Confiança do consumidor cai 4,2%, para o menor nível da série

RIO – Após cair fortemente em outubro, a confiança do consumidor seguiu trajetória negativa em novembro e atingiu o menor nível da série histórica iniciada em setembro de 2005. É o que revelou o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) desse mês, que caiu 4,2%, em comparação com a retração de 10% em outubro. O dado foi anunciado nesta terça-feira, 25, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O índice é composto por cinco quesitos da “Sondagem das Expectativas do Consumidor”, apurada desde outubro de 2002 (com periodicidade trimestral, até julho de 2004, quando passou a ser mensal).

Na comparação com novembro do ano passado, o ICC caiu 15,2%. No mês passado, o ICC apresentou queda de 10,4% no mesmo tipo de comparação. Com o resultado, o desempenho do indicador, que é calculado com base em uma escala de pontuação entre 0 e 200 pontos (sendo que, quando mais próximo de 200, maior o nível de confiança do consumidor), passou de 101,1 pontos em outubro para 96,9 pontos em novembro – o menor nível da história do indicador.

Na avaliação da FGV, houve piora tanto na avaliação atual do consumidor sobre o cenário de hoje, como em suas projeções para o futuro.O ICC é dividido em dois indicadores: o Índice de Situação Atual (ISA), que apresentou queda de 5,7% em novembro, após registrar taxa negativa de 12,7% em outubro, e o Índice de Expectativas (IE), que apurou taxa negativa de 3,3% esse mês, em comparação com a queda de 8,5% em outubro.

No caso do ISA, em termos de pontuação, o índice passou de 104 pontos em outubro para 98,1 pontos em novembro. Já o IE caiu de 99,5 pontos para 96,2 pontos de outubro para novembro. Ainda segundo a FGV, na comparação com novembro do ano passado, os dois índices componentes do ICC também apresentaram quedas, de 11,9% para o indicador de situação atual; e de 17% para o de expectativas.

O levantamento abrange amostra de mais de 2.000 domicílios, em sete capitais, com entrevistas entre os dias 31 de outubro a 19 de novembro. Às 11h a FGV concede coletiva de imprensa sobre o indicador.
Agência Estado

Rizzolo: O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), é um dado importante. Observem que em relação a novembro do ano passado, o ICC caiu 15,2%. É natural que num ciclo de crise mundial o consumidor se retraia. Fica patente contudo, que alguns setores ou segmentos são mais afetados pela confiança do consumidor. Com o crédito escasso e as taxas de juros altas, bem como a vulnerabilidade financeira de alguns segmentos como o imobiliário, o consumidor não contrai dívidas nem compromissos.

As montadoras e o setor da construção civil já sentem isso; é bem verdade que todas as iniciativas para vascularizar a economia seus efeitos só surgem após um período. A preocupação é o primeiro trimestre de 2009, de qualquer forma é um dado preocupante mas que está dentro da perspectiva da crise.

Por outro lado o governo brasileiro está anunciando que vai fazer uma campanha de publicidade para combater a crise econômica mundial. O principal objetivo é estimular o consumo na véspera do Natal. Para o governo que insiste em não falar em crise face à sua preocupação em perder a popularidade, se lançar numa campanha de consumo é no mínimo uma inconsequência, até porque incitar o consumidor a gastar diante dessa turbulência financeira, é constituir inadimplentes logo à frente. Coisas do PT.

Ganho de empresas de capital aberto cai 60% no 3º trimestre

SÃO PAULO – Os lucros recordes das empresas de capital aberto nos últimos anos deram lugar a uma seqüência de resultados negativos no terceiro trimestre por causa da crise financeira. Levantamento feito pela Economática mostra que o ganho médio dessas companhias despencou 60,2% entre julho e setembro comparado a igual período de 2007. Do total de 254 empresas analisadas, 85 delas registraram prejuízo no trimestre e 44 inverteram resultado (de lucro para prejuízo). As empresas que conseguiram se manter em terreno positivo tiveram ganhos menores.

A deterioração do resultado trimestral é reflexo da valorização de quase 20% do dólar ante o real, explica o presidente da Economática, Fernando Exel. No início de julho, o dólar estava cotado em R$ 1,597 e saltou para R$ 1,902, em 30 de setembro. Isso teve impacto direto na dívida das empresas em moeda estrangeira e elevou a despesa financeira de R$ 1,3 bilhão, em setembro de 2007, para R$ 19,5 bilhões este ano.

Na Braskem, por exemplo, essas despesas subiram de R$ 39,5 milhões para R$ 1,9 bilhão, segundo dados da Economática. A empresa teve prejuízo de 849,2 milhões no período. “Essas companhias precisam marcar a dívida a mercado a cada período fechado para balanço”, afirma o analista da Spinelli Corretora, Jaime Alves. Ele lembra ainda que o dólar provocou perdas milionárias para empresas, como Sadia e Aracruz, que apostaram nos chamados derivativos “tóxicos”.

Agência Estado

Rizzolo: Essa notícia já era por se esperar, face à valorização de quase 20% do dólar ante o real, já em relação ao mercado acionário, existe agora um componente maior: à confiabilidade. A aversão ao risco com os países emergentes está jogando abaixo as ações de Vale do Rio Doce, Petrobras, siderurgia e bancos. O que está levando à aversão ao risco dessa vez é a situação de Equador e Argentina. Neste cenário sombrio da queda dos ganhos de empresas de capital aberto, há a possibilidade de que o Brasil possa entrar em recessão no 1º trimestre de 2009. Não restam dúvidas que há riscos de retração no último trimestre deste ano e no primeiro do ano que vem, o que configuraria uma recessão clássica também no país, a exemplo do que já aconteceu com Alemanha, Japão, Itália e Zona do Euro. Ou seja, um cenário ruim para 2009, principalmente para alguns setores como o da construção e o imobiliário cujos investidores desapareceram no último trimestre.

Crise já mexe com mercado de emprego no mundo todo

São Paulo – A crise, que começou no mercado imobiliário norte-americano, atingiu o mercado financeiro e reduziu a oferta de crédito no mundo, chegou de vez à economia real. As empresas já anunciam corte de vagas de trabalho e investimentos. Em breve, haverá queda da renda. Com este cenário, não há mais dúvidas de que o mundo passará por um período de recessão.

No Brasil, o consenso é que a economia vai desacelerar. Para muitos setores, esta realidade já começou. O mercado automotivo e imobiliário dão os primeiros sinais. A Cyrela Brazil Realty, por exemplo, admitiu nesta sexta-feira que fará demissões no quarto trimestre para reduzir despesas administrativas.

“Assim que fizermos (as demissões) vamos informar a magnitude ao mercado”, disse hoje o diretor de Relações com Investidores da companhia, Luis Largman, em teleconferência com analistas e investidores. No terceiro trimestre, as despesas gerais e administrativas da Cyrela cresceram 96,2%, para R$ 58,8 milhões, na comparação com o mesmo período do ano passado.

