Com Bolsa Família e saúde não se brinca

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*por Fernando Rizzolo

Soube que foi uma correria, gente por todos os lados, alvoroço nos bancos… andavam dizendo que o Bolsa Família iria terminar. Puro boato maldoso, mas para o povo, entre o boato e a verdade, melhor sacar o dinheiro. Afinal, como passar sem esse dinheiro líquido e certo, ou, já, como diz o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, “Vivemos tempos líquidos. Nada é para durar“. Portanto, por que não aplicar essa premissa ao considerarmos mesmo um boato como o prenúncio do fim do “dinheiro líquido”.

A verdade é que o Bolsa Família não terminará nem se um dia a oposição governar esse país. Ninguém quer enfrentar a extinção de um recurso já enraizado na população e que garante, entre outras coisas, o voto; portanto, melhor enxergarmos os benefícios sociais em todos os seus aspectos e definitivamente não brincarmos com a chamada transferência de renda. Caso contrário, o povo se mobiliza até em fim de semana.

Aliás, já não é de hoje que observo a capacidade do povo brasileiro de indignar-se, mas apenas em relação a alguns temas, e isso é admirável. Poucas vezes vemos o povo insurgir-se em relação à falta de investimentos por parte do governo. Em relação à inflação o povo também não se assusta, vez que os sindicatos já sinalizam pela volta do velho “gatilho”. Infraestrutura, então, deixa para depois… E assim o Brasil torna-se, aos olhos do mundo, o conhecido país da alegria e do Carnaval, dias em que tudo se torna azul.

Já na área da saúde enfrentamos o “apagão médico”. Dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), na abertura de sua assembleia anual, em Genebra, revelam que, no Brasil, a proporção de médicos por habitante é menor que a dos demais países emergentes e corresponde a cerca da metade do índice europeu. No Norte e no Nordeste, as taxas se aproximam às de alguns dos países mais pobres do mundo. Não há solução em curto prazo, a não ser importar profissionais, até porque, com a escassez de médicos os salários chegam a quase US$ 4 mil, ou seja, R$ 8 mil reais – por apenas quatro horas de trabalho diário (20 horas semanais). A pergunta que salta aos olhos: que prefeitura desse país tem dinheiro para contratar tais profissionais, que não têm culpa dos efeitos da lei de oferta e procura pelos seus serviços?

E, já concluindo porque meu café está esfriando, ter dinheiro para o Bolsa Família leva o povo a se alimentar melhor e a exigir melhor saúde pública. Assim, pela lógica, podemos logo concluir que com saúde não se brinca, com Bolsa Família tampouco, e a melhor luz para o apagão médico é ouvir menos os setores corporativos e importar mais soluções – mesmo que as soluções sejam os próprios médicos. Já com o Bolsa Família, o melhor é perpetuarmos o programa, a não ser que um dia os investimentos e as propostas de crescimento tenham a mobilização popular oriunda de um simples boato.

Chávez se solidariza com chuvas no nordeste do Brasil e oferece ajuda

CARACAS- A Venezuela expressou nesta terça-feira, 22, sua solidariedade com o Brasil, especialmente com os habitantes de Pernambuco e Alagoas, pela tragédia causada pelas fortes chuvas que atingiram os estados na última semana e que já deixaram ao menos 41 mortos e 607 desaparecidos.

“O presidente Hugo Chávez transmite suas mais sentidas condolências aos familiares e amigos das milhares de vítimas, e manifesta seu profundo pesar pelos numerosos danos materiais causados por este fenômeno”, afirmou um comunicado da chancelaria venezuelana.

Segundo o texto, o “governo bolivariano” colocou à disposição do Brasil “os meios humanos e materiais que modestamente possam contribuir modestamente para salvar vidas e aliviar as dificuldades provocadas por esta catástrofe”.

