Serra recorre a petista para provar que se formou em Economia

Sem sono, como sempre, ligado na internet na madrugada desta segunda-feira, o presidenciável José Serra enfrentou um questionamento que deixa seu humor mais avinagrado do que de costume. Uma possível eleitora, identificada em seu microblog como Fada Carmin, que mora no Guarujá (SP), fez um pedido ao ex-governador paulista:

“José Serra, não aguento mais ouvir dizer que você não é formado! Por favor, passe dados de sua formação para eu poder rebater! Obrigada!”.

Em sua defesa, Serra respondeu à eleitora: “O Guido Mantega escreveu sobre a minha formação acadêmica no livro Conversas com Economistas Brasileiros”

Na página em que se encontra o documento, editada em 12 de março de 1999, há uma entrevista do tucano ao hoje ministro da Fazenda, extraído de um livro da Editora 34, editado em1999: Conversas com Economistas Brasileiros II, de autoria do ministro Mantega em parceria com o economista José Marcio Rego. Além da entrevista, há também um resumo do curriculo do presidenciável, o qual informa que Serra “entrou para o curso de engenharia na Escola Politécnica da USP, onde começou sua militância política no movimento estudantil”.

Em seguida, cita-o como um dos fundadores da Ação Popular (AP), ex-presidente da UNE em 1964 e explica que ele estava com 21 anos quando teve de deixar o país, “perseguido pelos militares”. Ato seguinte, conta que ele “começou um longo período de exílio pela América Latina e Estados Unidos, onde Serra completaria sua formação”, mas omite o nome da faculdade e o ano em que teria, realmente, concluído o bacharelado em Economia. Ele teria uma passagem pela Escolatina, no Chile, acrescenta o curriculo.

“A essa altura, Serra já se distanciara da engenharia e trilhava os caminhos da economia”, acrescenta, para adiante informar que ele também teria feito um mestrado naquele país, de onde seguiu para os EUA, onde teria ido fazer um doutorado na universidade de Cornell.

“Em 1976 já era membro-visitante do Institute of Advanced Study em Princenton, onde ficou dois anos (…)”, diz o livro de Mantega.
correio do Brasil

Rizzolo: Bem, entendo que numa democracia as coisas devem estar claras, nome da Universidade, a data, e a inscrição. Serra deve sim, provar através de um diploma e de uma inscrição em órgão competente se é ou não é economista, pois assim como candidato à presidente da república se auto denomina economista. Se isso ocorresse nos EUA já seria um escândalo, acho uma questão primordial dizer e provar. Não é possível legitimar uma formação através de uma opinião de terceiro, acho isso preocupante do ponto de vista político.

Marina evita comentar críticas de Caetano a Lula

BRASÍLIA – A pré-candidata à Presidência senadora Marina Silva (PV-AC) evitou comentar as declarações do cantor Caetano Veloso contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, publicadas hoje no jornal O Estado de S. Paulo. Na entrevista, Caetano chamou Lula de “analfabeto” e afirmou que Dilma não tem “experiência” para ser presidente. Procurada pelo jornal, Marina apenas agradeceu o apoio de Caetano à sua candidatura. “Isso mais do que agrega, congrega. Quero registrar meu agradecimento pela avaliação positiva que Caetano faz do que ele considera minhas qualidades”, afirmou. “Quanto às opiniões dele que envolvem outras pessoas, não gostaria de discutí-las”, ressaltou.

Na entrevista, Caetano anunciou o voto em Marina Silva em 2010 com o seguinte argumento: “Marina é Lula e Obama ao mesmo tempo. Ela é meio preta, é uma cabocla, é inteligente como o Obama, não é analfabeta como o Lula, que não sabe falar”. O cantor ainda defendeu o “desbravamento” e a “vanguarda tecnológica” da Amazônia. A reportagem questionou Marina sobre essa posição de Caetano, mas ela preferiu não comentar o assunto.

O PT reagiu às declarações de Caetano Veloso. Incomodou aos petistas não só os ataques desferidos a Lula por um ex-eleitor do presidente, mas o apoio do músico à candidatura de Marina, uma recém-dissidente do partido e adversária da ministra Dilma Rousseff na corrida eleitoral de 2010. Antigo aliado de Marina no Acre, o senador Tião Viana (PT-AC) chamou o cantor de “preconceituoso” por declarar que votará na senadora porque ela “não é analfabeta como o Lula”. “Não é a primeira vez que o Caetano é ofensivo, preconceituoso. Ele passa uma visão elitizada de valores, sobretudo, os culturais”, afirmou Viana. “O presidente Lula é um dos homens mais inteligentes do País”, ressaltou.

O líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP), desprezou a influência de Caetano como formador de opinião política no País. “A posição dele não interfere na política. Ele é um compositor, marcou a minha geração, mas é apenas uma opinião política. É a opinião de um brasileiro. A maioria dos brasileiros admira o presidente Lula”, afirmou o petista. Ex-ministro da Educação de Lula e hoje um sutil opositor, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) condenou os termos usados pelo músico. “Ele foi grosseiro com o presidente. Não é esse o critério que me leva, por exemplo, a simpatizar com a Marina. O Caetano foi muito infeliz. O erro do Lula não foi ter pouca instrução formal, mas não ter feito as mudanças necessárias ao País”, frisou.

A oposição adotou um discurso de apoio, com ressalvas a Caetano. Elogiou o discurso eleitoral dele, mas evita alimentar a polêmica em torno da expressão “analfabeto”. O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), sinalizou que Caetano optou pelo apoio a Marina no primeiro turno, mas conta com ele ao lado dos tucanos no segundo. “Achei a entrevista deliciosa. Eu louvo o bom gosto dele. Ele entendeu o espírito da votação em dois turnos. No primeiro turno vai com o coração. Depois, com o que acha melhor entre dois candidatos”, afirmou. “Só não concordo quando ele diz que Lula é analfabeto. Faz muito tempo que o presidente não é. Ele tem vivência, conheceu vários países, entende de jargões de economia”, disse o senador.
agencia estado

Rizzolo: Como já comentei e exauri essa questão, apenas ratifico minha posição em relação a essa descompostura de Caetano Veloso ao chamar o presidente de analfabeto. Precisamos construir um Brasil que começa desde o respeito à democracia e seus eleitos pelo povo, quanto as palavras mal utilizadas que podem servir de mau exemplo aos jovens nas críticas às personalidades que dirigem a nação. Respeito é a base para uma democracia saudável.