PT convoca ato contra ‘golpismo da mídia’; Força Sindical nega participação

Representantes das principais centrais, alguns sindicatos, partidos governistas e movimentos sociais realizam na quinta-feira, 23, em São Paulo um ato público contra o “golpismo midiático”. O convite do evento, divulgado pelo PT, acusa a imprensa de “castrar o voto popular” e “deslegitimar as instituições”.

“Conduzida pela velha mídia, que nos últimos anos se transformou em autêntico partido político conservador, essa ofensiva antidemocrática precisa ser barrado. No comando estão grupos de comunicação que, pelo apoio ao golpe de 64 e à ditadura militar, já demonstraram seu desapreço pela democracia”, diz o texto.

Através de sua assessoria, a CUT confirmou sua participação no ato e indicou que o evento pretende ser “a favor da democracia”. A central sindical negou que a realização do ato seja uma resposta às denúncias de irregularidades na Casa Civil da Presidência publicadas pela mídia nas últimas semanas.

“A mídia está tentando pautar com desinformação”, indicou. “Os problemas reais do País deixam de ser discutidos e começa uma onda de denuncismo que procura mascarar a realidade às vésperas do processo eleitoral e tenta, de uma forma tendenciosa, criar uma realidade virtual e a partir disso buscar um resultado diferente para as eleições.”
O ato vai ocorrer no auditório do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, e deve contar com membros do PT, PC do B, PSB, PDT, CUT, CTB, CGTB, MST e UNE.

Força Sindical

O presidente interino da Força Sindical, Miguel Torres, afirmou ao Radar Político que a entidade “não vai estar presente ao ato como instituição”. Ele negou que o assunto tenha sido discutido pela direção nacional. “Defendemos a liberdade de expressão e de imprensa”, disse Torres. “Acho que podemos contribuir mais tendo uma participação entre os trabalhadores e a imprensa. Estamos aqui para melhorar esse relacionamento”.

Estadão
Rizzolo: Bem eu vou ser sincero em relação a este evento em que tive a honar de ser convidado. Resumiria esse ato, como sendo um ato de indignação da sociedade brasileira, dos intelectuais, dos sindicatos, enfim, de todos que já se aperceberam que a tudo é possível à mídia golpista. Não é possível assistirmos passivos, jornais e revistas que de forma a saltar aos olhos defende o candidato da oposição, “cavando dia a dia” uma denúncia sem prova, e alardeando-a com o intuito de fazer valer seu apoio a um candidato. Postura essa que mais se assemelha a um partido político com traços ideológicos, traiçoeiros, golpista, e acima de tudo perigosa, pois procura insinuar que há desestabilidade política moral no governo Lula, e o pior, tudo sem a menor prova, legitimando tais fatos denuncistas, sob as vestes da ” liberdade” o que é grande mentira. Estarei lá sim, com muita honra dando, meu apoio incondicional. Feio o papel daqueles que representam os trabalhadores e dizem que não vão.

Ciro diz ter mudado de domicílio eleitoral contra sua vontade

O deputado federal e possível candidato à Presidência da República pelo PSB, Ciro Gomes, afirmou, na manhã deste sábado, que transferiu seu domicílio eleitoral do Ceará para São Paulo “contra a sua vontade” e para livrar-se de um possível pedido de impugnação de candidatura oriundo dos adversários. As declarações do parlamentar foram dadas em entrevista coletiva concedida na Assembleia Legislativa do Estado especialmente para tratar do assunto.

Ciro disse que estava em Fortaleza (CE) quando foi informado da decisão pela Executiva Nacional na última quinta-feira, dia 30. Segundo ele, três motivos impulsionaram a mudança.

O primeiro foi um pedido pessoal feito pelo presidente Lula. “Num encontro que tivemos, ele me disse: ‘peço apenas que você examine e deixe todas as portas abertas. Não custa nada você fazer esse gesto e esperar até fevereiro/março, quando tudo estiver melhor definido'”, disse o deputado, referindo-se às especulações de uma possível candidatura dele ao governo paulista, que só seria viabilizada com a mudança de domicílio.