As novas demissões vão abranger a Seller, empresa de vendas da Cyrela. “A Seller é um pilar importante para a Cyrela, mas se vai vender menos, também vai reduzir pessoal”, disse o presidente da Cyrela, Elie Horn. A Cyrela reduziu sua previsão de Valor Global de Vendas (VGV) de lançamentos para 2008 para a faixa de R$ 5,25 bilhões a R$ 5,6 bilhões, ante estimativa anterior de R$ 7 bilhões. A meta de vendas caiu de R$ 5,5 bilhões para entre R$ 4,675 bilhões e R$ 4,95 bilhões. Para 2009, as projeções estão sendo revistas.

As mudanças na Cyrela abrangem também a redução do prazo de pagamento dos imóveis aos compradores. “Estamos oferecendo menos prazo ao mercado em razão da crise, até que isso passe”, disse o presidente da companhia. No caso da Living, braço da Cyrela para a baixa renda, o valor a ser pago até a entrega das chaves aumentou de 20% para 25%, de acordo com Horn. Nas unidades com preço até R$ 350 mil a empresa está buscando mais repasses dos clientes para os bancos. “Acima da faixa do SFH (Sistema Financeiro da Habitação) nada mudou”, acrescentou Largman.

Vale já sente crise

Outra empresa que já sente efetivamente o cenário pessimista que há vários meses impera no exterior é a Vale. O diretor-executivo de Finanças da mineradora, Fábio Barbosa, na primeira apresentação da companhia para investidores em Londres, admitiu que a empresa não esperava um ajuste tão rápido na demanda por aço na China, o que afeta diretamente o mercado da Vale.

“Não antecipamos a gravidade da crise.” Segundo o diretor, até setembro o mercado chinês operava dentro da normalidade, tanto que os embarques foram recordes nesse mês e a companhia ainda tentava conseguir novo reajuste de preços, confiando na força da demanda.

A Vale começou a perceber que a situação tinha se alterado em outubro, conforme Barbosa. A estratégia de nova elevação dos valores na China foi abandonada e, além disso, a empresa retirou o acréscimo de 12% que já havia sido acertado com japoneses e coreanos, como revelou recentemente. Barbosa lembrou que 51% do consumo de aço na China vem do setor de construção, muito abalado atualmente pela escassez de crédito. “O cenário de curto prazo não é bonito, para dizer o mínimo.”

Bancos internacionais

No cenário internacional, a crise já provoca estragos maiores. O Citigroup começou uma nova rodada de demissões e está aumentando as taxas de juros para os clientes de cartões de crédito, numa tentativa de melhorar a rentabilidade da companhia, de acordo com o Wall Street Journal.

Nesta semana, o Citigroup cortará pelo menos 10 mil funcionários de seu banco de investimentos e de outros setores da companhia em todo o mundo, segundo fontes. Pandit, instruiu os executivos da empresa a diminuir em pelo menos 25% os gastos com salários.

Nos últimos quatro trimestres, o Citigroup demitiu 23 mil pessoas, enxugando o quadro de funcionários para 352 mil até 30 de setembro. O corte anunciado recentemente foi o maior até o momento. De acordo com uma fonte, o objetivo é reduzir o número de empregados do Citigroup para 290 mil até o ano que vem.

Na Europa, o Royal Bank of Scotland (RBS) planeja cortar três mil empregos em seus segmentos de mercados e atividades bancárias globais, informou a BBC, nesta sexta-feira. O banco, que emprega cerca de 170 mil pessoas, das quais 100 mil no Reino Unido, não falou diretamente sobre os cortes. “Nós constantemente revemos nosso modelo operacional para ter certeza de que ele é apropriado para as condições do mercado” De acordo com a BBC, os cortes ocorrerão durante as próxima semanas.

Carros e tecnologia

A Nissan Motor informou nesta sexta que estenderá os planos de cortar a produção de automóveis em meio à desaceleração dos gastos do consumidor, reduzindo a produção no Japão em 72 mil veículos a partir de dezembro. A terceira maior montadora japonesa em vendas disse que o corte significará a perda de 500 empregos de curto prazo nas operações japonesas em 2009.

Na área da informática, a Sun Microsystems informou nesta sexta que cortará entre 5 mil e 6 mil empregos. A crise econômica aumentou os problemas enfrentados pela companhia devido à fraca demanda por computadores sofisticados. A Sun informou que o corte de empregos representa de 15 a 18 por cento de sua força de trabalho e faz parte de um plano mais amplo de reestruturação, que pretende economizar entre 700 milhões e 800 milhões de dólares.

A empresa espera registrar um total de gastos em uma faixa entre 500 milhões e 600 milhões de dólares nos próximos 12 meses, em linha com o plano de reestruturação, que também inclui o realinhamento de sua divisão de software.

A Nokia também se pronunciou nesta sexta e afirmou que prevê queda nos volumes da indústria em 2009. As possíveis demissões não foram citadas diretamente, mas a empresa comentou a desaceleração das principais economias do mundo. A maior fabricante de celulares do mundo afirmou que o mercado de telefonia móvel deve ser mais fraco do que o esperado no quarto trimestre por causa da crise econômica e que deve recuar mais em 2009.

Agência Estado

Rizzolo:
Tenho observado que a realidade no enfrentamento da crise é unanimidade em todo o mundo. Observo também aqui na Europa, um realismo maduro, apolítico, pró ativo. Contudo no Brasil, seguindo o raciocínio folclórico entusiasta do governo, poucas são as empresas que assumem publicamente como a Cyrela a situação real do mercado. Por vezes podemos inferir que o empresário brasileiro pouco aculturado, não assume a tremenda crise financeira brasileira, por receio de piorar a situação, è o tipo do raciocínio pequeno e que tem por objetivo encorajar o consumidor a entrar ” numa fria”.

O próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou hoje ” que a recessão no mundo já está dada, mas não no Brasil”. Ora, todos sabem que já vivemos um período recessivo, os dados acima não mentem, o índice de inadimplência do consumidor brasileiro avançou 7,5% de janeiro a outubro na comparação com o mesmo período de 2007, informou hoje a Serasa. A alta do Indicador de Inadimplência Pessoa Física em outubro alcançou 6,9% na comparação com mês equivalente de 2007, enquanto em relação a setembro o avanço representou 4,9%. A crise atingiu em cheio alguns segmentos, principalmente o imobiliário, investimento de pouca liquidez e altíssimo risco no momento.

Construção: criatividade para acalmar a crise

A hora do aperto é o momento das estratégias de venda criativas. O blog recebeu hoje e-mail da assessoria de imprensa de uma construtora que está oferecendo um notebook e um aparelho de som para quem comprar um imóvel até o dia 16 deste mês. Para isso, basta dar uma entrada de R$ 5 mil e ter o crédito aprovado para o financiamento bancário. Os clientes receberão os aparelhos, garante a construtora, após a entrega das chaves.

O setor da construção civil está sentindo os efeitos da crise. Com a falta de crédito para empresas e consumidores, as construtoras e entidades do setor estão prevendo já menos lançamentos para este ano e números ainda menores em 2009. Aí, usam a criatividade para vender.

