse que o Brasil está “precavido”.

Segundo o governador de São Paulo, o governo federal está começando a gastar reservas para manter o valor do real “claramente sobrevalorizado, diria hipervalorizado”. Na sua avaliação, foi até agora “um equívoco” da gestão econômica do governo Lula ter promovido desnecessariamente uma sobrevalorização exagerada, que “neste momento, evidentemente, cobra seu preço”.

Para ele, a tendência é desvalorizar e o governo deverá ficar subindo juros mais ainda para poder segurar o dólar, “como se fosse um objetivo em si”, enquanto começa a queimar reservas. “A China, aliás, os países em geral não estão torrando suas reservas, o Brasil começou a fazer isso, espero que não continue”, afirmou Serra.
Agência Estado

Rizzolo: Primeiramente já estava na hora da oposição falar alguma coisa. Serra ao criticar a ação do governo federal- o que o faz com toda razão-, denota já uma nova postura política em relação ao governo Lula. Com efeito a expansão dos gastos correntes, de forma descontrolada é a marca registrada do governo petista. Segurar o dólar fazendo uso das reservas, ou aumentando os juros, são medidas inadequadas e que deverão ter conseqüências. O que ainda nos alivia é que o Brasil é um credor em dólar, e face à desvalorização do real, isso nos coloca numa posição de moderado conforto. Há sim um rigor fiscal em outros países emergentes, mas na visão “lulística” de governar, a gestão deve ser pródiga. Segundo eles gastar muito significa ” gastar com os pobres”. Não é bem assim..

Ano Novo Judaico pára Congresso dos EUA até quinta

WASHINGTON – A Câmara dos Representantes e o Senado dos Estados Unidos estão em recesso hoje e amanhã até o pôr-do-sol, que marca o final do feriado do Ano Novo Judaico, o Rosh Hashaná, de acordo com as sinagogas ortodoxas e conservadoras. Hoje, líderes do Congresso trabalhavam e tentavam desenvolver um plano alternativo ao pacote de ajuda financeira, rejeitado ontem pela Câmara, que seja aceito pelas duas Casas. Entrar em folga no Rosh Hashaná e, uma semana depois, no dia judaico do perdão, o Yom Kippur, é uma prática recente no Congresso dos EUA.

Os primeiros judeus só foram eleitos para a Câmara e para o Senado na década de 1840 e, durante grande parte do século XIX, o Congresso dos EUA se reunia entre dezembro e a primavera (boreal). Como naquela época os congressistas não podiam voltar de maneira rápida para os Estados que representavam, freqüentemente o Congresso se reunia no dia de Natal, 25 de dezembro, de acordo com Donald Ritchie, historiador do Senado.

Mesmo após a mudança do calendário político em 1930, o Congresso norte-americano passou a trabalhar, de uma maneira geral, entre janeiro e a metade do ano, o que não conflitava com os feriados judaicos. O Congresso passou a se reunir também após a metade do ano quando os jatos comerciais entraram em operação, na década de 1960, e permitiram aos congressistas da Costa Oeste do país voltarem mais rápido para casa.

Logo depois, os recessos fixos, que acontecem perto dos feriados religiosos e nacionais, ficaram mais freqüentes. Ritchie afirmou que durante suas três décadas no Senado, observou que alguns líderes tentaram fazer os congressistas trabalharem no Natal e em outros feriados, embora sem sucesso. Atualmente, o Congresso dos EUA tem 13 parlamentares judeus no Senado, que conta com cem cadeiras, e 29 parlamentares na Câmara dos Representantes, que tem 435 cadeiras.
Agência Estado

Rizzolo: Da forma em que está a economia americana, quanto mais feirado melhor, se depender dos feriados judaicos ainda temos o Yom Kipur dia 8. Observem que do ponto de vista de representatividade política os judeus são poucos nos EUA, mas bem maior do que no Brasil onde a maioria dos judeus que se candidatam demonstram timidamente sua origem judaica.

