Crise põe em risco 60 mil empregos no setor de máquinas–Abimaq

RIBEIRÃO PRETO, SÃO PAULO, 28 DE ABRIL – A indústria de máquinas no Brasil pode cortar entre 50 mil e 60 mil trabalhadores nos próximos cinco meses, se o ritmo de queda no faturamento do setor se mantiver ou se o governo não adotar uma política de desoneração de impostos para equipamentos, afirmou nesta terça-feira o presidente da entidade que representa o setor.

Segundo, Luiz Aubert Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), desde setembro de 2008, quando a crise de crédito se aprofundou, as indústrias de equipamentos nacionais já demitiram aproximadamente 15 mil trabalhadores.

“Se continuarmos tendo quedas de 20, 30, 40 por cento (no faturamento), não tem o que fazer, teremos que cortar na carne”, afirmou Aubert, em entrevista a jornalistas durante a Agrishow, maior feira de tecnologia agrícola da América Latina.

“Corremos os risco de ter 60 mil demissões no setor se nada for feito”, declarou, apontando que essa redução no emprego pode ocorrer até setembro, se mantiver a tendência atual de redução no faturamento.

Além da crise de crédito e dos juros altos do país, o fato do Brasil taxar investimento, diferentemente de outros países, agrava o problema da indústria, afirmou Aubert, lamentando que o câmbio continua desfavorável para o setor, apesar da recente valorização do dólar frente ao real.

Os dados mais atualizados da Abimaq, até fevereiro, indicam uma queda no faturamento de 26 por cento no primeiro bimestre, em relação ao mesmo período do ano passado, para 8,09 bilhões de reais.

“Se o faturamento cai de 20 a 30 por cento, e há indicações de que isso continue, vamos chegar no mesmo nível de março de 2007, quando tínhamos 200 mil empregados”, destacou, observando que atualmente a indústria conta com aproximadamente 250 mil trabalhadores.

Entre os setores com mais demissões, Aubert aponta aqueles fabricantes de ferramentas.

Ele considerou, no entanto, a redução tributária para a indústria automotiva ou para os fabricantes de eletrodomésticos como algo importante no momento atual.

“As montadoras têm uma capilaridade em outros setores, isso é importante, mas é um antitérmico, não está atacando a doença crônica, que é a maior carga tributária do mundo.”

AGRÍCOLA MANTÉM EMPREGOS

Os fabricantes de máquinas e implementos agrícolas, que já contam com algumas desonerações tributárias, têm verificado queda expressiva no faturamento, de 44 por cento no primeiro trimestre na comparação com o mesmo mês de 2008, mas o emprego está se mantendo em torno de 43 mil trabalhadores no país, de acordo a Abimaq.

“As máquinas agrícolas têm isenção de IPI, mas isso não basta”, afirmou Celso Casale, diretor da entidade. “Quando se constrói uma máquina, há imposto em toda a cadeia de equipamentos”, destacou ele, apontando que a indústria automotiva emprega metade do número de trabalhadores do setor de máquinas.

Segundo Aubert, o setor de fabricantes de equipamentos agrícolas no Brasil é bastante dinâmico e acaba segurando o emprego. “Mas se continuar a ter essa queda no faturamento, vai ter dispensa.”
agencia estado

Rizzolo: Bem, se em função da crise mundial todo segmento entender que tem legitimidade para requerer desoneração tributária, acaba a arrecadação do governo que já está baixa. Este blog foi um defensor do segmento do setor de máquinas, quando defendeu a não importação de máquinas usadas do exterior. Agora, desoneração tributária todos querem, e empregos ameaçados existem para todos os segmentos, cabe ao governo ser discricionário e fazer uso do bom senso. A arrecadação não pode cair, e de forma nenhuma os programas de inclusão devem estar ameaçados pela farra da desoneração sob os mais variados pretextos. Leia artigo meu; Máquinas Usadas sob velhos pretextos.

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Máquinas Usadas sob os Velhos Pretextos

Na corrente do desenvolvimento, e no planejamento da estrutura básica de um moderno parque industrial, que dê sustentabilidade a um fortalecimento do mercado interno, encontramos muitas vezes, forças nada dispostas a obrar do ponto de vista dos interesses da nossa indústria.

E assim foi, que esvaindo-se da capacidade do espírito empreendedor brasileiro, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior aprovou portaria permitindo a importação de máquinas usadas – incluindo ferramentas e moldes – sem exame técnico anterior. Já em 2006, numa portaria semelhante, permitia o Ministério importações de máquinas usadas, mas condicionando-as a uma análise prévia e a um laudo técnico – inclusive quanto à existência ou não de similar nacional. Contudo agora, a nova portaria nem sequer impõe a necessidade de análise e requisitos técnicos.

