Não quero “papo” com vocês

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* por Fernando Rizzolo

Uma das coisas mais difíceis na vida é tentar dialogar ou nos aproximar de quem não está disposto, de forma alguma, a este movimento conciliatório. Isso, em todas as situações – quer no plano familiar, nas amizades, no trabalho. Parece que algo maior impede tais pessoas de um gesto superior em nome da paz, da construção ou até do reconhecimento daquele que, por inúmeros motivos, estende a mão e quer, sim, dialogar.

Eu mesmo já enfrentei várias vezes a postura de pessoas refratárias ao diálogo. Mas, por mim, tenho a consolação de que tais comportamentos são universais e não apenas interpessoais. Isso ocorre também, e principalmente, no âmbito da política internacional, de modo que podemos, diante da história, aferir que muitas das desavenças provocadoras de guerras mundiais ou locais se deram em razão deste espírito de fechar as portas ao bom entendimento.

No mundo pós-contemporâneo, podemos observar essa postura nas relações do Oriente Médio, onde Israel tenta o diálogo. Enfrenta, porém, o fundamentalismo daqueles que querem defender seu ponto de vista por meio da violência, o que, é claro, acaba gerando violência da parte contrária, legitimada pela proteção do Estado Judeu.

No Brasil, estamos vendo algo que jamais poderíamos imaginar que ocorresse na nossa jovem democracia. A oposição, ao exemplo dos radicalismos incoerentes, não está disposta ao diálogo, à união, ao entendimento e, o pior, faz de tudo para que a primazia na construção de um Brasil mais unido – como o apregoado pela presidente Dilma – seja desmantelada, descontruída, simplesmente porque existe uma infantilidade democrática em não aceitar a derrota numa eleição democrática. Observamos hoje um Brasil em que parte da população, principalmente no Sul e no Sudeste, expõe nas redes sociais seu preconceito e intolerância aos nossos queridos irmãos nordestinos, algo inconcebível no âmbito de uma democracia saudável e madura.

O Brasil é um só e todos temos o dever de contribuir para sanar obstáculos, combatendo a corrupção, os gastos públicos e a inflação. Tal empreitada, entretanto, deve ser feita a partir da união, com respeito à democracia, às diversidades regionais, às diferenças e, acima de tudo, mantendo-se um patriotismo constitucional.

Sei como é difícil conversar com alguém que não quer “papo” com você, como disse há pouco. Eu mesmo, muitas vezes, não consegui. Mas, quem sabe, os articuladores políticos do Congresso, os interlocutores entre governo e oposição, consigam. A presidente Dilma já estendeu as mãos, assim como eu e tantas pessoas nesse mundo já fizemos. Confesso que não tive sucesso, fracassei, pois, talvez, não seja suficientemente habilidoso. Em relação ao Brasil, todavia, sou otimista. Sei que a união vencerá o ódio e, enfim, acabaremos com essa história triste apregoada por alguns de que agora “Não quero ‘papo’ com vocês”… Vamos, sim, bater papo com todos e construir um Brasil fraterno.

Blogueiro iraniano é condenado a 19 anos de prisão, diz ativista

Um tribunal do Irã condenou um pioneiro blogueiro do país a mais de 19 anos de prisão, disse à Reuters um ativista de direitos humanos nesta terça-feira, 28

O iraniano-canadense Hossein Derakhshan, que usava o apelido “the Blogfather” e é considerado o responsável por uma revolução nas redes de blogs iraniana, está preso na República Islâmica desde 2008, segundo a mídia por ser suspeito de espionagem para Israel.

“Fomos surpreendidos com a condenação de Derakhshan a mais de 19 anos de prisão por cooperação com países hostis, propaganda política e insulto a figuras religiosas”, disse à Reuters um ativista de direitos humanos, que pediu anonimato.

A agência de notícias semioficial Fars citou “uma fonte judicial informada” dizendo que a condenação imposta a Derakhshan não era definitiva e que o blogueiro ainda pode recorrer. Autoridades do Judiciário não estavam disponíveis para comentar.

Derakhshan era jornalista em Teerã antes de mudar-se para Toronto em 2000. Ele ficou famoso ao publicar na Internet instruções sobre como começar blogs no idioma Farsi, dando início a uma explosão de blogs na língua oficial do Irã.

Em Ottawa, o chanceler canadense Lawrence Cannos disse que estava profundamente preocupado com a notícia sobre a condenação.

“Nossos funcionários continuam tentando confirmar essas reportagens de Teerã. Se for verdade, isso é completamente inaceitável e injustificável. O Canadá acredita que ninguém deve ser punido em nenhum lugar simplesmente por exercer o direito da liberdade de expressão”, disse o ministro em comunicado.

Derakhshan, que no passado era crítico ao governo do Irã, visitou Israel em 2006. O Irã não reconhece Israel como um Estado, e os iranianos são proibidos de viajar para lá.
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Rizzolo: Falta muito ao Irã a compreensão do que significa os direitos fundamentais da pessoa humana, isso em muitos segmentos, no Judiciário iraniano, nas interpretações e conceitos sobre as penas, e acima de tudo em relação à liberdade de pensamento. Se eu vivesse no Irã, por este Blog, já estaria condenado há muitos anos, ainda mais sendo judeu, imaginem a minha situação. Por esta e por muitas, sou um amante da liberdade, gosto de viver aonde eu possa expressar-me, e no Brasil liberdade é que não falta, há tanta liberdade que alguns jornais se portam como verdadeiros partidos políticos de oposição, e isso sim é estranho, tão estranho quanto a prisão do pobre blogueiro iraniano.

Só haverá 2º turno se rivais do PT virarem 5 milhões de votos

Análise: José Roberto de Toledo

As oscilações registradas pela pesquisa Ibope se devem principalmente à conversão dos indecisos. Eles caíram de 8% para 5% em uma semana e beneficiaram os candidatos de oposição. Com isso, a soma de brancos, nulos e indecisos chegou a 10%. Está muito próxima do que foram os brancos e nulos na eleição de 2006: 8,4%.

Logo, a fonte de votos dos indecisos está se esgotando como fator de crescimento dos oposicionistas. Na semana que falta até a eleição, José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV) precisarão, necessariamente, “roubar” eleitores de Dilma Rousseff (PT) para conseguir levar a eleição para o segundo turno.

Não é uma tarefa fácil. Dilma tem cerca de 10 milhões de votos a mais do que a soma dos adversários. Se cooptarem metade, ou seja, 5 milhões de eleitores, haveria uma boa chance de segundo turno. Isso equivale a virar 625 mil votos por dia, de hoje até a eleição.

Para isso ocorrer, é necessário um fato novo. As denúncias apresentadas até aqui contra a candidatura da petista parecem estar perto do limite de seu impacto eleitoral.

A queda da ministra Erenice Guerra, da Casa Civil, teve um impacto limitado sobre a eleição. Apenas 27% dos eleitores souberam da demissão, tomaram conhecimento que a causa foi a acusação de que filhos da ministra intermediaram negócios com o governo e acham que isso é verdadeiro em algum grau. Mas 1 em cada 3 desses ainda vota em Dilma.

Na prática, apenas 9% dos eleitores admitem que o caso influenciou ou pode influenciá-los: 4% dizem que já mudaram de candidato e 5% afirmam que estão repensando seu voto. Porém, os percentuais são iguais para os eleitores de Dilma e de Serra. Logo, eventuais mudanças podem anular umas às outras.

