O Povo Sorrindo no Shopping

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O tempo não ajudou: dia nublado, frio, feriado, e acabei fatalmente indo ao shopping. Estacionar no piso térreo, nem se fale! Não havia nenhuma vaga. Comecei, então, a dança de tentar o piso superior, rampa após rampa. Por fim encontrei o que estava procurando: uma simples vaga. Foi aí que me lembrei de que era véspera do Dia das Crianças e encontrei, enfim, a justificativa pela falta de vagas.

Descendo pela escada rolante, com olhar curioso, senti algo diferente naquele dia. As pessoas, os rostos, as roupas eram outras; o modo alegre de caminhar denunciava que aquele passeio, aquele dia, aquela compra, era especial. O shopping estava repleto de novos frequentadores – gente humilde, bem-vestida, com pacotes, e o rosto iluminado como eu nunca tinha visto. Muitos vinham da periferia, de ônibus, metrô, mas com uma certeza: consumir no Dia das Crianças, talvez como não faziam havia muito tempo.

Não é à toa que as vendas do Dia das Crianças surpreenderam o comércio varejista e já sinalizam um bom Natal. Duas pesquisas de instituições diferentes divulgadas ontem indicam que o desempenho das lojas neste ano foi cerca de 8% maior que o registrado na mesma data de 2008. O Dia das Crianças foi até agora a melhor data comemorativa de vendas para o varejo do ano, superando o Dia dos Pais.

Na preferência por presentes, os brinquedos lideram a lista e aumentam a representatividade na comparação com o Dia das Crianças do ano anterior. Cresce também a demanda por roupas, calçados e eletrônicos, que contam com grande variedade de produtos e preços, coerentes com a preferência de pagamentos à vista.

Consumir e presentear são um ato de generosidade dos mais pobres, essa parcela da população que há anos foi excluída e que agora ressurge num colorido real, formando um mosaico de gente diversa, alegre, com sede de futuro. Sonhar com dias melhores é exercitar o sentido de justiça, e as datas ficam bem mais alegres com o povo comprando, as crianças sorrindo, os estacionamentos lotados. Mesmo num dia nublado, num feriado lembrado, vendo rostos risonhos de gente feliz, que agora consome, ajeita a vida, criando um novo mercado para o nosso País.

Fernando Rizzolo

CÂMBIO-Dólar sobe quase 3%, na esteira do pessimismo global

SÃO PAULO – Apesar das atuações do Banco Central, o dólar subiu quase 3 por cento frente ao real nesta quarta-feira, acompanhando o forte pessimismo dos mercados acionários globais.

A moeda norte-americana fechou a 2,289 reais, em alta de 2,88 por cento.

“Lá fora, o medo (da recessão) continua… Isso pesou muito no mercado financeiro em nível mundial hoje”, avaliou Tarcísio Rodrigues, diretor de câmbio do banco Paulista.

O principal índice da Bovespa despencava mais de 7 por cento no final da tarde, enquanto as bolsas de valores norte-americanas recuavam mais de 3 por cento.

Com esse mau humor que se estendeu para o mercado de câmbio, o Banco Central realizou, além de um leilão venda de dólares no mercado à vista, dois leilões de swap cambial tradicional. Foram vendidos todos os contratos ofertados, em um volume equivalente a quase 1 bilhão de dólares.

Rodrigues observou que a grande procura por esses contratos de swap cambial, em que o mercado ganha quando a variação do dólar supera a do juro, pode refletir uma zeragem de posições vendidas que algumas empresas ainda sustentavam no mercado futuro de dólar.

Nesta quarta-feira, o BC divulgou que o fluxo cambial ficou negativo em 656 milhões de dólares no início de novembro.

O diretor de câmbio de uma corretora em São Paulo que preferiu não ser identificado avaliou que esse novo dado também contribuiu para o avanço do dólar. Ele também apontou o baixo volume de negócios no mercado de câmbio pela terceira sessão consecutiva.

Segundo operadores, o volume negociado no mercado à vista foi de 1,56 bilhão de dólares, abaixo da média diária de cerca de 3 bilhões de dólares.

