Vox Populi mostra Dilma com 38% e Serra com 35%

SÃO PAULO – A pré-candidata do PT à Presidência da República, a ex-ministra Dilma Rousseff, aparece pela primeira vez à frente do pré-candidato do PSDB, o ex-governador de São Paulo, José Serra, em pesquisa de intenção de votos do Instituto Vox Populi, divulgada neste sábado.

Na pesquisa estimulada, o levantamento traz a petista com 38% das intenções de voto, em empate técnico com Serra, que tem 35%. A margem de erro é de 2,2 pontos porcentuais, para mais ou para menos. Dois mil eleitores, moradores de 117 cidades (nas cinco regiões brasileiras), foram ouvidos. No levantamento anterior feito pelo instituto, em abril, Serra tinha 34% das intenções de voto, contra 31% de Dilma.

Num eventual segundo turno entre Dilma e Serra, os dois candidatos também estariam tecnicamente empatados. A petista teria 40% e o tucano 38%, dentro, portanto, da margem de erro.

A pesquisa espontânea – quando o eleitor abordado pelos pesquisadores diz em quem vai votar – também aponta a liderança da petista Dilma Rousseff. Ela aparece com 19% das intenções de voto, enquanto Serra tem 15%. Em janeiro, cada candidato obteve 9% das intenções de votos espontâneos.

A pré-candidata do PV, senadora Marina Silva, consolidou-se na terceira posição da pesquisa estimulada. Subiu de 7% para 8%. As regiões onde Dilma Rousseff é mais lembrada são o Nordeste (44%) e o Norte (41%). Serra lidera no Sul (44%) e está tecnicamente empatado com a petista no Sudeste.

Fator Lula. O levantamento de votos espontâneos mostra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em terceiro lugar, com 10% das intenções de voto. Mesmo sem poder se candidatar, Lula é citado pelos eleitores, o que confirma sua popularidade.

A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 7 de maio, sob o número 11.266/2010. Os dois mil eleitores foram entrevistados entre os dias 8 e 13.
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Rizzolo: A candidatura de Dilma Roussef ganha musculatura na medida em que o eleitor se dá conta que a continuidade do governo Lula se dará apenas com Dilma presidente. Na realidade é um fato normal os números aumentarem, a grande massa, a população carente, os que conseguiram sair da linha de pobreza, votarão em Dilma pelo apoio de Lula e principalmente porque não querem o retrocesso neoliberal. Uma mulher com uma história de luta política, com boa formação, e acima de tudo com um compromisso no desenvolvimento, na verdadeira concepção de justiça social explica a tendência nas pesquisas.

CNT/Sensus: Dilma vence Serra na pesquisa espontânea

BRASÍLIA – Levantamento CNT/Sensus divulgado hoje mostra que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pela primeira vez ultrapassou numericamente o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), na chamada pesquisa espontânea, na qual os entrevistados respondem livremente em quem vão votar, sem a apresentação de uma lista. Na pesquisa espontânea, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva – que não pode mais concorrer – lidera com 18,7% das intenções de voto, seguido por Dilma, com 9,5%, e Serra, com 9,3%.

No entanto, o técnico do Sensus Ricardo Guedes ressalta que apesar de Dilma estar numericamente à frente de Serra, a situação é de empate técnico. No que tange à rejeição, Dilma tinha em novembro passado um índice de 34,4%, a segunda maior e entre os pré-candidatos. Em janeiro, porém, caiu para 28,4% e passou a ter a menor rejeição entre os presidenciáveis.

Contabilizados os principais números, quem tem menos a comemorar é o pré-candidato Ciro Gomes (PSB). Suas intenções de voto diminuíram no primeiro e segundo turnos e ele foi ultrapassado por Dilma, pela primeira vez, na simulação do segundo turno.
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Rizzolo: E observem que Dilma nem sequer começou para valer sua campanha. O grande medo da população pobre, que foi beneficiada com os programas de inclusão, é que o PSDB acabe liquidando-os, o que não seria improvável. Na essência da visão neoliberal, que é o sustentáculo da oposição, a visão do Estado patrocinador do desenvolvimento é rechaçada. Muito embora Serra seja um desenvolvimentista, um político honesto e competente, o receio da população a uma volta ao passado é realmente grande, contudo ainda é muito cedo para especulações. O rápido crescimento da candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, surpreendeu o presidente estadual do PT, Edinho Silva. “Esperávamos que ela encostasse no Serra um pouco mais para frente”, disse ele, ao comentar os resultados do levantamento CNT/Sensus divulgado hoje.

A Oposição e a Estabilidade Política

Muito embora a janela do escritório fosse do tipo “antirruído”, naquela tarde de 1998 o carro de som e as palavras de ordem tiravam minha concentração ao elaborar uma contestação judicial que deveria ser entregue no fórum, no dia subsequente. Como quem já soubesse que se tratava de uma passeata sindical, fui até a janela e olhei a multidão que caminhava com cartazes na avenida Paulista, centro financeiro de São Paulo.

Os sons do microfone, a voz estridente, o volume nas alturas já faziam parte do cenário do segundo mandato do governo do tucano Fernando Henrique Cardoso (1998-2002) As greves e a instabilidade política sindical eram corriqueiras e exigiam uma nova postura do governo. Hoje, ao olharmos para trás e observarmos a calmaria reivindicatória que nos envolve, vemos que o Brasil realmente mudou.

Os sindicatos, apesar de estarem muito mais estruturados, fortes e segmentados, parecem estar sofrendo de determinada “dormência reivindicatória” e pactuados com o governo federal do ponto de vista ideológico. Em contrapartida, alegar que essa condição não produz certo bem-estar e real estabilidade política ao país é não reconhecer os avanços do governo Lula no que diz respeito ao diálogo em relação à flexibilização das ideias, na construção de uma sociedade representativa e mais justa.

A grande questão que devemos analisar nas eleições de 2010 é a objetiva capacidade da oposição, se vencedora, de se alinhar aos anseios sindicais, de ter verdadeira postura à dignidade do trabalhador e, principalmente, de ser capaz de fazer o que o governo Lula fez nas relações de trabalho. Todos sabemos que a maioria das grandes centrais sindicais deverá apoiar a ministra Dilma, que representa a continuidade desse entendimento.

Portanto, talvez devêssemos analisar até que ponto a oposição do país será capaz de ter a devida governabilidade social, hábil em nos proporcionar a tranquilidade sindical tão necessária, expressa na calmaria e na estabilidade política, para que possamos perpetuar esse gosto pelo desenvolvimento, sem as turbulências e violências reivindicatórias tão comuns na era FHC. As conquistas dos trabalhadores não possuem caminho de volta, e com certeza um retorno ao passado, pela falta de diálogo, influenciaria a economia, a vida e os ouvidos da população e principalmente as antigas janelas antirruído, que já algum tempo atrás se tornaram desnecessárias para esse tipo de barulho popular.

Fernando Rizzolo