O titular da Secex (Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento), Welber Barral, disse que a portaria tem o objetivo de superar um “gargalo” nas necessidades da indústria. Ora, fica patente que por trás de ” tal gargalo” existe sim a cabal intenção das multinacionais aqui instaladas, de investir cada vez menos no País – face à crise – ao mesmo tempo em que remetem seus lucros cada vez em maior proporção às suas matrizes, não condicionando de forma alguma sua produção e rentabilidade, em investimentos reais no País.

Dessa forma, agem na contramão da indústria nacional, preferindo de forma pouco planejada e muito lucrativa, inundar nosso parque industrial com máquinas de segunda mão, ultrapassadas do ponto de vista tecnológico, dentro de uma conjuntura mercadológica sensível, onde o setor nacional de máquinas e equipamentos, que tanto contribuiu outrora para o desenvolvimento do país, se vê estrangulado com poucos pedidos e com a falta de crédito.

É bom lembrar, que desde antes da primeira portaria, a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) manifestou-se contra. A base para as duas portarias, – a de 2006 e a atual, – é uma adulteração na Medida Provisória 197/04, que instituiu o Programa de Modernização do Parque Industrial (Modermaq), com financiamentos do BNDES para a indústria de máquinas e equipamentos.

Ao ser transformada em lei, foi incluído no texto um dispositivo, permitindo a importação de máquinas usadas. Portanto, se a portaria entrar em vigor, provocará uma inundação de máquinas e equipamentos obsoletos e incidirá no corte de 50 mil empregos diretos.

Pensar o desenvolvimento do Brasil, esbarra não num xenofobismo bobo, tampouco num nacionalismo exacerbado antiquado, mas acima de tudo numa reflexão que priorize o potencial da nossa indústria nacional altamente capacitada; geradora de renda e emprego e que caminha na direção do fortalecimento do nosso mercado interno. Por outro lado, importar velhas máquinas e equipamento, faz parte de um antigo discurso, cujo argumento era o velho e incansável desejo de golpear os empresários brasileiros e a indústria no nosso País.

Fernando Rizzolo

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Demissões foram ‘anomalia’ e Embraer foi precipitada, diz Lula

SÃO PAULO – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou de “uma grande anomalia” as demissões da Embraer, que mandou embora 4,2 mil funcionários no último dia 19. No programa semanal Café com o Presidente, nesta segunda-feira, 2, ele disse que a direção da fabricante de aviões foi “precipitada”.

“Chamei a direção da Embraer e disse que eles foram precipitados, que poderiam ter negociado com os trabalhadores. Já tínhamos outras experiências no Brasil em que a negociação é o melhor caminho. Obviamente que vamos trabalhar para ver se a Embraer consegue ter as encomendas, produzir os aviões e vender, porque essa é a certeza de que teremos os postos de trabalho ocupados pelos trabalhadores outra vez.”

Lula afirmou ainda estar “preocupado” com a possibilidade de aumento do desemprego no País, mas aposta em uma melhora da atividade econômica do país, afetada pela crise mundial, a partir de março. O presidente admitiu que fevereiro ainda trará cortes de vagas de trabalho, mas que a situação deve melhorar.

“Nós prevíamos um primeiro trimestre muito delicado por conta da crise internacional. Mas, ao mesmo tempo, todas as medidas que tomamos, seja a liberação de mais crédito para financiar capital de giro, seja o incentivo à construção civil, seja repassar mais dinheiro para o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social], tudo isso tem um processo de maturação que, na minha opinião, começa a melhorar agora, a partir de março.”

Lula aposta no ‘mercado interno potencial e extraordinário” para fortalecer a economia. “Volto a repetir aquela velha história da roda gigante: se as pessoas consumirem adequadamente, se comprarem aquilo que necessitam, o comércio vai vender e vai encomendar das fábricas, que vão produzir mais e, portanto, vamos gerar os empregos necessários aqui dentro do Brasil.”, afirmou.

Ao comentar os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre desemprego, o presidente admitiu que o mês de fevereiro “certamente” fechará com queda na oferta de postos de trabalho. Mas a previsão do governo, segundo ele, é de que os números comecem a melhorar já a partir deste mês.

Lula lembrou a escassez de crédito em todo o mundo e afirmou que ainda quer negociar com o Banco Central e com o Ministério da Fazenda maior redução do spread bancário (diferença entre as taxas que os bancos pagam ao captar dinheiro no mercado e o juro que cobram nos empréstimos).

Para o presidente, estratégias como a de ampliar os postos de trabalho por meio de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), além do lançamento do programa habitacional que irá distribuir 1 milhão de casas populares para pessoas com renda entre zero e dez salários mínimos, “dinamizam” a economia brasileira.

Inflação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje (2) que a inflação brasileira está sob controle e que ficará dentro da meta estabelecida para 2009 e para 2010. Segundo ele, a alta registrada no início deste ano é “sazonal”, provocada por setores como educação e transporte.