Na realidade existe um componente político em não aprovar o socorro à economia americana; os aproveitadores alegam que o contribuinte não poderia arcar com o prejuízo, mas esquecem que se os bancos quebram, quebram também os correntistas, os investidores, e por tabela os funcionários do banco.

A verdade é que não há saída, e não adianta culpar ” os países ricos, ou os banqueiros exploradores”, como faz Chavez e Lula, o regime capitalista americano é na sua essência não intervencionista, o que de certa forma é um erro, há que se ter um mínimo de regulação financeira.

Contudo exorcizar de vez o liberalismo da economia americana, visando ter um discurso popular e um ” ganho secundário, é de feitio daqueles que gostam de fazê-lo ao som de Mercedes Sosa, ou no saudosismo das músicas de Geraldo Vandré. Que coisa antiga, hein! Eles devem estar falando: ” Foi só acabar o feriado judaico, para esse judeu volta a atormentar! ( risos..)

Obrigado pelos emails de Shaná Tová !!!! Recebi um email de um petista me perguntado, porque eu havia voltado mais cedo da sinagoga. E eu respondi: Sentiram falta ?

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Importadores da Europa e Ásia já cancelam pedidos

O crédito para exportação, que estava escasso na semana passada, secou de vez ontem para as empresas, após a rejeição, pelo Congresso americano, do pacote de ajuda de US$ 700 bilhões às instituições financeiras em crise. Para contornar a restrição de financiamentos, as companhias – e não apenas as exportadoras – já estudam alternativas de emergência para obter recursos financeiros.

“O mercado parou”, afirmou Sérgio Amoroso, presidente do Grupo Orsa, um dos maiores grupos do setor de embalagem de papelão e celulose do País, que fatura US$ 800 milhões, dos quais US$ 300 milhões são provenientes de exportações. “Não sei o que vamos fazer”, disse. Segundo ele, uma das alternativas é o desconto de duplicatas. “Mas estamos estudando.”

Além da restrição do crédito à exportação, Amoroso conta que muitos importadores da China e da Europa decidiram cancelar parte dos pedidos, temendo a desaceleração da demanda em seus países. “O momento é preocupante”, resumiu o executivo, que optou por segurar os R$ 30 milhões restantes que investiria no aumento da capacidade de produção das fábricas, programado para até dezembro deste ano.

Além do setor exportador, Ricardo Hingel, diretor do Banrisul, lembrou que outros começam a sentir o impacto da crise de oferta de crédito no dia-a-dia. Nesse rol, ele aponta as lojas de varejo, que têm boa parte das vendas financiadas. “A taxa de juros já subiu e a tendência é encurtamento de prazos de pagamento. Estamos avaliando as políticas de redução”, disse.

Também as construtoras, que recentemente abriram o capital e compraram inúmeros terrenos na expectativa de conseguirem facilmente recursos de crédito imobiliário dos bancos para erguer os empreendimentos, começam a recorrer novamente ao mercado para se capitalizarem. Na sexta-feira, por exemplo, a Rossi Residencial distribuiu um comunicado informando que seu conselho de administração tinha aprovado a emissão de debêntures no valor de R$ 40 milhões, com garantia do Banco Votorantim. Segundo o comunicado, a decisão foi tomada para “incrementar a posição positiva de caixa, assegurando maior conforto durante um eventual cenário de contração de crédito”.

A construtora Even decidiu no dia 18 aumentar em R$ 150 milhões o seu capital social, por meio de emissão de ações. “As medidas contribuem para a manutenção da sua robustez financeira”, disse nota da empresa.
Agência Estado

Rizzolo: A situação é extremamente grave, o setor de embalagem de papelão e celulose do País, é o primeiro a sentir os efeitos de qualquer crise. Com o crédito cada vez mais restrito e seletivo, as empresas reavaliam sua condição futura; as projeções do ponto de vista do mercado, são intuitivas e refletem a situação atual. É claro que setor exportador é o primeiro a receber um maior impacto, e não resta outra saída a não ser pensar nas alternativas de emergência para obter recursos financeiros.

