Na Rocinha, Lula critica preconceito contra pobres

RIO – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje, em discurso na inauguração de um centro esportivo da Rocinha, no Rio, que existem bandidos em favelas, mas também em outros lugares. “É verdade que na Rocinha deve ter algum bandido. É verdade que deve ter algum bandido no Pavãozinho. Mas quem disse que não tem bandido nos prédios chiques de Copacabana?”, disse Lula.

De acordo com o presidente, é grave o preconceito com os pobres. Ele considera que, quando as pessoas têm oportunidades, não seguem o caminho do crime. Lula afirmou que o centro esportivo gera possibilidade de crianças se afastarem das ruas e se tornarem atletas.

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, lembrou que hoje é o Dia Internacional da Mulher e fez uma homenagem “às mulheres que lutam para manter seus filhos longe do tráfico e do crime”. Dilma foi muito aplaudida ao chegar à cerimônia e saudada com gritos de “Rocinha presente, Dilma presidente”.

No grupo de pessoas que saudava Dilma, muitos estavam vestidos com uma camiseta que foi distribuída no local com os nomes de Lula e o governador do Rio, Sérgio Cabral, na frente, e do vereador Claudinho da Academia atrás. O vereador foi denunciado pelo Ministério Público no início deste ano por suspeita de ter tido ajuda do tráfico na Rocinha em sua eleição.
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Rizzolo: O grande erro da sociedade é entender que nas favelas habitam apenas marginais. Essa é a essência do preconceito da sociedade contra os menos favorecidos, os pobres e os abandonados. É claro que o poder público tem a obrigação de punir o tráfico, a bandidagem, por outro lado existe também um contingente de mães, pais, que educam seus filhos nas favelas para que não caiam nas garras dos traficantes.

Isso se faz com inclusão, oportunidade, na luta contra a miséria e com um governo de viés inclusivo na promoção de projetos de inclusão. Agora que existe um enorme preconceito com aqueles que vivem nas favelas do Brasil não resta a menor dúvida, porém os grandes bandidos lá não estão e todos nós sabemos aonde encontrá-los.

Casal é assaltado e jogado do alto da Avenida Niemeyer no Rio

RIO – O empresário Marcelo José de Souza Luiz Viana, de 43 anos, e a namorada dele, a publicitária Paula Guimarães Barreto, de 31, foram jogados no mar, do alto da Avenida Niemeyer, depois de sofrerem um assalto em Ipanema, na zona sul, na noite da terça-feira, 3. Viana contou ao Estado que foi agredido a coronhadas, ameaçado de morte e, por fim arremessado de uma mureta.

Ele rolou por cerca de 10 metros, até se agarrar numa árvore. Paula também foi jogada e se segurou nas pedras. Ao deixarem o local, os assaltantes ainda cumprimentaram, com leve aperto da buzina, policiais que vinham em sentido contrário. “Eles são atrevidos”, comentou o empresário, dono de uma franquia da cadeia de lanchonete Bob’s.

Viana e Paula jantaram em um restaurante em Ipanema. Por volta das 23h30, o empresário pegou seu Audi para deixar a namorada em casa, no Leblon. Ele percebeu que uma Pajero, com insulfilm nas janelas, encostou próximo ao veículo em que estava o casal.

Quatro homens saíram do carro e anunciaram o assalto. O empresário chegou a cogitar a hipótese de fugir, mas desistiu, já que o carro não era blindado. Dois homens sentaram nos bancos da frente e o casal foi colocado no banco de trás, ladeado pelos outros dois assaltantes. Viana contou que ele e a namorada entregaram joias, cordões, relógios, carteiras e celulares. Mas os assaltantes queriam ir até a casa do empresário, na Barra da Tijuca.

Viana tentava acalmar os criminosos, dizia que o carro não tinha alarme. Foi agredido a coronhadas. No caminho para a casa do empresário, na Barra da Tijuca, os assaltantes decidiram deixar o casal na Niemeyer, liga o Leblon a São Conrado, na zona sul. Um deles mandou que o empresário sentasse na mureta e o jogou, provavelmente com um chute. Depois Paula também foi jogada, mas com menos força. Ela ficou próxima à estrada e conseguiu chamar a atenção dos policiais. Houve perseguição e o Audi foi recuperado, ainda na madrugada. Os assaltantes fugiram.

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Rizzolo: O problema da criminalidade no Brasil chegou a tal ponto, que realimente precisamos repensar nossa legislação penal, principalmente no tocante à Lei de Execuções Penais. Não é possível que o atrevimento e a maldade de tais marginais possam chegar a tal nível. E não venham me disser que todo o pessoal lá do morro é bandido, ou colocar a culpa no pobre, ou no favelado de uma forma geral.. O problema principal é o de índole, de senso de impunidade, de fragilidade da Lei Penal.

A maioria da população das favelas do Rio de Janeiro são compostas de trabalhadores, e a inclusão social a cada dia avança mais. Temos sim que ter um maior rigor legal, dar oportunidade a todos, e educação. Agora, maldade, não há como controlar, tanto nos morros como fora deles. Só o rigor da Lei é capaz de coibir tais atos. Uma vergonha! Não está na hora de termos Leis mais rígidas ?