Agência Estado

Rizzolo: O resultado da Petrobrás realmente foi um ” banho de água fria” na expectativa dos investidores, alem disso, as ações negociadas no mercado europeu fecharam em queda nesta quarta-feira, puxadas por papéis do setor bancário e petrolífero, que caíram com preocupações de mais perdas e piora do cenário econômico. O índice das principais ações européias FTSEurofirst 300 fechou em queda de 3,4%, a 853 pontos.

A situação no mercado internacional é crítica, e o Brasil parece agora cair na realidade, e o consumidor precavido não deve gastar seu 13º salário integralmente e aproveitá-lo para quitar dívidas como as do cartão e outras. Aqui na Europa só se fala nos cortes e demissões, ontem eram nas montadoras, hoje se fala nos Bancos. A ” marolinha” de Lula parece estar se transformando numa “onda do Havaí”. Não há porque estar entusiasmado, o melhor é enfrentar a realidade com firmeza e determinação sem se preocupar com ” popularidade. Quem puxou a quedas das Bolsas aqui na Europa foi o Credit Suisse, levando um tombo de 8,8% com conversas sobre uma grande perda de negócios.

O banco se recusou a comentar. O banco francês Natixis mergulhou 13,5%, depois de ter informado que sua unidade de núcleo de investimentos bancários teve grandes problemas no último mês, enquanto Barclays, Standard Chartered, Deutsche Bank e Société Générale também registraram perdas. Hoje um grupo de anarquistas foi preso aqui na França, depois de sabotarem linhas de trens, causando um tremendo transtorno. Uma vergonha.

PT usará projetos de Lula como arma no segundo turno

O Diretório Nacional do PT preparou munição para os 15 candidatos do partido que disputam o segundo turno das eleições municipais. Eles e os cabos eleitorais petistas receberam um dossiê com todos os investimentos feitos e a fazer, até 2010, pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas cidades brasileiras, particularmente naquelas em brigam pela vitória no dia 26. Só o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) tem obras no valor total de R$ 503,9 bilhões.

O mesmo documento preparado pelo PT mostra a distribuição das bolsas do Universidade para Todos (ProUni), por município, onde estão os 10 milhões de empregos criados desde a primeira posse de Lula, em janeiro de 2003, o número de beneficiados pelo Bolsa Família, em cada município, repasses para saneamento básico, educação, dragagem de rios e assinatura de convênios que envolvem a construção de pequenos ginásios de esportes e centros de saúde nos mais longínquos lugares. O forte, mesmo, são as obras do PAC. Elas estão nos 15 municípios em que o PT disputa a reeleição.

De acordo com um petista que atua no Diretório Nacional, a idéia de fazer o resumo de todos os investimentos do governo nos municípios surgiu ainda no primeiro turno e foi reforçada agora no segundo. Havia, de acordo com ele, queixas de petistas de que não conseguiam levar para suas campanhas as bondades feitas pelo governo federal. O material foi então resumido e posto à disposição dos petistas, na página do partido na internet. Mas, para acessá-lo, é preciso que a pessoa seja filiada ao PT, pois exige senha e o número do documento de filiação.

De acordo com o trabalho de orientação para os candidatos petistas, o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) passou de R$ 19,3 bilhões em 2003 para R$ 33,9 bilhões em 2007; a partilha da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (imposto do combustível) passou de R$ 322,1 milhões em 2004 para R$ 465,4 milhões em 2007; os recursos para a saúde saíram de R$ 13 bilhões em 2003 para R$ 19 bilhões em 2007; o salário-educação, de R$ 1,6 bilhão em 2004 para R$ 2,3 bilhões em 2007. No transporte escolar, os investimentos eram de R$ 241,9 milhões em 2004, e passaram para R$ 291,9 milhões em 2007.
Agência Estado

Rizzolo: Bem, os projetos elencados na “propaganda política”, na verdade, exceto os que já foram concluídos, são apenas “projeções”, até porque com a crise em que estamos vivenciando, é de bom alvitre a redução dos gastos públicos, o que na verdade influenciará em toda planificação orçamentária. O que precisamos insistir, é no fato real de revermos a nossa condição de investimentos face à crise; não fazer de conta que ela não nos atingiu, e “panfletar” projetos que com certeza serão à frente reconsiderados do ponto de vista orçamentário.