A exigência de dois documentos para poder votar (título de eleitor e um documento com foto) não parece ser um fator decisivo no resultado da eleição. Nada menos do que 95% sabem da exigência e estão preparados para levá-los à urna. Não há diferença nisso entre os eleitores de Dilma e de seus adversários.

Rizzolo: No tocante a vantagem de Dilma , isso me parece já consolidado, já em relação aos documentos exigidos para o voto, entendo que essa exigência de dois documentos é um exagero burocrático, ao meu ver isso só dificultará o exercício da democracia. Fica claro que nos lugares mais distantes desse imenso Brasil, isso poderá afetar a população mais pobre que não possui toda a documentação exigida. O PT entrou com um pedido para que seja revista essa exigência vamos aguardar.

Lula: “Vamos derrotar tucanos e alguns jornais e revistas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a fazer críticas contundentes à imprensa e à oposição durante comício realizado na tarde deste sábado (18), em Campinas (SP). Lula disse que algumas reportagens publicadas por jornais e revistas do país são uma “vergonha”. De acordo com ele, alguns veículos de imprensa se comportam, neste momento de campanha eleitoral, como partidos políticos.

“Tem dia que determinados setores da imprensa brasileira chegam a ser uma vergonha”, disse o presidente. “Se o dono do jornal lesse o seu jornal ou o dono da revista lesse a sua revista, eles ficariam com vergonha do que eles estão escrevendo exatamente neste momento.”

Segundo o presidente, algumas publicações “destilam ódio e mentiras” sobre o governo porque não se conformam com as realizações de seu mandato. Lula disse também que alguns jornais e revistas do país se comportam como partidos políticos.

No palanque da campanha de Dilma Rousseff à Presidência, Lula recomendou que a candidata não “perca o bom humor” por denúncias. “Se mantenham tranquilos, porque outra vez, Dilma, nós não vamos derrotar apenas os nossos adversários tucanos. Nós vamos derrotar alguns jornais e revistas que se comportam como se fossem partido político e não tem coragem de dizer que são partido político, que têm candidato e não têm coragem de dizer que têm candidato, que não são democratas e pensam que são”, disse o presidente.

“Eles não suportam escrever que a economia brasileira vai crescer 7% este ano, não se conformam é que um metalúrgico vai criar mais emprego que presidentes elitistas que governaram este País”, completou.

Lula, contudo, reafirmou ser contra censurar a imprensa. De acordo com o presidente, os cidadãos é que devem escolher as suas fontes de informação. “Não sou eu quem vou censurá-la [a imprensa]. É o telespectador, o ouvinte e o leitor que vão escolher aquilo que presta e aquilo que não presta.”

Ao início do discurso, Lula disse que estava com “coceira na língua” para falar. “A Dilma pediu para me conter, o presidente do partido pediu pra me conter, mas não vou me conter”, afirmou, seguido por gritos de “fala” do público.

“Estou com muita dúvida em relação ao que falar. Eu preciso ser um homem contido porque sou presidente da República e pelo fato de ser presidente eu preciso medir minhas palavras para que os nossos adversários não inventem coisas a meu respeito”, disse. Bem-humorado, Lula disparou contra o PSDB: “Não tem nada que faça um tucano sofrer mais que ter um bico tão grande para falar e tão pequeno para fazer”.

Com agências

Rizzolo: O grande problema da oposição e da mídia, que se porta como um partido político é acusar sem provar para ter sim um ganho eleitoral. Quantas denúncias houver, mesmo sem provas, entendo que a postura do governo é correta, afasta-se os suspeitos e esvazia-se o discurso político eleitoral. Ao invés da oposição e a mídia procurar contrapor os programas de governo, procuram apenas “criar” factoides eleitorais para ver se com isso Serra ganha “uns pontinhos”, é impressionante, todo dia inventam uma suspeita, mas o povo brasileiro já sabe disso, e quanto mais acusam sem respaldo probatório, a esmo, mais Dilma sobe. Mudar o quadro eleitoral no tapetão, dessa forma não é fácil, prova disso são as pesquisas.

Dilma: “Acabou o tempo dos exterminadores de emprego e de futuro”

A pré-candidata petista à Presidência da República, Dilma Rousseff, voltou a defender neste sábado (10), em evento realizado na sede do Sindicato dos Metalúrgicos no ABC, Grande São Paulo, um Estado forte, a serviço do “interesse nacional”. Apresentando-se como contraponto à oposição, Dilma desconstruiu o slogan da campanha de José Serra, que se lançou neste sábado como pré-candidato à presidência pelo PSDB.
“O Brasil pode mais porque nós pudemos mais”, provocou a ex-ministra. “É a diferença entre nós e eles. Eles podem e nós fazemos”, afirmou Dilma, em referência ao slogan da campanha de Serra, “O Brasil pode mais”. Sem citar nomes, Dilma disse que não pediria para as pessoas esquecer o que ela fez. “Vocês não me verão pedindo que esqueçam o que afirmei ou escrevi”, afirmou, em referência ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que teria dito a frase.

A pré-candidata também fez um ataque indireto a Serra ao dizer que pode apanhar, mas não sucumbe. “Não fujo quando a situação fica difícil. Eu não tenho medo da luta. Posso apanhar, sofrer, ser maltratada, mas estou sempre firme com minhas convicções. Em cada época da minha vida, fiz o que fiz por acreditar no que fazia. Só segui o que a minha alma e o meu coração mandavam. Nunca me submeti. Nunca abandonei o barco.”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que também participou do evento, partiu para o ataque. Mostrando-se bem informado sobre o evento realizado em Brasília para lançar a pré-candidatura de Serra, Lula disse que “o momento auspicioso foi quando o ex-governador de Minas [Aécio Neves] disse que é preciso reforçar as privatizações. Foi o momento de maior aplauso na festa dele”.

“Se não fosse o Banco do Brasil, a Caixa Econômica, o BNDES, nós teríamos sucumbido na crise”, declarou Lula. “Foi preciso um metalúrgico, socialista, para ensinar esse povo como fazer o capitalismo”.

Já Dilma referiu-se às privatizações ao afirmar que não deixaria que o patrimônio nacional “dilapidado e partido em pedaços.” “Não vou destruir o Estado, diminuindo seu papel a ponto de tornar-se omisso e inexistente”, disse, voltando a chamar a oposição de “viúvas da estagnação”.

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Rizzolo:O interessante é que a oposição não consegue esconder seu jogo, onde o objetivo principal é privilegiar o capital, as privatizações, o fim do Estado desenvolvimentista. Não há dúvida que quando a candidata Dilma diz “ eles podem , nós fazemos” está se referindo à determinação do governo na implementação dos programas sociais, sem restrições, coisa que a oposição já acena ou sinaliza que quer acabar. E é disso que os pobres tem medo, do retrocesso, do egoísmo social, da desesperança. É bem verdade que a oposição necessitar adequar o discurso de forma a não falar claramente suas intenções neoliberais, mas foi-se o tempo em que o povo comprava conversa mole. Num contexto maior, envolvendo a figura de Serra, nos dá impressão que ele sai candidato com resignação, consciente que é sua ultima oportunidade, mas que sabe que vai para o matadouro, para a derrota inevitável.

Lula: falta de discurso leva oposição a atacar inaugurações

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça (9) que as ações dos partidos de oposição ingressadas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra suas viagens para inauguração de obras são um pretexto para a falta de discurso.