O mais preocupante é o fato de que as indústrias do setor de infra -estrutura já sentem o enxugamento do crédito, estando este mais restritivo. Preocupado com esta questão que envolve o desenvolvimento dos projetos, o governo vai procurar garantir recursos para quatro áreas significativas: agricultura, exportação, PAC, BNDES. Agora, temos que repensar a economia de dentro para fora, fortalecendo o mercado interno com os recursos de que dispomos, jogar a culpa nos países ricos, discurso, ficar bravo, isso não tem um efeito diminutivo, apenas aumentativo do fator popularidade. Nisso o presidente já está bem, pelo menos até agora.

Lula muda o tom e diz que Brasil pode ter ”pequeno aperto”

Pouco depois da rejeição, pelo Congresso dos Estados Unidos, do pacote de US$ 700 bilhões de ajuda ao sistema financeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou preocupação em relação a possíveis conseqüências negativas, para a economia brasileira, da crise nos mercados. Durante entrevista ao programa semanal de rádio “Café com o Presidente”, divulgada pela manhã, Lula já admitia que o Brasil pode passar por um aperto “muito pequeno” na economia. Embora comedida, a fala do presidente foi menos otimista que discursos anteriores.

“É importante que o povo brasileiro saiba que uma crise de recessão num país como os Estados Unidos pode trazer problemas a todos os países, porque eles representam a maior economia do mundo.”

As declarações de ontem do presidente marcaram uma mudança de tom em suas análises sobre a turbulência financeira. Antes, Lula dizia que “a crise não atravessou o Atlântico” e repetia que o Brasil sofreria pouco por causa dela. Ontem, porém, foi diferente. O presidente voltou a falar em confiança na economia do País, mas ressaltou que há problemas sérios e deixou claro que a solução está com os EUA, embora repetisse a disposição de continuar os investimentos no Brasil. Lula falou a jornalistas após participar da solenidade pelos cem anos da morte de Machado de Assis, na Academia Brasileira de Letras, no Rio.

O presidente ressaltou estar “tranqüilo” e voltou a dizer que o Brasil não deixará passar a oportunidade de voltar a crescer. Mas deixou claro que a solução dependerá da “sabedoria do governo americano”. Lula pediu “responsabilidade” ao Congresso e ao Executivo dos Estados Unidos para evitar uma crise que atingiria o “mundo inteiro”. E criticou duramente a falta de controle dos americanos sobre os bancos.

“Eles precisam ter responsabilidade, porque os países pobres, que fizeram tudo para ter uma boa política fiscal, fizeram tudo para ter tranqüilidade, não podem agora ser vítimas do cassino que eles montaram na economia americana.”

“Não é justo que países latino-americanos, países africanos, países asiáticos paguem pela irresponsabilidade de setores do sistema financeiro americano”, acrescentou. Lula lembrou que, no Brasil, um banco de investimento não pode se alavancar além de dez vezes o patrimônio líquido. “Nos Estados Unidos, não tem limite”, declarou, em tom escandalizado.

“Posso dizer a vocês que estamos conscientes do que está acontecendo no mundo”, afirmou. Lula ressaltou, ainda, que tem feito reuniões sistemáticas com a área econômica e o Banco Central para discutir a crise. “Sabemos que a crise é grave, sabemos que vai diminuir o crédito no mundo, mas estamos seguros de que nossas exportações continuam indo bem, as importações de máquinas e equipamentos continuam indo bem, a indústria continua crescendo, temos projetos importantes do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), temos projetos importantes de infra-estrutura que não vamos paralisar, vamos continuar.”

Lula atribuiu a rejeição do pacote pelo Congresso americano à disputa eleitoral pela presidência dos EUA, que ocorrerá em novembro. “Acho que foi rejeitado porque, nessas alturas do campeonato, tem gente tentando tirar proveito”, afirmou. “Mas penso que a responsabilidade que os americanos têm diante do mundo vai obrigá-los a tomar uma posição. Ali não existe meio-termo. Ou eles assumem a responsabilidade de cobrir o rombo que eles permitiram que fosse criado ou eles vão criar uma crise muito séria no mundo inteiro.”