Se o governo não fizer a devida contenção imediata dos gastos públicos, obrigará o setor privado a fazer um ajuste ainda mais severo. Se pretendemos reduzir o impacto da crise sobre o bem-estar social, o aumento da poupança pública é um dos poucos instrumentos de suma importância, pois reduz o custo do ajuste, além de auxiliar a política monetária. Não há como evitar a escassez externa, mas o governo pode, ao menos, poupar para que a população não tenha de fazê-lo em seu lugar. Infelizmente essa é a realidade, prometer o chamado ” pé no acelerador” nessa crise imensa é no minimo ” propaganda enganosa”.

Lula e o efeito placebo

Quando todos imaginavam que poderiam contar com um “maná” vindo dos céus, como o ocorrido no deserto relatado pelo Antigo Testamento, ao receberem os resultados das urnas, tristemente constataram os apadrinhados que, posar ao lado do presidente, pouco efeito produz de concreto ao candidato apoiado; porém por outro lado, muito resultado é auferido ao próprio presidente, que com isso, acaba ganhando de certa forma mais popularidade.

Aliás num exercício de analogia, de nada adianta um cantor popular de música sertaneja se postar à platéia, e ao invés de cantar, pedir ao público que se encantem com seu outro amigo cantante; o público quer sim ouvir o cantor principal, não o recomendado. A transferência de votos tão apregoada e tão temida, perdeu-se na realidade das urnas. A condição dos indicados de Lula no palanque, indica também a derrota na emprestabilidade de seu prestígio a outros. Constata-se que a popularidade de Lula é sim de caráter personalíssimo.

O imaginário do eleitor em relação à popularidade de Lula, não se mistura com um outro candidato apoiado pelo presidente. Como que reconhecesse que estaria Lula prestando apenas uma deferência, ou um reconhecimento pessoal, o eleitor rechaça a transferência de voto e faz uma leitura pequena do gesto em si. Uma prova disso é o fato de o presidente ter tido pouca influência na eleição do Rio de Janeiro, assim como no resultado da candidatura de Marta, em São Paulo, bem como com Luiz Marinho em São Bernardo; embora tenha havido todos os esforços empreendidos, constatou-se um resultado muito abaixo do que o próprio presidente previa.

A análise de que as eleições municipais estão mais ligadas aos problemas do dia-a-dia do município, é procedente; contudo a pauta das propostas dos candidatos apoiados por Lula, eram centradas na essência do pensamento petista de desenvolvimento dos municípios, e nem assim essa combinação entre a proposta e a imagem, sensibilizou os eleitores. O melhor exemplo ocorreu em Natal, onde a adversária do PT foi eleita já no primeiro turno, o que foi uma derrota para Lula.

Da forma em que foram constatados os resultados das eleições municipais no país, e a participação da presença de Lula no palanque como fator de transferância de votos, podemos já prever que Dilma Roussef enfrentará problemas; talvez menores do que a decepção petista em São Paulo, ou em outras capitais. A lição do palanque sugere um remédio talvez na verdade, bem mais forte do que aquele experimentado e vivenciado pela mágica de Lula em gerar votos aos seus apadrinhados.

Fernando Rizzolo

Natal, manual de sobrevivência

Como já desejei Feliz Natal a todos os amigos e aos inimigos, me dou o direito de como judeu, e assíduo “freqüentador convidado” das mais inúmeras ceias na casa de amigos, esposa, famílias de ex.- esposas, namoradas, vizinhos, porteiros, zeladores, a dar algumas dicas aos que como eu, vagam do dia 24 a 25 de dezembro no espectro familiar ” do outro “, ou na doce companhia da solidão. Na maioria das vezes, como no Natal estou na qualidade de um observador, visitante e convidado, sempe, em toda minha vida, observei à distância as brigas familiares, as ” trocas de gentilezas ” entre os mesmos, e o que ocorre na maioria das vezes no dia 26 de dezembro, é eu acabar me tornando um tipo de “ouvido amigo”, um apaziguador, aos que não saíram imunes às brigas, aos mal olhares dos parentes que não viam há tempo, às alfinetadas dos cunhados e cunhadas, enfim tudo aquilo que acontece nos Natais, de gente normal, e que não pertence ao seu universo familiar próprio, mas sim, de quem está com você, dos seus amigos, dos meus, ou dos leitores em geral.