“Penso que quando um partido de oposição não tem o que propor e não tem discurso, fica difícil a situação deles, então eles tentam impedir que o outro time jogue. Nossos adversários estão com aquele time mais frágil que tenta parar [o adversário] fazendo falta”, disse Lula em entrevista a rádios em Minas Gerais.

“Eles não têm como competir e tentar dizer que o presidente está viajando. Eles queriam que eu ficasse em Brasília? Tenho que ver as obras, que é o dinheiro do povo”, disse o presidente que hoje cumpre agenda com visitas a várias obras nos municípios mineiros de Teófilo Otoni e Governador Valadares.

Lula ressaltou que está recuperado da crise de hipertensão sofrida há duas semanas e que pretende continuar viajando até o final do seu mandato. O presidente afirmou ainda que não medirá esforços para eleger “sua sucessora”.

“Vou continuar viajando até o dia 31 de dezembro à meia noite. A partir da meia noite começo a desligar os neurônios e pretendo passar para quem de direito e tenho convicção que vou fazer muita força para eleger minha sucessora. Aí sim, estarei tranquilo e não vou dar palpite porque vou deixar o governo com quem sabe jogar”, disse Lula em referência à candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dima Rousseff. Durante a entrevista, Lula ainda falou sobre os investimentos que estão sendo feito em saneamento básico. Ele lembrou que a segunda edição do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) será voltada para obras de drenagem e saneamento. “Querermos mudar o Brasil. É preciso entender que cada centavo que for investido na coleta e no tratamento de esgoto, estamos investindo em saúde, porque é menos doença nas cidades.”
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Rizzolo: Entendo a situação da oposição como sendo um trabalho penoso. Mesmo o governador de São Paulo José Serra, homem que tem um passado político brilhante, combativo, sabe que o PSDB que é o espelho de FHC, e sua gestão voltada ao capital, às privatizações, ao distanciamento do povo, Serra tem pela sua frente o estigma do partido. Certa vez disse algo que foi alvo de comentários raivosos dos tucanos, afirmei que José Serra pelo seu passado está em partido errado, e sinceramente entendo que na calada da noite, sozinho, antes de dormir ele pensa nisso.

Em MG, Dilma diz que vitória da oposição seria o fim do PAC

SÃO PAULO – A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, voltou a mirar em adversários políticos durante inauguração da barragem Setúbal, em Jenipapo (MG), nesta terça-feira, 19. Em discurso, a pré-candidata do PT à Presidência da República disse que se a oposição vencer as eleições deste ano, vai acabar com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), de acordo com a rádio ‘CBN’.

Ela também enalteceu as obras do programa e declarou que elas estão acima de qualquer partido. Durante o evento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o governo federal ainda vai inaugurar muitas obras no começo deste ano, porque “daqui a pouco o Geddel (Vieira Lima) não vai mais estar aqui, a Dilma também não vai mais estar aqui”.

Minas Gerais é o segundo maior colégio eleitoral do País. A visita de Dilma, pré-candidata do PT à sucessão de Lula, é parte da estratégia do partido para aproximar a ministra de seu estado natal. Embora seja mineira, atualmente Dilma é mais identificada com o Rio Grande do Sul, Estado em que consolidou sua carreira política.

Além de participar de eventos do governo federal, Dilma também estará em território mineiro para visitar a mãe e para receber homenagens na Câmara Municipal de Belo Horizonte e na Assembleia Legislativa. O argumento para as homenagens é liberação de verbas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para obras como a duplicação da Avenida Antônio Carlos, em Belo Horizonte.

Há pelo menos um ano, desde que Dilma passou a ser considerada a candidata de Lula ao Planalto, seus principais aliados no Estado – como o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel – trabalham na sua “mineirização”. Eles acreditam ser preciso convencer o eleitorado de que, embora tenha passado a maior parte de sua vida fora de Minas, a ministra tem raízes no Estado.

Lula e comitiva seguirão depois para Juiz de Fora, para a inauguração de uma usina termelétrica que utilizará o etanol como gerador de energia. É uma nova experiência, em fase de testes, para a redução do nível de emissões atmosféricas. O embarque para Brasília está previsto somente à noite e a chegada às 21h45.
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Rizzolo
: Quer queiram ou não, Dilma nasceu em Minas Gerais, se por outras razões passou a maior parte de sua vida em outros Estados, isso não significa que não possui raízes mineiras. O grande problema é que Minas é o segundo colégio eleitoral, e a oposição não aceita Dilma em território mineiro. Em relação ao fim do PAC se a oposição ganhar, não acredito que isso acontecerá, é claro que poderá ser chamado com outro nome, designação, mas entendo que Serra não experimentará uma volta à direita, ao conservadorismo, ao atraso, muito embora seu partido goste disso. Agora PSDB é uma coisa Serra é outra. Vamos ver.

Senado aprova ingresso da Venezuela no Mercosul

BRASÍLIA – Orientada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a base aliada enfrentou resignada os discursos da oposição contra governo do presidente venezuelano Hugo Chávez, mas na hora do voto exerceu o poder de maioria e aprovou, na noite desta terça-feira, 15, por 35 votos a 27, o protocolo de adesão da Venezuela ao Mercosul.

Para participar do bloco, no entanto, a Venezuela ainda precisa do aval do parlamento do Paraguai, que deixou as discussões para 2010, quando o Brasil estiver dado o assunto por encerrado. Embora o presidente paraguaio, Fernando Lugo, seja próximo ao governo venezuelano, ele não tem maioria no parlamento daquele país. Argentina e Uruguai já aprovaram o protocolo.

A aprovação do texto cumpre promessa do presidente Lula, feita, no último dia 8, durante a 38ª Reunião de Cúpula do Mercosul, ao presidente venezuelano de que o Senado iria aprovar o protocolo, assinado em junho de 2006, em Caracas.

“Tanto o Itamaraty quanto o presidente Lula vivem ambos prisioneiros do que Hugo Chávez determina”, criticou Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE). “O coronel Hugo Chávez é um autoritário, um inimigo da liberdade. Aqueles com quem ele não pretende trabalhar são afastados e perseguidos”, completou o senador pernambucano.

“Tratar Hugo Chávez como caudilho e ditador é uma imprecisão, porque ele foi eleito duas vezes com reconhecimento da oposição e da Organização dos Estados Americanos (OEA). O Brasil não pode temer Hugo Chávez”, defendeu o petista João Pedro (AM), um dos únicos senadores do governo a subir à tribuna para defender o protocolo.

A votação do protocolo já se arrastava por três anos e meio no parlamento brasileiro. As discussões do projeto colocaram o presidente Venezuela em rota de colisão com os parlamentares brasileiros. Em 2007, Chávez chegou a dizer, em viagem a Manaus, que o Congresso brasileiro repetia “como papagaio o que dizem em Washington”, provocando a ira de setores da oposição brasileira. Era uma resposta à moção aprovada no Senado que pedia a reabertura da RCTV, emissora privada que não teve a renovação autorizada pelo presidente venezuelano.

Tempos depois, Chávez disse que se o protocolo não fosse aprovado até setembro daquele ano, 2007, retiraria o pedido de adesão ao Mercosul, o que repercutiu mal até mesmo com Lula. “Se não quiser ficar, não fica”, desafiou o presidente. José Sarney (PMDB-AP) disse, à época, que Hugo Chávez não estava pronto para participar do bloco e afirmou que o presidente venezuelano poderia comandar uma corrida armamentista na América do Sul, o que seria, segundo o senador “o desequilíbrio estratégico do continente”. Durante a votação de ontem, Sarney, na presidência do Senado, não fez considerações sobre o projeto.

