Marina diz que pode rever projeto do trem-bala

SÃO PAULO – A candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, disse nesta quarta-feira, 1, que, caso eleita, o projeto de construção de um trem-bala ligando São Paulo ao Rio de Janeiro pode ser revisto. Ela deu a declaração durante sabatina promovida nesta manhã pelo jornal O Estado de S. Paulo. A candidata argumentou que os recursos empregados no projeto poderiam ser revertidos para a educação, dobrando o orçamento do setor em um ano. Marina disse que o projeto do trem-bala só seria mantido se houvesse recursos sobrando.

“Com o (recurso do) trem-bala daria para dobrar os recursos do Ministério da Educação. É uma questão de prioridade, tem que ver se tem os recursos”, afirmou. “Entre o trem-bala e a educação de qualidade, eu vou ficar com a educação de qualidade.”

Embora defenda investimento em novas alternativas energéticas, Marina admitiu que, como presidente, não poderia abrir mão do uso do petróleo. Por isso, segundo ela, é importante que o governo federal invista na exploração da camada do pré-sal. Para a candidata, é preciso que o projeto de exploração seja viável e feito com tecnologia que “minimize ao máximo” os riscos ambientais.

Marina colocou em dúvida a viabilidade do projeto da usina de Belo Monte, já que, na opinião dela, ele não atenderia aos pré-requisitos ambientais e sociais. “Não dá para continuar fazendo como sempre fizemos, deixando as questões ambientais e sociais como externalidades ao empreendimento. O projeto tem que ter viabilidade técnica, econômica, social e ambiental. O questionamento a Belo Monte é porque falta a viabilidade social e ambiental”, declarou.

A candidata do PV questionou ainda a capacidade de planejamento estratégico do atual governo. “Estivemos sob ameaça de apagão nos oito anos de governo Lula (do presidente Luiz Inácio Lula da Silva). Será que é planejamento mesmo ficar com a espada no pescoço?”, criticou.
estadão

Rizzolo: Eu fico impressionado como a falta de discurso em época eleitoral leva as pessoas a dizer coisas que nem sequer levam à aprecição do bom senso. Todos sabemos que o Rio de Janeiro em termos educacionais é uma referência; o número de Universidades, a quantidade de pós graduação em nível de mestrado e doutorado, fazem da cidade maravilhosa um centro universitário de qualidade, assim como o Estado de São Paulo. A integração entre São Paulo e Rio de Janeiro em todos os aspectos é essencial, até para a oxigenação educacional em todos os níveis, a distância tem que ser vencida, e a aproximação intelectual deve ser cada vez mais intercambiada.

Agora, dizer que o projeto do trem- bala é uma bobagem, um disperdício, e que investir na educação significa desistir da idéia de se aproveitar o parque educacional de ambas a s cidades é o “nonsense” do “nonsense”. Marina está aí para refrescar o desespero tucano, é a utlização do verde em prol da causa do PSDB. Quem defende o verde de verdade somos nós cidadãos, escritores, professores, ongs, os idealistas. Leiam meus artigos , minhas idéias sobre a Amazônia, sobre vegetarianismo, sobre especismo, sobre o amor aos animais, enfim seria melhor Marina pensar mais na ecologia e nas reflexões socio educacionais, do que apenas no discurso em defesa das aves tucanas. Trem-bala é sim também investir na educação e na integração !

Parlamento da Catalunha proíbe touradas

parlamento catalão aprovou nesta quarta-feira, com 68 votos a favor, 55 contra e nove abstenções, um decreto de proteção dos animais que implica na proibição das touradas na região, que fica no nordeste da Espanha. A lei entra em vigor a partir de 2012. Com a decisão, a Catalunha torna-se a segunda região espanhola a proibir a prática, depois das Ilhas Canárias, em 1991.

O projeto surgiu por meio de uma Iniciativa Legislativa Popular (ILP), apresentada em dezembro de 2009 por grupos de oposição às touradas. Simpatizantes e opositores estavam mobilizados desde terça-feira, aguardando uma votação que prometia ser acirrada. Esta virou uma questão política na região onde, segundo o jornal madrilenho El Mundo, “a ideia é extinguir tudo o que for espanhol”.

Nos últimos dias, o tema foi recorrente na imprensa conservadora do país, que via na possível proibição uma vontade de revanche dos políticos catalães, depois de uma recente decisão do Tribunal Constitucional que retirou certos aspectos do estatuto de autonomia da região.

Opositores das touradas, cada vez mais numerosos na Catalunha e apoiados por poderosas organizações internacionais de defesa dos animais, relembram que esta tradição está perdendo força na região, onde apenas a Praça Monumental de Barcelona continua a organizar eventos do tipo.