E você, já viu alguma promoção criativa, não só na construção civil, mas em outros setores, desde que se instalou a crise?

do blog Miriam Leitão

Rizzolo: Imagine a que ponto chegou a crise imobiliária, uma assessoria de imprensa enviou uma proposta ao blog da Miriam Leitão para informar sua promoção ! Como venho afirmando desde o início da crise, o setor imobiliário brasileiro será um dos mais atingidos. Na verdade não precisa ser economista para saber que várias construtoras podem sofrer o ” efeito Incol”. Ademais, da forma em que está o mercado, ninguém de bom senso irá investir em imóveis com esta crise, ativo este cuja liquidez é baixíssima. Por mais que os ” marqueteiros” tentem induzir o investidor a comprar um imóvel, o crédito escasso, e as taxas de juros nas alturas, de pronto fazem o investidor incauto e entusiasmado a não cometer este engano, por hora. O momento como já disse anteriormente, é de apenas observar, não de comprar. Está aí a Miriam Leitão que não me deixa omitir.

CaixaPar vai contar com até R 2,5 bilhões

A CaixaPar, banco de investimento que será criado pela Caixa Econômica Federal para comprar participação acionária em empresas de construção civil, terá inicialmente entre R 2 bilhões e R 2,5 bilhões. A Caixa vai usar recursos de captação da poupança e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para as operações da nova empresa, que funcionará como um braço de investimento do banco estatal, semelhante ao já existente BNDESPar, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Em entrevista concedida após a divulgação da MP 433 pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, a presidente da Caixa, Maria Fernanda Coelho, informou que a instituição poderá até comprar pequenos bancos, mas que o foco nessas aquisições serão os setores de habitação e de saneamento. A Caixa também poderá fazer parcerias com o BNDES participando em conjunto de alguns empreendimentos. A expectativa é de que em “dois ou três dias” poderão ser iniciadas as operações.

Segundo Maria Fernanda, a CaixaPar trabalhará com preços de mercado e terá uma governança “muito claramente estabelecida”. “Trabalharemos com regras de mercado”, afirmou. Ela negou que haja problemas de solvência de empresas do setor de construção civil, mas ponderou que a edição da MP 443 permite mais “estabilidade e segurança” ao mercado.
Jornal A tarde

Rizzolo: Muito embora analistas e empresários inconformados com a crise não aceitam a condição de ajuda governo, via Caixa, essa ainda é a melhor opção. A Caixa Econômica Federal usará recursos de captação de poupança e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para as operações da CaixaPar, empresa criada ontem pela Medida Provisória (MP)443. As alegações de que ” O mercado precisa é de modernização, através da eliminação da burocracia que existe no Brasil para a compra de imóveis, em que o comprador tem de correr atrás de 20 certidões, ou na simplificação das licenças para construir “, são argumentos frágeis, e que servem apenas para desqualificar a medida e a iniciativa do governo em minimizar eventuais “estragos”, cuja maior vítima poderá ser o povo brasileiro. Tais críticas, não estão de forma alguma, em sintonia com a gravidade da crise.

Não vejo nenhum problema no fato da CaixaPar ter participações em alguns empreendimentos e em algumas construtoras. Problemas do ponto de vista constitucional? Ora, passa-se pelo legeslativo. O que alguns empresários precisam entender, é que em todo mundo, a ação do Estado em socorrer setores comprometidos está ocorrendo, e o que eles querem, que é financiamento está escasso; só para finalizar, do ponto de vista jurídico, não há nenhum problema ou impedimento no fato da Caixa ser financiadora imobiliária, ao mesmo tempo, ser sócia de algumas empresas imobiliárias, face às circunstâncias em que estamos enfrentando. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira que o governo não dará dinheiro para nenhuma empresa ou banco, a despeito das medidas anunciadas na véspera. Desta vez o presidente Lula acertou e primou pelo bom senso.

“Não há bancos quebrando”, diz Mantega ao explicar MP da estatização

Em entrevista coletiva em Brasília nesta manhã, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, explicaram a medida provisória que permite a estatização de instituições financeiras, públicas ou privadas, sediadas no país. Mantega negou que haja bancos brasileiros prestes a quebrar.

“Quero deixar claro que não há banco quebrando. O sistema financeiro brasileiro é um dos mais sólidos do mundo, justamente porque é menos alavancado, mais prudente e mais rentável. Só que isso não o isenta de ter problemas de liquidez. Estamos apenas criando alternativas e irrigando o sistema para que o país não tenha problemas e estamos dando conta disso”, disse Mantega.

Como o governo tem dito que não faria pacotes, mas só tomaria medidas pontuais quando elas fossem necessárias, a autorização para estatização de bancos significaria que já haveria instituições com risco de quebra, diferentemente do que analistas e governo afirmavam antes.

O ministro Mantega foi questionado sobre isso na entrevista. Também foi indagado quais seriam essas instituições que deveriam ser salvas de imediato com a compra estatal.

Ele negou qualquer risco de quebra já. Mantega preocupou-se apenas em dizer que bancos pequenos e médios podem vir a ter problemas de falta de dinheiro em caixa e, por isso, o governo criou as novas medidas.

“A idéia é não interromper a liquidez da economia brasileira. O problema da liquidez está dado. É claro que isso pode trazer falta de liquidez para algumas instituições, de médio porte, de pequeno porte.”

Ele disse que, apesar de não haver bancos quebrando, a medida foi tomada para dar “mais uma alternativa” ao mercado.

Mantega declarou que, apesar da autorização para estatização, isso pode não acontecer. Segundo ele, apenas é uma abertura para interesse das instituições, se for o caso.

O ministro disse que, depois de recuperados, os eventuais bancos comprados poderiam ser revendidos à iniciativa privada, da mesma forma que prevêem os pacotes de resgate da Europa e dos EUA.

Questionado sobre como a sociedade brasileira poderia ter certeza de que essas operações de fusões bancárias seriam transparentes, Mantega afirmou que qualquer negociação desse tipo será realizada com base em regras e preços de mercado.

“Todas as ações que o governo brasileiro está tomando são transparentes. Não demos nenhum subsídio ou socorro específico. Apenas queremos dar alternativas e tranqüilidade para os bancos que possam vir a ter dificuldades. Mas as regras serão claras”, afirmou.

Recursos
A Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil possuem recursos suficientes se precisarem fazer compra de outros bancos, segundo Mantega.

“O governo não fará nenhum aporte de capital no BB ou na CEF, porque não é necessário. Eles já têm recursos suficientes”, disse.

Sobre a medida que autoriza os bancos públicos a atuarem em outros segmentos, por exemplo com a compra de instituições previdenciárias, o ministro da Fazenda afirmou que essa operação também é uma forma de elevar a liquidez no país, sem entrar em detalhes.

Folha online

Rizzolo: Como comentei anteriormente, a medida é boa, porém traz no seu bojo a dimensão da crise financeira que atinge certos bancos. Não há dúvida que a medida tem endereço certo, ou seja, muito embora mais uma vez o governo não admita, a extravagância da medida em si denota a preocupação existente. Não há uma explicação plausível para a urgência da medida, a não ser o direcionamento a certas instituições que já estão no fundo do poço e em sentido de espera. Agora a grande incógnita é saber quais são estas que serão beneficiadas; com certeza isso gera mais pânico no mercado e insinua a gravidade da crise. Quando se fala em ” comprar bancos em dificuldade” o investidor e o empresariado entendem o recado, e retraem ainda mais seus investimentos.