Precedente X balança comercial

Em resposta, à pressão do presidente da Venezuela a oposição atrapalhou as votações em todas as instâncias da Câmara e do Senado. Na última comissão na qual foi discutida, de Relações Exteriores do Senado, a oposição aproveitou o fato de ter a presidência do colegiado para colocar a relatoria do protocolo sob cuidados do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE).

“Na Venezuela, jornalistas estão na prisão, os servidores públicos são obrigados a filiarem-se ao partido oficial, há presos políticos. Estamos abrindo precedente perigosíssimo. Além disso, em todas as disputas políticas a Venezuela atuou contra o Brasil”, defendeu Tasso Jereissati no relatório contrário à adesão do país ao bloco comercial.

Coube ao líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), rebater Jereissati em relatório paralelo aprovado na comissão em 29 de outubro último. “Não ampliamos a democracia isolando ninguém. Se existem problemas, e eu reconheço que existem problemas, o remédio é integração, abertura, intermediação internacional”, retrucou Jucá.

Números informados pelo senador Romero Jucá afirmam que as exportações brasileiras para a Venezuela passaram de US$ 608 milhões para US$ 5,15 bilhões entre 2003 e 2008 – crescimento de 758 % em cinco anos. Hoje, o Brasil tem com a Venezuela seu maior saldo comercial: US$ 4,6 bilhões dólares, valor 2,5 vezes superior ao obtido com os EUA, US$ 1,8 bilhão.

Rizzolo: Não há como deixar de integrar a Venezuela no Mercosul. O discurso da oposição é vazio e mistura conteúdo político com econômico. Na integração comercial entre os países do Mercosul, não podemos deixar com que os as posturas de cunho ideológico se sobreponham aos interesses da nação, aliás a integração da Veneuela no Mercosul beneficiará os Estados do nordeste, hoje a Venezuela é o nosso sétimo parceiro comercial.

Garcia diz que apagão foi ‘acidente’ e critica oposição

BRASÍLIA – O assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, rebateu hoje críticas da oposição no episódio do apagão ocorrido na noite de ontem e na madrugada de hoje, que atingiu 18 Estados brasileiros. À imprensa, Garcia afirmou que o ocorrido foi um “acidente” e espera que a oposição explore o assunto eleitoralmente. “É exatamente o que eu quero. Não quero outra coisa”, afirmou.

“Nosso telhado é muito forte e o deles já não é mais de vidro, porque quebrou em grande parte”, disse ele, ao se referir ao racionamento de energia de 2001 e aos apagões que ocorreram durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, do PSDB. Ele insistiu que a imagem da candidata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a eleição de 2010, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, não sairá arranhada desse episódio, que foi provocado por um “acidente”.
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Rizzolo: Fazer de um acidente, matéria-prima para legitimar um discurso oposicionista, é mais do que uma pobreza de argumentos, é demonstrar que a forma em que esta oposição se encontra é desesperadora. Fato público e notório é que na época de FHC sim, o que se havia eram verdadeiros apagões, racionamento de energia, despreparo técnico – operacional, porém o que vemos hoje é apenas um “apaguinho” sem causa concreta. Construir um debate oposicionista em cima de uma circunstância acidental, é o clamor dos desesperados na busca de uma bandeira, nem que ela seja fruto de um acaso.

Partidos de oposição criticam demissões na Receita

BRASÍLIA – Os partidos de oposição, DEM, PSDB e PPS, divulgaram nota hoje de solidariedade aos servidores da Receita Federal demitidos e de críticas ao governo pela saída dos funcionários. De acordo com a nota, a demissão de “vários e graduados servidores da Receita Federal configura uma séria ameaça aos princípios de impessoalidade, ética, autonomia e transparência” do órgão.

“O Democratas, o PPS e o PSDB vem a público se solidarizar com esses servidores, que colocaram seus cargos à disposição, em gesto que só confirma as denúncias da senhora Lina Vieira de ingerência política na administração do fisco federal. A oposição compartilha do sentimento dos servidores demissionários de que a Receita Federal vive hoje em condições claramente alimentadas por um sentimento não republicano de represália e acerto de contas. É grave!” diz a nota.

Os três partidos afirmam ainda que cumprem o papel de alertar “sobre as graves consequências ao país da prática de perseguição política em um órgão da importância da Receita Federal, com impactos fortemente negativos no desempenho da instituição.”

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Rizzolo: Esse governo tem um histórico de intervenções indevidas em órgão que são carreira de estado, como o Ipea por exemplo. Agora a Receita. É lamentável, e perigoso para o país esse tipo de interferência política. Tornar a Receita num braço político é cosia de Hugo Chavez, este é um órgão que tem que ser extremamente protegido de ingerências políticas. Tudo na verdade, neste governo, está se processando no âmbito da brutalidade política e da violência dos valores éticos, basta inferir os fatos.

Peemedebista deve protocolar hoje proposta de 3º mandato

BRASÍLIA – O deputado Jackson Barreto (PMDB-SE) deve protocolar na tarde desta quinta-feira, 28, na Mesa da Câmara, a proposta de emenda constitucional que permite o terceiro mandato para o presidente da República. No entanto, o PT já antecipou que é contrário à proposta. O líder do partido, Candido Vaccarezza (SP), disse que vai orientar os deputados de sua bancada a votar contra o terceiro mandato. Ele ressaltou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está trabalhando para superar a crise e que a candidata do PT à Presidência, em 2010, é a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.

O líder do governo na Câmara, deputado Henrique Fontana (PT-RS), também declarou que o governo é contra a proposta. “Somos contra um terceiro mandato. Essa é a posição do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva.”Segundo ele, o governo não quer repetir o erro do PSDB, que alterou as regras do jogo para permitir a reeleição de Fernando Henrique Cardoso.

Para ser aprovada, a proposta de emenda à Constituição (PEC) precisa de três quintos dos votos, em votação em dois turnos, na Câmara e no Senado. E para vigorar já na próxima eleição, todo o processo tem de ser concluído um ano antes das eleições, ou seja, até outubro deste ano. Na Câmara, a emenda terá que ser aprovada, primeiramente, pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e depois seguir para uma comissão especial, que tem 40 dias para analisar a proposta.
agência estado

Rizzolo: Sinceramente ao contrário daqueles que dizem ser esta proposta um ” golpe” ou um retrocesso, entendo que nada mais justo e democrático ser levada à apreciação e , se assim aprovada, proceda-se à uma emenda constitucional permitindo o terceiro mandato ao presidente da República. É claro que a a alternância no poder é algo saudável, mas longe de se caraterizar isso uma forma de perpetuação no poder. Na verdade, essa emenda poderia vir ao encontro dos anseios do povo brasileiro, e nada melhor do que satisfazer os desejos do povo, se assim desejarem. Nada demais, viu.

Candidatura de Dilma pode ter ampla base de apoio

BRASÍLIA – Ao mesmo tempo em que corteja o PMDB, o governo já dá passos decididos para atrair a maioria dos outros partidos de sua base para o palanque da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Mesmo que não se coliguem oficialmente com o PT na chapa de Dilma, PP, PR, PC do B e PRB já estão alinhados com a candidatura, caso ela se confirme no próximo ano. A maioria dos integrantes de outros partidos aliados menos afinados com a Presidência – PTB, PDT e PV – também dá sinais de que agirá da mesma forma. Até o PSB, que tem o deputado Ciro Gomes (CE) como pré-candidato, pode abrir mão de lançar seu nome, em favor de um acordo que permita ao partido ter cabeças de chapa em alianças com PT em Estados onde planeja eleger governadores.

