Especialista do Inpe diz que chance de raio ter provocado blecaute é mínima

O Instituto Nacional de Pesquisas Espacias (INPE) concluiu que é mínima a chance de um raio ter provocado o blecaute que atingiu o país na terça-feira (10), ao contrário do que afirmou o Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.

Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (11), Lobão afirmou que o apagão que afetou 18 estados foi consequência de raios, ventos e chuva na região de Itaberá, em São Paulo.

O coordenador do Grupo de Eletricidade Atmosférica do Inpe, Osmar Pinto Junior, explicou ao G1 que cada uma das quatro linhas de transmissão de Itaipu a São Paulo foi avaliada individualmente pelo sistema do Inpe. Esse sistema foi desenvolvido após o apagão de 1999, quando um raio também foi apontado como culpado pelo problema – o que foi desmentido por técnicos cerca de dois meses depois.

O especialista ressalta que em três linhas, com certeza absoluta, não houve desligamento provocado por raios. Na quarta linha, o sistema aponta baixa probabilidade.

“Nesta quarta linha, de 750 kV, temos descargas próximas e de baixa intensidade. Um raio, para produzir o desligamento de tensões dessa órbita, tem que atingir diretamente a linha e precisa de uma intensidade equivalente ao dobro ou triplo da intensidade média de um raio comum”, afirma Pinto Junior.

Ou seja, o coordenador explica que um raio de 70 mil ampères, no mínimo, teria de atingir em cheio a linha para provocar a queda. Em geral, um raio tem 30 mil ampères.

Pinto Junior ressalta que sistema mostrou que foram registradas descargas com 15 mil ampères a distâncias não inferiores a dois quilômetros das linhas. “Quanto mais fraca a descarga, mais difícil de medir. Raios abaixo de 15 mil ampères podem ter ocorrido, mas eles não causam desligamento. A chance de uma descarga com 60 mil ampères não ter sido medida não existe. Por isso a chance é ínfima de um raio ter sido a causa do blecaute”, diz.

Mesmo que tenha caído um raio de baixa intensidade sobre a linha, ela teria que ter outros problemas para ser desligada, pois somente o raio não causaria o problema.

Para o coordenador, a grande chance é que um problema técnico tenha causado o apagão. Como a verdadeira causa ainda não foi identificada, é grande a chance de novos problemas acontecerem. “É imprudente o ministro fazer essas declarações sem consultar os especialistas do Inpe. O mundo inteiro reconhece nosso trabalho”.

Primeiro apagão

Quando foi atribuído a um raio o motivo do apagão de 1999, o Inpe conseguiu comprovar – dois meses depois – que o fenômeno não havia provocado o problema .

Esse foi o incentivo para que os técnicos desenvolvessem um sistema que permitisse identificar mais rapidamente os locais de queda dos raios.

Após o blecaute na noite desta terça, em 12 horas os técnicos já tinham um relatório onde ficava constatado que eram mínimas as chances de um raio ter atingido a rede.
globo

Rizzolo: Essa questão do blecaute entendo que deva ser analisada da seguinte forma: primeiramente não devemos utilizar politicamente o fato, obtendo-se ganho secundário eleitoral, até por que não sabemos exatamente a causa. Se acidente foi podemos classificá-los como naturais ou de origem técnica. Até agora nada se sabe com exatidão.

As especulações em torno da forma em que ocorreu nos leva a problemas naturais, agora é importante observarmos as opiniões contrárias para enriquecer o debate que é apartidário. Os raios, a sobrecarga, os Hackers tudo tem que ser analisado. Eu pessoalmente, como leigo, apenas por uma questão de intuição, tenho para mim que isso é obra de hackers, do exterior. Agora a serviço de quem eu não sei..