Além disso, Caracas expressou sua confiança em que o povo brasileiro “saberá superar esta adversidade graças a seu espírito combativo e solidário.
agência estado

Rizzolo: É nesse momento que realmente encontramos os países solidários e amigos. Quando muitos apregoam a desunião, o fim do Mercosul, lançam verbalizações demoníacas contra Hugo Chavez, surge a Venezuela nos estendendo a mão. Eu não vi até agora nenhum país europeu, se solidarizar com a catástrofe do nordeste. A união dos países da América do Sul e o respeito que devemos ter com a democracia participativa venezuelana são prerrogativas essenciais a um candidato à presidência. Devemos enxergar a solidariedade bolivariana como um a demonstração de carinho ao nosso povo, agora os radicais não gostam , não é ? Para eles o povo do nordeste que se dane, e romper com os nossos vizinhos é o sonho de verão de todo radical de plantão. Eu conheço a Venezuela, suas favelas, e o avanço social que o Chavez empreedeu, antes de falar mal sugiro: vão lá e vejam.

No sertão baiano, agora tem moto e frango congelado

O termômetro marcava 42 graus no início de uma tarde de dezembro no distrito de Gonçalo, o mais populoso do município de Caém (BA), a 330 quilômetros de Salvador, no sertão baiano. A maioria dos quase 3 mil moradores escondia-se em suas casas para fugir do calor.
O ambiente hostil, porém, não desestimulou um grupo de vendedores de consórcio de uma concessionária de motocicletas do município vizinho de Jacobina. Eles atravessaram uma estrada de terra para satisfazer o novo sonho de consumo dos habitantes do povoado. As bicicletas, ainda o principal meio de transporte no distrito, pouco a pouco estão sendo deixadas de lado e trocadas pelas motos. “A promessa de vendas compensa o esforço”, justifica Manoel Vitor, um dos vendedores.

A cena é nova e reflete uma pequena revolução em curso no sertão baiano. É em locais como Gonçalo – que ainda desconhece o asfalto e tampouco recebe sinal de telefonia celular – que se percebe mais facilmente o impacto do crescimento de renda das populações mais carentes. Os seguidos aumentos do salário mínimo acima da inflação, o acesso facilitado a empréstimos, em especial os consignados, e o fortalecimento de programas de distribuição de renda, como o Bolsa Família, são apontados como os desencadeadores das mudanças.

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social, praticamente todas as famílias de Caém (3.135) foram cadastradas como de baixa renda (renda familiar per capita menor ou igual a meio salário mínimo). Mais da metade delas recebiam o Bolsa-Família.

Até recentemente, Gonçalo não passava de um conjunto de casas pobres, todas térreas e coladas umas às outras, habitadas por trabalhadores rurais. A população era abastecida por dois mercadinhos. Itens mais “nobres”, como remédios e material de construção, só em Caém, quando não apenas em Jacobina ou Salvador. “A gente não sabia o que era um frango congelado ou uma calabresa. Nem conseguia comprar roupas”, lembra o comerciante Amilton de Queiroz Souza, de 35 anos. “O que se consumia era, basicamente, o que era produzido aqui.”

O panorama tem mudado rapidamente. Souza, por exemplo, montou a primeira loja de material de construção do local há cinco anos, hoje emprega duas pessoas – está em busca de uma terceira – e fatura entre R$ 40 mil e R$ 50 mil por mês.

Com o tempo, abriu ainda uma farmácia, que começará a funcionar em breve também como posto bancário.

Irmão de Souza, Angelo Marcos de Queiroz, 37 anos, está há 15 à frente de um dos mercados pioneiros na cidade, que leva seu sobrenome. Em meados de dezembro, deixou de lado o imóvel antigo, que mais parecia um boteco de beira de estrada, para inaugurar um novo estabelecimento, já assemelhado aos supermercados de cidades maiores. “Temos de modernizar, porque todo mundo melhorou de vida e já consegue comparar nosso comércio ao de outros lugares”, conta. De acordo com ele, o faturamento da loja é duas vezes maior que há cinco anos.