O baixo teor de rebeldia na base aliada em relação a 2010, porém, ainda depende de pelo menos mais dois fatores para se confirmar. O primeiro é a saúde da ministra. Embora o discurso oficial dos aliados seja de otimismo, informalmente reconhecem que aguardam a evolução de sua condição de saúde para saber se a candidatura se confirmará ou se surgirá uma nova opção bancada pelo governo. O segundo fator é a densidade eleitoral da ministra. Ainda pouco conhecida pelo eleitorado, Dilma precisará ter um ritmo de campanha intenso para se apresentar pelo Brasil. A dúvida é se sua saúde permitirá essa agenda cheia.

O presidente Lula tem procurado participar diretamente da negociações com os aliados. No caso do PSB, a movimentação tem sido cuidadosa. Hoje, a legenda prefere que Ciro entre na disputa por avaliar que isso ajuda a puxar votos para a legenda. O PSB defende a candidatura própria e acredita na sua viabilidade eleitoral, argumenta o senador Renato Casagrande, secretário-geral do partido e aspirante ao governo do Espírito Santo. Ele lembra, contudo, que o PSB tem vários objetivos na próxima eleição, como aumentar sua bancada de deputados federais (hoje são só 30). O tamanho da bancada é importante porque regula o tempo de horário eleitoral e o fundo partidário a que temos direito. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
agência estado

Rizzolo: A candidatura de Dilma cresce na medida em que o apoio dos demais partidos a ela aumenta. Não há dúvida que será uma tarefa difícil para a oposição enfrentar Dilma, muito embora ainda não há de forma mensurável, como quantificar a quantas anda sua popularidade, uma vez que não possui ela por hora uma densidade eleitoral apreciável. O que existe apenas é um crescente em relação ao seu nome.

A questão da transferência de votos ainda é duvidosa, mas o que realmente pesa hoje, é seu estado de saúde; e isso sim poderá atrapalhar seu desempenho na campanha. Agora, uma coisa é certa, se infelizmente Dilma não puder concorrer, movimentos ocorrerão no sentido de apresentarem uma proposta de emenda constitucional (PEC) que abre caminho para um terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Nada mais justo no meu entender, do que um plebiscito para verificar se a população estaria ou não de acordo com um terceiro mandato para Lula. Porque não? Constrangimento porque? A opinião do povo por acaso constrange alguém? Ora, convenhamos, a tese do “constrangimento”, serve só aos que não entendem o jogo democrático. Se o povo disser sim, emenda-se a Constituição e ponto final. “Se Dilma não sair, apoie o Devanir” (deputado Devanir Ribeiro) (PT-SP). Não tenho o mínimo constrangimento em defender esta idéia, o que vem do povo, vem de Deus.

Ministro diz que a oposição quer privatizar a Petrobras

CURITIBA – O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse nesta segunda-feira, 18, em Curitiba, que a oposição, com a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar possíveis irregularidades na administração contábil da Petrobras, pretendem “desmoralizar” a empresa com o intuito de privatizá-la. “O que o PSDB gostaria mesmo é de privatizar a Petrobras e eles não conseguiram fazer isso no governo Fernando Henrique”, disse.

“Provavelmente vão querer desmoralizar a Petrobras para fazer isso no futuro, mas tenho certeza de que não vão conseguir.” Bernardo afirmou que o governo vai esclarecer todas as suspeitas levantadas contra a empresa. “E vamos continuar fazendo investimentos na área do pré-sal normalmente, mantendo a Petrobras com a grande empresa que é”, destacou. Segundo ele, o Brasil anda na contramão da tendência mundial. “Enquanto os grandes países desenvolvidos estão fazendo tudo para proteger suas empresas, nós fazemos alguma coisa para derrubar a maior empresa do continente sul-americano”, reclamou.

“A oposição, no seu afã de dificultar as coisas para o governo pode prejudicar uma empresa que é das maiores do mundo.” O ministro do Planejamento ressaltou, no entanto, que a instalação da CPI não conseguirá paralisar as atividades do governo. “Nós vamos fazer a disputa política, vamos acompanhar essa gritaria que estão fazendo, mas de forma alguma vamos deixar paralisar, nem as ações de investimento da Petrobras serão paralisadas, nem o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), nem o programa Minha Casa, Minha Vida. Vamos tocar tudo normalmente”, assegurou Bernardo.
agência estado

Rizzolo: Durante alguns dias tentei refletir sobre esta questão da CPI da Petrobras. Nunca fiquei tão à vontade para não tomar partido da oposição, tampouco defender o governo, senão vejamos: Denúncias existem, indícios de irregularidade não faltam, e o correto é instaurar uma CPI e se aprofundar nas investigações do ponto de vista técnico-jurídico, contudo o que está ocorrendo, é que a oposição tenta utilizar a CPI como cortina de fumaça para se resguardar também das denúncias de improbidade parlamentar no Congresso – pura manobra diversionista.

Ao mesmo tempo que, ao desmoralizar a Petrobras, pavimenta-se o terreno para um debate sobre uma eventual privatização, o que é abominável. A verdade é que vem a CPI numa hora errada, engendrada para servir a fins eleitoreiros. Mas como passarmos incólumes às denúncias? Não há como, o povo pedirá uma investigação.

E o pior a CPI não é só da Petrobras, é também da ANP Agência Nacional do Trabalho, há várias suspeitas sobre a ANP e foi isso que motivou a oposição a pedir a abertura da CPI. Entre elas, estão a suspeita de desvios na distribuição de royalties do petróleo e um estranho acordo feito pela agência com os usineiros.

A ANP pagou R$ 178 milhões a quatro sindicatos de usineiros que entraram na Justiça contra ela. Mas o caso só havia sido julgado em 1ª instância e caberia recurso. O normal seria defender os cofres públicos, levando o caso até o último tribunal, para só então pagar, caso perdesse. Bem, o circo para 2010 já está montado com todos os atores, bem-intecionados e mal – intecionados.

Câmara derrota 159 sovinas e aprova os 10 bilhões da Saúde

Quanto maior a fortuna, maior o choro para não pagar imposto do cheque

A Câmara dos Deputados aprovou, na quarta-feira, por 259 a 159, a Contribuição Social para a Saúde (CSS). Com isso, a Saúde terá mais R$ 10 bilhões, podendo chegar até R$ 11,8 bilhões, no próximo ano. Os 70 milhões de brasileiros mais pobres estarão isentos do tributo. Representante dos viciados em sonegar e parasitar o dinheiro dos impostos que o povo paga, a oposição não conseguiu impedir que a maioria prevalecesse. O projeto irá agora ao Senado, onde não precisará, ao contrário da CPMF, de três quintos dos senadores, podendo ser aprovado por maioria simples.

A Câmara dos Deputados aprovou, na quarta-feira, por 259 votos favoráveis, 159 contrários e duas abstenções, a criação da Contribuição Social para a Saúde (CSS). A contribuição, com alíquota de 0,1% a partir de janeiro de 2009, incidirá sobre as movimentações financeiras e terá sua arrecadação destinada integralmente ao financiamento da saúde. Os recursos que serão canalizados para o setor via CSS são estimados em R$ 10 bilhões no próximo ano, podendo chegar até R$ 11,8 bilhões.

