Quase metade dos adultos do país está acima do peso, diz IBGE

Quase metade da população adulta brasileira, com 20 anos de idade ou mais, está acima do peso, sendo que cerca de 15 por cento desses são considerados obesos, segundo pesquisa divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE.

“O excesso de peso e a obesidade são fenômenos crescentes e aparecem de forma generalizada. As informações sobre excesso de peso são muito contundentes”, disse a coordenadora do instituto, Márcia Quintsler. As classificações sobre o peso têm como referência parâmetros utilizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O problema do excesso de peso atinge mais homens que mulheres, embora a diferença seja considerada pequena. Já a obesidade é maior entre as mulheres, segundo o IBGE.

De acordo com a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), em 2009, 49 por cento dos brasileiros com 20 anos ou mais apresentavam excesso de peso, sendo que entre os homens esse patamar chegou a 50,1 por cento e entre as mulheres é de 48 por cento. O resultado representa, de acordo com o IBGE, um grande salto estatístico em relação ao perfil observado na década de 1970.

O sobrepeso é maior entre os que têm 55 anos e 64 anos, sendo que 60,7 por cento apresentam sobrepeso. “O excesso de peso foi diagnosticado em cerca de metade dos homens e das mulheres, excedendo em 28 vezes a frequência do déficit de peso, no sexo masculino e em 13 vezes no feminino”, disse o IBGE em comunicado.

O problema da obesidade, identificado em 14,8 por cento dos adultos brasileiros, é mais grave entre as mulheres (16,9 por cento) do que entre os homens (12,5 por cento).

O excesso de peso e a obesidade foram observadas em todas as faixas etárias pesquisadas pelo IBGE, independentemente do sexo, da região ou do estrato de renda. Márcia Quintsler observou, no entanto, que “nos homens, o excesso de peso e a obesidade têm mais equivalência com a renda”.

“Há uma tendência de evolução temporal do excesso de peso e obesidade com aumentos modestos ou até mesmo estabilidade de 1974 a 1989 e aumentos explosivos entre 1989 e 2009”, afirmou o

IBGE.

INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

O excesso de peso foi identificado em 2009 em uma em cada três crianças de 5 a 9 anos (33,5 por cento), o equivalente a um salto de 20 pontos percentuais em 20 anos.

Entre os 34,8 por cento de meninos com sobrepeso, quase metade (16,6 por cento) apresentou obesidade (mais de quatro vezes os 4,1 por cento de 1989). Nas meninas, de 32 por cento com sobrepeso, um terço (11,8 por cento) era obesa (quase cinco vezes os 2,4 por cento registrados em 1989.

O avanço do aumento de peso entre adolescentes com idade de 10 a 19 anos se manteve nos últimos 34 anos. No sexo masculino, o índice passou de 3,7 por cento para 21,7 por cento. Já entre as mulheres, as estatísticas saltaram de 7,6 por cento (1974-1975) para 19,4 por cento (2008-2009). Entre os dois sexos, o sobrepeso tendeu a ser mais frequente em áreas urbanas que em rurais.
estadão

Rizzolo: O excesso de peso é um problema não só do Brasil como da humanidade no pós-moderno. Com efeito o aumento de peso tem estrita relação com o desenvolvimento econômico, com o estilo de vida, e nas formas pelas quais a maioria dos produtos comercializados no setor de alimentos são fabricados. Apenas com uma grande campanha de conscientização dos males da obesidade, poderemos conter essa verdadeira epidemia do mundo contemporâneo. A pesquisa em questão mostra uma realidade, e nos leva já a pensar em programas de saúde pública preventivos nesse segmento.

Resgatando os padrões de beleza

*por Fernando Rizzolo

Bem que tentei lembrar o nome dela – acho que era Carla –, mas onde morava sei exatamente até hoje. De qualquer forma, eu passava em frente à casa dela todos os dias, pois fazia parte do meu trajeto até a universidade. Seu rosto era meigo e seu olhar doce. Na época ela devia ter uns 17 anos. Contudo, quando soube da notícia, confesso que fiquei intrigado. Carla era para mim o tipo de menina bonita, daquelas não muito altas, um pouquinho acima do peso, porém de corpo bonito – o conjunto fazia dela, como disse, uma menina bonita, mas fora dos padrões da mídia.