Outro motivo foi um entendimento da direção do PSB de que, para se lançar candidato, Ciro precisava aprofundar a relação com São Paulo. O maior estado brasileiro concentra, sozinho, 22,5% de todo o eleitorado do País e aproximadamente 40% do Produto Interno Bruto (PIB), índices que poderiam mudar os rumos da disputa do próximo ano.

A terceira causa listada pelo parlamentar foi um parecer da assessoria jurídica da legenda elaborada em cima de informações não confirmadas de que uma possível candidatura do PSB à Presidência estaria ameaçada de sofrer um pedido de impugnação.

Ciro atribuiu essa ameaça aos “nossos adversários”. Entretanto, não citou nomes. Revelou apenas que eles embasariam o pedido no fato do governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), ser seu irmão. “Depois de fazer uma consulta a toda a Direção, o PSB me determinou isso anteontem. É um gesto contra a minha vontade, embora eu considerasse ¿ e considero ¿ uma decisão correta. Foi uma decisão amadurecida que tomei depois de muito debate”, afirmou.

“Logo após mudar de domicílio ainda na quinta-feira, ele disse ter voltado para Fortaleza com o que classificou de “sensação de dever moral cumprido”. E pontuou: “me senti no dever de dar essa explicação direta, pessoal, humilde e franca aos cearenses, a quem tudo devo e a quem quero renovar o meu compromisso, esteja onde eu estiver. Peço aos cearenses que confiem em mim. Eu sei o que estou fazendo”.

Ontem, Ciro afirmou, em São Paulo, que transferiu seu título para ter “intimidade” com o Estado. “São Paulo é o maior Estado brasileiro e, para ser candidato a presidente da República, tem que ter intimidade com a expressão que São Paulo tem na economia, na cultura e entre os trabalhadores”, argumentou.

Ou Presidência ou nada
Apesar de atender ao pedido do presidente Lula de “deixar todas as portas abertas”, o ex-ministro da Integração Nacional rechaçou qualquer chance de concorrer em São Paulo. A alegativa foi de não ter qualquer intimidade com a rotina da maior capital brasileira. E adiantou: caso o PSB não libere sua candidatura ao Palácio do Planalto, não participará das eleições 2010 de jeito nenhum. “Quem pode mais, pode menos”, emendou, descartando também ser vice da ministra Dilma Rousseff (PT).

Ele previu ainda que, por conta da sua mudança de domicílio, inicia-se agora uma estratégia oposicionista de minar o PSB para mostrá-lo como um partido cheio de fragilidades. Ciro até admitiu que a legenda tem pontos fracos. Contudo, disparou: “somos um partido médio e a festa de branco que marcaram para o Brasil determina um confronto entre PT e PSDB de São Paulo projetado para o País. Nós achamos que essa festa não é de branco. É uma festa do povo e queremos o nosso lugar nela”.

O presidenciável assinalou que discussões estão sendo travadas dentro do chamado “bloquinho”, formado na Câmara Federal por PSB, PDT, PCdoB, PMN e PRB para sua candidatura ser viabilizada. Porém, assumiu não saber como a aliança será firmada, visto a resistência dos pedetistas de só aceitarem caso Lula dê o aval.

No tocante às declarações de Dilma de que, em breve, deve ultrapassá-lo nas pesquisas de intenção de voto, Ciro brincou: “vou me esforçar para crescer mais até chegar aos 80% de aceitação”. Em seguida, consentiu que a candidata oficial do presidente Lula tem condições de superá-lo “com muita tranquilidade”.

“Serra é a força do atraso”
Por fim, não poupou críticas ao maior opositor: o governador de São Paulo e também possível concorrente à Presidência, José Serra (PSDB). O deputado tipificou o tucano como “força do atraso” e disse que Serra representa uma ameaça ao Brasil, pois retomará o projeto neoliberal do governo Fernando Henrique Cardoso.