A contribuição, que agora será levada para votação no Senado, não incidirá sobre aposentadorias, pensões e salários de trabalhadores com carteira assinada até o valor de R$ 3.080,00. Esse limite de isenção significa que os 70 milhões de brasileiros mais pobres não pagarão a CSS. Além disso, os saques das contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), do PIS/Pasep e seguro-desemprego também não serão taxados pela CSS.

Mesmo para quem não está isento, a contribuição será modesta: alguém que ganha R$ 5.000,00, por exemplo, terá que pagar meros R$ 5,00 de CSS por mês. Na verdade, serão os mais ricos, cujas movimentações financeiras são mais freqüentes e mais volumosas, que arcarão com a maior parte do tributo.

É sintomático que seja sobre um tributo em que é evidente o seu caráter de justiça social, que a oposição concentrou a sua raiva – a bem dizer, a sua histeria. Sempre foi um cacoete da oligarquia latifundiária a disposição de fazer os pobres pagar pelos ricos. Que o digam os antepassados do senador Agripino. Mas também os heróis atuais da canalha, isto é, do neoliberalismo, sempre acharam que a função do povo é pagar impostos para que eles encham os seus cofres. A espoliação do país via juros da dívida pública não é outra coisa senão a pilhagem sobre os tributos que o povo paga, para que alguns magnatas acumulem montanhas de dinheiro sem pagar impostos.

Daí, a CSS ser tudo o que eles não gostam: um tributo que os ricos pagam, e não podem nem ao menos sonegar, além de ser destinado a beneficiar a saúde dos mais pobres.

“É a vitória de todos que precisam de um hospital público, vitória do combate à sonegação”, afirmou o líder do governo, deputado Henrique Fontana (PT/RS). A oposição tentou obstruir a votação, usando manobras regimentais. Quatro sessões extraordinárias foram realizadas, uma na terça e três na quarta-feira, até a aprovação do substitutivo do deputado Pepe Vargas (PT/RS). No plenário, a bancada tucano-pefelista provocou a base aliada, expondo placas com as frases “Xô CPMF” e “PT – Partido dos Tributos”. Em resposta, os governistas levantaram cartazes, nos quais listaram os principais programas de saúde, além de informar que havia “zero de sonegação”.

A proposta de criação da CSS veio como forma de recuperar parte dos recursos destinados ao financiamento dos serviços de saúde pública, previstos no Orçamento com base na arrecadação da CPMF – cujos recursos eram destinados à saúde e aos programas sociais mantidos pelo executivo. No final do ano passado, no Senado, a oposição conseguiu, apesar de perder a votação por 45 a 34 votos, derrubar a CPMF, com uma perda de R$ 40 bilhões na arrecadação, usando o fato de que, como emenda constitucional, a CPMF necessitava dos votos de três quintos dos senadores. Diferente da CPMF, a CSS não necessita desse quorum para aprovação, já que está sendo proposta por lei ordinária, e não por emenda constitucional.

Após a derrubada da CPMF, o Senado aprovou o Projeto de Lei Complementar 306/08, de autoria do senador Tião Viana (PT/AC), regulamentando a Emenda 29, que prevê um acréscimo de mais R$ 23 bilhões para a saúde. No entanto, o texto não criava uma fonte de receita específica para cobrir o aumento de despesas, o que é obrigatório pela Constituição.

A viabilização desse aumento de recursos é a finalidade do substitutivo Pepe Vargas. Ao mesmo tempo que cria a CSS, ele mantém a regra seguida atualmente pela União, que é destinar para a Saúde o montante gasto no ano anterior, mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB). Pelo substitutivo, caso a variação do PIB seja negativa, o governo não poderá reduzir o valor a ser investido na Saúde.

O dinheiro a mais da CSS, no entanto, não vai entrar na base de cálculo para a definição dos recursos do ano seguinte, funcionando como uma espécie de “bônus” para a Saúde. Os recursos para a Saúde serão o montante aplicado no ano anterior mais o aumento determinado pelo crescimento do PIB e mais a arrecadação da CSS.

“Considerando os R$ 10 bilhões que virão da CSS, mais uma suplementação de R$ 6 bilhões que estamos reivindicando para este ano, a saúde pública terá cerca de R$ 68 bilhões em 2009, contra R$ 48 bilhões atualmente”, declarou o deputado Pepe Vargas.

Vargas observou que a oposição falsificava o conteúdo do projeto, ao dizer que a CSS retiraria recursos da Saúde: “Ou os Democratas e o PSDB não leram o meu substitutivo, ou estão apenas criando confusão para tumultuar o processo. Está claro no artigo 5º que o financiamento da saúde virá da correção do que foi empenhado no ano anterior, corrigido pela variação nominal do PIB (Produto Interno Bruto), mais o total da CSS”.

Com a derrota na Câmara, restou aos paladinos de agiotas e sonegadores a expectativa de que o Senado barre a destinação de recursos para a saúde. “Depositamos a esperança agora nos senadores”, disse o líder do DEM na Câmara, deputado ACM Neto (BA). No entanto, segundo o líder do governo, Henrique Fontana , “se a votação no Senado fosse hoje, tenho certeza de que a CSS seria aprovada, porque a saúde tem necessidades urgentes”.

Segundo o líder do PT na Câmara, Maurício Rands (PE), a cobrança do novo imposto é uma forma de garantir fontes permanentes para o financiamento da saúde. Sem fontes fixas, acrescentou Rands, o sistema de saúde do país fica vulnerável porque passa a depender da arrecadação que varia conforme o ano.

Hora do Povo

Rizzolo: Como já disse anteriormente, não sei porque tanto alarde por parte daqueles que são beneficiados com os enormes lucros provenientes da política de desenvolvimento do governo. Quando é para receber as vantagens da política econômica, eles gostam, agora quando é para contribuírem com seu quinhão aos mais pobres, se levantam e gritam. Na verdade, a contribuição, que agora será levada para votação no Senado, não incidirá sobre aposentadorias, pensões e salários de trabalhadores com carteira assinada até o valor de R$ 3.080,00. Esse limite de isenção significa que os 70 milhões de brasileiros mais pobres não pagarão a CSS. Precisamos pensar naqueles mais necessitados que nada tem, a não ser seu único patrimônio que é a saúde. Mas a ganância daqueles que não gostam de pagar impostos e adoram um ” caixa dois”, fala sempre mais alto, como sempre digo, “não tiveram aulas de catecismo quando criança”.

A Nova CPMF e a Dignidade dos Pobres

Alan Lebowitz sempre foi um rapaz franzino de pouco peso e muitas indagações. Vivia numa cidade da Polônia e estudava numa Yeshiva (seminário judaico). Certa vez algumas horas antes do Shabbat (dia sagrado pelos judeus), Alan foi impelido a uma questão de alta indagação – como sempre surgiam elas antes de todo o Shabbat-, num canto da sinagoga vestido de preto e com um olhar distante, pensava ele de que forma formularia a questão que tanto o inquietava naquela tarde, tão logo o religioso Rabino chegasse.

