Evo Morales teme fuga dos narcotraficantes do Rio para Bolívia

O presidente boliviano Evo Morales, está preocupado com a possível fuga de narcotraficantes brasileiros para o seu país após a ofensiva policial às favelas do Rio de Janeiro. Para evitar que os traficantes cheguem à Bolívia, as autoridades locais reforçaram os controles na fronteira com o Brasil. A Bolívia está trabalhando em conjunto com o Brasil, que defende a cooperação de toda América Latina no combate ao tráfico.

Recentemente, comprovou-se que o Comando Vermelho, uma das facções do crime organizado do Rio de Janeiro, operava na Bolívia. E os dois países compartilham mais de três mil quilômetros de fronteira. O Brasil é o principal destino da cocaína boliviana e da droga que vem do Peru. Uma parte é comercializada no Brasil e o volume maior segue para África e Europa. Outros mercados são Argentina, Chile e Paraguai. Apenas 1% dessa cocaína segue para os Estados Unidos.

Na segunda-feira (28), os ministros da Justiça do Brasil, Luiz Paulo Barreto, e de Governo da Bolívia, Sacha Llorenti, decidiram potencializar a cooperação bilateral na luta contra o narcotráfico e a lavagem de dinheiro. Além disso, os dois países acertaram reforçar a vigilância na fronteira com sistemas modernos de controle dos aeroportos; e a Polícia Federal brasileira participará do intercâmbio de experiências, capacitação de policiais e no cruzamento de informações relativas ao narcotráfico.

De acordo com Barreto, o Brasil deseja criar um plano sul-americano de enfrentamento ao crime organizado e já se reuniu com representantes de Argentina, Uruguai e Paraguai, que se mostraram receptivos à ideia. Em dezembro, o ministro deve conversar também com autoridades do Peru.

“A melhor maneira de se combater este tipo de crime é com integração entre os países da região. A fronteira deve ser um espaço que facilite o trânsito de pessoas, que garanta o ir e vir de cidadãos, não o de drogas e armas, que deve ter seu comércio coibido de forma dura”, disse o ministro brasileiro.

Fonte: Inforel

Serra insulta outro país amigo: a Bolívia

O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, insultou a Bolívia e seu povo ao dizer que o país exporta 90% da cocaína consumida no Brasil e que o seu “governo é cúmplice”. “Você acha que a Bolívia iria exportar 90% da cocaína consumida no Brasil sem que o governo de lá fosse cúmplice? Impossível. O governo boliviano é cúmplice disto”, disse o tucano em entrevista à Rádio Globo, na quarta-feira.

Após a agressão, Serra tentou minimizar o ocorrido alegando que fez apenas “uma análise” da situação: “Não temo um incidente diplomático. A melhor coisa diplomática para o governo da Bolívia é passar a combater ativamente a entrada da cocaína no Brasil”. Justo a Bolívia, que acolheu o ingrato em sua Embaixada na manhã do dia 1º de abril de 1964.

O candidato do PSDB já tinha provocado a ira dos argentinos depois de declarar, durante reunião na Federação das Indústrias de Minas Gerais, que o Mercosul é uma “farsa”, que o bloco “só serve para atrapalhar” e é uma “barreira para o Brasil fazer acordos comerciais”. A Argentina é o principal parceiro comercial do Brasil no Mercosul.

Como se não bastasse atacar os países amigos do Brasil na América do Sul, o pré-candidato tucano está despejando números e informações falsas. Na sabatina com os presidenciáveis promovida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), terça-feira (25), ele disse que a taxa de investimento em São Paulo triplicou em seu governo. Foi corrigido por Gustavo Patu, da sucursal da “Folha” em Brasília: “O tucano José Serra misturou dados enganosos e de consistência duvidosa ao atacar a escassez de obras públicas no Brasil e exaltar a expansão desses investimentos durante sua gestão no governo paulista. Diferentemente do que disse, a taxa de investimentos públicos – a participação deles na economia – não chegou a triplicar em São Paulo. Passou de 0,43% para 0,97% do PIB estadual”.