A notícia é boa do ponto de vista de manejo da crise, e péssima do ponto de vista do mercado financeiro brasileiro. Em três dias, a moeda subiu 12,52%. No ano, a alta acumulada é de 33,99%, donde se conclui que, “até agora o BC está apenas está enxugando gelo” . Na verdade tenho sérias críticas em relação aos chamados Leilões à vista, ou seja, quando o Banco Central vende dólar físico, queimando as reservas internacionais. É uma operação que não tem volta, portanto, o BC deve tomar cuidado ao se desfazer dos recursos estrangeiros que o País possui, esses leilões, visam principalmente resguardar as empresas que especularam.

Publicado em últimas notícias, Brasil, cotidiano, Crise, Crise Financeira, crise imobiliária no Brasil, crise na China, crise nos bancos brasileiros, cultura, economia, estatização dos bancos no Brasil, mundo, News, notícias, Política, política internacional, Principal. Tags: , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , . Leave a Comment »

Governo autoriza estatização de instituições privadas no País

SÃO PAULO – O governo mostrou mais uma vez seu comprometimento para evitar que a crise financeira atinja com força o Brasil. Nesta quarta-feira, 22, o Diário Oficial da União traz uma medida provisória, assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que autoriza o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal a comprarem ações em instituições financeiras privadas. Na prática, a MP permite aos bancos estatizar as instituições com problemas.

De acordo com a medida, os dois bancos federais poderão comprar participações em instituições financeiras, públicas ou privadas, sediadas no Brasil, incluindo empresas dos ramos securitário, previdenciário e de capitalização, entre outras. Além disso, o negócio poderá ser realizado sem qualquer licitação para isso.

A MP 443 autoriza ainda a criação da empresa Caixa – Banco de Investimentos S.A., sociedade por ações, subsidiária integral da Caixa Econômica Federal, com a finalidade de explorar atividades de banco de investimento.

A última determinação da medida, que entra em vigor já nesta quarta, é que o Banco Central poderá realizar operações de swap (contratos que trocam os rendimentos em juros pela oscilação da moeda estrangeira) de moedas com bancos centrais de outros países, nos limites e condições fixados pelo Conselho Monetário Nacional.

O presidente do BC, Henrique Meirelles, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, darão uma entrevista coletiva a partir das 11 horas, na sede do Ministério da Fazenda em Brasília, para explicar a Medida Provisória.

Agência Estado

Rizzolo: A medida é boa e poderá amenizar o problema de falta de liquidez de algumas instituições financeiras. Observem que o problema todo gira em torno da confiabilidade no mercado, quanto mais o governo sinalizar nas propostas que pautam a segurança do financeira, melhor será as reações inclusive na questão cambial, que é alavancada pela especulação. Nesse mesmo esteio de proposta, os bancos europeus agiram para conter a crise. Hoje existe de forma acentuada um caráter endógeno de geração de crises no capitalismo, e demora na participação do Estado como elemento regulador pode causar danos irreparáveis.

Publicado em últimas notícias, Brasil, cotidiano, Crise, Crise Financeira, crise imobiliária no Brasil, crise na China, crise nos bancos brasileiros, cultura, economia, estatização dos bancos no Brasil, mundo, News, notícias, Política, política internacional, Principal. Tags: , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , . Leave a Comment »

Bolsas asiáticas desabam seguindo perdas de Wall Street

TÓQUIO – As Bolsas asiáticas fecharam em baixa as operações desta quarta-feira, 21, seguindo Wall Street que fechou em queda na terça-feira. O temor sobre a situação da economia americana aumentou depois que um grupo de empresas importantes dos EUA advertiram sobre maiores complicações no futuro por causa da crise.

O índice Nikkei da Bolsa de Tóquio desabou 631,56 pontos (6,78%), para 8.674,69. Já o índice Topix, que reúne todos os valores da primeira jornada, caiu 67,41 pontos (7,04%), aos 889,23.

Em Seul, o índice Kospi perdeu 61,51 pontos (5,14%), aos 1.134,59. Enquanto que o indicador de valores tecnológicos Kosdaq caiu 15,44 pontos (4,40%), para 335,53.

Os outros mercados ásiaticos também fecharam no vermelho. Hong Kong perdeu -5,42%; Bangcoc -1,95%; Jacarta -4,32%; Manila – 1,12%; Cingapura -4,93% e Xangai -3,58%. A bolsa australiana amargou perda de -3,09%.
Agência Estado

Rizzolo: Os dados concretos de que a economia americana caminha para uma recessão derrubou os mercados, companhias como a Caterpillar, a DuPont e a Sun Microsystems divulgaram na terça-feira resultados piores do que os esperados. Esse fato com certeza repercutirá mal no mercado brasileiro nesta quarta-feira. O nosso problema cambial se agrava, à medida que o crédito escasso e o clima de desconfiança dos empresários brasileiros aumentam. Alguns setores como o imobiliário, já enfrentam dificuldades e o socorro às construtoras ainda parece longe de ser o suficiente.

Ontem Mantega afirmou que o governo não vai arcar com prejuízos de empresas obtidos em operações de derivativos. “Não vamos cobrir nenhum tipo de prejuízo”, afirmou. Segundo ele, essas empresas tiveram lucros nessas operações anteriormente e agora, com a desvalorização do real, tiveram prejuízos, com os quais devem arcar e “seguir a vida”, ou seja, já está de uma forma clara dizendo ao empresariado, ” virem-se”. O governo só esquece que ele também contribuiu para esse quadro, quando “induziu” – do ponto de vista mercadológico -, essas empresas a fazer tais operações face às altas taxas de juros. É como eu sempre digo, a economia vive de ambiente confiável, afirmações como esta apenas pioram o ambiente financeiro.

Publicado em últimas notícias, Brasil, cotidiano, Crise, Crise Financeira, crise imobiliária no Brasil, crise na China, crise nos bancos brasileiros, cultura, economia, mundo, News, notícias, política internacional, Principal. Tags: , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , . Leave a Comment »

Gastos do BC para aumentar liquidez já somam US$ 22,9 bilhões

BRASÍLIA – O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou nesta terça-feira, 21, que o BC já injetou US$ 22,9 bilhões para dar liquidez ao mercado de câmbio, desde o início da fase mais aguda da crise financeira mundial, com a quebra do banco Lehman Brothers.

Segundo ele, foram US$ 3,2 bilhões no mercado spot e US$ 12,9 bilhões em operações de swap cambial. Além disso, o BC vendeu US$ 1,6 bilhão destinados a financiar os comércio exterior e mais US$ 3,7 bilhões em leilões com compromisso de recompra. O BC também deixou de rolar US$ 1,5 bilhão em swap reverso.

Em audiência na Câmara dos Deputados nesta terça, Meirelles voltou a dizer que o Brasil hoje é mais resistente aos choques externos e creditou isso, sobretudo, à política de redução da vulnerabilidade externa, que fez com que o País saísse de um endividamento em dólar de 55,5% de sua dívida para uma posição credora em dólar de cerca de 28% do total.