Ainda meio constrangido, ao ver o Rabino chegar, tentou de forma inibida se aproximar; e num ato de heroísmo, meio que ruborizado, fez a pergunta que de certa forma o atormentava :

Perguntou ele: -Rabino, hoje é Shabbat, sei que muitas ações que pratico em dias comuns não posso executa-las hoje, de acordo com as Leis da Torá, mas se eu visse alguém em perigo de vida, na eminência de morte, transgrediria a Torá ao proceder tais atos proibidos no Shabbat ? O rabino olhou para Alan e disse: – Você viu alguém sofrendo, na eminência de morrer em algum Shabbat, e hesitou em socorrê-lo? Não. Disse ele. – Mas se eu visse, e tivesse que para socorrê -lo, infringirir a Lei ou questioná-la poderia eu fazê-lo ? Retrucou ele sem tempo para maiores indagações. O abaixou a cabeça e rabino respondeu: – Primeiro a vida, depois as discussões sobre o que é certo ou errado, terias que tentar de todas as formas salvar alguém na iminência de morte, e se abster das Leis sagradas, pois a vida está acima das discussões e questões sobre o que é certo ou errado.

Vivemos num Pais pobre, onde a maioria da nossa população não tem a quem recorrer a não ser à saúde pública, ao Estado. Filas de desesperados se amontoam aguardando nos corredores frios dos hospitais públicos, por um atendimento de urgência na tentativa de salvaguardar o único patrimônio que possuem, que é a sua saúde, seu corpo e sua dignidade.

Num País onde banqueiros e empresários nunca tanto lucraram, ainda se discute a legitimidade de recursos para a saúde da pobre população. Num País onde nenhum empresário ou banqueiro repassou o valor do fim da CPMF aos seus produtos e sim acabaram incorporando-os aos seus já poupudos lucros, discutem no alto de um pedestal, a questão do ponto de vista jurídico, ou de gestão, usando tal argumentação para negá-los àqueles que estão na eminência de sucumbir nos frios e sombrios corredores na precária assistência dos hospitais públicos do nosso Páis.

Discutir como, e porque não viabilizar a receita da nova CPMF para a saúde pública brasileira, é como não socorrer alguém face a uma questão religiosa. Articulá-la em função de uma postulação ideológica ou jurídica, ou justificá-la por entender que já há recursos demais, é submeter e sobrepor a ganância acima dos preceitos da vida, até porque quem os apregoa são aqueles que tudo do melhor possuem, a si próprios e a sua família. Não podemos jamais sobrepor os interesses mesquinhos sobre as virtudes humanas. O rabino tinha razão. Alan compreendeu. E você ?

Fernando Rizzolo

Governistas encontram brecha legal para recriar CPMF na Câmara

Líderes da base aliada encontraram uma brecha constitucional para permitir a recriação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) com alíquota de 0,10% por meio de lei complementar de iniciativa do Congresso. Os parlamentares argumentam que, apesar de a Constituição Federal vetar ao Congresso a criação de novos impostos por considerar que é uma atribuição do Executivo, existe uma jurisprudência do STF (Supremo Tribunal Federal) que abre caminho para a recriação da CPMF por meio de lei complementar de iniciativa da Câmara.

Os governistas pretendem incluir a criação do novo imposto paralelamente à votação da emenda 29 (que destina mais recursos para a saúde), marcada para a semana que vem no plenário da Câmara.

“O consenso é que não há qualquer impedimento jurídico para a criação de um tributo por meio de lei complementar destinada exclusivamente à saúde. Há jurisprudência do STF [Supremo Tribunal Federal] que confirmam a tese de que o Congresso pode criar imposto por meio de leis complementares”, afirmou o líder do PT na Câmara, deputado Maurício Rands (PE).

Os governistas vão trabalhar até terça-feira para sustentar juridicamente a brecha que permite a recriação da CPMF –uma vez que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva repassou ao Congresso a determinação para que a contribuição seja reativada. A base aliada argumenta que, como o Senado aprovou a emenda 29, a Câmara precisa encontrar fontes que garantam a vinculação de recursos para a saúde –o que ocorreria por meio da CPMF.

A lei complementar é a alternativa mais “simpática” aos governistas porque precisa de maioria absoluta no plenário para ser aprovada. Os governistas não querem recorrer a uma PEC (proposta de emenda constitucional) que, para ser aprovada, precisa de pelo menos 308 votos de deputados e 49 de senadores. A idéia é apoiar uma contribuição nos moldes da extinta CPMF, com alíquota de 0,1% e permanente.

Rands argumentou que o presidente Lula precisa de recursos para viabilizar a emenda 29, que obriga o governo a ampliar o repasse de verbas para a área da saúde. “O presidente tem que cumprir a Constituição. Não podemos ficar liberando créditos extraordinários para garantir os repasses, temos que ter uma fonte permanente”, afirmou.

De acordo com cálculos feitos pelos líderes governistas, o imposto de 0,1% sobre a movimentação financeira geraria cerca de R$ 10 bilhões extras para a saúde. Rands não descarta também aumentar a taxação de impostos sobre bebidas e cigarros, mas disse que isoladamente a medida não é suficiente para assegurar os recursos da emenda 29.

“Em nenhuma hora um tributo pode ser visto como uma medida simpática. Mas não se pode deixar os hospitais na situação em que estão. A receita brasileira é muito vinculada. Queremos apresentar uma boa idéia de recursos para a saúde”, argumentou.

O líder do PTB na Câmara, deputado Jovair Arantes (GO), argumentou que a recriação da CPMF não é ‘impopular’, uma vez que a extinção da contribuição pelo Senado, no final do ano passado, não resultou na redução de preços de medicamentos e produtos hospitalares no país.

“A população não sentiu a diferença da queda da CPMF. Produto nenhum caiu o preço. O contribuinte paga o mesmo imposto e não vê nenhuma vantagem nisso”, afirmou.

Folha online

Rizzolo: Gerar 10 bilhões extras de receita para a saúde representa muito à sociedade brasileira, e pouco ao contribuinte, as pessoas comuns, ao trabalhador. O argumento de que a oposição faz uso, em recriminar o que ela entende como ” gastança” é mero argumento para não recriar um imposto odiado pelos que gostam de sonegar. Sim, sonegar, porque a CPMF é e sempre foi um tributo de difícil sonegação, por isso tão combatido pelos fortes grupos. Sempre me coloquei contra o governo em muitas questões, quem me acompanha sabe disso, agora, não é possível implementar a emenda 29 sem os devidos recursos. A forma jurídica de se encaminhar isso é outro assunto.

Se existe ” gastança”, há que se promover a oposição meios para coibi-la, mas em primeiro lugar vem o direito do povo brasileiro em ter hospitais dignos, de ter sua saúde tutelada pelo Estado, e não virar as costas a oposição inviabilizando receita para a saúde do pobre trabalhador que não pode esperar. Os bancos, e os empresários nunca tiveram tanto lucro, mas também nunca demonstraram através da oposição que financiam, a dureza de seus corações. Nesse ponto cerro fileira com o governo.

Muito dirão, ah! mas o Rizzolo não é de confiança, agora está a apoiar Lula. A esses eu diria que em primeiro lugar existe a ética para com os pobres. Você já precisou um dia de um hospital público ? Leia artigo meu sobre a CPMF antes de ser extinta: A quem interessa o fim da CPMF

Lula refuta “chantagem política” da oposição contra Dilma

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu em defesa da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, acusada pela mídia e pela oposição de montar um suposto dossiê com acusações contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Ao sair de um almoço diplomático no Itamaraty, nesta quarta-feira (2), Lula destacou “a história da Dilma” e disse que ela “não pode ser vítima de uma chantagem política”.

“Eu acho que a pessoa que tem a história da Dilma, que presta um serviço ao país, que a Dilma presta, não pode ser vítima de uma chantagem política de uma figura que não sei quem é e que montou peças de um documento de uma base de dados e vendeu a idéia para alguém de que era um dossiê”, afirmou o presidente após o almoço oferecido ao presidente da Eslovênia, Danilo Turk.