Ele disse que chegou a hora de o Congresso e o governo dos EUA assumirem “a responsabilidade que lhes cabe nessa história”. “Eles criaram um rombo no sistema financeiro, então agora têm que tampar.”

No rádio, Lula já havia ressaltado que o mercado interno daria sustentação à economia brasileira durante a crise, garantindo números positivos em exportação, emprego e investimentos.
Agência Estado

Rizzolo: O que marca o governo do presidente Lula é a sua popularidade que ontem atingiu 80%, sem contar que no nordeste este coeficiente é maior. Contudo não é de forma gratuita que os patamares da popularidade assumem números assustadores, a forma de enxergar o mundo do ponto de vista ” Lulístico” é algo que nos leva a uma reflexão. Não há como identificar se o discurso já é elaborado pela “equipe de marketing ” do PT ou se é próprio do presidente. Atribuir a tudo que é de cunho negativo a terceiros é a marca registrada de Lula. É impressionante como nada o atinge neste universo.

A crise americana é devida a uma desorganização do mundo capitalista financeiro, ocorreu agora, como já ocorrera em outras épocas. Agora, aproveitar a crise e ” despejar ” a culpa nos EUA, na luta entre os ” ricos e pobres”, afirmando que os países emergentes são ” vítimas”, e de forma popular aproveitar a crise para blindar-se, como que dizendo ” o problema é deles ” já faz parte da visão ” Lulística” de entender problemas internacionais.

Todos sabem que houve uma falta de maior regulação financeira nos EUA, também é sabido, que o liberalismo financeiro deve ser contido, mas o cerne da questão é que em problemas mundiais, de crises, temos que ter atitude ” pró ativa” , e não só ficar popularizando o tema levando o discurso da crise para uma luta entre ” ricos e pobres”, aquela coisa do discurso petista. Como o povo gosta sempre de ouvir que a culpa é dos ricos, a popularidade em tempos de crise também aumenta na mesma proporção desta última.

Liberalismo Financeiro e o PAC

Um dos conceitos mais discutidos nas questões políticas e econômicas na última década, foi a do neoliberalismo e seu papel na economia. Seus ardentes combatentes, em contraponto aos amantes de Adam Smith, se digladiaram numa discussão polarizada, que em última instância, se expressava em conceitos sócio políticos sobre a participação do Estado como provedor de desenvolvimento, e ao mesmo tempo, como regulador do processo econômico em oposição aos liberais que entendiam que o mercado por si era auto sustável.

Mais recentemente no Brasil, como na América Latina, prevaleceu-se o pensamento contrário às posturas neoliberais e ao ” Consenso de Washington”; impulsionado por economistas como Joseph Stinglitz ( Prêmio nobel ), que sempre defendeu um modelo econômico não tão liberal, onde o Estado assume um papel mais participativo na elaboração das diretrizes de investimento, balizando-o, e dando o tom na segmentação da aplicação dos recursos à iniciativa privada. Modelo este, mais próximo ao instituido na época do “milagre brasileiro”, onde a presença do Estado era mais acentuada.

Foi nesse esteio de pensamento, que o modelo econômico do governo do presidente Lula, pavimentou seus ideais de construir e desenvolver programas de inclusão social e consolidar a implantação de projetos de infra-estrutura contidos no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Ainda na esfera da regulação por parte do Estado, a sucessão de crises forçou modificações do sistema bancário brasileiro, que tornou-se mais eficaz, ao contrário dos preceitos do liberalismo financeiro. Hoje, o Banco Central, ao contrário do FED( banco central americano), tem grande abrangência nas suas atividades reguladoras e fiscalizadoras.