O setor gera cerca de 40 mil empregos e rende bilhões de euros por ano, mas desde 2009 vem sentindo os efeitos negativos da crise econômica.

Inúmeras regiões espanholas, inclusive Madri, anunciaram, assim que se iniciou o debate catalão, suas intenções de inscrever a tourada como “patrimônio cultural”, com o objetivo de proteger a tradição.
zero hora

Rizzolo: A humanidade só vai evoluir espiritualmente quando as atrocidades com os animais for banida da sociedade. Que prazer pode ter um ser humano ao olhar os olhos de um pobre animal apavorado por já saber que vai ser abatido apenas por sadismo e diversão dos humanos. Assim o mesmo ocorre com os rodeios no Brasil e no mundo. Esse tipo de maltrato aos animais, constitui forma de tristeza, gera uma péssima energia espiritual, e com certeza entristece e desrespeita a natureza, e como já dizia o filósofo Baruch Spinoza, entristecer a natureza equivale e entristecer a Deus. Sou um defensor dos animais, de uma alimentação vegetariana, e de tratarmos os seres vivos com respeito e amor. Só assim haverá quem sabe a redenção da humanidade. Parabéns a Catalunia.

Amazônia: a outra face de Deus

Não sei realmente por que, mas naquele dia, caminhando por aquele bosque que mais parecia uma floresta de pínus, fixei os olhos nos meus pés. A terra um pouco umedecida e o ar frio que soprava não me intimidavam, ainda que o sono quisesse me levar de volta à minha casa.

Sempre gostei das florestas, das matas, dos bichos que vivem daquilo, e todas as vezes que estou envolto às árvores, mantendo meu ritmo de caminhada, onde ouço apenas meus passos e os pássaros, penso em Baruch Spinoza (1632-1677), um filósofo do século XVII. Nascido em uma família judaico-portuguesa, seus familiares vinham, havia algum tempo, fugindo da Inquisição. Filho de um rico comerciante, viria a se tornar, posteriormente, um dos maiores pensadores racionalistas dentro da chamada filosofia moderna. Spinoza acreditava que Deus era a engrenagem que movia o Universo, e que os textos bíblicos nada mais eram que símbolos que dispensam qualquer abordagem racional.

Contudo, o mais interessante em Spinoza era sua visão una de natureza e Deus – a natureza como um reflexo da expressão divina. Por certo, com base nesse ponto de vista, podemos, sim, nos conectar com Deus quando estamos em sintonia com a natureza. Não há por que negar que não existem diversas maneiras de orar; pensar nas questões ambientais, na luta pela sua preservação também é uma forma de oração. Caminhar pela manhã sentindo o orvalho no rosto e o cheiro das folhas de eucalipto é mais do que exercitar os passos firmes em direção ao alto da montanha – é reaver o conceito panteísta de que Deus é naturante e a natureza, naturata (gerada).

Ainda me lembro de quando sobrevoava a Amazônia vindo de um Congresso de empresários na Venezuela dois anos atrás. A imensidão do verde me fez pensar em todas as formas de vida que ali habitavam; era como se eu avistasse de cima a expressão divina da criação. A preocupação com a preservação da Amazônia é uma constante em todos nós, e tudo o que lá habita pertence a nós brasileiros. Por consequência, deve existir um nexo causal, de cunho filosófico-espiritual, entre Deus e a obrigação cívica do nosso povo em tutelar aquela área.

Por isso o governo deve encaminhar ao Congresso Nacional uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para deixar claro que os investidores podem investir em qualquer campo, mas não em terras. Segundo estatísticas do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), estima-se que a área total do território brasileiro sob propriedade estrangeira chegue a 4,037 milhões de hectares e cresce cotidianamente; além disso, é relevante notar que o levantamento do Instituto não inclui propriedades de empresas supostamente nacionais que, na verdade, são controladas de modo direto ou indireto por capitalistas de outros países.

Sempre que caminho nas minhas manhãs penso na grandiosidade divina e em nossa responsabilidade ambiental como brasileiros. Imagino a expressão de gratidão daqueles seres da floresta, à imagem divina, que nada possuem em sua defesa a não ser enxergarmos a natureza como a via Spinoza. Caminhar pelos campos verdes, na luta contra a destruição das florestas, é sair em defesa contra as serras afiadas do lucro que rasgam a face verde de Deus e lutar contra os que jamais caminharam na mata sentindo o orvalho no rosto ou souberam que natureza e Deus nada mais são que uma mesma oração.

Fernando Rizzolo