“Um osso de galinha”

O presidente foi enfático na defesa da ministra que apelidou de Mãe do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). “Não posso em algum momento ter um milésimo de suspeita contra a ministra Dilma, porque conheço a história dela e sei o serviço quer ela presta ao país”.

O presidente disse que a impressão que tem do episódio é que “alguém encontrou um osso de galinha e tentou vender para a imprensa que tinha encontrado uma ossada de dinossauro. Na hora que foi montar para saber o tamanho do dinossauro percebeu que era um franguinho”.

Para o presidente, está se tentando criar uma situação constrangedora. “Mas o que se encontrou foi um osso de galinha”. Lula disse lamentar a divulgação de um suposto dossiê com gastos do ex-presidente e de sua mulher, Ruth Cardoso, mas afirmou que não quer “acusar ninguém”. Segundo ele, esta “não é primeira, a segunda, nem será a ultima vez que alguém tenta roubar documentos”. “Não é justo que se faça isso com ela”, disse o presidente, referindo-se novamente à ministra.

Os motivos da ofensiva anti-Dilma

O presidente disse que deu a seus colaboradores a orientação de “não parar de trabalhar”. Anunciou que Dilma vai continuar viajando pelo país para divulgar o PAC. “E a CPI que apure”, concluiu, referindo-se à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) Mista dos Cartões Corporativos.

Na semana passada, uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo afirmou que a secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Alves Guerra, apresentada como braço-direito de Dilma, teria pedido a produção do documento. O tema havia surgido na edição da Veja no fim de semana anterior: a revista publicou trechos do suposto dossiê mas se recusa a revelar como eles chegaram à sua redação. O governo nega o dossiê e diz que está produzindo um banco de dados com informações tanto sobre o governo passado quanto sobre o atual.

Analistas da política brasileira concordam sobre os motivos da ofensiva midiático-oposicionista em torno do suposto dossiê: a projeção do nome de Dilma, com explícito encorajamento do presidente, vista como possível preparação de sua candidatura presidencial pelo PT em 2010. Em um contra-movimento, o bloco contrário ao governo Lula imediatamente voltou contra a ministra o grosso da sua artilharia.

Da redação, com agências
Site do PC do B

Rizzolo: Eu não tenho a menor dúvida que esse dossiê, “osso de galinha” é de difícil deglutição. Tentar fazer com que não exista nexo causal entre a Casa Civil e a elaboração desse documento, é subestimar a capacidade de discernimento de quem é quem nesse jogo político perverso. Lula quer a todo custo empurrar Dilma Rousseff para ser aos olhos do povo brasileiro ” politicamente digestível”; Dilma é a mulher de confiança do governo e ninguém melhor do que ela para sucedê-lo . Jogar a culpa da confecção do dossiê na oposição, para embolar e dificultar a investigação, é uma manobra antiga que só aos incautos convence.

Agora, entendo que Lula face aos fatos, deveria deixar de convidar Dilma para subir em palaque pelo Brasil afora, até porque, entendo que ela está sob suspeição; porem observo que em função de sua popularidade, Lula impõe um palavreado duro, como se dissesse ” eu mando e acabou” ” ela vai continuar viajando comigo”. Acho isso do ponto de vista ético péssimo, político inócuo, não acredito que a mágica em transforma-la naquilo que o presidente almeja com a Dilma consiga, ela é ” marrudona” e me lembra muito a Luiza Erundina. Não dá ” samba” . Ela não é digamos..de fácil deglutição ( risos..).

Aliás, outro dia recebi uma crítica de um petista reacionário, dizendo que sou um ” judeu irônico”, gostaria de responder dizendo que infelizmente jamais neguei minha condição judaica que a tenho com orgulho, quanto ao irônico, enquanto houver no Brasil políticos que não me deixam dormir, compelindo-me às reflexões noturnas, vou continuar irônico pelo menos para me divertir e me consolar com a pobreza da política brasileira. Ademais, ninguém é obrigado a ler o que escrevo, mormente em se tratando de anti-semitas.

Lula: Podem tirar o ‘cavalo da chuva’ porque farei sucessor

‘Oposição pode tirar o cavalinho da chuva, porque vamos continuar governando o País’, diz o presidente

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira, 26, no bairro do Jordão, no Recife (PE), que fará o seu sucessor. Em um discurso inflamado, Lula atacou a oposição, que acusa o seu governo de usar irregularmente o cartão corporativo. “A oposição pensa que vai eleger o sucessor. Pode tirar o cavalinho da chuva, porque nós vamos fazer a sucessão, para continuar governando este País”, afirmou.

Ao lado da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, citada por três ministros, pelo prefeito de Recife e pelo governador de Pernambuco, em seus respectivos discursos, Lula ponderou que a eleição ainda está muito longe, mas que os adversários não vão atrapalhar o seu projeto de desenvolvimento. “Eles vão ter que lutar muito e trabalhar muito. Apenas fazendo discurso não vão nos derrotar, não”, afirmou. “É preciso trabalhar mais do que nós e dizer ao povo o que fizeram antes de nós”, acrescentou.

Lula voltou a dizer que é preciso comparar o governo dele com o anterior e avisou que até o final do seu mandato pretende voltar outras vezes a Pernambuco e visitar todos os estados brasileiros. “Meus adversários vão dizer: está em campanha, está em campanha. Eu não estou em campanha, porque nem posso concorrer”. Lula disse que vai fazer ainda muitas viagens. “Se eles acham que eu vou ficar lá em Brasília ouvindo discursos, eles podem fazer quantos discursos quiserem, porque eu vou para a rua ouvir o discurso do povo, que eu ganho muito mais”.

Dirigindo-se ao ex-deputado Severino Cavalcanti do PP, que estava na platéia e que teve que deixar a presidência da Câmara sob acusação de corrupção, Lula disse que foram as elites paulista e paranaense que o afastaram do poder. Em seguida, Lula disse que tinha muito respeito pelo deputado e que muitos políticos são hipócritas.

Agência Estado

Rizzolo: Não se pode negar que houveram avanços no governo Lula, os investimentos em projetos de cunho social, o desenvolvimentismo baseado na inclusão, fizeram uma marca no governo petista que jamais houveram em gestões passadas. Mas ao mesmo tempo em que se faziam as demarcações do ponto de vista social, as alianças com o capital internacional, a omissão em criticar as políticas de altas taxas de juros pelo BC promovendo a financeirização da economia em detrimento à produção, levaram ao descrédito a boa intenção do social e não pavimentou o desenvolvimento necessário para uma segunda fase do crescimento.

A oposição atua de forma saudável, principalmente no que falta ao governo petista que é a transparência e dificuldade em conter a improbidade administrativa que é a marca registrada petista, o que não se pode aceitar, é Lula se sentir ” ofendido” porque a oposição e o povo brasileiro, não aceitam os abusos com os cartões corporativos, isso só pode ser uma brincadeira petista. O pobre brasileiro mesmo, apenas conseguiu nesse governo, ser beneficiado face ao Bolsa Família e alguns outros projetos de inclusão, o resto é conversa e perfumaria eleitoral. Agora a ” mãe do Pac” não tem a menor condição de prosperar como candidata, só Lula que ainda não percebeu, com ela, seu projeto de sucessão deixará sim o cavalinho da oposição tomar chuva à vontade. Ou será apenas eu que acho isso ?