No mesmo evento, José Serra disse diante dos representantes da indústria que o Brasil tem a “maior carga tributária do mundo”. O tucano excluiu alguns países desse mundo. A carga tributária no Brasil corresponde a 35,8% do PIB, (ver matéria na página 11) e está atrás de outros países como a França (46,1%), a Alemanha (40,6%), a Itália (42,6%), a Bélgica (46,8%), a Dinamarca (50%), a Áustria (43,4%), a Finlândia (43,6%), segundo a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) – Revenue Statistics (2009). Como pode alguém que se incensa como “experiente” e “preparado” cometer um erro primário desse?
hora do povo

Rizzolo: Essa postura de Serra no que tange aos países irmãos da América Latina é lamentável. Não podemos condenar, tampouco acusar os países vizinhos de serem coniventes com o narcotráfico. O estranho nisso tudo é a tendência ao ódio expressado por Serra aos países que compõem o Mercosul. A grande pergunta é saber como um pré candidato à presidência pretende , se eleito, conviver com os demais países da América Latina com um discurso como este. O autoritarismo esta sempre presente no bojo dos discursos de Serra, e isso podemos inferir sem ter que utilizarmos de muita observação. O destempero verbal de Serra para com a Bolívia é também revelador do despreparo do ex-governador de São Paulo para conduzir uma política externa com serenidade.

EUA querem usar aviões não-tripulados na América Latina

WASHINGTON – Os EUA estão transferindo para a América Latina uma de suas principais inovações militares, aprimorada no Iraque e na fronteira entre Afeganistão e Paquistão: os aviões não-tripulados de combate (UAV, na sigla em inglês). Da guerra ao terror na Ásia, o armamento deve ser levado para a guerra às drogas nas Américas. Em vez de membros da Al-Qaeda e do Taleban, os alvos serão traficantes latinos.

Apesar de sua grande capacidade de ataque, os UAVs devem ser inicialmente empregados em operações de vigilância na região. Estima-se que os EUA tenham atualmente 7 mil dessas aeronaves espalhadas pelo mundo – em 2000, elas não chegavam a 100.

O Comando Sul do Pentágono (Sothcom), que atua na América do Sul, Central e Caribe, confirmou ter realizado em maio dez missões de “batismo de fogo” do armamento no continente. Em uma delas, um aparelho ultramoderno modelo Heron decolou da base aérea americana de Compala, em El Salvador, e permaneceu por 20 horas despercebido filmando um barco. Suspeitava-se que a embarcação transportava drogas pela costa do Pacífico.

Segundo militares, as informações detalhadas fornecidas pela aeronave provaram que se tratava de um transporte de narcóticos. Com o sinal verde, a polícia salvadorenha entrou em ação. “Foi um início histórico”, comemorou à revista Time o comandante da Marinha Kevin Quarder, responsável pela operação batizada de “Monitoreo”.

Discrição

Até agora, os EUA só confirmaram testes em El Salvador. Mas Vanda Felbab-Brown, especialista em narcotráfico da Universidade Georgetown, afirmou ao Estado que “inevitavelmente essa nova tecnologia será usada também na fronteira dos EUA com o México” – principal front da nova guerra de Washington às drogas.

Além de México e El Salvador, Vanda lista Guatemala, Colômbia e Peru como países que devem entrar na zona de ação dos UAVs. Discreto, o armamento deve evitar polêmicas como a causada pelo acordo entre Washington e Bogotá que autoriza a ampliação de militares dos EUA na Colômbia.

A opção pelos UAVs na América Latina começou a ganhar força em 2003 com a captura de quatro seguranças privados dos EUA pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Os americanos estavam em um avião Cessna abatido enquanto fazia uma operação de vigilância na selva colombiana. Eles passaram cinco anos em cativeiro e foram libertados em julho de 2008, juntamente com a ex-candidata a presidente Ingrid Betancourt.