Dessa forma, explicou, os choques externos que antes geravam depreciação cambial e aumento da dívida pública, piorando a percepção de risco e alimentando a desvalorização do real, hoje fazem com que a dívida pública caia em proporção do PIB e se torne um fator estabilizador para a economia brasileira. Ele afirmou que a posição cambial credora do Brasil, resultado da política de swap cambiais reversos e acumulação de reservas internacionais, “mostra-se providencial” neste momento de crise.

Ele repetiu a projeção do BC para a relação dívida/PIB em setembro, que é de 38,9%, a mais baixa desde 1998, e disse também que em outubro, com a alta do dólar, a dívida deve ter caído abaixo desse valor.

Meirelles afirmou que crise gerou um problema de liquidez para o Brasil e reconheceu que, por conta disso, houve queda no fechamento de Adiantamento de Contratos de Câmbio (ACC), o que, no entanto, avalia, deve ser normalizado com os leilões de empréstimos em dólar realizados pelo BC. Ele ressaltou que os valores que o Brasil tem gasto para mitigar os efeitos da crise no País são inferiores aos empregados pelos países desenvolvidos ou outros emergentes.

Incertezas

O presidente do BC afirmou que há ainda um fator de incertezas sobre a economia mundial, que é o montante de prejuízos que ainda serão reconhecidos pelos bancos norte-americanos. Na sua apresentação na Câmara, Meirelles ponderou sobre os problemas de capitalização das instituições financeiras no mundo desenvolvido, que exigiram fortes intervenções governamentais que, somadas, foram de US$ 595 bilhões, sendo parte significativa destinada a capitalizar os bancos. Meirelles ressaltou que os bancos brasileiros, ao contrário, estão com índices de capitalização acima do requerido, bem como têm indicadores positivos de rentabilidade, liquidez e inadimplência.

Meirelles afirmou que o mundo, por conta da crise, está crescendo menos, e as estimativas atuais tendem a ser revisadas para baixo.

Agência Estado

Rizzolo: Sinceramente uma das posturas econômicas que eu encaro como relutante é a do Meirelles, numa crise como esta em que até o governo Bush pensa de forma indireta em prevalecer o Estado como interventor do bancos, Meirelles pensa apenas na inflação; sua fixação na inflação parece ser de concepção tendenciosa e freudiana, uma inflação de certo que parece aos olhos do mundo, ter cara de deflação face à recessão; e acreditem, ainda apesar a tudo que vemos, Meirelles terá com certeza uma inspiração especial no dia 28 e 29 na reunião do Copom. Irá satisfazer o desejos do “cassino Brasil” aumentando os juros e satisfazendo a especulação internacional e os banqueiros.

Às vezes penso que Meirelles mantem a dinâmica de seu raciocínio como que ainda estivesse no Bankboston; o cuidado e o carinho que tem ele com os bancos brasileiros, é uma coisa impressionante, e o pobre empresário sem dinheiro para financiar suas operações, e o consumidor fica a ver navios. É o dinheiro que o Banco Central deu e os bancos não emprestam.

Aí vão dizer, Ah! Mas o Rizzolo gosta de falar dos bancos, dos pobres empresários e mal do PT bebendo vinho em Saint- Germain-Des-Prés, no Brasserie Lipp. Falem o que quiser, a opinião dos esquerdistas pouco me afeta, essa é a realidade. Agora, o fato de que o Meirelles ainda se sente do Bankboston, não resta a menor dúvida !!

Em relação ao PT o pior: o partido ainda acredita que este é um governo para o social. Sorte dos bancos, não é ? Aqui em São Paulo, o PT já não encanta mais, tampouco no ABC. E olha, o problema não nem Lula viu, que no meu entender é um grande estadista, mas é o PT mesmo. Tenho quase certeza que ele próprio ( Lula ) já se deu conta disso. Mas não pode falar, não é ? ” Ce n’est pas une chose élégante ” ( risos..)

Publicado em últimas notícias, Brasil, cotidiano, Crise, Crise Financeira, crise imobiliária no Brasil, crise na China, crise nos bancos brasileiros, cultura, economia, eleições 2008, greve da polícia civil, Marta Suplicy, mundo, News, notícias, Política, política internacional. Tags: , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , . Leave a Comment »

Lula admite reduzir orçamento de ministérios com efeitos da crise

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu nesta terça-feira que, caso a crise financeira mundial atinja o Brasil com mais força, poderá haver corte dos investimentos da União previstos nos orçamentos dos ministérios. A declaração foi feita durante discurso realizado em São Paulo, no evento de comemoração dos 60 anos do SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência).

“Eu não posso assumir o compromisso com vocês de que se houver uma crise econômica que abale o Brasil a gente vai manter todo o dinheiro em todos os ministérios. Até porque se a União arrecadar menos, vai ter menos dinheiro para dividir com todo mundo. Só que a gente não pode vender ilusão aqui”, afirmou Lula.

O secretário-adjunto da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, disse nesta terça-feira que o crescimento da arrecadação neste ano pode ficar abaixo dos 10% previstos pelo governo até o mês passado. Ele também afirmou que os efeitos da crise econômica sobre os resultados de 2009 já preocupam o governo.

O presidente também ressaltou a participação dos países emergentes nas ações anticrise. “É importante ter em conta que essa crise pode chegar ao Brasil muito mais leve que nos países de origem. […] Mas quem está dando solidez à economia mundial são os países periféricos: Brasil, China, indica, África, os países da América Latina, entre outros.”

Lula voltou a afirmar que o país não terá pacote econômico. “Não vamos fazer nenhum pacote econômico na expectativa de que as medidas que já nos foram apresentadas dêem resultado”, disse, em referência aos pacotes apresentados pelos Estados Unidos e por governos da Europa.

Nesta segunda-feira, porém, o governo anunciou novas medidas de crédito para aliviar os efeitos da crise. A agricultura ganhará mais R$ 2,5 bilhões, e a construção civil deve receber entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões.

Na SBPC, ele destacou ainda do fortalecimento do Estado no sistema financeiro. “Até o Bush está falando em comprar ações dos bancos privados, ou seja, significa que o coração do regime capitalista começa a ter gostinho pelo papel do Estado, que esteve desmoralizado nos últimos trinta anos e agora volta a ser peça importante”

Em tom de brincadeira, o presidente comparou o papel do Estado à relação entre pai e filho. “Quando um filho adolescente vem atrás do pai? Quando está sem dinheiro ou quando está doente. Ou seja, o mercado que poderia resolver tudo e nos últimos trinta anos ditou regras para a sociedade, no primeiro fracasso, para quem eles recorrem? Ao paizão que é o Estado. Obviamente que eu acho que o Estado tem que ajudar a resolver o problema. E acho que a saída de não dar dinheiro para banco, mas comprar ações do banco é muito importante. Porque isso permite que o Estado volte a exercer o papel de influência sobre o sistema financeiro internacional, que não tinha nenhum controle”, disse.

“Aqui no Brasil nós estamos com as instituições públicas muito fortalecidas: Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e BNDES. Portanto, estamos comprando carteira em bancos de investimentos que tiveram problemas e vamos comprar mais”, afirmou Lula.