A história de certo modo veio provar que não estávamos de todo errado ao propagarmos uma política econômica mais centrada e menos arrojada do ponto de vista do liberalismo financeiro. A crise bancária dos EUA que levou à elaboração de uma pacote de resguardo à economia no valor de US$ 700 bilhões em dinheiro público, nos leva apensar que o caminho inverso das propostas liberais ganha força no pensamento econômico mundial.

Por ironia econômica, nosso modelo de desenvolvimento, baseado no PAC, sofrerá as influências da crise mundial advindas do descontrole financeiro. Já se observa um grande número de obras fora do prazo estabelecido, até o balanço do programa está atrasado. Com efeito, as indústrias do setor de infra -estrutura já sentem o enxugamento do crédito, estando este mais restritivo. Preocupado com esta questão que envolve o desenvolvimento dos projetos, o governo vai procurar garantir recursos para quatro áreas significativas: agricultura, exportação, PAC, BNDES. Contudo a Taxa de Juros de Longo Prazo poderão ser alteradas dificultando ainda mais o crédito.

Não seria exagero a um observador, inferir que a inter conectividade dos mercados ultrapassa as políticas internas monetárias, fazendo com que a blindagem econômica dos demais países pobres acabam sendo um minimizador na contenção das turbulência internacionais, que ainda insistem na pouca regulação financeira e na pouca participação do Estado na economia, fazendo com que o debate sobre a discussão neoliberal, seja paga pelos pobres do mundo e pelos pobres contribuintes dos países ricos.

Fernando Rizzolo

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Lula diz que pacote dos EUA é injusto com pobres

BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva culpou os Estados Unidos pela crise financeira global e disse que o plano de resgate de 700 bilhões de dólares para socorrer Wall Street é injusto com as pessoas pobres de outros países do mundo.

O Congresso norte-americano acertou, na madrugada de domingo, as bases para o acordo de resgate destinado ao setor financeiro. A crise iniciada em Wall Street se espalhou para os mercados de todo o mundo.

“Eles querem ajudar os bancos e não querem ajudar os pobres”, disse Lula, na noite de sábado, durante comício do PT na cidade de Garulhos, na Grande São Paulo.

“Porque quando eles ganham é só deles, mas o prejuízo eles querem repartir com todos os países do mundo e com os mais pobres. Se eles brincaram com a economia deles, eles que resolvam e não deixem a crise chegar aqui”, acrescentou o presidente, de acordo com reportagem da Agência Brasil.

Lula disse ainda que os Estados Unidos têm a responsabilidade de resolver a crise de repercussão internacional que eles mesmos causaram.

“Se eles brincaram com a economia deles, eles que resolvam e não deixem a crise chegar aqui”, afirmou o presidente, acrescentando que o Brasil está em melhores condições para enfrentar a crise do que no passado por não depender tanto dos EUA.

“Antes, os Estados Unidos eram responsáveis por 30 por cento das nossas exportações, agora são 15 por cento. Começamos a vender para a América do Sul, Ásia, Europa, Oriente Médio, África”, disse.

A economia brasileira está crescendo mais de 5 por cento ao ano, mas deve diminuir para um crescimento por volta de 4 por cento no próximo ano. Empresas exportadoras brasileiras anunciaram na semana passada grandes perdas de derivativos devido à flutuação cambial causada pela crise financeira global.
Agência estado

Rizzolo: A realidade é que pacote americano é única solução plausível para resolver o problema causado pela falta de regulação do mercado financeiro americano. Em verdade a liberalização financeira, tão apregoada pelos neoliberais do mundo, desta vez está sendo questionada até pelos seus mais árduos defensores no passado. De fato que paga são os pobres, não só dos países em desenvolvimentos ou extremamente miseráveis, mas o contribuinte americano que também é um assalariado e sofrerá com o desemprego e um mercado mais retraído. É como sempre afirmo, a liberalização financeira possui um discurso em que o lucro não é compartilhado pelo Estado, mas os prejuízos estes sim. Os povos é que pagam.

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