Observo que existe uma ” síndrome pre´- natalina “, uma mistura de angústia, ansiedade e depressão nas pessoas, mas a pergunta é : Por que? Muito dizem que os problemas familiares nesse dia se exacerbam, o ter que ficar ao lado dos familiares por certo tempo, por obrigação, leva sempre as pessoas, a uma reflexão, que pode ser boa ou ruim. Mas como eu de Natal nada entendo, e a referência que tenho é a que me contam, posso agora elencar alguns programas para você amigo solitário, budista, judeu, brigado com a família, malcriado, desaforento, ou sem família, para que, enfim, possa preencher seu tempo da melhor forma.

O manual de sobrevivência também chamado ” Um judeu perdido no Natal ” (risos.), por mim escrito, é claro, é um pequeno elenco de ” dicas” para os acima qualificados. Então vamos lá.

Primeira lição:

Ao contrário daqueles que odeiam o Natal, entenda como uma ” balada familiar”, de uma família que não é a sua, curta, beba, e com certeza você será o mais alegre da festa.

Se você for de origem judaica, convidado, tenho certeza que será a pessoa mais tranquila da festa, beberá, conversará com todos, será abordado por alguns, mal olhado por outros, e provavelmente poderá ser visto como um ” ET”( risos..), estranharão sua paz e felicidade, até porque não tem ninguém da sua família participando. Assistiram aquele filme ” Parente é Serpente “? Vai que é bom .

Procure no dia 25 ir a um restaurante chinês, os chineses não são cristãos e os restaurantes estão abertos e o melhor, vazios. Quem iria no Natal em restaurante Chinês? Pode ir que está vazio.

Vá ao cinema, pois os cinemas não fecham estão passando filmes ótimos.

No dia 24 à noite, se não foi convidado a passar na casa de ninguém, vá a um Pub; com certeza você encontrará um enorme contingente dos acima qualificados, e o melhor: ficar só de vez enquanto faz bem. Existe uma diferença muito grande entre estar fisicamente só, e o sentimento de solidão. Muitas vezes na vida não precisamos justificar a nós mesmos porque estamos só, não precisamos nos sentir abandonados ou não amados porque estamos em determinados momentos sós. Isso é quase, na nossa sociedade um Tabu, a sociedade ocidental cobra sempre o ” estar a dois “, o que é uma simples convenção. Ficar só sem culpa é um treino. Vai por mim.

Correr ou caminhar, é uma boa opção para dia 25, ou devorar livros, se você tem o meu problema, olhos que ardem ao ler; dica: tenha um colírio ” Lacrima Plus ” ao lado, consolando os olhos, vai te dar conforto, e a leitura irá render mais.

Se você for sócio da Hebraica de São Paulo, vá ao Japonês, mas chegue cedo, porque a população é grande, e a fome é muita. Ou se quiser radicalizar, vá ao lado do Japonês e coma Casher ( risos..)

Enfim, quando você se ter der conta, o dia 25 acabou, você preencheu seu tempo, pode ter até conhecido gente nova, pode ter lido quase um livro interio, pode ter se ” entrolhado de sushi “, e com uma ” baita azia “; poderá também, ter corrido 8 km no Ibirapuera, ou no Parcão na minha querida POÁ, agora, não se esqueça ao chegar em casa, de entrar no Blog do Rizzolo, porque com certeza, eu percorri todos esses programas típicos de ” Um judeu perdido no Natal “, e as nossa experências terão valido à pena.

Feliz Natal a todos vocês!

Natal é uma festa alegre e de reflexão , muita paz para vocês !

Fernando Rizzolo