Agência Estado

Rizzolo: Bem, a crise avança, setores da construção civil já sofrem forte impacto; demorou muito para Lula categoricamente afirmar que se não houver recursos reduzirá os orçamentos. É incrível a capacidade que o governo tem, em não aceitar momentos de tempestade com receio de ferir sua popularidade. Observem que este Blog vem alertando desde o início da crise, que a postura correta do governo, seria a de admitir e enfrentar a crise, e não ” dizer que era problema de Bush” ou para nós uma ” marolazinha ” ou outras frases de efeito amenizadoras e pouco realistas.

Apesar de até agora negar os efeitos da crise financeira internacional na arrecadação tributária de setembro, o secretário-adjunto da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, afirmou hoje que o crescimento das receitas em 2008 deve ser menor que o projetado no início do ano. Além disso, a confiança do empresário da indústria caiu para o menor nível desde 2005, também estima-se que as reservas já cairam pelo menos três bilhões de dólares desde o começo da crise.

E mais uma notícia pouco agradável, o dólar comercial disparou nesta terça-feira e fechou a sessão em forte alta de 5,32%, cotado a R$ 2,238 para venda. Os três leilões que o Banco Central fez no mercado de câmbio não foram suficientes para reduzir a cotação da moeda. Agora eu pergunto. Para que iludir o povo brasileiro ? Para não cair a popularidade petista ?

A percepção que tenho, é que o ” marketing” petista não admite queda de popularidade, tampouco demonstração de fraqueza partidária como no caso da eleição de Marta. O problema agora é reduzir os gastos públicos, é fazer com que o ” Paizão Estado” seja um pai responsável e doe apenas ao filho o necessário como demonstração de bom senso, e não de pai pródigo. Agora, haja dinheiro para as promessas e demandas do BNDES; por enquanto tem dinheiro restrito. Qual será a retórica se a fonte acabar? Problema de Bush, hein !

Publicado em últimas notícias, Brasil, cotidiano, Crise, Crise Financeira, crise imobiliária no Brasil, crise na China, crise nos bancos brasileiros, cultura, economia, mundo, News, notícias, Política, política internacional. Tags: , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , . Leave a Comment »

Mantega: governo vai ajudar agricultura e construção

SÃO PAULO – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou que o governo está “prestes” a aumentar de 65% para 70% a parte da poupança rural direcionada à agricultura, de forma a disponibilizar mais recursos para o setor. A medida deve acrescentar R$ 2,5 bilhões ao setor, calculou o ministro. Ele destacou que o Banco do Brasil já liberou outros R$ 10 bilhões para a agricultura.

Segundo o ministro, a medida poderá ser anunciada amanhã pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Mantega, no entanto, observou que o CMN precisa primeiro criar uma resolução e depois aprová-la, mas a partir deste momento a liberação dos recursos será rápida.

“Não parece haver motivo para uma redução da safra 2008/2009”, disse Mantega, que concedeu entrevista à imprensa após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, o presidente do Banco do Brasil, Antônio Francisco Lima Neto, e a presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Maria Fernanda Coelho. “De modo geral, estamos dando conta das questões de falta de crédito na agricultura”, avaliou.

Construção

Mantega disse também que o governo está elaborando uma medida para ajudar as construtoras que se capitalizaram em 2007 e sinalizam agora falta de capital de giro. Ele informou que o governo está montando um sistema para viabilizar de R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões para essas empresas.

“A liberação dos recursos será feita ou através do BNDES, que já apresentou uma proposta ao governo, ou via CEF, através de participação acionária”, relatou Mantega. “Uma das duas medidas será tomada nos próximos dias.” Sem citar prazos, o ministro explicou que a medida para ajudar as construtoras deverá ser tomada logo após a do setor agrícola.

Crise

Mantega afirmou que o presidente Lula convocou a reunião de hoje para fazer uma avaliação da situação econômica, financeira e de crédito no País. Segundo ele, foram discutidas as medidas que o governo brasileiro está adotando, assim como as ações dos governos norte-americano e europeus.

O ministro vê uma possibilidade de que as medidas, classificadas como “fortes”, “já estejam surtindo algum efeito”. Ele reconheceu que a crise “não vai terminar tão cedo”, mas destacou que a superação da atual fase já seria um passo importante. “Se isso se concretizar, poderemos sair da fase aguda dessa crise e passar para outra fase”, disse. Mantega destacou que o governo tem tomado medidas para aliviar os problemas de crédito e liquidez que, em sua visão, são as principais questões dessa crise que atingem a economia brasileira.

PAC

O ministro também afirmou que o governo continuará mantendo os investimentos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), de olho, principalmente, na necessidade de manter uma política anticíclica para evitar a desaceleração econômica. Ele admitiu que o nível dos investimentos poderá até desacelerar, mas fez questão de frisar que os investimentos do PAC serão mantidos.

Agência estado

Rizzolo: As medidas anunciadas fazem parte de um elenco socorro a alguns segmentos mais afetados pela crise. Na verdade a agricultura é a mais urgente; a disponibilização de recursos é necessária até porque existe um prazo, e pouco pode-se negociar com a natureza, ou planta-se ou não. Já o setor da construção, está sendo duramente atingido pela falta de crédito, e também pela falta de investidores corajosos a disponibilizar capital para investir em imóveis num contexto como este.

Já se discute, aonde o BNDES vai arrumar tanto recurso para suprir a gritaria por empréstimos vindo por todos os cantos. O governo tenta acalmar, mas os números virão, e a profundidade da crise será mais bem avaliada, no momento o bom é ficar quieto e evitar dívidas e compromissos. Só uma observação: se o governo já admite faltar dinheiro para o PAC imagine para a iniciativa privada.

Publicado em últimas notícias, Brasil, cotidiano, Crise, Crise Financeira, crise imobiliária no Brasil, crise na China, crise nos bancos brasileiros, economia, News, notícias, Política. Tags: , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , . Leave a Comment »

Governo vai ajudar construtoras

Preocupado com o risco de interrupção do crescimento do setor de construção civil, o governo prepara medidas para socorrer as construtoras que fizeram lançamentos no mercado imobiliário e, com a crise internacional, ficaram sem dinheiro em caixa e sem crédito para terminar os empreendimentos.

A Caixa Econômica Federal poderá dar garantias aos financiamentos concedidos por outras instituições financeiras às empresas. O banco estatal – líder no financiamento imobiliário – também vai lançar uma linha especial de crédito para as construtoras que tenham bons projetos.

As medidas em estudo visam a preservar o clima de confiança no setor da construção civil, que nos últimos anos teve forte expansão e agora está enfrentando a restrição de liquidez no Brasil e no mundo.

Segundo o consultor de habitação da Caixa, Teotônio Rezende, o governo quer garantir a continuidade dos empreendimentos e evitar uma crise de confiança no mercado imobiliário. “Estamos estudando a construção de um instrumento de garantia para dar segurança ao banco que financiar a empresa. Pode ser um seguro”, disse Rezende à Agência Estado.

De acordo com ele, o governo já tem a radiografia do problema e vai buscar uma forma de evitar a paralisação dos empreendimentos. “A preocupação é justamente essa, é estratégico evitar uma crise de confiança que teria um efeito de contaminação muito grande.”