Aviões não-tripulados seriam “ideais para trabalhos sujos, por isso essa é uma escolha inteligente”, afirma Peter Singer, da Brookings Institution. “Não podemos pedir a equipes antidrogas que mantenham os olhos abertos por 20 horas seguidas. Poupa-se muito dinheiro se você distingue rapidamente uma lancha rápida carregada com cocaína de um barco com uma festa de estudantes.”

Primeira força policial do mundo a usar aeronaves não-tripuladas, a Polícia Federal (PF) adquiriu em julho três Herons. O equipamento ainda está em fase de testes.
agencia estado

Rizzolo: Os EUA estão dispostos a enfrentar o narcotráfico na América Latina. Os aviões não tripulados se apresentam como um instrumento adequado na sua aplicação. De forma similar o avião pode combater grupos terroristas, detectando os focos, facilitando dessa forma a repressão. Acho a utilização deste instrumento muito bem-vindo na América Latina, aliás quem é democrata de verdade, sabe que o que vem dos EUA está diretamente ligado à democracia, ao contrário daqueles que Chavez e outros líderes tanto aplaudem, como Irã, Rússia, Coreia do Norte e outros bichos…

Juristas condenam uso do Exército em projeto em morro do Rio

SÃO PAULO – O emprego das Forças Armadas em atividades como a realizada pelo Exército no Morro da Providência, região central do Rio de Janeiro, não é condizente com a função reservada às tropas da corporação, na opinião de juristas.

No último sábado, três moradores do Morro da Providência foram entregues por 11 militares que atuavam em um projeto social na favela a traficantes do Morro da Mineira, zona norte da capital fluminense, comandado por uma facção de criminosos rival da que domina a Providência. Os jovens foram torturados e mortos pelos bandidos.

“Não está no perfil do Exército fazer aquilo que é próprio da Polícia Militar”, disse à Reuters nesta quinta-feira o advogado constitucionalista Ives Gandra Martins.

O jurista afirmou que, entre as funções das Forças Armadas, também está a realização de obras sociais em locais como, por exemplo, a Amazônia. “Mas lá não é para impor segurança, mas para expandir o social numa população que ainda não têm.”

Maurício Corrêa, que foi presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) entre 2003 e 2004, concorda: “Não são forças adequadas para o tipo de combate à violência urbana, ao crime organizado, porque eles não têm formação para isso”.

“É a polícia comum que tem a habilidade, e inclusive a competência, para fazer esse tipo de policiamento.”

O ex-ministro da Justiça e do STF Paulo Brossard lembrou que o envio das Forças Armadas é prerrogativa exclusiva do presidente da República. “Especialmente se não for uma coisa rotineira. E aí (no Morro da Providência) não era (uma coisa rotineira) porque ele ia fazer uma tarefa que normalmente não é atribuída ao Exército”, argumentou.

Gandra Martins também criticou a ação das esferas do governo no caso. Para ele, as autoridades estão se concentrando na entrega dos três jovens pelos militares e deixando de lado os traficantes que receberam os jovens das mãos dos integrantes do Exército.

“Os que mais são responsáveis são os que mataram… e esses é que não estão sendo perseguidos pelo governo.”
Agência Estado

Rizzolo: A conclusão de que o Exército não deveria atuar no morro da Providência e sim a Polícia Militar, com todo o respeito ao nobre colega Ives Gandra, é o óbvio ululante, como dizia Nelson Rodrigues. Todos sabemos que a polícia Militar só não foi requerida em função do total descontrole do Estado na área dominada pelo narcotráfico. Condenar o uso do Exército na ação subsidiária, é o mesmo que não querer entender e enfrentar a realidade do crime organizado nos morros. Quanto à questão de que apenas o foco tem sido a punição dos militares procede. Precisamos punir todos os envolvidos. Na realidade o que mais o narcotráfico quer hoje é que o Exército se retire. A questão é simples, ou nos resolvemos o problema da criminalidade com autoridade, e para isso precisamos retirar maus policiais quer sejam do exército ou polícia militar, ou teremos – como já temos regiões que já não pertencem ao Estado e sim de ” índios com AR-15″.