E foi por causa de tanto assistir à TV, de admirar as modelos magérrimas e de olhos cansados que eu soube que a menina de rosto meigo e olhar doce – a Carla –, por não aceitar seu corpo roliço, seu jeito de ser, seu padrão de beleza genético, fora vítima do que se chama em medicina de anorexia nervosa, uma disfunção caracterizada por uma rígida e insuficiente dieta alimentar que resulta em baixo peso corporal. No caso dela, segundo os médicos, a doença estava ligada a problemas de autoimagem, dismorfia. Carla tinha dificuldade de ser aceita pelo grupo de amigas que seguia um padrão de corpo imposto pela mídia – meninas magras, esqueléticas, com olhar semipálido. E é esse mesmo padrão midiático que determina também a forma como se trata a sexualidade das adolescentes nos dias de hoje.

Cada vez mais, jovens como Carla sucumbem aos padrões determinados pela mídia, submetendo-se a dietas rigorosas, numa condição de não aceitação do próprio corpo, de sua forma de ser. Foi com base nessa problemática que a professora de jornalismo e comunicação de massa da Universidade de Iowa (EUA), Meenakshi Gigi Durham, identificou os mitos criados pela mídia no tratamento da sexualidade, com efeitos nocivos para o desenvolvimento das meninas e a liberdade das mulheres. De acordo com a pesquisadora, é imposto às crianças e às jovens um único padrão de beleza possível. E como a imagem de garotas estampadas nas revistas é irreal as meninas têm que comprar produtos que vão de cosméticos a cirurgias plásticas para atingir a “perfeição” a fim de acompanhar este padrão, enquanto outros aspectos de sua vida são relegados a segundo plano.

O grande desafio atual, não só no Brasil, mas em muitos outros países, é encontrarmos mecanismos de controle da mídia no que concerne a essa massificação padronizada em relação ao tipo ideal do corpo feminino, que visa, acima de tudo, aos interesses corporativos na venda de produtos de beleza, levando jovens adolescentes à busca de um padrão de perfeição subserviente às demandas do mercado, aniquilando o conceito natural de beleza e desestruturando-as do ponto de vista emocional. Carla foi mais uma vítima dessa violência e nem sequer se dava conta de que tinha um rostinho meigo e um corpinho bonito.

Fernando Rizzolo

“Chega de corrupção e rolo para deputado federal Fernando Rizzolo- PMN 3318”

Foto de passageiro obeso em avião obriga companhia a se explicar

A imagem de um passageiro obeso espremido numa poltrona da classe econômica reacendeu o debate nos Estados Unidos sobre como as empresas aéreas lidam com o grande número de passageiros acima do peso.

A foto, postada num blog sobre aviação, e publicada no site do inglês “Daily Telegraph”, foi tirada por um dos clientes para ilustrar a dificuldade da empresa em acomodar os passageiros em seus assentos.

Não está claro, segundo o jornal, se o passageiro está consciente de que sua foto foi tirada ou se o voo, um avião de carreira da American Airlines, decolou com o passageiro com metade do corpo para fora do assento.

Segundo o “Telegraph”, algumas empresas aéreas já oferecem cintos de segurança maiores para passageiros acima do peso em cumprimento a normas de segurança, mas boa parte dos voos de carreira insistem para que passageiros obesos comprem uma poltrona extra.

A americana Southwest tem uma política que orienta os passageiros que não se encaixam entre os dois braços das poltronas a comprar um segundo bilhete que é reembolsado caso o voo não esteja cheio.

A American Airlines não tem uma regra, mas pede aos passageiros para “identificar, antes do horário do voo, se precisará de dois assentos”.

A imagem, aparentemente feita num Boeing 757, foi postada no blog sobre aviação “Flightglobal”, do escritor Kieran Daly.

O autor do blog disse ao diário inglês que a foto foi enviada para ele com “absoluta garantia de que é genuína por um comissário de bordo da American Airlines”.

Em um comunicado, a empresa afirmou que “não poderia ainda confirmar se a imagem foi feita ou não por algum membro da tripulação do voo” e que vai “investigar a situação internamente para determinar se algumas das políticas da empresa não foram corretamente aplicadas”.

“A American Airlines tem entre suas principais preocupações a segurança e o conforto dos seus passageiros e tripulações e, consequentemente, passageiros são orientados a reservar dois assentos se eles sabem que vão precisar. Se o voo não estiver lotado, todavia, as necessidades destes passageiros são atendidas sem custos, sempre que possível”, diz a empresa.
globo

Rizzolo:Bem aí existem duas questões: primeiro entendo que as companhias aéreas devem provisionar alguns assentos para pessoas obesas, assim como existem acomodações para deficientes, e mais não só as companhias aérea mas todos os locais públicos. É fato notório que a obesidade está se tornando um questão de saúde pública. O segundo ponto de vista é que os gordos ou obesos devem se submeter a tratamento específico como redução do estômago e outros métodos, a pior condição imposta a um obeso não é a falta de assento, e sim a falta de coragem e recursos para se submeterem aos devidos tratamentos.