O consultor da Caixa explicou que essas construtoras foram surpreendidas descapitalizadas no “contrapé da crise”. Muitas delas, empresas de capital aberto, fizeram operações de oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês, como é conhecida), alavancaram um volume muito grande de recursos e aplicaram na compra de terrenos e no lançamento dos projetos. Com a crise, ficaram sem os recursos para viabilizar a construção do empreendimento.

O diagnóstico do governo é que boa parte dessas empresas acreditou que essa porta de entrada de dinheiro continuaria aberta e investiram tudo na compra de terrenos. Fizeram uma aposta arrojada no lançamento de empreendimentos imobiliários e, agora, com a volatilidade da Bolsa de Valores e queda do preço dos ativos, enfrentam uma situação financeira muito difícil, na avaliação dos técnicos.

“Esse é o grande imbróglio a ser resolvido: elas não têm os recursos para viabilizar a construção do empreendimento”, acrescentou o consultor, com a ressalva de que esse quadro não representa uma situação generalizada no sistema. Ele não descarta nem a proposta de que as empresas que se mantém capitalizadas e com acesso ao crédito possam comprar outras empreendedoras.

Teotônio Rezende comentou, ainda, que, neste momento, não basta simplesmente ampliar a oferta de dinheiro. “É preciso fazer algo diferente do convencional”, sugeriu. “Uma coisa é ter dinheiro, outra é bancar o risco do mercado”, disse o consultor da Caixa.

LONGE DOS EUA

Para ele, como as empresas podem estar fragilizadas financeiramente, os bancos poderão passar a exigir garantias adicionais para a concessão do empréstimo. Por isso, a necessidade de definir instrumentos que permitam a construção de um modelo de garantia.

“O que os Estados Unidos e a Inglaterra estão fazendo é colocar bilhões inimagináveis para socorrer o sistema. Estamos a anos luz do tamanho dos problemas deles, mas temos problemas aqui. Alguma coisa diferente do convencional tem que ser feito”, enfatizou.

A linha especial em estudo será aplicada no financiamento de “bons projetos de empresas sérias” que, eventualmente, ficaram sem liquidez. “O que se está buscando é uma linha de crédito que permita que essas empresas continuem operando”. O tamanho da linha não está definido. “A radiografia completa não está pronta, mas temos uma visão suficiente para tomar decisões.”

Mesmo com o agravamento da crise, a Caixa vai manter a meta de desembolsar R$ 23,4 bilhões para habitação este ano. A perspectiva para o próximo ano é aumentar esse volume. “Não há falta de recursos. Se tiver demanda para R$ 40 bilhões, nós temos caixa suficiente para bancar.”

Agência Estado

Rizzolo: Bem, manter ” clima de confiança” num mercado em que certas construtoras já foram surpreendidas descapitalizadas no “contrapé da crise”, fica um pouco difícil. A verdade é que o investidor não é suficientemente ingênuo para nos dias de hoje investir em imóveis, cuja liquidez é pouca, e que apresenta fortes problemas de escassez de crédito; ademais, ninguém sabe ao certo a dimensão desta crise de conotação recessiva para este segmento. Quando se fala em crise no mercado de imóveis, falta de crédito às construtoras, e todo este cenário, a primeira coisa que nos vem à mente são as amarguras daqueles que sofreram com os investimentos imobiliários que foram à bancarrota. Minha sugestão “ad-cautela”, é no momento ficar longe do mercado imobiliário, e ver o comportamento e a saúde financeira dos empreendimentos.

Publicado em últimas notícias, Brasil, cotidiano, Crise, Crise Financeira, crise imobiliária no Brasil, crise nos bancos brasileiros, economia, mundo, News, notícias, Política, política internacional. Tags: , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , . Leave a Comment »

Crise do crédito deverá reduzir ritmo da construção em 2009

A forte queda da Bolsa e a paralisação do crédito atingiram as construtoras brasileiras, e o número de empreendimentos lançados deve sofrer forte redução nos próximos meses. A previsão foi feita pelo presidente do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção do Estado de São Paulo), Sérgio Watanabe.

Embora o sistema de financiamento da compra de imóveis (poupança e FGTS) esteja fora da crise, as construtoras estão sendo obrigadas a financiar a execução da obra num cenário pouco amistoso para a tomada de crédito.

“A busca de recursos pela via do mercado de ações está completamente descartada agora. O BNDES também não tem uma linha para financiamento imobiliário. As empresas então têm de buscar recursos num mercado praticamente parado”, diz.

Salvo casos excepcionais, Watanabe não acredita na paralisação geral das obras em andamento devido à restrição de crédito corporativo, mas a indústria da construção vai reduzir muito os novos lançamentos.

É a forma de não ficarem expostas a um mercado adverso, afirma. Devido aos projetos lançados, a previsão de crescimento de 10% em 2008 não deverá ser atingida, mas as expectativas para 2009 não são muito favoráveis.

Melvyn David Fox, presidente da Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção), afirmou ontem que a previsão inicial de crescimento em 2009 também pode ser revista para baixo.

Folha online / Dinheiro

Rizzolo: A crise financeira mundial que se iniciou com os “derivativos tóxicos”, ” subprimes ” no setor imobiliário americano, espalhou-se pelos mercados. No Brasil a crise se acentua em função da escassez de crédito, alta do dólar, e um sinal forte de recessão, como outros setores, o setor imobiliário no Brasil enfrenta dificuldades na captação de crédito, o que por sua vez, provocará uma redução no ritmo da construção em 2009. Como já afirmei em outros comentários, o investimento em imóveis em épocas de crise deve ser evitado, a crise de crédito no mercado internacional obriga o setor de construção e os compradores a refazerem os cálculos e adaptarem os projetos à nova realidade do sistema financeiro.

Na essência do problema, está a incerteza generalizada quanto aos rumos e a duração da crise. Desconfiados, bancos reduziram a oferta de crédito às construtoras, que usavam o dinheiro para tocar obras. Também encareceram os financiamentos. Por outro lado, a velocidade das vendas vem diminuindo, devido à desconfiança dos compradores em relação aos impactos do caos estrangeiro sobre a economia brasileira.

Obter o recurso emprestado ficou mais difícil e caro. Como diz o presidente do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção do Estado de São Paulo), Sérgio Watanabe, a busca de recursos pela via do mercado de ações, está completamente descartada agora, e o BNDES também não tem uma linha para financiamento imobiliário. As empresas então têm de buscar recursos num mercado praticamente parado”. Assim sendo, entendo o investimento em imóveis no momento, uma aplicação inapropriada, e vc sabe, quando as construtoras andam mal, o final da história nem preciso contar.

Crise impulsiona alta nas taxas para financiamento imobiliário no Brasil

Os consumidores que buscaram crédito imobiliário em outubro sentiram no orçamento o peso da crise financeira internacional. Pelo menos três grandes bancos brasileiros aumentaram a taxa para o financiamento da casa própria.

O Bradesco mudou de 9% para 10,5% ao ano a taxa de juros para imóveis até R$ 120 mil. O Banco Itaú reajustou de 9% para 12% o teto dos juros; e o Unibanco, de 11% para 12%.
Na maior variação, a prestação de um imóvel no valor de R$ 100 mil, num financiamento de 180 meses, passa de R$ 1.380 para R$ 1.630, ou seja, mais R$ 250 por mês.