“Nós temos consciência de que inflação controlada significa mais poder aquisitivo para os trabalhadores e de que inflação alta significa prejuízo. Por isso, vamos cuidar para que a inflação fique definitivamente controlada e para que não seja um problema para o povo brasileiro.”
Agência Estado

Rizzolo: O mais curioso nestas declarações, é a característica passiva do governo frente ao absurdo número de demissões. Chamar de anomalia, requerer a presença do presidente da Embraer, e depois nada fazer, apenas lamentar é um absurdo. A grande verdade é que as centrais sindicais – exceto algumas -, estão totalmente atreladas ao governo, e não mais brigam pelos trabalhadores; são intervenções tímidas, sem luta, ficando a questão para o Judiciário.

Agora, precipitado no meu entender, é distribuir dinheiro público, do povo, do trabalhador, a empresas privadas, sem o mínimo de vinculação de política social em relação aos empréstimos. Outra questão: incentivar o consumo a qualquer custo em época de desemprego em crise é perigoso, e não vai sensibilizar os banqueiros a abaixar os spreads.

É claro que, se o banqueiro sabe que o tomador de empréstimo está sendo incitado a consumir, e vê pela frente uma terrível crise com desemprego, embute um spread maior. Melhor é não falar nada, não é? De qualquer forma, o indicador mais aguardado da semana será divulgado na sexta-feira, quando a FGV mostrará o resultado da produção industrial brasileira em janeiro. Vamos ver.

Lula pede ‘esforço’ da Embraer para ajudar demitidos

BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não pediu aos diretores da Embraer, na reunião de hoje, no Palácio do Planalto, que revejam a decisão de demitir 4.270 dos 21,3 mil funcionários, informou o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, em entrevista, após participar do encontro. Lula, segundo o ministro, pediu que os dirigentes tomem medidas para minorar os problemas dos demitidos.

Na quinta-feira passada, Lula estava indignado com as demissões, segundo relato feito pelo presidente da CUT, Arthur Henrique, após encontro com ele. O sindicalista contou que Lula afirmara ser inadmissível uma empresa beneficiada com recursos públicos promover demissões ao primeiro sinal de problemas. O relato de Arthur Henrique não foi desmentido pelo Palácio do Planalto.

Hoje, de acordo com as informações de Miguel Jorge, Lula começou a reunião pedindo aos dirigentes da Embraer que explicassem os motivos dos cortes de pessoal. O presidente da Embraer, Frederico Curado, disse a Lula, segundo o ministro, que a empresa teve cancelamentos e adiamentos de 30% das encomendas de aviões, que 93% das encomendas são do mercado externo e apenas 7% do interno e que a aviação executiva no Brasil reduziu em 60% suas compras.

“Ele (Lula) pediu que a empresa verifique o que é possível fazer para minimizar o problema das pessoas dispensadas”, relatou Miguel Jorge. Os diretores da empresa disseram ao presidente, ainda de acordo com o ministro, que avaliarão o que é possível fazer e informaram que os demitidos terão um ano de assistência de saúde pago. Segundo Miguel Jorge, Lula pediu “um esforço adicional”, com outras medidas para auxiliar as pessoas dispensadas.

O ministro do Desenvolvimento contou ainda que, na quinta-feira da semana passada), às 11 horas da manhã, informou a Lula que a Embraer faria as demissões. Em resposta a uma pergunta sobre notícia publicada em dezembro antecipando as demissões, Miguel Jorge disse que, na ocasião, telefonou para dirigentes da Embraer e que estes lhe asseguraram que não havia previsão de cortes de pessoal.

De acordo com outro participante do encontro de hoje, o presidente Lula, ao ouvir dos dirigentes da Embraer que a empresa, para fazer contratações de pessoal, depende de uma melhora nas condições do mercado, disse: “Vamos torcer para o mercado melhorar.”

A reunião com Lula no Planalto durou mais de duas horas. Participaram, além de Miguel Jorge, os ministros Guido Mantega (Fazenda) e Dilma Rousseff (Casa Civil) e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho. Pela Embraer participaram seu presidente, Frederico Curado, o presidente do Conselho Administrativo, Maurício Botelho, o vice-presidente de Assuntos Corporativos, Horácio Forjaz, e o vice-presidente Financeiro, Luiz Carlos Siqueira.
agência estado

Rizzolo: Assim é fácil não é? ” Vamos esperar que o mercado melhore “. Só faltou dizer ” que pena”. As questões trabalhistas em que envolve demissões em massa, devem ser resolvidas via negociação. Infelizmente o presidente Lula na cadeira presidencial não raciocina do ponto de vista do trabalhador, assim o fazia quando dirigente sindical apenas, agora a atuação política o impede desta postura, que num momento deste, deveria abordar as questões dos grandes empréstimos do BNDES, sem nenhuma vinculação com o social dando no que deu. Que a Embraer se ” esforce” não é ?