Moradores, como a sorridente aposentada Alaíde Dias da Silva, de 64 anos, vão com cada vez mais frequência à loja. “Compro mais porque a aposentadoria está maior”, diz. “Já passei por muito aperto nesta vida, mas agora consigo pagar as contas e comprar coisas, para mim e para meu filho.”

Em um local carente de quase tudo, o campo é grande para ser desbravado pelos empreendedores locais. Nos últimos tempos, Gonçalo ganhou uma loja de eletrodomésticos, duas de roupas, duas lan houses e uma de informática, montada graças à popularidade dos pontos de acesso público à internet.

Problema

Apesar da cena animadora, o incremento da renda, em especial por meios não diretamente relacionados à produção, como nos casos de sistemas de distribuição de renda do governo e de empréstimos, começa a causar problemas até para um distrito em que praticamente todo mundo se conhece.

Proprietário do maior mercado de Gonçalo, Angelo Matos de Queiroz é muito cético em relação a programas como o Bolsa Família. “Claro que ajuda a circular dinheiro, mas cria um problema: ninguém mais quer saber de trabalhar”, afirma. “Tenho vaga em aberto e estou perdendo funcionários. Eu contratava um rapaz na minha panificação que sabia o trabalho, mas não queria fazer, porque preferia receber esse negócio aí.”

Os empréstimos, em especial os consignados, para funcionários públicos e aposentados, também causam temor na vila. “Isso é uma bomba de efeito retardado”, avalia Amilton de Queiroz Souza, da loja de construção. “O pessoal vê a facilidade de pegar R$ 4 mil ou R$ 5 mil, para pagar em quatro ou cinco anos, e vai fazendo dívida, achando que assim é mais fácil fazer uma casa para um filho. Está errado, mas eles vão acabar vendo isso.”

A informação é do jornal O Estado de S. Paulo

Rizzolo
: É claro que a notícia começa bem mas é tendenciosa, pois acaba criticando o Bolsa Família que é um excelente programa de transferência de renda, é claro que há necessidade de se criar mão-de-obra especializada, dar empregos, porem antes de tudo conta-se o combate à miséria e a fome. Além disso o Bolsa Família tem um ganho secundário agregado a lingo prazo, pois vincula o auxílio à educação dos filhos projetando o combate ao analfabetismo, promovendo assim a educação.

Piauí bate recorde histórico na geração de empregos em novembro

Segundo a avaliação do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgada nesta tarde pelo Ministério do Trabalho, em novembro de 2009 foram gerados 2.791 empregos celetista, o equivalente à elevação de 1,34% em realação ao mês anterior.

Segundo o Caged, em termos absolutos e relativos, este resultado foi o melhor de toda a série histórica do Caged para o período. Os setores que mais influenciaram o desempenho positivo foram os do Comércio, da Construção Civil, de Serviços, da Agropecuária e da Indústria de Transformação.

Nos onze primeiros meses do ano foi registrado um aumento de 14.681 postos de trabalho, o que equivale a 7,48%. Para o Caged, este resultado também foi o melhor de toda a série histórica, em termos absolutos e relativos.

Teresina está entre as 50 cidades que mais geraram empregos de carteira assinada no mês de novembro deste ano. Somente na capital, o saldo de empregos em novembro foi de 1.892 com variação de 1,35%.

Em relação ao Estado, também registram saldo positivo de empregos as cidades de Campo Maior, Esperantina, Floriano, José de Freitas, Oeiras, Parnaíba, Pedro II e Picos.

Fonte: Ministério do Trabalho
Rizzolo: Essa passou a ser a realidade no nordeste, que graças aos programas de desenvolvimento e inclusão chegam a este número inédito. A inclusão da Venezuela no Mercosul trará mais desenvolvimento ainda aos Estados da região.