Judeus ultraortodoxos protestam contra a Intel em Jerusalém

Judeus ultraortodoxos em Jerusalém protestaram em frente ao escritório da empresa americana Intel contra a decisão da empresa de manter a fábrica funcionando neste sábado, dia semanal de descanso no judaismo.

Os manifestantes gritaram “Shabbes! Shabbes”, palavra em hebreu para Sabá, ou o dia do descanso.

A Intel, maior fabricante mundial de chips de computador, instalou arame farpado em seus escritórios antes dos protestos mas não houve relatos de violência.

Mais de mil pessoas participaram da manifestação.

Militancia crescente

O evento foi decidido após o fracasso das negociações entre a Intel e a comunidade ultraortodoxa no começo da semana.

A empresa vêm operando aos sábados há anos e defende seu direito de continuar desta forma.

“Sempre trabalhamos de acordo com as necessidades da empresa e se existe a necessidade de trabalho no sábado, trabalharemos”, disse o porta-voz da Intel em Israel Kobi Becker ao site israelense Ynet.

A comunidade de ultraortodoxos vem se tornando cada vez mais militante nos últimos meses para que o Sabá seja observado.

Eles realizaram vários protestos contra a abertura de um estacionamento em Jerusalém no dia do Sabá.
agencia estado

Rizzolo: A Intel é uma empresa americana, e estamos nos referindo a uma empresa estrangeira em território sagrado, ou atuando mercantilmente num dia considerado pela maioria judaica como um dia santificado. O Shabat, e aí não é uma questão de ser ortodoxo ou não, deve ser respeitado por todos no Estado Judeu. A insistência em manter sua rotina de trabalho no Shabat, é uma agressão sem fim e deve ser rechaçada com veemência. Os valores religiosos devem estar acima dos interesses profanos e mercantis. Ademais a Intel como empresa multinacional , deveria acima de tudo compreender e não fazer desse dia uma questão polêmica. Shabat é Shabat, e ponto final, eu mesmo só escrevo após o Shabat.

Judeus ortodoxos e policiais entram em confronto em Jerusalém

Pelo menos três pessoas ficaram feridas em confrontos entre manifestantes judeus ultra-ortodoxos e policiais em Jerusalém, neste sábado.

Centenas de pessoas foram às ruas da cidade pela terceira semana consecutiva para protestar contra a abertura de um estacionamento durante o shabat, dia sagrado de descanso e orações para o Judaismo.

Alguns manifestantes atiraram pedras e derrubaram barricadas colocadas para obstruir a entrada do estacionamento.

A polícia israelense prendeu um homem que deitou embaixo de um ônibus desocupado.

Segundo o especialista da BBC em Oriente Médio Sebastian Usher, os protestos ocorreram em um bairro religioso conservador de Jerusalém, onde tem havido um clima de tensão entre judeus ortodoxos e seculares.

Usher afirma que a comunidade ultraortodoxa teme que a iniciativa do estacionamento atraia turistas para a área, o que poderia estimular o comércio a abrir no sábado, contrariando os princípios judaicos de descanso nesse dia.
Agência estado

Rizzolo: Realmente é um absurdo o desrespeito a um dia sagrado por parte de comerciantes que visam apenas o lucro. Com razão o protesto é válido, e procedente são as alegações de que com a abertura do estacionamento a iniciativa atrairá turistas para a área, o que poderia realmente estimular o comércio a abrir no sábado, contrariando os princípios judaicos de descanso nesse dia. Apóio o protesto que é legítimo.