Além disso, no setor de construção civil, começa a faltar crédito para novas obras e alguns bancos já aumentaram as exigências para liberar o financiamento.

Em outubro do ano passado, eram dois lançamentos por dia na cidade de São Paulo. Com prazos mais flexíveis e fartura de linhas de financiamento, o mercado prosperou e as construtoras esperavam fechar 2008 com crescimento de cerca de 30%.

Mas a crise de crédito no mercado internacional obriga o setor de construção e os compradores a refazerem os cálculos e adaptarem os projetos à nova realidade do sistema financeiro. Pegar dinheiro emprestado ficou mais difícil e caro.

“Nós acreditamos no mercado que vai sofrer certa retração. Ou seja, quem está lançando vai parar para pensar para ver a disponibilidade financeira da empresa suporta a construção sem recursos externos”, afirma o especialista em direito imobiliário Márcio Bueno.

Para José Augusto Vianna, presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (Creci-SP), esse aumento da taxa é uma medida de proteção dos bancos contra um possível aumento da inadimplência.

“O banco está sendo mais seletivo na escolha de seus clientes. Ao contrário de endurecer a análise de crédito das pessoas, preferiram pegar o atalho, o caminho mais fácil, que é aumentar os juros”, afirma o presidente do Creci-SP, José Augusto Vianna.

A radialista Luciana Di Pilla fechou contrato do apartamento novo em abril. Tinha tudo planejado dentro do orçamento, mas com a variação dos juros, mudou de estratégia.

“Adiantar o maior valor que eu puder pagar até a entrega do imóvel para não me preocupar no momento da entrega do imóvel, que é o momento do financiamento. Agora, com todos esses acontecimentos, é lógico que a gente se preocupa”, comenta a radialista.

Para quem está pensando em comprar um imóvel na planta, os especialistas recomendam: visite alguns canteiros de obra da mesma empresa e converse com outros proprietários. Tudo para ter certeza de que a saúde financeira da empresa vai bem.

“Infelizmente as pessoas que compraram na planta vão ter uma surpresa na hora de assinar o contrato. Evidentemente o valor da prestação não vai ser aquele mesmo do projetado no início, porque as taxas de juros estando mais altas, evidentemente as prestações serão mais altas”, acrescenta o presidente do Creci-SP, José Augusto Vianna.

Outro lado

Em nota, o Bradesco disse que realizou ajuste nas taxas acompanhando a alta da taxa do mercado e que mantém todas as linhas, inclusive a prefixada, abertas. O Banco Itaú disse não ter representante para falar sobre assunto. E o Unibanco não respondeu à solicitação de entrevista.

Globo
Rizzolo : Diante da crise, a compra de imóvel novo ou usado, face a sua pouca liquidez não é de forma alguma um bom investimento. Existe já uma preocupação por parte dos empresários do setor, com a escassez de crédito as empresas terão que construir com recursos próprios e isso não nada bom, o que poderá levar muitas empresas e enfrentar problemas. As empresas que pretendem lançar novos empreendimentos, vão parar e analisar a real a disponibilidade financeira, ou seja, se suportam a construção sem recursos externos; o que é passivo de erros??

Neste momento o melhor é fugir do mercado imobiliário, até porque aqueles que já compraram na planta vão ter uma surpresa na hora de assinar o contrato. O que assusta os empresários, são os financiamentos mais caros, referente a imóveis de maior valor, aqueles feitos diretamente com o incorporador, estes financiados por IGPM mais 12%, e como o IGPM subiu muito fala-se em 25% ao ano, e isso irá trazer problemas com certeza num cenário recessivo.

Crise já afeta mercado imobiliário do Brasil

Os primeiros efeitos da crise financeira mundial já começam a ser sentidos no Brasil. Um dos afetados é o mercado da construção civil: as vendas de imóveis usados já caíram quase 20% e os bancos estão mais exigentes para conceder o crédito imobiliário.

As empresas de construção, por sua vez, procuram alternativas para fugir dos gastos excessivos com a compra de terrenos. Muitas delas têm ações negociadas em bolsa de valores e, com as recentes quedas, têm bem menos dinheiro em caixa.

“O mercado financeiro ora está otimista demais, ora pessimista demais. Isso decorre exatamente de uma falta de visão do futuro. Como o futuro está turvo, na bola de cristal do mercado financeiro também não se enxerga nada”, comenta o economista da Global Financial Advisor, Miguel Daoud.

As ações de empresas do setor de construção na Bovespa oscilaram novamente diante da insegurança dos investidores. No cálculo feito por uma empresa de informação financeira, o valor de mercado de 28 empresas de construção com ações na Bolsa caiu mais de R$ 29 milhões este ano.

Juro e inadimplência

Trata-se de um desaquecimento inspirado nas altas na taxa de juros determinada pelo Banco Central e no nível de inadimplência, que subiu a 7,5% em agosto, o maior índice desde fevereiro de 2007. “Não é momento de tomar grandes decisões. Olhar para o futuro hoje é uma atividade de alto risco. Portanto, cautela é a melhor palavra”, orienta o economista Roberto Padovani.

“Antes da crise americana, se pediam muitos documentos, alguns deles que se sobrepunham uns aos outros. Nós até dizíamos que era um pouco de burocracia excessiva. Hoje nós dizemos o seguinte: num momento como hoje, estas duplicidades de garantia são boas. Acho que isso evita compra por impulso e evita que sejam emitidos créditos ruins”, acredita João Crestana, presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi-SP).

O maior banco a conceder financiamento imobiliário, a Caixa Econômica, diz que ainda não sentiu redução no ritmo dos negócios. Este ano foram comprados 330 mil imóveis com verbas da Caixa. o total liberado passa de R$ 15 bilhões. Grande parte desse dinheiro vem da velha caderneta de poupança, que hoje virou um investimento bastante seguro.

Globo

Rizzolo: Um das características desta crise, é estar relacionada com o mercado imobiliário americano, contudo a situação nossa difere da causa em si, mas absorve muito os efeitos da mesma. Os investidores estão cada vez mais preocupados com a liquidez, e imóveis sejam eles novos ou usados, não possuem a liquidez necessária em momentos de crise. As ações de empresas do setor de construção na Bovespa estão tendo forte queda diante da insegurança dos investidores.

É claro que numa crise como esta, imóveis como investimento, ficam como a última opção face a sua pouca liquidez. Algumas construtoras depois de amargar quedas seguidas na Bovespa, já encontram dificuldades para obter crédito e cumprir seu cronograma de investimentos, segundo analistas do mercado. Segundo pesquisa feita com 430 imobiliárias, pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo, as vendas de imóveis usados na cidade de São Paulo caíram 19,18% apenas entre o mês de agosto em relação a julho. As altas taxas de juros, a seletividade e o temor do efeito ” Incol”, afasta os investidores.

Alem disso, o PNBE (Pensamento Nacional das Bases Empresariais), avalia que o mercado imobiliário será o mais afetado pela crise internacional. Uma notícia nada boa para um setor que ora estava aquecido e agora sente o forte impacto. O alerta é preocupante, e o momento não é bom para se investir no segmento. Veja também Portal Exame