“É fato histórico e notório que gostaria que o povo esquecesse que o Serra foi ministro do FHC por oito anos. Eu, quando percebi que esse projeto estava fazendo mau ao povo, rompi. Eu fui pro deserto; o Serra continuou no poder”, pontuou.

terra

Rizzolo: Ciro é um excelente nome. Político de personalidade forte, sabe falar a língua do povo, é sincero e tem uma visão desenvolvimentista. O fato de se ” ambientar” com o eleitorado paulista não entendo como sendo um problema; muito pelo contrário, sua forma nordestina de falar aliada à sua cultura, pode fazê-lo subir num curto espaço de tempo. Agora, esta afirmativa de que a mudança de domicílio eleitoral foi contra sua vontade não passa de jogo político. Ciro que é Advogado, deve ter todo o apoio da classe jurídica em São Paulo, pois precisamos voltar a ter políticos de peso advogados, não se trata de um apoio político pessoal meu, mas entendo que deve haver um compromisso maior por parte da classe, em relação aos políticos advogados. É isso aí.

Sob imagem de Lula, Marta lança candidatura em São Paulo

Sob o slogan “Deixa ela trabalhar”, em referência ao slogan do presidente Lula, Marta Suplicy (PT) e Aldo Rebelo (PCdoB) tiveram a chapa homologada neste domingo (29), em convenção para concorrer à Prefeitura de São Paulo, nas eleições municipais de 2008.

Sem as presenças de Paulo Pereira da Silva (PDT), o Paulinho da Força, e do presidente Lula, a convenção trouxe cerca de 1.300 pessoas ao Expo Barra Funda, zona oeste da capital paulista. “Lula não pode antecipar o processo eleitoral, mas estará ao lado de Marta nessa campanha. O segundo governo de Marta será ainda melhor do que o primeiro”, disse o senador Aloizio Mercadante.

A candidatura foi homologada com Marta e Aldo à frente de uma foto da candidata com o presidente Lula.

As bandeiras da chapa, batizada como “Uma nova atitude para São Paulo”, são o transporte e a educação e Marta também garantiu que vai continuar os projetos de quando foi prefeita da cidade, como o Bilhete Único e os CEUS.

O deputado federal e petista Jilmar Tatto afirmou que o racha entre o PSDB e o DEM favorece a vitória de Marta. “Vamos ganhar”, disse ele na convenção. Sobre a aliança com o bloquinho (PCdoB, PSB, PDT, PTN, PRB), Tatto afirmou que a chapa é ideal, principalmente quando se pensa em 2010, ano da eleição presidencial.

Rejeição
Na última pesquisa do Ibope, de 25 de junho, Marta aparece com 31% das intenções de voto. Geraldo Alckmin, do PSDB, aparece com 25%. Tecnicamente, há um empate entre os dois candidatos porque a margem de erro da pesquisa é de quatro pontos, para mais ou para menos. Marta é também a candidata que tem o maior índice de rejeição. De acordo com a pesquisa, ela é rejeitada por 32% dos entrevistados.

Sobre esse índice de rejeição, Jilmar Tatto, durante a convenção, disse que é natural. “O PT é um partido polêmico, mas a campanha buscará reverter isso”, disse.

Folha Online

Rizzolo:
Realmente a candidatura de Marta é marcada por contradições, e por alianças no mínimo problemáticas. Figuras como Paulinho da Força ao seu lado, prejudicam sua imagem. Mais, a sucessão de escândalos envolvendo o PT, desgastou a imagem do partido em si. Quem tem a popularidade é Lula, não o PT. O que precisamos ver, é até que ponto Lula consegue transferir votos a Marta.

Hoje a política brasileira sofre um desgaste do ponto de vista moral, e ético. Marta ao se juntar e fazer-se se apoiada por pessoas maculadas, aumenta a rejeição em relação à sua candidatura. Como já disse anteriormente, até Lula já se descolou do PT, talvez isso seja o que Marta chama de “partido polêmico”, fazendo uso de um eufemismo para justificar uma realidade que todos sabem: o PT hoje é um ” partido desgastado”. Isso aí “sob a imagem de Lula e a neblina do PT”